domingo, 29 de janeiro de 2017

Trump: a besta do seculo XXI

DONALD TRUMP: A SÍNTESE DE UMA BESTA..

 Por Alacir Arruda

O que Trump quer?  Bom, para os pessimistas a terceira Guerra Mundial. Para os otimistas a criação de uma nova era na administração pública,  onde os chamados  “políticos de carreira” não tem vez , e para os conservadores ele representa apenas uma mudança de rumo na tradicional  politica externa  americana engessada desde da década de 20.  Analistas à parte, o que o mundo discute hoje são as decisões pouco ortodoxas  que Donald J. Trump tem tomado nos primeiros dias de seu governo.

A recente decisão de   construir  uma barreira artificial  ( muro) entre México e Estados Unidos foi a primeira grande polêmica, apesar de ser uma promessa de campanha, poucos acreditavam que isso se concretizasse.  Na década de 30 um Presidente mexicano muito popular, Cárdenas,  disse a seguinte frase: “ pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”.  Grande parte daqueles que construíram e fizeram dos Estados Unidos a maior nação do mundo, saíram do México,  Califórnia, Arizona Texas e Novo México entre outras,  eram áreas que faziam parte do México ate o século XIX e foram anexadas ao território americano a custa de muitas mortes, logo, a ligação desses dois países ultrapassam apenas a idéia de limites fronteiriços. Muitos políticos americanos, governadores de alguns Estados daquele país e muitos  congressistas são de origem mexicana,  existe entre essas nações um laço histórico de irmandade, mesmo que alguns americanos neguem e uma parte de  mexicanos odeiem. Construir um muro dividindo essas nações é um acinte ao bom senso em pleno século XXI e, com certeza, não beneficiaria ninguém.

Porém, a decisão mais intempestiva e inesperada  desses primeiros dias do Governo Trump é de  restringir a entrada de imigrantes e refugiados vindos de sete países islâmicos. Mesmo não tendo ação imediata, muitos analistas a consideram  pouco diplomática,  perigosa  e inoportuna na atual conjuntura mundial,  onde grupos terroristas  tem executados várias ações no continente europeu. Trump está mexendo em “vespeiro”,  segundo esses analistas, tomar uma decisão dessa magnitude  de forma unilateral provocou criticas de várias nações. Canadá e Alemanha foram contundentes,  a ponto do Primeiro Ministro Canadense dizer que seu país está de portas abertas para todos aqueles que se sentirem perseguidos por conflitos, fome  ou em razão de sua fé.

Na verdade,  Trump não e dado a boas maneiras e sua diplomacia é a famosa  “ Big stick” (porrete neles), criticas não lhe atingem, ao contrario, o alimenta e fortalece. Trump é  bruto,  um legítimo representante dos antigos Ianques do norte  que construíram os Estados Unidos a base da “porrada”, seu discurso é um misto de ignorância  e arrogância aliada a uma idéia medieval de poder e seu governo uma incógnita, analistas, como Noam Chomski, acreditam que dificilmente ele termina seu mandato e o assemelha a Richard  Nixon, que foi obrigado a renunciar na década de 70 frente a pressões internas e externas.

A eleição de Trump representa a carência de uma sociedade que está órfã de grandes lideres, que buscam no extremismo e num discurso ortodoxo e populista o retorno de valores que a pós-modernidade eliminou. A ideia de uma "nação toda poderosa" num mundo multipolar é, absolutamente, ultrapassada,  os Estados Unidos se comportarem, ainda hoje, como a polícia do mundo é outro retrocesso. Países como Rússia, Alemanha, França, China entre outros, não se submetem mais  a essa velha  ordem que morreu  na década de 90. Nesse contexto, Donald Trump representa um perigo ao equilíbrio de poder que  hoje  se estabeleceu no mundo, seu governo tem demonstrado total incapacidade de lidar com temas complexos, como imigração e terrorismo e isso pode se tornar o estopim para algo muito pior. Não se esqueçam  que o limite para a atrocidades humanas é a nossa imaginação, basta  lembrarmos que a o estopim da Primeira Grande Guerra foi a assassinato de um mero arquiduque e da segunda a invasão da Polônia, qual seria da terceira?


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sábado, 28 de janeiro de 2017

Prefiro a infelicidade que a hipocrisia

PREFIRO A INFELICIDADE, EMBORA LOUCO, QUE UMA FELICIDADE CONFORMISTA..


Por Alacir Arruda

Sempre questionei as pessoas que afirmam terem encontrado um caminho para a felicidade plena, como se essa felicidade fosse uma joia rara destinada a poucos. Aliás sempre achei esse lance de felicidade um embuste do nosso Ego. Porém, quando toco nesse assunto, muita gente me olha com aquela cara, do que é que você está falando? Você está maluco?...Nossa sociedade é viciada em felicidade. Aprendemos desde cedo que nossas decisões na vida devem ser tomadas baseadas no potencial que as escolhas a nossa frente possuem de nos proporcionar uma vida feliz. Com quem vou me casar? Vou ter filhos? Que profissão vai me realizar mais? E por aí vai. A cada passo que damos, supostamente, devemos fazer a matemática da felicidade em nossa mente e analisar qual opção tem maior potencial. Ficamos furiosos quando depois de um tempo descobrimos que a escolha que fizemos não era a que trazia felicidade, mas sim a outra que abrimos mão. Tudo isso culpa da nossa moral Judaico-cristã ocidental, diria Nietzsche. 

Esse raciocínio está tão impregnado em nossas mentes que temos muita dificuldade em percebermos toda a sua armadilha e decepção. A reação natural quando toco nesse assunto é o questionamento contrário: então se não vamos procurar a felicidade, vamos fazer o que? Procurar a infelicidade? Aceitar uma vida que não queremos? Qual o propósito disso?

Esse raciocínio provém da noção de que se não buscarmos a felicidade na vida, então nada nos sobra. Bom, vamos pensar um pouquinho aqui com lógica, ok?! 

O que é realmente essa tal de felicidade? Não de uma forma concreta, mas o que as pessoas estão buscando quando elas medem alternativas tentando descobrir qual delas as fará felizes? 

Conforto, ausência de problemas e desafios, alegria, tranqüilidade, paz… Humm… parece ótimo, não? Do ponto de vista social, o final feliz é esse, não é mesmo? Mas você já parou para pensar que não há final algum? Não há final feliz, nem triste, não há final até que sua própria vida acabe! Nossa vida não é um filme que acaba depois que alcançamos nossos objetivos. Então porque tanta gente persegue “sonhos” como se esses carregassem seus finais felizes? 

Mas vamos um pouco mais fundo… que vidinha mais medíocre essa feliz, hein? Nenhum problema, nenhum desafio, só alegria, só conforto, só paz, só tranqüilidade… O quanto demoraria para você se sentir infeliz com toda essa felicidade?! 

Mas Alacir, você está dizendo então que deveríamos ser infelizes? 

É aí que muita gente não entende exatamente do que é que estou falando… 
Felicidade ou infelicidade são percepções do ego, inclusive, já falei sobre isso em artigos anteriores, mas percebi pelos comentários que muita gente não entendeu direito o que eu estava falando… 

Nosso lado egoísta, aquele que tem vontade, que quer as coisas, é que quer ser feliz. Nosso ego não gosta de nada que atrapalhe seu prazer. Se dependesse do nosso ego, ficaríamos em casa o dia inteiro sentados na frente da TV, comendo pipoca e pizza e só levantaríamos para fazer coisas que também são prazerosas. Jamais aceitaríamos qualquer situação que nos proporcionasse qualquer tipo de desconforto… a não ser que visualizássemos um benefício futuro resultante do sacrifício de abrir mão do próprio prazer. 

Como a maioria das pessoas não pode se dar ao luxo de só fazer o que quer de acordo com suas próprias vontades, elas desgostosamente fazem os sacrifícios que a vida lhes impõe, mas seu “sonho” é voltar à condição de prazer máximo. É por isso que buscam a felicidade com tanto ardor. O que elas querem na verdade é eliminar todas as atividades que a vida lhes impõe para que elas possam então desfrutar de tudo de bom que a vida tem a oferecer. 

Muitas pessoas erroneamente interpretam a filosofia carpe diem dessa forma. O motivo é que simplesmente não entendem o que poderia haver na vida além de se buscar a própria felicidade. Esse raciocínio, como eu mencionei, é resultado de uma vida inteira tendo essa idéia martelada na cabeça, assistindo filmes de Hollywood que mostram exatamente esse conceito – o filme sempre acaba quando o herói finalmente conquista seus objetivos e então supõe-se que depois do final da estória, ele viveu feliz para sempre. 

A minha percepção sobre esse assunto é altamente influenciada pelas diversas teorias orientais que abominam o ego e suas vontades e também pela ocidental 

Esse meu background me leva a crer que não viemos a esse mundo para curtir a vida e sermos felizes, mas sim para evoluir e ajudarmos uns aos outros. Dentro dessa perspectiva, a felicidade parece ser uma grande perda de tempo, um poço sem fundo de mediocridade. 

Acredito que temos uma programação de vida, uma missão (ou várias!) e que a realização desse propósito não envolve conforto, alegria ou tranqüilidade. Quem sente essas emoções é o ego, justamente a parte de nós que não está a fim de cumprir missão alguma, está a fim de ficar quieto, sem ser perturbado ou melhor, só curtir a vida no maior conforto. O ego não gosta de nada difícil, evidentemente! “Difícil” envolve desconforto, desafios e muitas vezes sacrifício sem benefício do final das contas. O ego não quer saber desse tipo de coisa, o ego só topa o sacrifício se ele estiver de olho no benefício que vai usufruir quando terminar. 

O próprio conceito de evolução carrega inerente consigo uma interpretação de benefício, porém, muitos de nós, na condição de seres humanos sem visão de conjunto alguma, não conseguimos ver os benefícios reais. Nosso ego, por sua vez, não topa desafio algum se não for para ganhar nada em troca de todo o sacrifício. É por isso que muita gente simplesmente não entende porque precisamos abrir mão da felicidade. Nossa sociedade está tão impregnada com a idéia de que se não há benefício, não vale à pena, que muita gente não consegue deixar cair a ficha. 

Não é uma questão de ser infeliz, não é isso que estou defendendo! A minha posição é que se preocupar com felicidade ou infelicidade é uma atividade puramente egoísta. O que defendo é não se importar com felicidade ou com infelicidade, simplesmente fazer o que tem que ser feito e ponto final. É difícil? Ok. Vou ter que fazer sacrifícios sem benefício algum? Ok. Viver seu propósito de vida requer esse tipo de postura. 

Não acredito que a felicidade seja o propósito de ninguém! Se fosse pra ser fácil, você não estaria nesse mundo! Você já pensou nisso? 

O negócio então é aceitar a dificuldade sem reclamar, sem ficar dizendo com aquela voz chorona “mas não é fácil!”… (por que deveria ser?) 


Ao aceitar o que vier, encarar as dificuldades, vencer os desafios sem fugir deles, sem ficar tentando eliminá-los porque você quer ser feliz, porque você quer sombra e água fresca, ao ter essa postura, você encontra sua força interior. É só a partir daí que você pode realmente viver seu propósito de vida!

Contato: agaextensao@gmail.com

sábado, 21 de janeiro de 2017

A Infelicidade II

" O SER  HUMANO SE FRUSTA DUAS VEZES NA VIDA, PRIMEIRO QUANDO TENTA SER ALGUÉM  E NÃO CONSEGUE E A SEGUNDA, QUANDO CONSEGUE"
(Oscar Wilde)

Por Alacir Arruda

Uma  coisa sempre me incomodou desde a infância. Por que nunca estamos contentes com o que temos? O que somos, ou aquilo que tornamos? Por que estamos sempre em busca de algo? Não quero aqui buscar explicações sobrenaturais ou  entrar no campo religioso, pois essa é uma seara que não me aventuro. Logo, vou mergulhar no pensamento de Oscar Wilde, o grande escritor Irlandês,   que viveu a transição do século XIX para o XX, e foi perseguido, torturado e preso  por ser uma pessoa à frente de seu tempo e que é o  autor da frase que da nome  esse  texto.

A filosofia também  nos ajuda  a tentar entender esse mistério. Schopenhauer , o grande filósofo pessimista alemão que morreu no seculo XIX, em sua obra: "O Mundo como Vontade e Representação",  é  categórico ao afirmar que o homem é um cego, pois esta sempre em busca de algo que não existe, "a felicidade". Schopenhauer, que depois iria influenciar Nietzsche e até o próprio Freud, dizia  ainda que a nossa consciência vive uma ilusão interna de sensações bucólicas e passageiras,   e como o ser humano não consegue traduzir essas sensações, costumamos chamá-las de "felicidade". Mas é um truque, segundo ele,  que a consciência utiliza para manter viva uma coisa fundamental em nossa espécie, "a esperança". Na verdade,  Schopenhauer dirá nessa obra que somos fantoches frente à nossa consciência, pois  somos absolutamente manipulados por ela e, nesse contexto,  sobra nos apenas  a  Moral;  que funciona como uma espécie de  "juiz interno" frente aos desejos, sempre espúrios,  da nossa mente.

Voltemos a Oscar Wilde. Esse importante  escritor,  que  viveu na era pós vitoriana numa Inglaterra permeada por  preconceitos e perseguições,  é autor de uma das maiores  Obras Primas  da literatura inglesa: |" O Retrato de Dorian Gray", nessa obra o escritor mergulha nas insatisfações do personagem central da trama, Gray, que vive uma luta interna com sua aparência  e usa um espelho para externar toda essa  insatisfação.  Dorian Gray, no texto , é autor de uma frase que marca a  obra de Wilde: "julgo os meus amigos pela aparência  e o inimigos pelo intelecto",  talvez esteja ai um dos grandes dilemas humanos, a inveja. Caim matou Abel,  segundo o mito cristão, por inveja. Davi ,  que foi o segundo Rei de Israel após Saul, fez uma sacanagem sem igual com um dos seus comandados  Urias,  O mandou para a morte com interesse em sua mulher Betsabé, após isso casou-se com ela e a mesma  ainda gerou o herdeiro do trono, mesmo bastardo,  Salomão.  Desses dois casos podemos extrair alguns sintomas da insensatez e  infelicidade  humana. Ora, se a   máxima de Oscar Wilde estiver certo: "A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre",  a mediocridade  tem sido,  e será a grande  e inseparável  companheira de grande parte da humanidade. 

Enfim, esse é o ser humano. Nunca está contente, vive uma ilusão e tenta administrar insatisfações e invejas  recorrentes.  Nesse contexto, a vida tem se tornado cada vez mais, algo  muito importante para ser levada a sério. A solução é viver de forma intensa cada momento que, apesar de serem efêmeros,  é o que nos resta,  viver, mesmo ciente de que: "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe".


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

ENEM 2017

ENEM 2017: MAIS UMA ETAPA DA VERGONHA ALHEIA.


Por Alacir Arruda

É......, mais um ano, e segue a saga dos nossos alunos no intuito de serem aprovados em boas instituições de ensino, porém, entretanto e todavia, um fantasma os perseguem, o ENEM. Esse exame foi criado em 1998 ainda durante o governo FHC, não com o objetivo de aprovar alunos em universidades ou substituir os ultrapassados e desiguais vestibulares, mas sim com o intuito de se obter uma referência quanto ao aproveitamento do nosso  educando egresso do ensino médio, ou seja, seria um medidor de aprendizado. Entretanto, nos últimos 19 anos, esse exame foi fruto de uma serie de intervenções, sobretudo politicas. Aquilo que foi criado para medir conhecimento  e ajudar a  criar referenciais  de melhorias para o Ensino Médio,  se transformou, nesse período, no  maior vestibular do mundo com mais de 8 milhões de inscritos por ano.  O ENEM é  a unica saída para os menos favorecidos conseguirem galgar alguns degraus na vida, uma vez que ele abre portas para  algumas  das politicas públicas  de inclusão do governo federal como Fies, Pro Uni entre outros, a pergunta que não quer calar é: por que ele não tem atingido seus objetivos? 

Ora, educação no Brasil, como já disse em outros artigos, é um negócio e, como tal,  é tratada. Como quem controla todo esse imbróglio é o capital $$$$,  o vil metal, todas as propostas ou incrementos de melhorias ao modelo ai instalado  passa, inevitavelmente,  pelo crivo desses senhores (Krótom, Anglo, Abril, Objetivo, Coc, Poliedro etc) , que poderíamos também chamá-los de "modernos senhores de escravos". Esses grandes grupos internacionais se apossaram do nosso sistema educacional  e o MEC, que deveria traçar as diretrizes   e fiscalizá-los,   se transformou  no grande "bobo da corte". Educadores, alguns até renomados, como aqueles que compõe o CNE, (Conselho Nacional de Educação), ficam em Brasilia "batendo palmas para louco dançar," uma vez que ninguém os respeitam. Suas resoluções são motivo de piada pelos verdadeiros controladores do sistema, eles sim, acabam fazendo aquilo que mais retorno financeiro possam lhes possam render. 

Por exemplo,  segundo a  nossa Constituição:  a educação no Brasil  deve ser gerida e coordenada pelo  Estado Brasileiro, que abre exceção, visto a sua incapacidade de atender toda a demanda,  às  escolas privadas com o objetivo de ampliar o numero de vagas, porem, essas escolas deveriam cumprir e seguir as diretrizes previstas pelo MEC, principalmente no que tange à Base Curricular Nacional, que são quelas disciplinas que o MEC julga  como  obrigatórias  como por exemplo filosofia e sociologia. O que assistimos na prática não e bem isso, as disciplinas de humanidades são preteridas, o que temos  é um excesso de Matemática e Ciências da Natureza em detrimento das humanas e linguagens. Bom, não vou entrar no campo teórico muito menos discutir se A é melhor que B, apenas gostaria de abrir um questionamento:  O QUE BUSCA O ENEM?  Não é um aluno que possua uma visão holística de mundo, que consiga sair de situações problemas  a partir de um raciocínio critico apurado?  Se é esse o perfil do aluno que o ENEM busca é evidente que essas escolas estão na contra-mão desse exame. Se o quadro de horários dessas escolas assinalam 6 aulas de matemática, 5 de física, 5 de química, 4  de biologia em contrapartida,  3 de historia, 3  de geografia e,  pasmem, apenas 2 de sociologia ou filosofia, isso quando tem.  Voltemos ao perfil esperado pelo ENEM. Como um aluno vai adquirir  visão crítica de mundo, uma vez que as únicas disciplinas que podem auxiliá-los nisso são discriminadas pelas escolas brasileiras.  Está ai a resposta do porquê os nossos  alunos fracassam e nada sabem sobre ENEM, na verdade nem as escolas sabem.

Quando falo isso, digo de cadeira. Fui professor  e coordenador de grandes  cursinhos pré vestibulares em SP e RJ  por mais de 15 anos e , quando era  coordenador,  por varias vezes fui interpelado pelos  "donos" desses cursinhos para que priorizasse, nos quadros de horários,  as disciplinas da  área de exatas  como Matemática, Física, Química e Biologia e quando  argumentava não haver mais disponibilidade de horários, eles mandavam eu diminuir uma aula ou duas aulas de historia, Filosofia,  Sociologia ou  literatura  que, na visão daqueles anencéfalos,  para nada serviam.  Ora,  com 6 aulas de matemática e física por semana e apenas 1 de filosofia, literatura  ou sociologia; "como um aluno terá uma visão holística ou critica de mundo?" O resultado disso?  É fácil ver esta ai, até cego enxerga a falta de visão desses grupos. Pesquisem quantos alunos conseguem 800 pontos no ENEM?  Ou 980 pontos de redação no Brasil?  Posso garantir, não chegam a 5 mil,  de um total de 8 milhões, isso prova que esse modelo além de ultrapassado é nocivo ao aluno.  É vergonhoso.

Qual a saída? Eu sei mas eles não querem ouvir....


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

EDUCAÇÃO NO BRASIL

O  DNA DO NOSSO SISTEMA EDUCACIONAL: POR QUE SOMOS ASSIM?

Por Alacir Arruda


Estamos a poucos dias do inicio do ano letivo de 2017. Algumas escolas, após o dia 20 de janeiro, começam convocar seus professores para participar das famosas " reuniões de planejamento",  que eu costumo também chamar de:  " Momento Castelo Branco", que é uma rodovia em São  Paulo que liga o nada com coisa alguma. Falo isso com conhecimento de causa pois participei dessas insanidades coletivas por 22 anos. Na verdade o professor detesta esses encontros, uma vez que nada daquilo que é combinado nesse desperdício de tempo é colocado em pratica durante ano. Eu optava por dormir. O mais interessante eram as palestras que os coordenadores; programavam para compor essa semana inútil. Certa vez, em São Paulo, um grande cursinho que eu trabalhava contratou um cara que fazia Stand Up, rimos loucamente por 2 horas, dessa eu confesso que gostei. Em outra oportunidade convidaram o Padre Fabio de Melo, um sem noção, que foi contratado para nos ensinar: "estrategias pedagógicas", a pergunta é: o que esse padre, que mais parece um animador de torcida, sabe disso? Enfim...foram vários, dos quais confesso, absorvi muito pouco. Fora as tarefinhas que tínhamos que entregar no dia seguinte para o coordenador, juro que nesses 22 anos jamais entreguei uma sequer. Sempre julguei isso uma coisa pueril. Quem é professor sabe do que estou falando. 

 No Brasil  a educação é tratada dessa forma, se preocupa com aquilo que não tem a menor importância  e deixa de lado o essencial. O que precisamos hoje nas escolas? Precisamos de professores que encantem, que possibilitem que o aluno aprenda com naturalidade que possua carisma mas, sobretudo, conhecimento, que saiba de cór e salteado  os 4 pilares da educação moderna: aprender a APRENDER ,a SER, a VIVER e a CONVIVER, e a partir desses pilares construir, dentro de cada área, estratégias que possam facilitar um conhecimento no educando que seja  verdadeiramente útil. Eu desafio os coordenadores dessas escolas a produzirem uma semana de leitura da obra " Educação um Tesouro a Descobrir",  que é  a Bíblia do educador moderno e se transformou em um norte para novos modelos pedagógicos,  hoje colocados em prática nas grandes nações. Essa obra foi produzida em 1996 por vários intelectuais a pedido da  ONU,  chefiados por Jacques Delors, e tem  ajudado educadores do mundo inteiro a entender,   aquilo que seja o conhecimento e o comportamento dos jovens no   seculo XXI. Por que as  escolas brasileiras, sejam públicas ou privadas, não passam  isso aos docentes?  Sabem o porquê?  Por que não sabem!  Não conhecem essa obra, preferem ficar engessados nesse modelo medieval onde o aluno detesta a aula e o professor. 

O Professor Doutor Pedro Demo da UNB, em vários de seus livros e entrevistas (veja abaixo), tem levantado essa questão, para ele o professor brasileiro, até em função  das condições que lhes são impostas, não estuda, não prepara seu próprio material, virou um professor Control C Control V. Ou seja, para Demo o professor brasileiro virou copiador de estrategias alheias,  ele não consegue criar a sua própria, uma vez que  esta mergulhado num sistema de apostilas  e modelos pedagógicos engessados que o inibe de ter suas próprias ideias. Ainda, segundo Demo, o professor brasileiro se  transformou  em um dador de aulas, ele "dá aula" mas não possue qualquer consciência do que faz, e nem poderia visto que sai  correndo de uma escola para outra em busca da sobrevivência. 



A consequência desse descaso e o que assistimos diariamente e nas avaliações internacionais: Baixo conhecimento, indisciplina, conflitos, insatisfação com a carreira, mas o pior, uma geração inteira de analfabetos  funcionais sendo forjado em nossas escolas com a anuência total  do Estado. ( Nome do livro do Pedro Demo: " Ser professor é cuidar que o aluno aprenda- da Editora Vozes)

Tive o prazer de trabalhar no maior centro de educação desse país que é São Paulo, onde se encontram as melhores instituições de ensino do Brasil. Lá eu fui desde professor e coordenador de  escola pública,  a coordenador de cursos universitários, passando ainda pelos melhores cursinhos pré vestibulares  como os Sistemas Anglo,  Objetivo e Poliedro. Por que digo isso? Para me aparecer? Não!   Não preciso disso,afinal, nem em sala de aula estou mais, entretanto, a experiencia que adquiri  trabalhando com os melhores aponta para um futuro sombrio desse modelo ai instalado. Afirmo: a  educação brasileira  será a próxima a entrar em colapso, logo após o sistema carcerário, anotem isso. O culpado? Ora, se formos buscar, no fundo somos todos nós. Se o conceito de pecado definido pela Bíblia é: "se peca por: atos, fatos e omissões", nos enquadramos nos três. Somos omissos, pois sabemos que esse barril de pólvora uma hora irá explodir e nada fazemos. Pecamos por atos, uma vez que somos os responsáveis por eleger esses  "bandidos " que nos governam e por ultimo, assistimos diariamente a fatos que preferimos fingir que não vemos, afinal detestamos deixar a nossa "zona de conforto". Brasileiro é assim,  gosta de transferir responsabilidades, na visão popular  o responsável pela nossa  educação é o governo;  só esquecemos de um detalhe: o governo somos todos nós.

Educação no Brasil se transformou em negocio, disso todos sabem, e negócio rentável. Hoje temos grupos multinacionais controlando sistemas de ensino, faculdades particulares, alguns interessados até em gerir nossas universidades públicas  com um único objetivo $$lucro$$, que é a logica que move o sistema capitalista. E o  aluno? Bom esse é um pobre coitado que manipulado desde a mais tenra infância, não possue capacidade cognitiva  de entender a profundidade do problema que esta metido. Vive como um robô, vai para escola, senta, aí  um cidadão lá na frente fala um monte de coisas das quais ele não tem a menor noção do que se   trata, meio dia vai para casa  e se a mãe lhe perguntar qual foi a primeira aula que ele teve? Ou, o que você aprendeu hoje? Ele não tem a menor noção. É isso que esse modelo esta produzindo, seres autômatos incapazes de pensar criticamente, de produzir ideias e acima de tudo, da fazer uma leitura do mundo em que vive. 

Salve  ANGLO, OBJETIVO, COC, UNIP, CROTON, entre outros  Grupos,  que hoje controlam a mente desse alunado  que,  de suas salas acarpetadas decidem quem deve ou não entrar em medicina nas federais. Salve as reuniões de planejamento onde um grupo de professores se reúnem todo inicio de ano para discutirem "tudo, sobre absolutamente nada".  Salve você, que hoje entendeu o caos!

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

a ignorancia 2

"A IGNORÂNCIA É UMA DÁDIVA"

Por Alacir Arruda

Alguém, que não sabemos ao certo quem, certa vez cunhou a seguinte frase: “A ignorância e uma dádiva!” Eu não poderia achar frase  melhor para definir o que acontece atualmente em nosso país. Senão vejamos: temos  um dos piores sistemas educacionais do  planeta, um sistema de saúde mergulhado no  caos e uma segurança publica  digna de ser comparada e  fazer inveja aos maiores facínoras da historia como: Pool Poth e Mussolini. Mas como não há nada de ruim que o Brasil não consiga piorar, a ultima foi a morte cruel de mais de 60 pessoas no Presidio Anísio Jobim em Manaus em pleno 1 dia do ano. Uma tragédia anunciada.

Sempre repito que o Brasil e um país de “ puxadinhos”, ou seja, basta uma desgraça para que o governo venha com ideias mirabolantes, foi assim também com a educação. Quando a ONU publicou que temos um dos piores sistemas educacionais do mundo, o governo rapidamente tratou de “corrigir” tal falha, a solução encontrada pelos “gênios” que de Brasília controlam o MEC foi uma radical mudança no ensino médio, onde o aluno escolherá aquilo que deseja estudar ( como se ele tivesse condição para isso). Na administração penitenciaria outra saída de mestre encontrada pelo governo: a construção de 5 ( cinco) isso mesmo cinco presídios em todo o Brasil, que na visão desses mentecaptos devem solucionar o problema da superlotação carcerária.

O Brasil tem o terceiro maior contingente de presos do Mundo, perdendo apenas para Estados Unidos e Russia. Estima-se que hoje a nossa  população carcerária gira em torno de 800.000 presos, desses,  mais de 48% não foram sequer julgados, são os chamados “presos provisórios”, que ficam esquecidos nos presídios a mercê do crime organizado. Pessoas que furtaram comida, galinhas e ate barras de chocolates  em supermercados estão hoje convivendo com ladroes de banco, traficantes estupradores etc.. fato que transformou nossos presídios em verdadeiras “faculdades do crime”.  O ministro do supremo Gilmar Mendes relatou em uma entrevista recente, que ao visitar um presidio, quando ainda presidia o supremo, deparou com um caso que seria cômico se não fosse trágico: um senhor preso há 18 anos de forma provisória, seu crime: roubou três peças de carne em um supermercado, esse cidadão sequer tinha sido julgado porem já havia sido apenado pela burocracia estatal e   esquecido nos calabouços de um modelo  insano que mergulhou  o  sistema carcerário brasileiro nesse caos.

Ai me vem o governo dizer que vai construir presídios? Será essa mesmo a única solução? Ora, sigamos o exemplo de países como Noruega, Dinamarca  etc.. Esses países investiram pesadamente em educação, sobretudo na valorização do professor, como saída para a criminalidade. Hoje colhem frutos, com uma sociedade ordeira e  harmônica. Enquanto o Brasil ficar construindo puxadinhos para resolver temas complexos como Educação e Segurança Publica iremos conviver com esse caos que nos envergonha e nos coloca como manchetes em vários periódicos mundo a fora onde classificam os presídios Brasileiros  como “ o inferno na terra” . E o povo?  Bom  esse continua assistindo Faustao e aguardando firmemente o inicio dos campeonatos de futebol numa demonstração de total ignorância e omissão. Santa ignorância! Por isso volto afirmar: “a ignorância é uma dádiva”


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