segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

balanço de 2013

BALANÇO DE 2013: UM ANO QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA

Por Alacir Arruda

Para o pacifista indiano Mahatma Ghandi: “não importa o que você faça durante a sua existência, você não será reconhecido por isso, mas é importante fazê-lo”. Permito-me discordar, em partes, dessa afirmação  quando se trata de uma avaliação fria sobre o ano de 2013,  ano em que  algumas ações políticas individuais ficarão sim para a posteridade. Senão vejamos: em 2013 foram quebrados alguns paradigmas que já eram considerados verdadeiros Dogmas pela sociedade,  como por exemplo:  “brasileiros são acomodados não protestam,  os Estados Unidos jamais terão sua hegemonia colocada em risco, a Europa é um Eldorado inquebrável, Irã jamais assinará qualquer tratado com a ONU, jamais teremos 2 Papas e o PT não tem um Projeto de Poder de 30 anos.
Bom, sinto informar, que as informações acima precisam ser revistas, pois aconteceu exatamente o contrario. 2013 foi um ano para ser eternizado não somente na memória do povo, mas, sobretudo, pelos governos. As transformações econômicas políticas e sociais presenciados nesses 12 meses,  se comparam apenas,  em termos de importância, ao ano de  1968, que ficou conhecido como a “curva do mundo”.  
Os Estados Unidos precisaram rever sua política de segurança, quando  a NSA (Agencia de Segurança daquele país)  foi acusada de espionagem ao  “grampear” lideres dos principais países do mundo, dentre eles o Brasil, fato que levou a ONU a estabelecer uma serie de orientações quanto ao direito a privacidade dos indivíduos. No plano econômico, os Estados Unidos  começaram  a recuperar da crise de 2008,  mas desentendimentos entre Democratas e Republicanos no Congresso quase leva o país ao caos, quando não conseguiram votar o orçamento,  além de assistirem mais um show de crescimento da economia chinesa, muitos americanos já   consideram a China o  grande concorrente deles, deixando Rússia e União Européia de lado.
Na Europa, a crise financeira  ampliou seu raio chegando a Itália além de piorar situação dos espanhóis e portugueses, sendo que só na Espanha mais de 48% dos jovens recém formados estão desempregado e a Grécia chegou ao caos.  Alemanha, França e Inglaterra ainda conseguem manter índices mínimos de crescimento econômicos que os alivia do titulo de países em recessão. O leste europeu, por sua vez, vem demonstrando uma capacidade interessante de recuperação, o grande exemplo disso é a Polônia que hoje é o pais que mais cresce, em termos percentuais, da Europa além,  é lógico, de Rússia e Republica Theca. Enfim, a máxima segundo a qual,  o Velho Continente ( Europa) esta blindado caiu por terra. Mas a maior  noticia vinda da Europa em 2013, sem duvida nenhuma, foi  a  renúncia do Papa Bento XVI no início do ano. Por essa nem o Ateu mais engajado  esperava. Avaliando essa renúncia friamente, chegamos, talvez, ao “X”  da questão; a Igreja católica há muito tempo vem perdendo não apenas fieis, mas,  sobretudo, os valores que a mantiveram firme como uma instituição respeitada por quase 2000 anos. Denúncias de desvios de dinheiro do Banco do Vaticano, omissão do Santo Padre em assuntos referentes a pedofilia, desgaste natural além da  falta de empatia do próprio Papa  foram os elementos que compuseram esse enredo que culminou no pedido de renúncia.  O Conclave (grupo de cardeais que escolhem o novo Papa) escolheu um Argentino, Jesuíta, com idéias reformistas e adepto da simplicidade para substituir o Cardeal Ratzinger. ´ É obvio que a Igreja,  ao escolher um papa de um continente subdesenvolvido e com ideais de simplicidade,  quis dar um recado ao mundo do tipo: “ Olha no estamos aqui, não precisam sair em debandada para outras denominações,  continuamos cristãos, defendendo os valores de amor ao próximo e humildade que é o maior legado de cristo”. Enfim, a Igreja Católica Apostólica Romana  precisa se reinventar, entender que,  assim como a vida é regida por uma dinâmica, as religiões enquanto organizações político-social, precisam  fazer parte desse dinamismo, sob o risco de desapareceram.


No próximo avalio o Brasil........

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013


As  Origens  da Maçonaria
Por Alacir Arruda
Existe uma curiosidade  muito  grande no que diz respeito a Maçonaria. Alguns alunos tem me solicitado constatemente que escrevesse algo sobre a Irmandade mais respeitada do mundo. Em 2006 tive a honra de realizar uma palestra na Grande Loja de Barra Mansa-RJ onde na oportunidade discorri em 2 horas mais de 12000 anos de história. Aqueles que ignoram qual o verdadeiro papel da maçonaria  a consideram uma religião, outros uma seita alguns desinformados chegam a ligar essa Irmandade milenar a cultos satânicos entre outras comparações sem qualquer nexo. O primeiro ponto a ser esclarecido é que a Maçonaria é uma Irmandade, um grupo de pessoas que  se reunem  com objetivos comuns e possuem uma serie de  rituais que são milenares.

 Segundo Charles Bernardin, maçom e historiador francês, em sua obra”Notas Para  Servir a História da Maçonaria em Nanc”(l9O9), há 39 origens possíveis para a Ordem  Maçônica, dentre as quais pode-se destacar: Os obreiros construtores do período Gótico, os construtores das pirâmides do antigo Egito, os antigos Celtas nas llhas Britânicas, os Romanos, os Templários, os antigos cristãos, os Jesuítas, os Judeus e os construtores de Highlands (Escócia).

De posse dos ensinamentos básicos da Ordem maçônica, muitas destas origens caem por (erra, principalmente as de cunho exclusivamente religioso, como a dos Jesuítas, Góticos e Judeus. Há 3 teses mais ventiladas sobre a origem da nobre ordem: Sua fundação pela antiga Roma, sua aparição durante obras egípcias e mesopotâmicas, e a construção do templo de Salomão.

As duas primeiras teses carecem dc embasamento histórico para serem comprovadas. Na primeira, a tradição cita que a Ordem Maçônica teria sido fundada por Numa Ponpílio, Rei de Roma, em 715 A.C. Numa Ponpílio teria sido o 2° Rei de Roma, tendo sucedido o lendário Rômulo. Não há nenhum fato histórico que comprove a existência deste monarca, somente as lendas da velha Roma. Isto faz com que seja uma tese muito frágil para que a origem da maçonaria seja aceita como tal.

A segunda tese, de que a maçonaria teria sido criada em antigas construções no Egito, ou Mesopotâmia vai de encontro com os princípios básicos da Ordem. Nas construções executadas neste período, tinham-se como mão de obra trabalhadores escravos, prisioneiros de guerra e vítimas do trabalho forçado. Pedreiros não livres não poderiam conceber os pilares da Ordem Maçônica porque não os conheciam. Neste tipo de trabalho, não pode haver a liberdade, a igualdade, muito menos a fraternidade, por isto, da mesma forma, refuta-se esta origem.

É interessante neste momento, abrir—se um parênteses para indicar os principais acontecimentos do povo Judeu, o que será interessante para elucidar o caráter universal da Maçonaria: O povo Judeu é uma das 12 tribos de Abraão e habitava a passagem entre os continentes asiático, africano e europeu. Foram escravizados por volta do ano 1500 A.C. pelos egípcios, e libertados por Moisés em 1200 A.C. O Rei David, por volta do ano 1000 A.C. estabeleceu a nação judaica, derrotando seus principais inimigos. Seu sucessor, o Rei Salomão, expandiu e deu glória a nação judaica. Após sua morte, um grande período de invasões e escravidões perseguiu o povo Judeu - Sírios, babilônios, Macedônios, Gregos e romanos. No ano 70 D.C, retaliando urna revolta dos Judeus contra César, o General Tito Vespasiano destruiu Jerusalém e o templo de Salomão. Nesta época Ficou proibido que os Judeus habitassem a região, tendo estes se espalhado pela Europa e Cáucaso. Em 1948, a ONU cria o Estado de Israel, não obstante outros povos árabes que já habitavam a região.

Retornando às origens da maçonaria, analisar-se-á à construção do Templo de Salomão, por volta de 970 A.C. Este Rei não possuía mão de obra nem perícia técnica para construir o templo que o próprio Jeová (iavé) havia ordenado. A Bíblia cita que! ‘designou Salomão setenta mil homens para levarem as cargas, oitenta mil, para trabalharem nas montanhas e três mil e seiscentos para dirigirem a obra’.

O Dr Jayro Boy de Vasconcelos, em sua obra A Fantástica História da Maçonaria (1999) explica que” Salomão, para tanto , comunicou sua difícil missão ao Rei de Tiro, amigo e aliado, que lhe enviou Hirão Abiff—o mais famoso e hábil arquiteto do reino. Salomão concedeu todas as honras a 1-lirão, confiando-lhe a direção dos operários e o levantamento da planta do templo’.

Eram 153600 estrangeiros que foram recrutados para Israel. Para gerenciar de forma lógica esta grandiosa massa humana, é que foram criados os três primeiros graus maçônicos. Os 80000 aprendizes que retiravam a pedra bruta,os 70000 companheiros que a poliam, retiravam as arestas e a transportavam, e os 3600 mestres que a trabalhavam, davam forma, construíam e fiscalizavam o trabalho. Com esta divisão histórica, o Rei Salomão e sua equipe criaram os alicerces da Maçonaria.

Ensina o “Dr Boy de Vasconcelos” - Os 153600 pedreiros foram recrutados de forma voluntária, pois eram homens livres, dispostos a aprender um ofício ou já sendo os melhores mestres na arte da construção.” Para que haja uma relação salutar de trabalho entre empregado e empregador, há de se realizar o pagamento pelos serviços prestados. O mesmo autor continua dizendo “Assim, seu líder tinha a liberdade de concluir o quanto cada um deles deveria receber pelo trabalho’.

Foi criado um sistema de senhas para identificar quem realmente era um trabalhador e quanto deveria ser pago a cada um destes 153600 homens. A cada um dos grupos, foi ensinado um diferente tipo de toque, um sinal especíFico, uma palavra e uma forma de bater à porta do templo, uma vez que lá eram realizados os pagamentos. Frisou-se que estes toques, sinais, palavra e forma de bater à porta eram secretos, porque se alguma pessoa que não era trabalhadora os soubesse, poderia, indevidamente receber um salário que não fazia jus. A palavra era alterada sisternaticamente para que, se algum trabalhador fosse demitido, não teria acesso ao templo por não saber a nova palavra secreta. Desta forma surgiram os sinais de reconhecimento entre os Maçons. 

Após o término da construção do Templo de Salomão, os Maçons passaram a prestar trabalhos de ampliação e reparos, bem como a trabalhar em outros empreendimentos da arquitetura e engenharia civil.
Na síntese histórica do povo Judeu, é fácil constatar a enorme variedade de contato com povos diferentes que aquela região teve. Além de ser a passagem entre 3 continentes, aquelas terras foram invadidas várias vezes, o que fez com que os Maçons que habitavam. a região tomassem contato com várias nacionalidades, etnias e religiões, , espalhando-se pelo mundo, realizando seu ofício e guardando suas tradições.
No Brasil, a primeira loja fundada foi cm 1 797, com o título de Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros da Luz, no Arraial da Barra, cm Salvador. Posteriormente tem-se a fundação da Loja União no Rio dc Janeiro (1800), rebatizada de Loja Reunião  (1802).


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

TEORIA DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD: ID, EGO E SUPEREGO.
Por Alacir Arruda

É impossível dialogar com o mundo pós moderno sem o auxilio de Freud  e Nietzsche. Ambos são  de origem germânica, Freud austríaco e Nietzsche alemão, e viveram a transição do conturbado século XIX para o século XX. Freud quase nunca cita Nietzsche  em seus inscritos, mas é latente a influencia do filósofo em suas obras, sobretudo, na análise freudiana sobre a personalidade. Neste breve artigo citarei  a teoria psicodinâmica de FREUD por ser a mais conhecida e nas suas  entrelinhas desenhar uma idéia nittiana de entendimento da realidade a partir da negação.
Para Freud, O aparelho psíquico: Como a atividade motora está ligada à existência de um aparelho osteomuscular. Ele  concebeu também para a atividade psíquica uma estrutura a que chamou de aparelho psíquico. Este é composto de três partes: Id, ego e superego.
O id é a parte original desse aparelho a partir da qual, posteriormente desenvolvem-se as outras duas. Constitui a porção herdada e que está ligada a constituição. É a totalidade do aparelho psíquico do indivíduo ao nascer e está voltado para a satisfação das necessidades básicas da criança no começo de sua vida. A atividade do id consiste de impulsos que obedecem ao princípio do prazer, isto é, que buscam o prazer e evitam a dor, na medida em que estas sensações são definidas pela própria natureza do organismo. Neste sentido, a atividade humana, no início da existência, é basicamente animal. Nesta época, a criança ao buscar satisfazer seus impulsos básicos, naturalmente não procura avaliar sua racionalidade nem as fontes de satisfação disponíveis. Ela deseja gratificação imediata e não tolera a frustração. Entretanto à medida que cresce terá que adaptar-se às exigências e condições impostas pelo meio. Para esta adaptação, diferencia-se do Id uma nova parte do aparelho psíquico, o Ego, que terá como principal função agir como intermediário entre o id e o mundo externo.
O Ego ao defrontar-se com as demandas do meio a criança precisa gradualmente redirigir os impulsos do id, de modo que estes sejam satisfeitos dentro de outro princípio que não o do prazer: o princípio da realidade. Isso significa que o indivíduo deve suportar um sofrimento para depois alcançar o prazer e renunciar a um prazer que poderá fazê-lo sofrer mais tarde. No entanto, ambos os princípios visam o mesmo fim, alcançar a satisfação e evitar a dor. Portanto, pode-se considerar o princípio da realidade como o princípio do prazer modificado pelo desenvolvimento da razão. Assim, o ego tem uma função de autopreservação, pois se houvesse apenas a busca da gratificação imediata sem levar em conta as conseqüências da total evitação do sofrimento, o indivíduo sucumbiria.Como intermediário entre o mundo interno (id) e o mundo externo, o ego exerce uma série de funções. Em relação ao primeiro, aprende a controlar as demandas dos impulsos, decidindo se estes devem ser satisfeitos imediatamente, mais tarde ou nunca. Em relação ao segundo, percebe os estímulos, avaliando sua qualidade e intensidade a partir de lembranças de experiências passadas, protege-se dos estímulos percebidos como perigosos, aproveita os estímulos favoráveis e realiza modificações no meio, que possam resultar em benefício da própria pessoa. Em outras palavras, são funções do ego: perceber, lembrar, planejar e decidir.
O Superego - À proporção que se desenvolve, a criança descobre que certas demandas do meio persistem sob a forma de normas e regras estabelecidas. Desta forma o ego tem que lidar repetidamente com os mesmos tipos de problemas e aprender a encontrar para estes soluções socialmente aceitáveis. O indivíduo, entretanto, não precisará indefinidamente, parar para pensar cada vez que isso ocorrer. A decisão far-se-á automaticamente, pois as regras e normas impostas pelo mundo externo vão se incorporar na estrutura psíquica, constituindo o superego. Este que popularmente é chamado de “consciência” representa a resposta automática, “certo” ou “errado”, que surge na pessoa diante das várias situações que exigem uma tomada de posição. Assim o superego representa a herança sócio-cultural do indivíduo, enquanto o id representa a herança biológica.
As três partes da estrutura não podem ser consideradas isoladamente no seu desenvolvimento e funcionamento. Elas são interdependentes. O ego desempenha papel de integrador lidando simultaneamente com as demandas do id, do superego e do mundo externo.
Nem o id,nem o superego são realistas, pois agem imediata e irrefletidamente, o primeiro buscando de forma indiscriminada o prazer e o segundo censurando automaticamente. O ego é a parte racional que realiza uma transação realista considerando os aspectos próprios da natureza do indivíduo e o tipo de meio onde vive. Decide o que fazer, quando e de que forma, visando sempre o bem estar do organismo integral. O desenvolvimento do homem como ser social, baseia-se no equilíbrio entre as forças dos impulsos primitivos irracionais do id e as forças das exigências do superego e do meio a partir do qual este se formou. O bom resultado deste equilíbrio dependerá da existência de um ego fortalecido, de um superego moderado e do conhecimento da natureza dos impulsos do id. Caso contrário, o equilíbrio da personalidade obedecerá padrões desviados da normalidade, entendendo-se aqui, por normalidade a tendência um completo bem-estar biopsico-social.

Consciente, pré-consciente e inconsciente
Topograficamente, o aparelho psíquico está dividido em três planos ou sistemas: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente.
O consciente é uma parte relativamente pequena e inconstante da vida mental de uma pessoa. Corresponde a tudo aquilo que um indivíduo está ciente em determinado instante e cujo conteúdo provém de duas fontes principais: o conjunto dos estímulos atuais, percebidos pelo aparelho sensorial e as lembranças de experiências passadas, evocadas naquele instante. Quanto mais a atenção do indivíduo estiver voltada para os fatos da realidade presente, menos haverá lugar para lembranças do passado. Em contraposição, quanto mais a consciência estiver ocupada pelas recordações, menos atento estará o indivíduo para as ocorrências atuais. Se o consciente corresponde a tudo o que ocupa a atenção de um indivíduo em determinado instante, o reservatório de tudo o que possa ser lembrado no instante seguinte corresponde ao pré-consciente. Resta uma área da vida psíquica, onde se encontram os impulsos primitivos que influenciam o comportamento e dos quais não se tem consciência e um grupo de idéias, carregadas emocionalmente, que uma vez foram conscientes, mas em vistas de seus aspectos intoleráveis foram expulsas da consciência para um plano mais profundo, de onde não poderão vir à tona voluntariamente. Esta área corresponde ao inconsciente. No que diz respeito às partes da estrutura psíquica, o id é inteiramente inconsciente. O ego, sendo a porção que se diferenciou do id para contatuar com o mundo externo e ao mesmo tempo receber informações do mundo interno, é parte consciente ( e pré-consciente) e parte inconsciente. O superego sendo a incorporação no psíquico, dos padrões autoritários e idéias da sociedade é inconsciente na medida que funciona automaticamente, mas passível de compreensão consciente, uma vez que originou do ego seu contato com o mundo externo.
Uma analogia é comumente empregada para ilustração da hipótese topográfica do funcionamento mental. Toma - se como exemplo o iceberg, em que a porção acima da superfície corresponde ao consciente, a porção que se torna visível, conforme o movimento das águas, corresponde ao pré-consciente e a parte sempre submersa, proporcionalmente muito maior, corresponde ao inconsciente.




segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AGRADECIMENTO

GOSTARIA DE AGRADECER A TODOS QUE  COMPARECERAM NO CAFÉ FILOSÓFICO DO ULTIMO SÁBADO.  FOI UM MOMENTO ÚNICO ONDE MAIS DE  60 PESSOAS SE REUNIRAM PARA QUE CONHECIMENTO FOSSE DIFUNDIDO DE FORMA  OBJETIVA E ORDEIRA. DURANTE 2 HORAS DISCUTIMOS E AMPLIAMOS NOSSOS HORIZONTES COM RELAÇÃO A OBRA DO PSICANALISTA AUSTRÍACO “SIGMUND FREUD”.  AGRADEÇO, EM ESPECIAL, AO SENHOR HELEODORO POR CEDER O ESPAÇO,  A ACADÊMICA DE PSICOLOGIA PRISCILA POR TRATAR DE TODA A LOGÍSTICA DO EVENTO, AINDA AOS ACADÊMICOS DO 1 PERÍODO DE PSICOLOGIA DA FAUC QUE  NÃO MEDIRAM ESFORÇOS PARA QUE ACONTECESSE O CAFÉ.



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

CAFE

Vamos Fechar o ano com Chave de Ouro.
vem ai o:

   "V CAFÉ FILOSÓFICO      DIÁLOGOS DO SER"    

TEMA: “SIGMUND FREUD: A HISTERIA A SEXUALIDADE E O EGOÍSMO”
MEDIADOR
PROF. DR. ALACIR ARRUDA



Data: 14 de Dezembro de 2013

Local: Av. 8 de Abril 2616 – Goiabeiras
 (Mapa Abaixo)

Horário: 19h00

Entrada Franca

“Ao término faremos a nossa festa de despedida seguida de um delicioso Coffee Brake..”

Informações:  Priscila:  9236-6155 

PARTICIPEM......


sábado, 7 de dezembro de 2013

CAFÉ FILOSÓFICO

É com grande satisfação que confirmo o nosso ultimo Café Filosófico para o próximo sábado 14/12  às 19:00,  o local será a casa do meu aluno de psicologia Heleodoro que possui uma salão onde cabe umas 60 pessoas. Como disse em posts anteriores, eu havia cancelado o Café Filosófico de dezembro por falta de  espaço, porém, de forma amiga e desinteressada o Heleodoro nos ofereceu  seu salão..o endereço disponibilizarei  posteriormente, porém qualquer informação ligar  para a aluna Priscila 9236-6155...Como só temos espaço para no máximo 60 pessoas, e temos recebido uma media de 80 a 100 pessoas em cafés anteriores, favor ligar para a Priscila confirmando a presença

TEMA DO CAFÉ

“SIGMUND FREUD: A HISTERIA, A SEXUALIDADE E O EGOÍSMO”


CONTO COM A PRESENÇA DE TODOS...



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

AVANÇO DO BRASIL NA EDUCAÇÃO PERDE FÔLEGO, REVELA O PISA

Especialistas divergem sobre razões da  mediocridade que assola nossa educaçao, mas concordam sobre o futuro: para acelerar, é preciso promover mudanças profundas
Fonte: Veja.com

Saiu hoje o resultado do PISA, a maior avaliação realizada  no planeta sobre desempenho de alunos que é  coordenado pela OCDE. Vejam a vergonha que é o nosso país, em especial o nosso estado Mato  Grosso. Esse artigo eu mando especialmente aos “gênios” que comandam a educação nas escolas de nosso estado e aos críticos  plantão”    (Alacir Arruda)


O ensino nas escolas públicas brasileiras é, em geral, muito ruim. Ponto. Resta saber se ele está melhorando. O relatório do Pisa, mais importante avaliação da educação internacionalhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, publicado nesta terça-feira mostra que a formação oferecida nas escolas (públicas e privadas) do país vem avançando desde 2000, quando a primeira edição do levantamento foi lançada. Contudo, o movimento ascendente vem perdendo força muito antes de colocar o Brasil ao lado dos melhores ou até mesmo dos medianos. Isso faz com que especialistas sentenciem: para avançar mais, o país terá que promover reformas profundas. "Não cresceremos mais sem isso", diz Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação, ONG que atua ao mesmo tempo vigiando e propondo políticas públicas.
Comparadas as notas das avaliações de 2009 e 2012, o Brasil — 58º do novo ranking — caiu em leitura (412 pontos para 410), marcou passohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png em ciências (405) e registrou melhora em matemática (386 para 391). Praticamente estagnado na faixa dos 400 pontos, o país permanece distante dos líderes do levantamento — a província chinesa de Xangai, por exemplo, com média geral de 588 pontos — e se mantém na vizinhança de nações como Albânia, Tunísia. A pontuação não é decorativa.
Estar na faixa dos 400 pontoshttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png significa possuir jovens que, em média, possuem baixíssimo nível de proficiência. Notas em torno dos 600 são sinal de que os estudantes dominam habilidades refinadas fundamentais para lidar com tarefas do dia a dia, incluindo o trabalho. Isso porque o objetivo do Pisa não é descobrir se os alunos memorizaram conteúdos vistos em aula, mas, sim, se conseguem usar conhecimentos aprendidos para solucionar questões semelhantes às vividas fora da escola.
O Brasil só se destaca no Pisa quando se olha para a ascensão medida na prova de matemática. Entre 2000 e 2013, o país registrou a segunda maior evolução em número de pontos entre todas as nações participantes da avaliação; entre 2003 e 2013, foi o primeiro: alta de 35 pontos. Vale ressalvar, contudo, que o ponto de partida nacional era bastante baixo: 334 pontos. De 2009 para 2012, o avanço foi de cinco pontos. No mesmo período, Xangai afrontou a tese que é impossível continuarhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png subindo quando já se está no topo e avançou 13, batendo nos 613 pontos. São 222 pontos a mais do que o Brasil.
A favorhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png do Brasil, o relatório do Pisa e Priscila, do Todos pela Educação, ponderam que a qualidade do ensino avançou, ainda que não na velocidade desejada, ao mesmo tempo em que o sistema de ensino nacional incorporava estudantes e reduzia o atraso deles nos ciclos escolares. Em 2003, a parcela de alunos com 15 anos que não haviam chegado sequer ao sétimo ano era de 35%, taxa que caiu para 22% no ano passado. No mesmo período, a percentagem de jovens daquela idade matriculados passou de 65% para 78%. "Essa população é aquela com nível socioeconômico mais baixo, com pior desempenho escolar. Isso puxa para baixo a média do país nos indicadores", diz Priscila.
A consultora em educação Ilona Becskeházy reconhece o desafio do sistema de ensino brasileiro de incluir jovens e melhorar ao mesmo tempo. Ainda assim, avalia que o avanço tem sido modesto. "É um aumento vegetativo. O acessohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png à escola foi ampliado, mas a qualidade evoluiu muito pouco", diz. As duas especialistas concordam que o sistema só terá fôlego para crescer mais e mais rápido se promover mudanças profundas.
Para isso, seria preciso, por exemplo, estabelecer um currículo para o ensino básico a ser seguido por todas as escolas, determinando aonde o sistema de ensino pretende chegar, além de preparar professores para abordar aquele currículo. Mais: dedicar atenção especial aos alunos com pior desempenhohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png e ampliar o número de crianças que frequentam a pré-escola. "O desafio é melhorar melhorando os piores. Até agora, colocamos na escola parcelas da população que estavam de fora dela, mas ainda não sabemos como ensinar a elas o que é necessário", diz Priscila. Ilona completa: "Os países que têm feito grandes reformas, como o Chile, elevam o desempenho dos mais fracos e fazem com que as condições socieconômicas não sejam tão determinantes no resultado dos alunos."

Avaliar para mudar
O Pisa (Programme for International Student Assessment) é uma avaliação realizada a cada três anos pela OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Participam estudantes com 15 anos de idade. A avaliação pretende aferir o quanto os alunos aprenderam em sala de aula, mas também se conseguem aplicarhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.pngconhecimentos na solução de problemas reais. Outro objetivo da avaliação é fornecer subsídio para políticas de educação. Em 2012, 501.000 jovens de 65 países ou regiões econômicas delimitadas (caso de Xangai) aplicaram a prova. No Brasil, foram 19.877 estudantes, divididos em 837 escolas.



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A BUSCA PELO SAGRADO: A RELIGIÃO COMO RESPOSTA À EXISTENCIA
   
Alacir Arruda,  Mestre em Sociologia Aplicada e Dr. Em Sociologia Política professor do    FEF-FATEA-SP.
Alacirarruda@yahoo.com.br
Área Temática: Núcleo de Estudos do Homem  e Pesquisas Sociais
  Pós Graduação-FATEA
Resumo
Meus alunos sabem o que penso e como me relaciono do ponto de vista objetivo com as religiões, por vezes sou ate incompreendido por alguns. Todavia, resolvi falar da religião sob a ótica da Antropologia Filosófica (campo de estudos que busca entender os fenômenos religiosos a partir de sua essência primaria), tentando explicar a imanência e o sentido que a mesma oferece a existência humana. Toda religião surge a partir de uma experiência fundante. O que desejo agora é destacar as experiências fundantes de algumas religiões e mostrar o quanto a sua institucionalização aos poucos a distanciaram de seu fundamento primário.
A religião aqui será entendida não tanto em seu aspecto objetivo mas subjetivo.  Em seu aspecto objetivo a religião pode ser definida por seus ritos, doutrinas, livros sagrados,  sua estrutura organizacional, etc. Meu interesse, é pensar a religião enquanto resposta de sentido, ou seja, enquanto oferece um fundamento último sob o qual se organiza e orienta uma determinada cultura ou civilização. Por exemplo, sabemos que o Ocidente foi plasmado moralmente  sob a ègide do cristianismo e que mesmo no mundo secularizado da modernidade sua presença pode ser ainda constatada através de alguns ritos e símbolos a exemplo do crucifixo nas repartições públicas, das  cerimônias  de bênção de estabelecimentos comerciais e celebrações religiosas típicas dessa religião nas cerimônias de formaturas das Universidades. Interessa aqui entender religião nesse aspecto e não no aspecto de quando ela se apresenta na forma de sua Institucionalização, no caso do cristianismo, na sua institucionalização católica ou protestante.
1.      A Religião como Experiência
A religião enquanto experiência subjetiva de sentido de uma determinada cultura ou comunidade está diretamente vinculada a uma experiência fundante, àquela experiência primeira, razão  e fundamento de seu existir. " As religiões são sistemas de símbolos, dependentes de um fundador que teve uma experiência religiosa original"(Rampazzo, 1996:68) Para o cristianismo, essa experiência fundante foi a experiência dos Apóstolos, do Cristo Ressuscitado, transmitida a nós. Para os Mulçumanos, foi a experiência de seu Profeta Mohamed transmitida a sua posteridade. Para os Judeus, foi a experiência dos Patriarcas e Profetas para com Javé. Esses três exemplos, assinalam a experiência fundante como Revelação, ou seja, é o Próprio Deus que se manifesta aos homens. Todavia, a maior parte das religiões não se efetivou dessa forma. A maioria das religiões, classificadas como religiões naturais, encontram sua experiência fundante no encontro com o Sagrado enquanto este se apresenta como uma "explicação de sentido”, isto é, enquanto consegue configurar um horizonte de referência que possibilite ao homem  agir segundo esse horizonte, portanto, num universo que lhe faça sentido. Desse modo, a cultura humana é marcada desde o início pelo senso do religioso e difícil é delimitar a sua gênese da gênese religiosa. O que se deseja afirmar aqui, é que a cosmovisão, a maneira como uma determinada cultura compreende o mundo e orienta o agir humano nesse mundo compreendido, implica diretamente a experiência fundante, ou experiência primordial de Sagrado dessa cultura. Desse modo, podemos compreender, por um lado, as culturas antigas como profundamente “religiosas”, com suas cosmovisões bem definidas, ou seja, plenas de sentido; por outro lado, a crise de sentido no Ocidente,  quando, na modernidade o Sagrado é banido do horizonte de referência cultural, substituído pelo campo de referência técnico-científico inaugurado com o advento das ciências modernas.
Enquanto nas religiões reveladas, a experiência fundante é transposta  para a linguagem escrita, originando os Livros  Sagrados ou Proféticos dessas religiões, as religiões naturais perpetuam sua experiência na linguagem oral sob a forma da narração mítica. No primeiro caso, o Livro Sagrado, lido e interpretado ritualmente, fundamenta e organiza a religião  no seu aspecto objetivo e torna-se problemático, no caso do cristianismo, quando perde o monopólio de legitimidade de sua interpretação heurística e passa a ser legitimamente interpretado por quantos  se lhe aproximem de seu conteúdo sem nenhum outro rigor a não ser sua devoção pessoal. Ao instaurar-se no campo de uma “hermenêutica privada”, o Livro Sagrado perde sua força de coalizão de sentido cultural e torna-se objeto de manipulação partidária ou sectária e o cristianismo entra em  crise ou, ao menos, parte de sua crise pode ser assim explicada. No segundo caso, o mito permanece como o fundamento último  de sentido que justifica aos adeptos da religião sua conduta no horizonte por ele plasmado, todavia, na modernidade, esse tipo de conhecimento ou adesão passa a ser configurado como um jeito "ultrapassado" e "primitivo", próprio mesmo dos "ignorantes".  Por este motivo constata Antoniazzi, com certa perplexidade, o reaparecimento do sagrado na modernidade em formas "primitivas" e selvagens (Antoniazzi, 1998:12). Essas religiões, desse modo, passam a ser vislumbradas, na perspectiva desse “olhar moderno” com uma exigência inerente de aperfeiçoamento o que vem a significar na prática a sua eliminação. Em outras palavras, tomar o mito como referência ou fundamento, é no mínimo uma irrazoabilidade inadimissível para os tempos modernos. Desse modo, podemos compreender a afirmação de Cleto Caliman quando ele afirma que  “(...) pode-se dizer que a nova busca religiosa se delimita não mais pelo sagrado, pelo divino ou pelo mistério 'objetivamente captado' como norma para o existir histórico das pessoas e da sociedade, mas pelo 'humano' ” (Caliman, 1998:8).
Na verdade, o modo como se busca a religião atualmente está intimamente relacionado ao modo como o homem moderno compreende a si mesmo. O homem moderno compreende a si e ao mundo a partir de sua subjetividade. Desse modo, a legitimidade de sua profissão de fé não se vincula mais a Tradição e sim à experiência de sua vivência religiosa individual. Ora, a Tradição é o modo historicamente consolidado de transmissão da experiência fundante de uma determinada crença religiosa e está diretamente relacionada à comunidade religiosa, a comunidade dos adeptos dessa religião. A religião "traduz uma realidade objetiva, uma tradição acumulada e vivida por uma comunidade" (Libânio, 2002:90). Foi no caminho vivencial-espiritual dessa comunidade que foram plasmados os ritos, a doutrina, ou seja, a instância legitimadora de interpretação do Sagrado e da experiência fundante. Quando essa legitimação é transposta para o plano individual, a Tradição e, por conseguinte, a  comunidade objetivamente instituída na  forma da religião, entra em crise. Desse modo, podemos  explicar e entender, tanto o aparecimento de novas expressões religiosas, sincretizando símbolos religiosos e elementos culturais os mais diversos; quanto o esfacelamento da Tradição cristã em inúmeras igrejas, cada uma reivindicando para si a guarda legítima da interpretação e vivência da experiência fundante, dessa Tradição. Nesse contexto, o fundamentalismo apresenta-se como conseqüência quase natural, no momento em que cada expressão religiosa se enclaustra em seu universo subjetivo. Todavia, um outro processo urge e precisa ser gestado, como condição indispensável para a construção da paz mundial (Küng, 1988), vem a ser, o processo de reconhecimento mútuo dessas "legitimidades" religiosas, através da tolerância e do respeito.

Fontes de consulta
AGOSTINHO, Santo. (1990). A cidade de Deus (contra os pagãos) - parte II. Petrópolis: Vozes. 
ANTONIAZZI, Alberto. (1998). O sagrado e as religiões no limiar do terceiro milênio in CALIMAN, Cleto. "A sedução do sagrado - o fenômeno religioso na virada do milênio". Petrópolis: Vozes.
ARDUINI, Juvenal (2002). Antropologia - ousar para reinventar a humanidade. São Paulo: Paulus.
ARMSTRONG, Karen (1994). Uma história de Deus - quatro milênios de busca do judaísmo, cristianismo e islamismo. São Paulo: Cia. Das Letras.
BERGER, Peter L. (1986). Perspectivas sociológicas - uma visão humanística. Petrópolis: Vozes.
CALIMAN, Cleto. (1998). Apresentação in  CALIMAN, Cleto "A sedução do sagrado - o fenômeno religioso na virada do milênio". Petrópolis: Vozes.
MEKSENAS, Paulo. (1988). Sociologia da educação: introdução ao estudo da escola no processo de transformação social. São Paulo: Loyola.
LIBÂNIO, J. Batista (2002). A religião no início do milênio. São Paulo: Loyola.
MIRANDA, M. de França (1998). Salvação em horizonte inter-religioso. in  CALIMAN, Cleto "A sedução do sagrado - o fenômeno religioso na virada do milênio". Petrópolis: Vozes.
RAMPAZZO, Lino (1996). Antropologia, religiões e valores cristãos. São Paulo: Loyola.
VAZ, Henrique C. L. (1991). Antropologia filosófica I e II. São Paulo: Loyola.
WILGES, Irineu (1994). Cultura religiosa - as religiões no mundo. Petrópolis: Vozes.





quarta-feira, 27 de novembro de 2013

CLASSIFICAÇÃO DAS  MELHORES ESCOLAS DO PAÍS: DADOS DO INEP...

Por Alacir Arruda

O Ministério da Educação (MEC), através do INEP divulgou, na manhã desta terça-feira (26/11), as notas médias das escolas de todo o país no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012. Essas notas devem ajudar as escolas a elaborar estratégias para melhorar a qualidade do ensino.  O MEC torna público apenas os resultados de instituições de ensino em que pelo menos metade dos estudantes tenha feito o teste do Enem no ano passado. Para entender melhor  esse  ranking, o Colégio Maxi de  Cuiabá, que  foi o primeiro colocado do Estado de Mato Grosso, com uma  media de 616 pontos  (menos a redaçao), não figura nem entre as 350  do país.   Para se ter uma  idéia do nível educacional do nosso Estado, com essa nota, 616 pontos,  um aluno não entra nem em Pedagogia na UFRJ ou UFPB  isso demonstra que é necessário rever algumas metodologias  que hoje são aplicadas .
Quem me  conhece sabe que defendo há muito tempo uma reformulação nessa   estrutura. Acredito que enquanto as escolas matogrossenses  não adotarem  a  metodologia ENEM continuarão com essas notas “medíocres”.
Desde 2009 eu tenho a oportunidade de elaborar ITENS para o ENEM na área das humanidades. Participei da primeira capacitação de Elaboradores de Itens  em 2008 em Brasília realizado pelo INEP  e tive a oportunidade de voltar outras duas vezes. Em Brasília uma  discussão constate entre os Elaboradores era  essa dicotomia entre aquilo que o ENEM cobra e aquilo que é ensinado hoje pelas escolas a partir de seus sistemas de ensino. Uma coisa era unânime entre nós, são duas coisas distintas.  Um aluno preparado para o ENEM tem a possibilidade de entender o exame e a partir de sua metodologia e isso torna a prova muito mais tranquila. Essa metodologia consiste em: Ensinar ao aluno as matrizes das disciplinas de acordo com a matriz ENEM, deixá-lo ciente de que o ENEM não cobra conteúdo, mas Competências e Habilidades mínimas e que as disciplinas precisam  interagir entre si.  
Quando coordenei uma grande escola particular de SP em 2010, comecei um processo de reformulação dos conteúdos do Ensino Médio a partir da Primeira Serie. Capacitei todos os professores de acordo com a Matriz ENEM e comecei algo inédito ate então, colocar dois a três professores em sala de aula ao mesmo tempo  com o objetivo de  inserir no aluno a idéia de interdisciplinaridade, por ultimo,  a cada 15 dias eles realizavam um simulado nos moldes e sistema do ENEM, inclusive com o mesmo tempo. Evidente que no Enem daquele ano a Escola melhorou sua classificação  no Ranking, saindo da desconfortável posição de numero 273 indo para a  38. Em  apenas um ano ela se transformou na trigésima oitava   melhor escola do Brasil.  Esse dado deixa claro que  contra números não há argumentos, bastou a direção da escola comprar a ideia de que o ENEM e algo novo na educação e,   em função disso,  a escola precisa se preparar, que  os resultados vieram.   
Não acredito que as escolas particulares  insistam em um modelo de ensino que já deu sinais de colapso, que, alem de alienante,  não ensina absolutamente nada a  ninguém e pior, faz com que as notas de seus alunos   no ENEM sejam “ridículas”.  Como sempre digo, o ENEM chegou para ficar, e quem não se adaptar a esse modelo,  caminha para o fechamento.  Das 10 primeiras colocadas no Brasil hoje, 9 delas adotam o modelo ENEM, abolindo as disciplinas isoladas e ministrando aulas por áreas do conhecimento.

Confira as 20 melhores colocadas do país (média  na prova objetiva)*

1    MG    Privada    COLEGIO BERNOULLI - UNIDADE LOURDES     722.15
2    MG    Privada    COLEGIO ELITE VALE DO ACO    720.89 m
3    RJ    Privada    COL DE SAO BENTO   712.79
4    MG    Federal    COL DE APLICACAO DA UFV - COLUNI   706.22
5    SP    Privada    VERTICE COLEGIO UNIDADE II   705.56
6    MG    Privada    COLEGIO SANTO AGOSTINHO UNIDADE NOVA LIMA     695.8
7    BA    Privada    COLEGIO HELYOS    695.55
8    MG    Privada    COLEGIO MAGNUM AGOSTINIANO - NOVA FLORESTA     694.67
9    PE    Federal     COLEGIO DE APLICACAO DO CE DA UFPE  692.42
10    SP    Privada    COLEGIO ANGLO LEONARDO DA VINCI    692.07
11    RJ    Privada    COLEGIO SANTO AGOSTINHO - NL  691.24
12    RJ    Privada    COLEGIO SANTO AGOSTINHO    690.05
13    RJ    Privada    COLEGIO CRUZEIRO-CENTRO    689.80
14    GO    Privada    COLEGIO WR    689.43
15    RJ    Privada    COLEGIO IPIRANGA    686.87
16    SP    Privada    MOBILE COLEGIO    685.50
17    MG    Privada    COLEGIO SANTA MARCELINA  684.76
18    SP    Privada    ANGLO - LEONARDO DA VINCI COLEGIO   682.99
19    PI    Privada    CEV COLEGIO UNIDADE JOCKEY     681.94
20    SP    Privada    SANTA CRUZ COLEGIO    681.47

Como podemos observar, apenas uma  escola do Centro Oeste figura nesta  lista. A melhor escola da região e de Goias e esta no numero 14 na lista geral , a segunda é  do DF na posição de numero 87.  Em Campo Grande-MS  a melhor  escola  esta na posição de numero 287, Cuiabá ou Mato Grosso  não possui nenhuma na lista das 300 do país. Existe algum motivo para comemorar? Não quero acreditar que no Mato Grosso não possua alunos com competências mínimas ou professores  que não saibam  ministrar aula, prefiro acreditar que existe algo de errado no modelo adotado pelas  escolas.



terça-feira, 26 de novembro de 2013

NÃO A UMA ECONOMIA QUE MATA!

Por Alacir Arruda
“Um mundo melhor  é possível,  mas é caríssimo”

O Papa Francisco I publicou nesta terça-feira, 26 de novembro,  um documento que já é  considerado por vaticanistas,  a Bula mais importante desde o Concilio Vaticano II. Neste documento o Papa demonstra toda a sua indignação com o modelo econômico que predomina na sociedade moderna. Segundo ele, não podemos aceitar um sistema econômico que “mata pessoas de fome”, que excluí e que valoriza as pessoas pelo “ter". Ele convida todos os católicos que empreendam uma verdadeira cruzada contra a desigualdade produzida pelo capitalismo neoliberal e selvagem.  
Ate ai tudo bem, o Papa é um Chefe de Estado e como tal precisa tomar algumas posições no que diz respeito aos descaminhos do capitalismo, o que me causa uma certa preocupação,  é o porquê ter que pedir isso aos católicos.  Eles não são seguidores Cristo? Ao que me consta isso deveria estar implícito em seus dogmas, lutar pela igualdade, fazer o bem ao próximo entre outras obrigações dessa natureza. O Papa ter que criar um documento fazendo esse chamamento é sinal de que existe algo de tenebroso nos valores judaico-cristãos. O  que para mim não e nenhuma surpresa, afinal, onde estava a bondosa Igreja Católica Apostólica Romana    durante a II Guerra? Ou a pergunta deveria ser: de que lado ela estava? Suposições a parte, esse documento divulgado hoje pelo Papa Francisco serve, no mínimo, pra que cada  católico faça uma auto analise sobre o verdadeiro papel do cristão, sobretudo os que dizem segui-lo.
Durante toda a sua vida, Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a   mais-valia a lei fundamental do sistema. A força vendida pelo operário ao patrão vai ser utilizada não durante 6 horas,mas durante 8, 10, 12 ou mais horas. A mais-valia é constituída pela diferença entre o preço pelo qual o empresário compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual ele vende o resultado (10 horas, por exemplo).
Desse modo,quanto menor o preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial. No capitalismo moderno, com a redução progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado através do que se denomina mais-valia relativa (em oposição à primeira forma, chamada mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda assim não deixa de ser o sistema semi-escravista, pois"o operário cada vez se empobrece mais quando produz mais riquezas", o que faz com que ele "se torne uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas". Assim, quanto mais o mundo das coisas aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza. Ocorre então a alienação,  já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador.
 O raciocínio de Marx é muito simples: ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado. É o processo de  objetificação. Por isso, o trabalho que é alienado (porque cria algo alheio ao sujeito criador) permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho seja apropriado integralmente pelo trabalhador. Em outras palavras, a produção representa uma  negação , já que o objeto se opõe ao sujeito e o nega na medida em que o pressupõe e até o define. A apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor promove a negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a desalienação. Ou seja, a partir do momento que o sujeito-produtor dá valor ao que produziu, ele já não está mais alienado.