terça-feira, 19 de abril de 2016

Voltamos

CAFÉ FILOSÓFICO 
Diálogos do Ser

APRESENTA
O XII CAFÉ FILOSÓFICO-2016

TEMA: " FREUD: O MAL ESTAR DA CIVILIZAÇÃO - UMA RELEITURA "

Resumo: 
Uma reflexão desse classico freudiano, em que  Freud ateve-se aos estudos sobre as origens da infelicidade, o conflito entre indivíduo e sociedade e seus diferentes aspectos na civilização. Nesta obra clássica da antropologia e sociologia, Freud constrói uma espécie de “teoria psicanalítica da política” ao mergulhar, salvaguardado por seus pensamentos, na análise da cultura e civilização de sua época e de suas relações conflituosas com a sexualidade. Fundamentado a partir dos conceitos biológicos de origem da libido e da agressividade, Freud propôs que a repressão e a sublimação dos instintos sexuais, canalizados esses para o mundo do trabalho, compõem as principais causas das doenças psíquicas de sua época.
 
Palestrante: Prof. Dr. Alacir Arruda - sociólogo
Data: 28/05/2016 – Sábado
Horário: 16h00 às 18h00
Local:  Fasipe-  (Faculdade de Sinop) campus Cuiaba
Endereço: Rua Prof. Juscelino Jose Reiners , 36 Jd Petrópolis   ( rua atrás da Bigolin Mat. Construção  da Carmindo de Campos) 
 
Entrada Franca!
 
Informações e  Reservas:  fone(65) 9918 - 7017

 
*Após o encontro será servido um delicioso Coffee Brake  

* Confirme logo sua presença são apenas 40 lugares.


Como surgiu?
O Café Filosófico Diálogos do Ser é  fruto de um sonho, um projeto que criei em  maio de 2013 a partir das demandas dos meus  alunos do curso de  Psicologia e de alguns   jovens  estudantes do ensino médio, por um espaço em Cuiabá onde novas linguagens e formas de expressão pudessem manifestar-se em reflexões sobre vivências, anseios, sonhos e angústias dessa população. Na realidade, grande parte dessa juventude não tiveram base filosófica  alguma durante o seu período escolar e tinham anseio pelo conhecimento e a razão,   no entanto,  sonhavam com a possibilidade de construir um espaço ao qual permitissem-lhes  fluir discussões, performasses  e manifestações culturais com as diferentes visões sobre temas relevantes.  Essa é a nossa atribuição

terça-feira, 12 de abril de 2016

Porquê???

Por que não demos certo como os Estados Unidos?

 Por Alacir Arruda

.Muitos brasileiros já se fizeram essa pergunta.....

Afinal, se temos mais ou menos a mesma “idade”, dimensão geográfica muito próxima, semelhanças históricas, como ambos terem passado por colonização européia, escravatura, imigração européia, etc., então quais teriam sido os fatores determinantes que levaram à resultados econômicos e sociais tão diferentes ? Eu já havia lido alguma coisa a respeito e conversado com alguns estudiosos sobre o assunto. Em 2008 escrevi um artigo sobre o tema que, somado ao que eu já havia pensado a respeito, me deu finalmente a sensação de ter atingido um grau de entendimento mais satisfatório do assunto. Essa sensação me motivou a resumir aqui alguns trechos desse artigo (adicionando alguns poucos comentários), a fim de melhor organizar meus pensamentos. Primeiramente coloco comentários sobre fatores que já foram usados para explicar aquelas diferenças mas que hoje estão desacreditados.A seguir, passo a analisar os fatores históricos, ja conhecidos, que levaram os Estados Unidos e o Brasil aos resultados econômicos tão diferentes :

1- O processo de colonização


2- XIX : o século perdido


3- A herança absolutista e a herança de uma sociedade de classes

Penso que uma reflexão sobre esses aspectos nos ajuda a enxergar e compreender melhor o Brasil de hoje. Penso também que essa reflexão pode ajudar a melhor nos posicionarmos politicamente com relação a aspectos relevantes, contribuindo para que nosso país seja menos problemático para as gerações futuras.

2. Aquilo que não explica

Com uma colonização inglesa tudo teria sido diferente da colonização portuguesa e seríamos muito melhores. Entre os brasileiros, a piada que a culpa pelo nosso atraso é dos portugueses toma ares de verdade, depois de tanto repetida. Como se bastasse tomar o chá das cinco ou fumar cachimbo como os ingleses para insuflar a fumaça do desenvolvimento nas rudes terras tropicais. Na verdade, a explicação para nossas misérias é bem mais complexa do que esse simples preconceito anti-lusitano. Basta ver como estão hoje algumas ex-colônias inglesas como Quênia, Zimbábue, além de nossa vizinha Guiana, para constatar que a realidade não é tão simples.

Vieram ainda as teorias de superioridade racial, superioridade cultural, que causaram muitos estragos e deixaram marcas que insistem em permanecer entre nós, mesmo depois de desmentidas e derrotadas em todos os fóruns científicos e em todos os confrontos lógicos.

Já tentaram explicar nossas diferenças com os americanos por razões religiosas, raciais ou geográficas. Esses três fatores influenciaram sim nossa formação, mas não foram determinantes.

O fato de os Estados Unidos de hoje, sem o Alasca, ficarem quase totalmente na faixa temperada não justifica aquelas teorias antigas , chamadas de “determinismo geográfico”, que, levadas ao absurdo, queriam dizer que era impossível de dar a civilização nos trópicos; que era preciso frio para que a humanidade prosperasse e outras tolices do tipo.Na verdade, a civilização ocidental nasceu muito mais próxima do calor do que do frio. No tempo do apogeu egípcio, na zona desértica, a Europa era um continente atrasado. E a América do Norte, no século XVI, tratava-se de um subúrbio abandonado da grande civilização asteca, também nos trópicos.

Determinantes foram as razões econômicas e históricas. Quando se joga a culpa na raça, na religião ou na geografia, que são dados integrantes da formação brasileira, dá-se uma boa razão para o imobilismo e para a inércia. Quando se entende que é a história que justifica este ou aquele fato, fica mais fácil mudar as coisas em nossa vida ou em nosso país.

3. Aquilo que explica ou justifica o nosso atraso

A república no Brasil começa com mais de cem anos de atraso em relação aos Estados Unidos. Mas ainda guardando sinais do velho regime. Muitos dos homens que assumem os ministérios do início da república haviam servido à monarquia e carregavam muitos dos seus ranços. A proclamação da república no Brasil foi um movimento militar. Quer dizer, nada de movimentos populares, como os sans culotte franceses ou os dos fazendeiros dos Estados Unidos. A Constituição republicana , que foi bandeira em outros países, demorou aqui dois anos para ser aprovada, para logo em seguida ser suspensa por um estado de sítio. Por aqui, as leis que deveriam moldar a nação republicana sob uma nova forma (mais aberta, esperava-se) custaram para mudar e quando o fizeram , não foram significativas. E mantiveram os privilégios das oligarquias rurais que mandavam e continuaram mandando no país. Os militares e civis mais avançados que ajudaram a proclamar a república foram logo presos, exilados, afastados, deixados no ostracismo ou, mais tristemente, cooptados, para que o governo pudesse continuar servindo a quem sempre serviu, a oligarquia rural. A industrialização do Brasil para valer começa no final do século e em São Paulo. A política do governo brasileiro de subsidiar a imigração geraria um fenômeno benéfico aos cafeicultores : a abundância de mão-de-obra barata. Aos imigrantes se juntavam milhões de nordestinos, expulsos pela seca e pelo fracasso das plantações de algodão, que enfrentaram a retomada da produção americana. “Também a imigração européia que à primeira vista pode parecer um fenômeno que aconteceu de modo similar no Brasil e nos Estados Unidos, guarda diferenças importantes entre os dois países”. Como o governo brasileiro custeava a viagem, vieram para o Brasil, principalmente, os europeus dos países mais pobres e menos letrados, geralmente do sul da Europa, que não podiam pagar a viagem para os Estados Unidos. “Os números da migração não escrava para o Brasil e para os Estados Unidos são absolutamente diferentes. Entre 1820 e 1998 entraram no Brasil 4,5 milhões de migrantes, enquanto no mesmo período foram para os Estados Unidos 53,1 milhões”. Por falta de consistência e outros apoios, os militares que proclamaram a república acabaram se aliando às elites agrárias de São Paulo e Minas, que governaram o país até 1930, quando Getúlio Vargas rompeu o pacto do café-com-leite e tentou novamente impulsionar mudanças industriais. Com o golpe de estado de Getúlio Vargas, os industriais de São Paulo acharam que subiriam ao poder , mas sofreram grande decepção com o realinhamento do poder em torno dos interesses rurais, agro-exportadores. Já em 1932 organizariam a Revolução Constitucionalista, sufocada rapidamente. Os poderes da economia agrária exportadora eram mais fortes do que Vargas poderia suspeitar. Durante toda a primeira metade do século XX os interesses industrialistas , mais voltados para o mercado interno, chocaram-se com os tradicionais esquemas agro-exportadores, mais interessados no mercado externo e na valorização das moedas dos compradores de seus produtos. Os industrialistas queriam a ampliação do mercado interno. Para o setor agro-exportador isso não interessava. O que valia era exportar. “Essa herança nos chegou até os anos 1970, no lema dos governos militares, de que o que valia era exportar . Naquele momento até justificadamente em função da necessidade do país fazer frente à dívida externa que se agigantava. O que levou à paralisação da economia nos anos 80.” A variável que parece ter feito toda a diferença entre o desenvolvimento americano e o brasileiro foi a do crescimento do mercado interno. Enquanto nos Estados Unidos um mercado interno forte cresceu junto com as exportações, aqui os lucros do mercado externo eram apropriados por uma pequena parcela da população, desde os tempos do ouro de Minas Gerais, até os tempos do boom do café. E mercado interno era uma variável sem a menor importância para uma economia agro-exportadora (“de estrutura retrógrada”). A grande defasagem entre Brasil e Estados Unidos está em que, na América do Norte , a república independente formou-se há mais de 200 anos, por uma população livre, de grandes e pequenos proprietários e trabalhadores. Desde o início, os Estados Unidos herdaram as sementes da industrialização, da livre concorrência, o que transformou o país no motor da Segunda Revolução industrial. Desde a independência, formou-se um alicerce político razoavelmente democrático, igualitário e duradouro no país, com uma estrutura estatal não intervencionista, o que favoreceu o crescimento do capitalismo. “O escravismo – “com toda sua herança formadora de uma sociedade de classes” – lá, nos Estados Unidos, foi limitado, ficou isolado, sendo derrubado militarmente há 150 anos, pelo Norte capitalista. No Brasil foi generalizado geograficamente em todo o território nacional, começou muito antes e terminou depois, e impediu a formação de um mercado interno consumidor, influenciando de um modo muito mais profundo, a estrutura econômica e a mentalidade formadora da cultura brasileira. Como conseqüência temos no Brasil de hoje a presença muito mais marcante de uma sociedade de classes sociais e de renda, do que o que existe nos Estados Unidos.”

E por fim

Eles não conheceram o PT :>:>



quarta-feira, 6 de abril de 2016

So o povo


Só o povo salvará o Brasil do caos em que o lançam

Por Alacir Arruda
 
As crianças más, mesquinhas e mimadas, preferem destruir um brinquedo a esperar a sua vez de usá-lo.

Embora o Brasil não seja um brinquedo e contenha em si duas centenas de milhões de vidas humanas, permitam-me a comparação.

A ambição de poder dos sem-voto – e Michel Temer é muito mais isso do que qualquer líder tucano, até – está detonando uma corrida de apetites que nem mesmo vergonha tem de se exibir.

Porque, é obvio, Temer pode ter a força para retirar um pilar do desgastado Governo Dilma, mas não tem, nem nas próprias forças, nem numa aliança que não seja totalmente subalterna, para erguer outro que não seja objeto de um loteamento faminto do Governo e uma chantagem permanente.

Pior, com várias portas abertas para que não seja o desfecho, mas o intermezzo de uma situação imprevisível.

Eduardo Cunha, depois de ser o principal operador da degola presidencial, aceitará uma solução que implique cortar o seu próprio?

Os tucanos, agora tão silenciosos, trêmulos diante de sua rejeição na turba de classe média que exige o linchamento, vão se contentar em ter o comando da economia, fazer o serviço sujo de cortar os programas sociais e não ter a hegemonia que a vaidade que lhes assola? Olhem as personalidades de Fernando Henrique, José Serra e Aécio Neves, em ordem crescente de mediocridade e veja se são capazes de se conformar com algo que não o próprio trono…

O lixo geral dos pequenos (e de “boa” parte dos grandes) partidos terá de ser saciado imediatamente, com cargos, financiamentos e contratos. E às vésperas de eleições sem financiamento privado, imaginem…

Marina Silva, cujos apetites fizeram uma pessoa amarga e odiosa que a expressão vítrea dos olhos mal disfarça, trabalha abertamente para pressionar o TSE, com ou sem impeachment – e com será muito mais fácil – casse o mandato de Temer pelas mesmas razões pelas quais – e apeada do poder e maldita politicamente – se aponta a Dilma e não poderá ela se defender.

Gilmar Mendes, por isso mesmo, tem o eventual “mandato” de Temer preso pela gravata, tal e qual fosse uma coleira e, ao mesmo tempo, é a espada de Dâmocles dos tucanos sobre a cabeça do ambicioso vice, agora tornado rainha desta nada Inglaterra.

Na extrema direita, os dentes do fascismo já procuram mais presas. O jovem energúmeno que foi promovido pela Folha a porta-voz da juventude “coxinha”, já anuncia hoje que se voltará contra Marina e seu “petismo verde”, a dar uma pista de que nova cor de camiseta poderá ser usada sem risco nas ruas.

Sobre Bolsonaro, “o mito”, dispensam-se comentários sobre seus compromissos e intenções.

E do outro lado, o que haveria?

Uma massa ferida e sangrando a destruição do maior líder popular das últimas décadas, que se pode erodir, demolir  – e nem as pesquisas o negam –  entranhado profundamente na alma do povão que assiste perplexo o que se passa.

Poderia colocar outros ingredientes explosivos, mas creio que já se viu que o caldeirão dos aprendizes de feiticeiro tem um conteúdo que não pode, em hipótese alguma, desembocar em qualquer situação de estabilidade. A  verdade e que não se salva um, são todos farinha do mesmo saco

Mesmo que os agentes econômicos possam manifestar certa euforia pós-impeachment  – pela possibilidade de abocanharem o pré-sal, as reservas internacionais do país (pela via dos juros) e arruinar os direitos trabalhistas e previdenciários -. a crise política com que potencializaram os problemas da economia não vai cessar, mas agravar-se.

Os “investiment grades” das agências de classificação de risco são nada perto de um país com as ruas conflagradas.

Contra tudo isso, diante da – tibieza já é muito fraca expressão – anomia do principal garantidor da Constituição, o Supremo, só o que resta é a mobilização do crescente sentimento legalista do país

O povo é a única coisa que nos separa do caos.