segunda-feira, 30 de abril de 2018

Enem 2018 - 1968

1968: O ANO QUE INSISTE EM NÃO ACABAR..

Por Alacir Arruda

Esse ano o mundo comemora os 50 anos dos movimentos de maio de 68 em Paris e, apesar de divergências entre historiadores sobre as causas e repercussões, uma coisa é inconteste: o mundo foi outro após aquele ano. Alguns filósofos, dentre eles Sartre e Foucault - que tiveram participação ativa no movimento, afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, por que não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. A maioria dos insurretos eram adeptos de idéias esquerdistas, comunistas ou anarquistas. Muitos viram os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores da “velha sociedade”, dentre os quais suas idéias sobre educação, sexualidade e prazer. 

Na verdade, foi uma grande onda de protestos que teve início com manifestações estudantis para pedir reformas no setor educacional. O movimento cresceu tanto que evoluiu para uma greve de trabalhadores que balançou o governo do então presidente da França, Charles De Gaulle. “Os universitários se uniram aos operários e promoveram a maior greve geral da Europa, com a participação de cerca de 9 milhões de pessoas. Isso enfraqueceu politicamente o general De Gaulle, que renunciou um ano depois” 

O começo de tudo foi uma série de conflitos entre estudantes e autoridades da Universidade de Paris, em Nanterre, cidade próxima à capital francesa. No dia 2 de maio de 1968, a administração decidiu fechar a escola e ameaçou expulsar vários estudantes acusados de liderar o movimento contra a instituição. As medidas provocaram a reação imediata dos alunos de uma das mais renomadas universidades do mundo, a Sorbonne, em Paris. 

Eles se reuniram no dia seguinte para protestar, saindo em passeata sob o comando do líder estudantil Daniel Cohn-Bendit. A polícia reprimiu os estudantes com violência e durante vários dias as ruas de Paris viraram cenário de batalhas campais. A reação brutal do governo só ampliou a importância das manifestações: o Partido Comunista Francês anunciou seu apoio aos universitários e uma influente federação de sindicatos convocou uma greve geral para o dia 13 de maio. 

No auge do movimento, quase dois terços da força de trabalho do país cruzaram os braços. Pressionado, no dia 30 de maio o presidente De Gaulle convocou eleições para junho. Com a manobra política (que desmobilizou os estudantes) e promessas de aumentos salariais (que fizeram os operários voltar às fábricas), o governo retomou o controle da situação. As eleições foram vencidas por aliados de De Gaulle e a crise acabou. 

Paris viveu períodos de Guerra em 1968, universitários montaram barricadas nas ruas e usaram u pedras para enfrentar a polícia. No dia 6 de maio de 1968, uma passeata foi convocada pela União Nacional de Estudantes da França e pelo sindicato dos professores universitários. O objetivo era protestar contra a invasão da Universidade de Sorbonne pela polícia. A marcha teve a participação de mais de 2 mil estudantes, professores e simpatizantes do movimento, que avançaram em direção à Sorbonne, sendo violentamente reprimidos pelos policiais. 

A multidão se dispersou, mas alguns manifestantes começaram a erguer barricadas, enquanto outros lançavam pedras contra os soldados, que foram obrigados a bater em retirada. Depois de se reagrupar, a polícia retomou a ofensiva, disparando bombas de gás lacrimogêneo e prendendo centenas de estudantes. Alguns dias depois, em 10 de maio, outras concentrações voltaram a acontecer em Paris. 

A multidão ergueu novas barricadas e se preparou para resistir ao ataque policial, que aconteceu no começo da madrugada. Os confrontos duraram até o amanhecer do dia seguinte, resultando na prisão de outras centenas de manifestantes, além de deixar um grande número de feridos. 

O Brasil, apesar de viver na época o auge do período militar, não ficou atras. Uma serie de movimentos, sobretudo culturais, tiveram inicio influenciado pelo estudantes franceses. A Tropicália por exemplo , Tropicalismo ou Movimento tropicalista foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha também objetivos sociais e políticos, mas principalmente comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 1960. O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé); Um dos maiores exemplos do movimento tropicalista foi uma das canções de Caetano Veloso, denominada exatamente de “Tropicália” 

A jovem guarda foi outro um movimento que, apesar de ter surgido antes de 68, sofreu um upgrade apos esse ano. O movimento mesclava música, comportamento e moda. Surgiu com um programa televisivo brasileiro exibido pela Rede Record, a partir de 1965. Foi comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa que apresentavam ao público os principais artistas ligados ao movimento. O programa tornou-se popular e impulsionou o lançamento de roupas e acessórios. O movimento foi impulsionado pelo público jovem, porém agradou pessoas de todas as idades. Ao contrário de muitos movimentos que surgiram na mesma época, a Jovem Guarda não possuía cunho 

Festival de música popular brasileiro - Pós 68 , a Música Popular Brasileira revelou grandes compositores e intérpretes através de festivais de música. Estes festivais significavam resposta à política repressora de um governo ditador, através de linguagens simbólicas presentes nas letras musicais. Em 1968, a canção “Prá não dizer que não falei de flores” , de autoria de Geraldo Vandré, virou hino da resistência à ditadura e serviu de justificativa para os militares decretarem o AI-5 televisão obteve grande desenvolvimento através da Música Popular Brasileira, por intermédio desses grandes festivais de música da época. Foram os grandes Festivais que impulsionaram carreiras de artistas como Elis Regina, Milton Nascimento, Chico Buarque, Jair Rodrigues , Caetano, Nara Leão, Sá e Guarabira, Amelinha, Oswaldo Montenegro, dentre tantos outros. 

O Movimento Armorial, é uma iniciativa artística que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Um dos fundadores é o escritor Ariano Suassuna. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões.“A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos “folhetos” do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus “cantares”, e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados”. Ariano Suassuna, Jornal da Semana, Recife, 20 maio 1975. 

Enfim, dizer que não sofremos influencia ainda hoje daquele movimento é, no minimo, sinal de pouca inteligência, só para ser ter uma ideia, a própria internet teve inicio naquele período. 


Se gostou compartilhe 

domingo, 29 de abril de 2018

Enem 2018 - E as Coreias?

ENEM 2018: O ENCONTRO HISTÓRICO ENTRE AS DUAS COREIAS.

Por Alacir Arruda


Recomeçamos os temas que serão explorados pelo ENEM 2018, e não poderíamos iniciar melhor, o encontro da última sexta-feira entre Kim Jong-un e Moon Jae-in foi a terceira vez em que líderes das Coreias se reuniram. O momento histórico, em que os dois lados prometeram desnuclearizar a península coreana, teve vários momentos simbólicos e incomuns. Confira a seguir.


A Coreia do Norte havia concordado que seu líder se encontraria com Moon Jae-in no lado sul-coreano de Panmunjom. Isso remete a um comentário feito em junho de 2000 pelo então presidente da Coreia do Sul Kim Dae-jung no encontro com Kim Jong-il, o pai de Kim Jong-un, na primeira reunião entre líderes dos dois países, em Pyongyang.

Kim Dae-Jung, que era 17 anos mais velho que Kim Jong-il, disse na época que um homem mais jovem deveria ir ao encontro de um homem mais velho para lhe fazer uma visita, e que seria apropriado que Kim Jong-il retribuísse seu gesto e visitasse a Coreia do Sul.Image captionKim Jong-un invited Moon Jae-in to cross the line into North Korea with him

Isso nunca aconteceu, então, ao se tornar o primeiro líder norte-coreano a visitar a Coreia do Sul desde 1951, Kim Jong-un demonstrou respeito ao presidente Moon, talvez para deixar claro que essa rodada de negociações será diferente da última.

O encontro entre o alto escalão dos governos coreanos teve início na linha de demarcação militar, também conhecida como linha do armistício, que divide os dois países e onde há, de ambos os lados, uma zona desmilitarizada.

Moon e Kim Jong-un se encontraram nesta fronteira e se cumprimentaram com um aperto de mãos. Moon perguntou ao líder norte-coreano quando ele poderá visitar a Coreia do Norte. Então, aconteceu algo que fugiu do roteiro.

Em uma demonstração de bom humor e de sua personalidade impulsiva, Kim pediu que Moon fosse até o lado norte-coreano. Os dois cruzaram a linha de mãos dadas.

Esse comportamento tem a intenção de mostrar que Kim está no comando, mas ele também se comportou de forma respeitosa com Moon, indicando que sua intenção de buscar a paz é sincera e que a Coreia do Norte não fará, ao menos por agora, mais provocações como as dos últimos tempos.   Spray desinfetante - e uma demonstração de força Image caption Equipe de segurança que líder norte-coreano levou ao encontro foi considerada uma demonstração de força

Há algumas vantagens de ser o líder da Coreia do Norte, como ter uma grande comitiva de segurança. Membros da guarda norte-coreana e seguranças pessoais entraram antes em cada uma das salas usadas no encontro para fazer uma varredura em busca de escutas eletrônicas e explosivos. As cadeiras em que ele se sentaria e as superfícies que ele tocaria foram limpas com spray desinfetante.

Quando a reunião foi interrompida para o almoço, a limusine de Kim foi acompanhada por uma dúzia de guarda-costas, que correram ao seu lado.

- Assuntos incômodos - e uma rara admissão

Nas suas primeiras palavras para Moon, Kim tratou de diversos assuntos espinhosos.Image captionO Monte Paektu é considerado um local sagrado para o povo coreano

Ele disse que "refugiados, desertores e moradores da ilha de Yeonpyeong" tinham grandes expectativas em relação ao encontro. É incomum que Kim fale sobre desertores da Coreia do Norte - Pyongyang normalmente os vê como traidores e suas famílias podem ser alvo de punições.

Sua referência a Yeonpyeong foi uma alusão ao ataque lançado em novembro de 2010 pelas Forças Armadas norte-coreanas contra esta ilha no Sul, que observadores avaliaram como um esforço de Kim Jong-il para garantir que seu filho fosse seu sucessor.

É ainda mais interessante, no entanto, a admissão de Kim Jong-un de que a infraestrutura essencial da Coreia do Norte precisa de melhorias. Moon disse a Kim que ele gostaria de escalar o Monte Paektu, uma montanha no Norte considerada sagrada pelo povo coreano. "Fico com vergonha da infraestrutura ruim de transporte", disse Kim Jong-un em resposta.

Uma linha férrea mais moderna para a área próxima do monte está sendo construída há muitos anos e, aparentemente, Kim reconheceu, de forma incomum, que o projeto não progrediu como deveria.  Cultura e esportes - mas nada de economia Image caption. A irmã de Kim Jong-un, Kim Yo-jong, o acompanhou no encontro

Nas primeiras interações com Moon, Kim estava acompanhado apenas de sua irmã mais nova, Kim Yo-jong, e do ex-chefe do serviço de inteligência do seu país, Kim Yong-chol, que é hoje um dos principais articuladores de Pyongyang para as políticas entre as Coreias. Estes são dois dos principais conselheiros do líder norte-coreano e ambos foram até o Sul para a recém-encerrada Olimpíada de Inverno.

Antes das reuniões terem início, Kim Yo-jong carregou para seu irmão a pasta com os documentos contendo as informações necessárias para os encontros e, na sessão realizada pela manhã, fez muitas anotações.Image captionEncontro sinalizou para um maior intercâmbio militar, esportivo e cultural entre os países, mas não econômico

Kim Jong-un ainda viajou com vários outros oficiais, que o acompanharam em diferentes etapas da reunião: as duas principais autoridades do país em política externa, os dois principais oficiais das Forças Armadas, além de autoridades em cultura, esporte e ajuda humanitária, o que demonstra seu foco em fazer avançar as interações militares e diplomáticas, além de promover um intercâmbio cultural e esportivo.

No entanto, em contraste com sua visita à China, quando se reuniu com o presidente Xi Jinping, nenhuma autoridade em economia nem encarregados da segurança interna da Coreia do Norte estavam presentes.

Isso indica que boa parte da interação inicial entre Moon e Kim é cosmética e que gestos mais substanciais em termos de cooperação econômica e desenvolvimento conjunto de projetos devem ocorrer em um momento posterior.

-Saudações repletas de significado

O ministro da Defesa da Coreia do Norte, Pak Young-sik, e o chefe do Exército Popular Coreano, Ri Myong-su, saudaram Moon em um gesto de boa vontade e respeito quando as duas delegações se encontraram e se cumprimentaram.Image captionAs duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra, mas isso pode mudar em breve

Seus homólogos sul-coreanos não saudaram Kim Jong-un. O líder norte-coreano participou de uma inspeção da guarda militar sul-coreana, mas não retribuiu a saudação de seus integrantes.  Essas saudações são uma lembrança de que a guerra entre as Coreias (1950-1953) terminou com um armistício, não com um tratado de paz.

Os dois líderes concordaram em dar início a "uma nova era de paz", mas, para que isso de fato ocorra, ainda há muito trabalho pela frente.


Se gostou compartilhe...


sábado, 28 de abril de 2018

Ingratidão

"INGRATIDÃO".
Por Alacir Arruda

Certa vez minha mãe me disse que a gratidão é a maior virtude humana e base para todas  as outras. Após um longo e tenebroso inverno estou de volta e, ao contrario do que pensam os idiotas de plantão, estou bem... Nesse últimos 4 meses, que fiquei sem publicar,  muitas coisas aconteceram;  o mundo girou e a geopolítica internacional tem cada vez mais ocupado espaço nos noticiários e no plano interno as coisas mudaram pouco, temos um país em colapso e um povo leniente. Em suma, teria mil opções de textos para retomar meus trabalhos em 2018, mas resolvi desabafar e, podem ter certeza,  esse desabafo tem nome e  endereço. Vou falar de ingratidão.

Se buscarmos entender a ingratidão de forma rápida, poderíamos concluir que ela  tem a ver com o ser  egoísta, porque o egoísta atribui suas vitórias a ele mesmo, O ingrato não reconhece que, sem as pessoas o cercam , ele(ela) talvez não estivesse nem vivo. A ingratidão também tem a ver com idolatria. Geralmente as pessoas ingratas tem dois comportamentos extremos: “amam” a ponto de idolatrarem a pessoa “amada”, e quando descobrem os defeitos (naturais) da pessoa, passam a desprezar e se tornam totalmente ingratos.

As pessoas ingratas esquecem com muita facilidade… não as coisas ruins, mas esquece as coisas boas que fizeram por ele(ela).  O ingrato vive no “seu mundo”, busca apenas os seus próprios interesses. É um tipo de pessoa que se torna cega (cego) para o amor (e doação) de quem está ao lado.

Outra característica da personalidade do ingrato é a desobediência que leva a rebeldia… e a infidelidade. Como o ingrato acha que sabe das coisas, ele (ela) não ouve a mais ninguém, não aceita conselho de ninguém, não considera ninguém capaz de liderá-lo(a) ou de aconselha-lo(a), o ingrato finge aceitar, mas na verdade, ele(a) não aceita se submeter a autoridade, porque ele(a) realmente acredita que sabe o que é bom para si.

Como professor eu ainda imagino que a  ingratidão também tem a ver com a “falta de educação”. Podemos ser “treinados” desde a infância a ter um comportamento grato, isso ocorre no processo de educação de uma criança. Quando ensinamos uma criança a dizer “obrigado” para as pessoas que lhe servem, ou lhe ajudam, estamos lhe ensinando a ser grata(o). Isso faz parte da educação.

Mas não é apenas a educação, a “etiqueta”, o “protocolo”, o “ser formal”, que gera a gratidão. A gratidão tem que partir do nosso coração, e não apenas ser da boca para fora. Quem está ao lado (convive) com o ingrato(a) sempre sofre. 

Todos que me conhecem  sabem que não sou religioso, muito pelo contrário, mas usando a mitologia cristã como referência, podemos concluir que o único que não sofreu quando conviveu com um ingrato foi Jesus.  Judas, mesmo nunca tendo existido, é o perfeito estereótipo do “ingrato”, ele foi salvo por Jesus, amado, cuidado pelo Mestre (que mesmo sabendo que Judas era um ingrato, lavou seus pés)… mas (Judas) não reconheceu, ele foi ingrato, infiel e traidor. Mesmo assim, Jesus nunca o rejeitou…

Esse Jesus mítico nos ensina muita coisa, por exemplo, ele tinha uma (entre muitas) característica: Ele não se iludia em relação as pessoas… Ele não gerava expectativas. Ele não fantasiava ou idolatrava.  Ele ama sem se iludir.  É por isso que Jesus não sofreu quando Judas o traiu, porque ele já sabia quem era Judas, Ele já tinha visto a ingratidão no coração de Judas. Jesus sabia que não podia esperar nada dele, a não ser traição e ingratidão. Jesus não se decepcionou com Judas, pelo contrário, Ele se preparou para ser traído. Ele já sabia com que tipo de pessoa estava lidando.

É claro que esse Jesus se entristeceu com a decisão de Judas, pois Jesus o amava, mas Ele não se deixou iludir, Ele não gerou expectativas. A ilusão fere muito, isso acontece porque quando ela cai, tudo que foi fundado sobre ela, cai junto. Isso serve para todas as áreas das nossas vidas, mas principalmente para os relacionamentos.

Muitos “Judas” vão aparecer nas nossas vidas… faz parte. E EU, COMO PROFESSOR, VI MUITOS.  Mas nós teremos que aprender a lidar com cada um “deles”, e não deixar que eles destruam a nossa capacidade de amar e de acreditar no amor verdadeiro (e na mudança das pessoas).  A verdadeira gratidão está ligada ao exercício de “se ver”. Ela “brota”daí.

Observe, quando nos enxergamos, quando honestamente “nos vemos”, e, (sem medo da rejeição) percebemos quantas pessoas nos amam e não nos deixaram (mesmo sabendo de todos os nossos defeitos…) nasce em nosso coração uma profunda gratidão.  Nós, seres humanos, somos assim: Quando percebemos as nossas limitações (quando nos enxergamos), temos medo que os outros também percebam (enxerguem) e nos rejeitem por causa delas. Por isso, tentamos esconder das pessoas os nossos defeitos a todo custo. Mas isso não adianta.

Mais cedo ou mais tarde, as nossas limitações e defeitos (principalmente aqueles que tentamos a todo custo esconder das pessoas) vão aparecer. Isso vai acontecer sem querer, na hora da raiva, do nervosismo… sem querer acaba aparecendo pra todo mundo.  Isso de certa forma é bom, porque é nessa hora que saberemos a verdade sobre as pessoas ao nosso redor, é nessa hora que conheceremos o caráter de cada um que nos cerca, porque, se ao ver os seus defeitos, uma pessoa te abandonar, ela(e) está mostrando que não te ama de verdade, ou que não está disposta a te amar e te aceitar como você é.

Por isso, mesmo que tenhamos medo da rejeição, é melhor vencermos esse medo, e deixar que as pessoas nos conheçam de verdade. Assim diminuímos o risco de decepcionar e de sermos decepcionados. Realmente dói muito a rejeição, mas dói bem menos quando não criamos raízes, quando ainda estamos no começo de um relacionamento… por isso temos que ser “o mais transparente possível” com as pessoas, para não geramos expectativas falsas e infundadas (defraudações). Eu te garanto que a ingratidão dói muito mais que a rejeição (falo por experiência própria, pois já senti das duas), porque a ingratidão é a rejeição ”concentrada”, ou seja, podemos passar por uma rejeição, e não “rolar” ingratidão junto… mas sempre que rolar ingratidão, junto dela haverá rejeição. É sempre assim, porque o próprio ato de ser ingrato, é um ato de rejeitar.

É por isso que dói tanto quando alguém a quem nos dedicamos, se torna ingrato(a), age com ingratidão conosco, porque nos sentimos profundamente rejeitados e “des-amados”. Para mim, que sou um bobo, é um desafio lidar com a ingratidão de um modo geral, mas principalmente com as pessoas ingratas, aquelas que tem essa “natureza”. Acho que isso acontece porque sou grata… Tenho gratidão em meu coração… e por isso, acabo por gerar uma expectativa nas pessoas ao meu redor… não é fácil. 

O ingrato esquece com muita facilidade… não as coisas ruins, mas esquece as coisas boas que fizeram por ele(ela).  O ingrato vive no “seu mundo”, busca apenas os seus próprios interesses. É um tipo de pessoa que se torna cega (cego) para o amor (e doação) de quem está ao lado.  Outra característica da personalidade do ingrato é a desobediência que leva a rebeldia… e a infidelidade.


Como o ingrato acha que sabe das coisas, ele (ela) não ouve a mais ninguém, não aceita conselho de ninguém, não considera ninguém capaz de liderá-lo(a) ou de aconselha-lo(a), o ingrato finge aceitar, mas na verdade, ele(a) não aceita se submeter a autoridade, porque ele(a) realmente acredita que sabe o que é bom para si. Uma outra característica do ingrato é sugar ao máximo a pessoa que lhe estende  a mão, no fundo ele tem uma dose de psicopatia.

Por exemplo, quando eu fazia churrasco na minha casa, regado a carnes de primeira e muita bebida, ou ainda quando bancava noitadas de cervejas nos barzinhos da moda ,  sustentados a base de um cartão benevolente eu imaginava que tinha amigos. Ainda quando aquelas meninas, e elas sabem de quem falo, me assediavam na universidade eu também me imaginava poderoso, entretanto,  quando me vi numa UTI com o coração parando, cercado por médicos e enfermeiros e ninguém que eu conhecia ao meu lado, ali..eu vi que na verdade eu não tinha ninguém. Hoje, graças a uma moça chamada Maria ( por coincidência o nome da mãe de jesus)  estou vivo e quando pergunto a ela,  o que devo fazer para reembolsa-la ela diz.:.." Não precisa..eu faria o mesmo a qualquer outro ser humano, Alacir você é uma pessoa boa.."

Olhando nos olhos de Maria eu entendi,  e hoje com a alma limpa posso lhes dizer que os perdoo, ...Sejam, ou seja,  felizes, Feliz!! 


Se gostou compartilhe