TEORIA DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD: ID, EGO E SUPEREGO.
Por Alacir Arruda
É impossível dialogar
com o mundo pós moderno sem o auxilio de Freud
e Nietzsche. Ambos são de origem
germânica, Freud austríaco e Nietzsche alemão, e viveram a transição do conturbado
século XIX para o século XX. Freud quase nunca cita Nietzsche em seus inscritos, mas é latente a influencia
do filósofo em suas obras, sobretudo, na análise freudiana sobre a
personalidade. Neste breve artigo citarei a teoria psicodinâmica de FREUD por ser a mais
conhecida e nas suas entrelinhas
desenhar uma idéia nittiana de entendimento da realidade a partir da negação.
Para Freud, O aparelho psíquico: Como a atividade motora está ligada à
existência de um aparelho osteomuscular. Ele concebeu também para a atividade psíquica uma
estrutura a que chamou de aparelho psíquico. Este é composto de três partes: Id,
ego e superego.
O id é a parte
original desse aparelho a partir da qual, posteriormente desenvolvem-se as
outras duas. Constitui a porção herdada e que está ligada a constituição. É
a totalidade do aparelho psíquico do indivíduo ao nascer e está voltado para a
satisfação das necessidades básicas da criança no começo de sua vida. A
atividade do id consiste de impulsos que obedecem ao princípio do prazer, isto
é, que buscam o prazer e evitam a dor, na medida em que estas sensações são
definidas pela própria natureza do organismo. Neste sentido, a atividade
humana, no início da existência, é basicamente animal. Nesta época, a criança
ao buscar satisfazer seus impulsos básicos, naturalmente não procura avaliar
sua racionalidade nem as fontes de satisfação disponíveis. Ela deseja
gratificação imediata e não tolera a frustração. Entretanto à medida que cresce
terá que adaptar-se às exigências e condições impostas pelo meio. Para esta
adaptação, diferencia-se do Id uma nova parte do aparelho psíquico, o Ego, que
terá como principal função agir como intermediário entre o id e o mundo
externo.
O Ego ao
defrontar-se com as demandas do meio a criança precisa gradualmente redirigir
os impulsos do id, de modo que estes sejam satisfeitos dentro de outro
princípio que não o do prazer: o princípio da realidade. Isso significa
que o indivíduo deve suportar um sofrimento para depois alcançar o prazer e
renunciar a um prazer que poderá fazê-lo sofrer mais tarde. No entanto, ambos
os princípios visam o mesmo fim, alcançar a satisfação e evitar a dor.
Portanto, pode-se considerar o princípio da realidade como o princípio do
prazer modificado pelo desenvolvimento da razão. Assim, o ego tem uma função de
autopreservação, pois se houvesse apenas a busca da gratificação imediata sem
levar em conta as conseqüências da total evitação do sofrimento, o indivíduo
sucumbiria.Como intermediário entre o mundo interno (id) e o mundo externo, o
ego exerce uma série de funções. Em relação ao primeiro, aprende a controlar as
demandas dos impulsos, decidindo se estes devem ser satisfeitos imediatamente,
mais tarde ou nunca. Em relação ao segundo, percebe os estímulos, avaliando sua
qualidade e intensidade a partir de lembranças de experiências passadas,
protege-se dos estímulos percebidos como perigosos, aproveita os estímulos
favoráveis e realiza modificações no meio, que possam resultar em benefício da
própria pessoa. Em outras palavras, são funções do ego: perceber, lembrar,
planejar e decidir.
O Superego - À proporção
que se desenvolve, a criança descobre que certas demandas do meio persistem sob
a forma de normas e regras estabelecidas. Desta forma o ego tem que lidar
repetidamente com os mesmos tipos de problemas e aprender a encontrar para
estes soluções socialmente aceitáveis. O indivíduo, entretanto, não precisará
indefinidamente, parar para pensar cada vez que isso ocorrer. A decisão
far-se-á automaticamente, pois as regras e normas impostas pelo mundo externo
vão se incorporar na estrutura psíquica, constituindo o superego. Este que
popularmente é chamado de “consciência” representa a resposta automática,
“certo” ou “errado”, que surge na pessoa diante das várias situações que exigem
uma tomada de posição. Assim o superego
representa a herança sócio-cultural do indivíduo, enquanto o id representa a
herança biológica.
As três partes da
estrutura não podem ser consideradas isoladamente no seu desenvolvimento e
funcionamento. Elas são interdependentes. O ego desempenha papel de integrador
lidando simultaneamente com as demandas do id, do superego e do mundo externo.
Nem o id,nem o superego
são realistas, pois agem imediata e irrefletidamente, o primeiro buscando de
forma indiscriminada o prazer e o segundo censurando automaticamente. O ego é a
parte racional que realiza uma transação realista considerando os aspectos
próprios da natureza do indivíduo e o tipo de meio onde vive. Decide o que
fazer, quando e de que forma, visando sempre o bem estar do organismo integral.
O desenvolvimento do homem como ser social, baseia-se no equilíbrio entre as
forças dos impulsos primitivos irracionais do id e as forças das exigências do
superego e do meio a partir do qual este se formou. O bom resultado deste
equilíbrio dependerá da existência de um ego fortalecido, de um superego
moderado e do conhecimento da natureza dos impulsos do id. Caso contrário, o
equilíbrio da personalidade obedecerá padrões desviados da normalidade,
entendendo-se aqui, por normalidade a tendência um completo bem-estar
biopsico-social.
Consciente, pré-consciente e inconsciente
Topograficamente, o
aparelho psíquico está dividido em três planos ou sistemas: o consciente, o
pré-consciente e o inconsciente.
O consciente é
uma parte relativamente pequena e inconstante da vida mental de uma pessoa.
Corresponde a tudo aquilo que um indivíduo está ciente em determinado instante
e cujo conteúdo provém de duas fontes principais: o conjunto dos estímulos
atuais, percebidos pelo aparelho sensorial e as lembranças de experiências
passadas, evocadas naquele instante. Quanto mais a atenção do indivíduo estiver
voltada para os fatos da realidade presente, menos haverá lugar para lembranças
do passado. Em contraposição, quanto mais a consciência estiver ocupada pelas
recordações, menos atento estará o indivíduo para as ocorrências atuais. Se o
consciente corresponde a tudo o que ocupa a atenção de um indivíduo em
determinado instante, o reservatório de tudo o que possa ser lembrado no
instante seguinte corresponde ao pré-consciente. Resta uma área da vida
psíquica, onde se encontram os impulsos primitivos que influenciam o
comportamento e dos quais não se tem consciência e um grupo de idéias,
carregadas emocionalmente, que uma vez foram conscientes, mas em vistas de seus
aspectos intoleráveis foram expulsas da consciência para um plano mais
profundo, de onde não poderão vir à tona voluntariamente. Esta área corresponde
ao inconsciente. No que diz respeito às partes da estrutura psíquica, o
id é inteiramente inconsciente. O ego, sendo a porção que se diferenciou do id
para contatuar com o mundo externo e ao mesmo tempo receber informações do
mundo interno, é parte consciente ( e pré-consciente) e parte inconsciente.
O superego sendo a incorporação no psíquico, dos padrões autoritários e
idéias da sociedade é inconsciente na medida que funciona
automaticamente, mas passível de compreensão consciente, uma vez que originou
do ego seu contato com o mundo externo.
Uma analogia é comumente
empregada para ilustração da hipótese topográfica do funcionamento mental. Toma
- se como exemplo o iceberg, em que a porção acima da superfície
corresponde ao consciente, a porção que se torna visível, conforme o movimento
das águas, corresponde ao pré-consciente e a parte sempre submersa,
proporcionalmente muito maior, corresponde ao inconsciente.
qual a relaçao dessa musica com FREUD http://letras.mus.br/madonna/63496/traducao.html
ResponderExcluirA musica refere-se a idiossincrasia que é viver..."Morrer outro dia" significa ter que encarar o amanhecer, o outro dia, deparar com pessoas que vc não queria, com problemas que vc nao quer resolver..Com a hipocrisia que se transformou as relações interpessoais e acima as neuras que me incomoda..Por isso "Die Another Day"..Ou seja, preciso morrer outro dia porque estou em busca de uma explicação para esse abismo que é viver.. Buscar uma saída disso... Ai..só Freud explica. Espero ter ajudado..abs
ResponderExcluirQual foi a importancia de Florestan Fernandes para politica brasileira
ResponderExcluirAmigo (a)..Florestan Fernandes, na minha modesta opinião, foi o maior cientista social da segunda metade do seculo XX no Brasil. Marxista convicto é considerado o fundador da sociologia crítica no Brasil. Destacou-se pela militância no PT, no qual se elegeu deputado Federal em 1986. Persoguido pelo Regime militar, foi obrigado a deixar sua cadeira de Sociologia II na USP em 1969..Florestan era um critico ferenho do capitalismo selvagem e defensor dos mais oprimidos e uma referencia nas ciancias sociais no mundo..Como politico talvez seu grande legado seja participar da elaboração da Constituição de 1988...Morreu em 1995..Seu filho Florestan Fernandes Junior é jornalista e busca dar continuidade ao trabalho do pai..Okk ...obrigado pela visita
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