quinta-feira, 27 de julho de 2017

Nunca antes na historia desse país 2

"NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS.."

Por Alacir Arruda

O Brasil vive um momento político interessante - para não dizer trágico -   e a frase que marca esse momento é: " Nunca antes na historia desse país". Essa frase, inventada pelo "catedrático" Lula  como lema de seu primeiro mandato, hoje é proferida por situação, oposição, centro,  direita  e  esquerda sempre com a mesma conotação; referir-se a justiça. Então vejamos:

Nunca antes na história deste país um presidente da República havia sido denunciado por corrupção. Michel Temer foi o primeiro, acusado pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de corrupção passiva. Destinava-se a Temer a mala de dinheiro do Grupo JBS arrastada por rua de São Paulo pelo ex-deputado Rocha Loures (PMDB-PR).

Nunca antes na história deste país um ex-presidente da República havia sido condenado por corrupção. Lula foi ao ser sentenciado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão no processo do tríplex do Guarujá. Se a segunda instância da Justiça confirmar a sentença, ele será preso. Mesmo que não seja, ficará impedido de disputar eleições.

A primeira e única vez até aqui que Lula provou os dissabores da cadeia foi na condição de perseguido pela ditadura militar implantada no país em 1964, e que duraria 21 anos. Muito bem tratado, à época, pelo delegado Romeu Tuma, que depois se tornaria seu amigo e ingressaria na política, Lula fez greve de fome chupando balas. Foi logo solto e virou herói.

Mesmo que por ora solto e candidato a roubar do ex-ministro José Dirceu a condição de “guerreiro do povo brasileiro” conferida pelos militantes do PT, dificilmente Lula será encarado daqui para frente como herói pela larga maioria daqueles que no passado recente o enxergaram como tal. Sua biografia ganhou para sempre a mancha indelével da corrupção.

Pouco importa que ainda ostente o título de campeão das pesquisas de opinião pública com algo como 30% das intenções de voto para presidente se as eleições fossem hoje. . Tais pesquisas também o apontam como campeão de rejeição. Mais de 60% dos entrevistados dizem que jamais votariam nele. De resto, só haverá eleições em outubro do próximo ano.

A condenação de Lula por Moro produzirá efeitos no campo da esquerda. De saída reforçará as chances de Ciro Gomes (PDT-CE) de conseguir o apoio do PT para concorrer à presidência. Não se descarte a hipótese de Dilma desejar a mesma coisa. Afinal, em desrespeito à Constituição, seus direitos políticos foram preservados, embora ela tenha sido deposta.

Se escapar da Lava Jato sem maiores sequelas, pela direita o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) é o nome que terá mais a lucrar lucrar com a condenação de Lula. O prefeito João Dória não será páreo para ele na coligação de partidos a ser encabeçada pelo PSDB. A Dória restará a candidatura ao governo de São Paulo que atrai também o senador José Serra.

Quanto a Temer... Bom,  mesmo que a Câmara negue autorização para que seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enfrentará uma segunda e talvez a uma terceira denúncia por corrupção e obstrução da Justiça, fora as delações do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro. Caso sobreviva, governará como um morto-vivo”. Uma verdade é inconteste:  Nunca antes na historia desse país havíamos visto isso..


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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Aceitemos essa verdade!!

" A ÚNICA CONCLUSÃO É A MORTE!"

(Fernando Pessoa)

Por Alacir Arruda

Alguém certa vez me disse: "Alacir, a  falta de sono nos faz delirar(....) " Sou prova disso, pois as  04h00 da madrugada resolvi  plagiar o maior poeta da Língua Portuguesa Fernando Pessoa. Porque acredito que essa frase é, absolutamente,  Schoperaureana - Nitiana,  e como  admirador desses dois filósofos resolvi refletir.
Para que verdades? Conclusões? Aliás, por que  precisamos sempre explicar as coisas, os fatos? E o imponderável? Onde ele reside? Talvez esteja ai  a grande responsável pelas nossas angustias e frustrações. A nossa incapacidade de lidar com as  limitações inerente  a nossa espécie e a  certeza de que carregamos um “cadáver”  em nossas costas  nos  eleva a uma espécie de “cegueira branca” (aquela do  Saramago), em que  preferimos  fingir de cegos a  encarar a única conclusão da vida, a morte!
Ate as malfadadas religiões (e aqui não poupo nenhuma)  tentaram nos ludibriar com  elucubrações e delírios  como a existência de  “deuses, céu, paraíso vida eterna”  entre outras insanidades,  porém, o objetivo final de toda essa celeuma é nos aliviar da certeza de nosso fim. Uma pergunta paira no ar: "Por que queremos a vida eterna?"  Qual o objetivo em continuar a viver,  mesmo que no plano espiritual? Talvez Freud EXPLIQUE.
Segundo o criador da psicanálise, “Nós,  criaturas civilizadas,  tendemos a ignorar a morte como parte da vida...no fundo ninguém acredita na própria morte, nem consegue imaginá-la. Uma convenção inexplícita faz tratar com reservas a morte do próximo. Enfatizamos sempre o acaso: acidente, infecção, etc., num esforço de subtrair o caráter necessário da morte. Essa desatenção empobrece a vida...”.
Schopenhauer (1788-1860) pontua que certas religiões ou filosofias não preparam o homem como de fato seria necessário, assim por vezes o mesmo apresenta conceitos que o tornam inseguro. “É, de fato, uma coisa questionável imprimir precocemente no homem, nesse assunto tão importante, conceitos fracos e insustentáveis, e assim torná-lo para sempre incapaz de admitir o que é mais correto e seguro.” (Schopenhauer, 1788-1860,p.60).
Nietzsche ( 1844-1900),   afirma que o cristianismo promete vida eterna aos que souberem viver bem a vida, alimentando uma falsa esperança de um mundo ilusório, aquilo que ele  de chama de “morte covarde”. Para fundamentar sobre as conseqüências da morte não livre, Nietzsche faz menção à lembrança inerente ao homem do “foi assim”, considerado por ele como a causa de todo o sofrimento humano, sendo este submetido ao tempo que passa, perdendo a possibilidade de mudança da realidade. O homem não tem noção real de tempo, sendo acometido à morte que “parece ser um acidente que assalta”.A morte surge, para essas pessoas, como uma fatalidade.
Filósofos à parte, CONTINUEMOS  a nossa reflexão sobre a incapacidade  humana em lidar com sua finitude.. Talvez o capitalismo, cada vez mais selvagem e individualista, seja uma das conseqüências desse nosso temor, pois  ao apegarmos a bens materiais, nos auto-afirmarmos nesses produtos a ponto de torná-los a nossa razão de existir. Senão vejamos, um individuo que hoje possui uma Ferrari, essas de  ultima geração,  acaba por perder seu nome e sua identidade enquanto ser,  ele passe a ser o “fulano da Ferrari” e assim segue com outras marcas de  destaque. Certa vez ao entrar em uma loja de departamento ouvi a vendedora chamando por uma cliente que estava saindo: “ senhora!..senhora!....É  a senhora mesmo da Louis Vilton....A senhora esqueceu a sua identidade aqui no caixa (..) Detalhe, ela esteva com a identidade da senhora na mão, por que nao a chamou pelo nome? 
Por isso  eu insisto:... "A  única conclusão que existe é a morte". Aceite-a!!!!!

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ENEM 2017 -Uma Nova Ordem Mundial

UMA NOVA ORDEM MUNDIAL.

Por Alacir Arruda


Agencia Reuters

2017 tem sido um ano de transformações politicas nunca antes vista na historia. O crescimento da extrema direita no mundo civilizado - entenda Europa - , a  vitória de Trump nos Estados Unidos e as interferências russas em eleições de países como USA e França marcaram esse primeiro semestre. A era da hegemonia norte-americana e do neoliberalismo sempre foi,  por definição, tempos de turbulências e incertezas. Ninguém,  e  nem nada, pode prever com certeza um futuro imediato, menos ainda o de médio e longo prazo. Mas o acúmulo de acontecimentos permite projetar 2018 como um ano em que desenhará, com mais clareza, o surgimento de um mundo mais que multipolar.

O fim da Guerra Fria fez o mundo retroagir ao período histórico da hegemonia britânica, em que uma única potência detinha o predomínio mundial. A decadência britânica introduziu um tempo de disputa hegemônica primeiro entre os EUA e a Alemanha, com duas guerras mundiais no meio, depois entre os EUA e a URSS, no cenário chamado de "guerra fria".

O fim desta ultima fez com que a humanidade voltasse a um mundo unipolar, desta vez com a hegemonia imperial norte-americana. Não tardou a se anunciar que a história terminaria desembocando nessa hegemonia, que trazia, com ela, a economia capitalista de mercado e a democracia liberal, como horizontes insuperáveis da história. Seguiriam havendo acontecimentos, mas todos enfeixados nesse marco, que nos aprisionaria definitivamente. Ao invés de rodar para frente, a história teria retrocedido e ficado congelada. A superioridade militar, econômica, política e ideológica dos EUA não permitiram alimentarmos ilusões em outra direção. O fim do socialismo, que seria o futuro da humanidade, na concepção derrotada, relegava esse tipo de sociedade para o museu da história, como um longo parêntesis finalmente encerrado. A economia capitalista passava a ser simplesmente "a economia", a única possível, assim como a democracia liberal, a única democracia possível.

Porém a Pax Americana não trouxe o fim dos conflitos bélicos, mas sua multiplicação, ao mesmo tempo em que o reino do mercado não trouxe de volta o crescimento econômico, mas a recessão prolongada. Como resultado dessas contratendências, surgiram governos antineoliberais, como na América Latina, assim como forças que se coordenam pela construção de um mundo multipolar, como aquelas congregadas nos Brics.

Aquele episódio que parecia ser mais um exercício da superioridade militar dos EUA e dos seus aliados no bloco imperialista ocidental – como havia ocorrido no Afeganistão, no Iraque, na Líbia -, o da destruição do governo da Síria, como passo prévio para o bombardeio do Irã, acabou promovendo uma grande reviravolta que, somada a outros fenômenos, aponta para o surgimento desse mundo multipolar.

Os EUA não conseguiram criar as condições do bombardeio do Irã,  ao contrario, nem dentro do país, nem com seus aliados, ao contrario,para surpresa de analistas, houve ate uma certa aproximação entre Teerã e Washington. . A Rússia que se aproveitou disso,pois foi ela quem propôs um processo de negociação entre os EUA e o Irã, que teve sucesso, desarticulando os planos bélicos de Israel, apoiado pela Arábia Saudita e realizando o primeiro processo de resolução pacífica de um conflito importante no mundo, em muito tempo.

Esse sucesso foi o preâmbulo que permitiria uma resolução da também aparentemente interminável guerra na Síria. A Arábia Saudita incentivou o apoio ao chamado Estado Islâmico, hohe em fase terminal, que tornou-se a força fundamentalista e terroristas que que ameaçou os  governos no Oriente Médio,  e  em todo o mundo nos últimos 4 anos,   com suas ações terroristas. Como um dos seus efeitos, a guerra na Síria polarizou-se entre o EI e o governo sírio, tirando do cenário supostas forças de oposição moderada, usadas como pretexto para os EUA apoiar as tentativas de derrubada do governo sírio. O acordo entre a Rússia, a Turquia e o Irã, chancelado pelo Conselho de Segurança, apoiado na derrota do EI, pela intervenção decisiva das tropas russas, promoveu um novo grande acordo, desta vez sem os EUA.

A esse novo horizonte se soma à aliança em torno dos Brics, tendo a Rússia e a China como protagonistas essenciais, como forças que promovem o fortalecimento de modelos de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, como contrapartida do esgotamento do neoliberalismo e a prolongada recessão em que desembocou esse modelo.

Tem ainda o  Brexit e a vitória de Donald Trump que apontam cada vez mais para a recuo do processo de globalização, com políticas protecionistas e enfraquecimento dos processos de livre comércio se impondo nas duas potências, que desde há mais de um século comandam, aliadas, o bloco imperialista no mundo.

A combinação desses fatores, com a retirada da Grã Bretanha da União Europeia, assim  como as ações - algumas desastrosas - do  governo de Trump, farão  com que aquilo que  já se vinha desenhando com o esgotamento do modelo neoliberal, a incapacidade dos EUA de concluir as guerras no Afeganistão e no Iraque e sua impotência diante da extensão dos conflitos bélicos para toda a região, bem como o fortalecimento da capacidade da Rússia como ator político e militar global, contribuirá para criação  de  um novo cenário mundial, onde atores como China e Rússia deverão ser os protagonistas. 

Um mundo que tem que ser, para a América Latina, um espaço de novas oportunidades, para fugir definitivamente de ditadores déspotas e uma extrema-esquerda que afundou países como:equador, Venezuela e Bolívia, além da hegemonia norte-americana, buscando aprofundar alianças que promovam a solução pacífica dos conflitos mundiais e apoiem políticas de desenvolvimento econômico com distribuição de renda. O Brasil, a Argentina, o México e todos os países do continente devem orientar suas políticas externas na perspectiva desse novo horizonte mundial.

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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Platão.

PLATÃO EXPLICA O BRASIL.


Por Alacir Arruda

O Brasil passa por um momento único em sua historia, os últimos dois  presidentes, e o atual,  acusados de desvios de dinheiro publico, grande parte dos parlamentares envolvidos em corrupção, uma economia estagnada que produziu 14 milhões de desempregados, pergunta que não quer calar: " e o povo, onde está"? Está por aí, alienado por novelas e futebol, vivendo no mundo  sensível, como dizia Platão, e abandonando o mundo das ideias.

Usando platão como referência, esse filósofo grego, acreditava que o mundo que conhecemos não é o verdadeiro. Para ele, a realidade não estava no que podemos ver, tocar, ouvir, perceber. A verdade, para Platão, é o que não se modifica nunca, o que é permanente, eterno. Mas como encontrar essa verdade?

Na filosofia de Platão existem dois mundos: o primeiro é aquele que podemos perceber ao nosso redor, com os cinco sentidos. O outro é o mundo das ideias, onde tudo é perfeito e imutável. Não podemos tocá-lo, ele não é concreto. Só o pensamento pode nos levar até lá. Para entender melhor isso, a gente precisa lembrar uma história que Platão criou: o Mito da Caverna.

Nossa vida, para Platão, é como a dos prisioneiros do mito, acorrentados no fundo da caverna. Vemos as coisas que conhecemos como se fossem reais, mas não passam de sombras, ilusão. A verdade está fora da caverna, no mundo das ideias, na luz. Ou seja: é preciso desconfiar do que nossos olhos e ouvidos dizem. Devemos nos guiar pelo pensamento e pela razão. Foi em torno dessa ideia que nasceu a Filosofia, no fim do século V antes de Cristo.

O filósofo grego foi ainda mais longe: Platão afirmava que o corpo era um túmulo que aprisiona a alma. Um obstáculo ao pensamento. Platão acredita que para atingir a verdade e o bem, você deve se libertar da sedução dos sentidos. São os apelos do corpo, que nos levam a paixões descontroladas e nos afastam da verdade. Platão dizia que ele deve ser sempre submetido às avaliações do pensamento.

Mas qual a relação entre o mundo dos sentidos e o das ideias? Tudo o que a gente vê e percebe ao redor são cópias malfeitas das ideias, que são perfeitas e eternas. É como se a natureza e as pessoas fossem uma cópia de modelos que só existem no mundo das ideias. O que Platão quer com isso é distinguir o verdadeiro do falso, o semelhante do diferente, a essência da aparência.

Você sabia que Platão também desconfiava da arte? O motivo: ela seduz nossos sentidos e nos desvia da busca pela verdade. O artista se inspira em coisas que existem no mundo, ou seja: em cópias, por exemplo, como em uma mulher.

Uma mulher é a cópia de um modelo perfeito de outra que só existe no mundo das ideias. A arte, portanto, seria cópia da cópia - duplamente enganadora.

As ilusões da arte atrapalham, a filosofia, não! Só ela é capaz de conduzir o homem ao bem e a verdade!

O que a herança platônica nos deixou foi uma forma de avaliar o mundo que opõe o bem e o mal a partir de modelos fixos, de ideias. Vivemos guiados por ideais - o ideal de corpo, de filho, de marido - mas será que é possível atingi-los? Será que viver nas sombras é pior do que viver na luz, como Platão imaginou? Será que a cópia é pior do que o original? Existe mesmo um original?

Nesse mundo de mudanças, o que existe são diferenças. E em nossas diferenças, somos todos originais. O Brasil precisa acordar para isso.


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