terça-feira, 30 de maio de 2017

ENEM 2017 - Acordo do Clima

TRUMP E AS INCERTEZAS SOBRE O ACORDO DO CLIMA.


Por Alacir Arruda - Agência Brasil

Existe uma grande preocupação entre os chamados "países ricos" sobre a postura intransigente do Presidente Donald Trump sobre o acordo de Páris, também chamado de acordo do clima. Antes de deixar a Itália, no último dia 28, em sua viagem de volta aos Estados Unidos, o presidente Donald Trump disse no Twitter que vai tomar uma decisão quanto a esse acordo, sobre a luta contra as mudanças climáticas. “Eu vou tomar minha decisão final sobre o Acordo de Paris na semana que vem”, escreveu. 

No fracassado encontro de Taormina ( Itália) o G7, grupo formado pelas sete maiores economias do mundo, não chegaram a um consenso nesta sobre o tema, porque os Estados Unidos (EUA) estão reavaliando sua posição.

Internamente, após assumir o mandato, Donald Trump revogou a legislação aprovada durante a gestão de Barack Obama para diminuir a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, eliminando restrições para a indústria energética.

Funcionários da diplomacia norte-americana disseram à imprensa que cobriu a reunião do G7 que o norte-americano está mudando de posição sobre a luta das mudanças climáticas. Anteriormente ele dizia que o aquecimento global, causado pela emissão de gases de efeito estufa, é uma farsa. Na campanha, Trump dizia que iria retirar o país do acordo, caso fosse eleito.

Trump chegou a assinar ordens executivas que revogaram os limites à emissão de gases pelas termoelétricas, o que limitava a produção energética.

Otan e terrorrismo

O presidente norte-americano avaliou a reunião do G7 como um sucesso. No Twitter, Trump disse que conseguiu que mais países que compõem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se envolvam na participação financeira.

Apesar de já ter chamado a aliança militar de obsoleta, ele mudou de ideia nos últimos meses e disse que o grupo é importante. Trump criticava os países porque a maioria não estava comprometendo 2% do orçamento para a área militar.

Donald Trump também comentou que os países do G7 sairam da reunião em acordo sobre o combate ao terrorismo. Mas durante o evento, o Reino Unido informou que não iria mais compartilhar informações da inteligência com os Estados Unidos.

Informações sigilosas sobre as investigações sobre o atentado de Manchester foram compartilhadas pelo o governo americano. O secretário de estado, Rex Tillerson assumiu a responsabilidade sobre o fato, que abalou a confiança do Reino Unido no governo norte-americano. “Nós assumimos total responsabilidade e nós, obviamente, lamentamos que isso tenha acontecido”, disse Tillerson.

Essa é a verdade

O PROCESSO DE "JUMENTALIZAÇÃO" DE NOSSOS JOVENS TEM SEU ÁPICE NA UNIVERSIDADE.

Por Alacir Arruda

Nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação, MBAs, mestrados e até doutorados como na ultima década. Mas, ao mesmo tempo, nunca tivemos profissionais tão "jumentos " - com o devido respeito ao animal- como agora temos. Isso, não só as empresas reclamam da qualidade dessa mão-de-obra que hoje as instituições de nível superior oferecem, como os índices de produtividade do trabalhador brasileiro estão estagnados há anos. Ou seja, ele não evolui.

De 2000 a 2010, o número de matrículas no ensino superior no Brasil dobrou, embora ainda fique bem aquém dos níveis dos países desenvolvidos e alguns emergentes. Só entre 2011 e 2012, por exemplo, 867 mil brasileiros receberam um diploma, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE.

"Mas mesmo com essa expansão, na indústria de transformação, por exemplo, tivemos um aumento de produtividade de apenas 1,1% entre 2001 e 2012, enquanto o salário médio dos trabalhadores subiu 169% (em dólares)", diz Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

E possível observar, através dos dados, que o processo de "jumentalização" de nossos jovens, patrocinado pelo estado, ocorre de forma lenta e gradual. Ele inicia no Ensino fundamental, onde o sucateamento é mais cruel, começando pela falta de valorização dos professores seguido de escolas que mais parecem prisões onde falta tudo, sobretudo, munição para os mestres se defenderem. Ele avança até o Ensino Médio onde, em virtude de um currículo absolutamente ultrapassado e desconectado de sua realidade,  o "jumento-juvenil" ja se encontra condicionado  a odiar: literatura, filosofia, sociologia, historia etc... Em suma, ele ja não pensa mais, age por estimulo-resposta. 

A partir dai ele esta pronto (forjado pelo estado) para ser "massa de manobra",   " boi de presépio" ou qualquer outro adjetivo  que você queira propor. Enfim, é  o estado brasileiro cumprindo muito bem o seu papel, que é de formar uma geração de analfabetos funcionais. Que o diga  o grande Louis Althusser.

E evidente que o ápice de toda essa logística muito bem estruturada e  patrocinada pelo estado, é a universidade,  que hoje  no Brasil também poderíamos chama-las de "curva de rio", pois é la que toda essa "tranqueira" - que o estado forjou -  vai se instalar.  Foi lá que,  em meus 22 anos de sala de aula, eu  assisti as situações  mais cômicas da minha vida docente. Como por exemplo: certa vez, no primeiro dia de aula, eu me apresentei a um dos 1 períodos como o "Docente" daquela disciplina quando,  derrepente,   uma aluna me pergunta: " Uai, docente não é quem   faz doce?". Isso foi um, se eu começar a contar os absurdos que ja ouvi dando aula em universidades, não caberia nesse texto.

Para fundamentar isso, um dado é alarmante: apenas 8% das pessoas que terminaram o ensino superior no Brasil e estão em  idade de trabalhar são consideradas plenamente capazes de entender e se expressar por meio de letras e números. Ou seja, oito a cada grupo de cem indivíduos da população egressa das nossas universidade, isso é o Armagedom .

Eles estão no nível "proficiente", o mais avançado de alfabetismo funcional em um índice chamado Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional).

Um indivíduo "proficiente" é capaz de compreender e elaborar textos de diferentes tipos, como mensagem (um e-mail), descrição (como um verbete da Wikipedia) ou argumentação (como os editoriais de jornal ou artigos de opinião), além de conseguir opinar sobre o posicionamento ou estilo do autor do texto. 

Também é apto a interpretar tabelas e gráficos como a evolução da taxa de desocupação e compreende, por exemplo, que tendências aponta ou que projeções podem ser feitas a partir desses dados. 

Outra competência que o "proficiente" tem é resolver situações (de diferentes tipos) sendo capaz de desenvolver planejamento, controle e elaboração.
Numa situação ideal, os estudantes que completam o ensino médio deveriam alcançar esse nível -- no Brasil, o ensino médio completo corresponde a 12 anos de escolaridade.

Segundo a professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Ana Lúcia Guedes-Pinto, essa defasagem reflete as desigualdades socioeconômicas históricas no país e aponta para a necessidade de mais investimento na educação básica e pública. 

"Ainda não atingimos [bons] níveis de alfabetismo", diz a docente do departamento de ensino e práticas culturais da Faculdade de Educação. "[Os proficientes] ainda é um grupo muito pequeno, de elite", completa Guedes-Pinto.

Há cinco níveis de alfabetismo funcional, segundo o relatório "Alfabetismo e o Mundo do Trabalho": analfabeto (4%), rudimentar (23%), elementar (42%), intermediário (23%) e proficiente (8%). O grupo de analfabeto mais o de rudimentar são considerados analfabetos funcionais. 

O estudo foi conduzido pelo IPM (Instituto Paulo Montenegro) e pela ONG Ação Educativa. No conjunto, foram entrevistadas 2002 pessoas entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.

Vamos para algumas das Causas dessa catástrofe.

Especialistas  apontam três causas principais para a decepção com a "geração do diploma".

A principal delas estaria relacionada a qualidade do ensino e habilidades dos alunos que se formam em algumas faculdades e universidades do país.

Os números de novos estabelecimentos do tipo criadas nos últimos anos mostra como os empresários consideram esse setor promissor. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil instituições de ensino superior. Hoje são 2.800, sendo 2.200 particulares.

Ocorre que a explosão de escolas superiores não foi acompanhada pela melhoria da qualidade. A grande maioria das novas faculdades são ruins, eu diria,  em alguns casos, que são péssimas,  tanto em infra estrutura  quanto em corpo docente. São verdadeiras fábricas de diplomas. E nesse nicho acrescente algumas Federais em Estaduais.

Tristan McCowan, professor de educação e desenvolvimento da Universidade de Londres, concorda. Há mais de uma década, McCowan estuda o sistema educacional brasileiro e, para ele, alguns desses cursos universitários talvez nem pudessem ser classificados como tal.

"São mais uma extensão do ensino fundamental", diz McCowan. "E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade."

Para se ter a medida do desafio que o Brasil têm pela frente para expandir a qualidade de seu ensino superior, basta lembrar que o índice de analfabetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 40%, segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope. Especialistas questionam, há muito tempo, a  qualidade dessas novas faculdades no Brasil, para eles,elas acabam prestando um des-serviço  ao ensino superior brasileiro.

Na prática, isso significa que quatro em cada dez universitários no país até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações. Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas.

De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu 14 pontos - de 76%, em 2001, para 62%, em 2011. "E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda", prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM.

Tal fenômeno, em parte,  reflete o fato da expansão do ensino superior no Brasil ser um processo relativamente recente e estar levando para bancos universitários jovens que não só tiveram um ensino básico de má qualidade como também viveram em um ambiente familiar que contribuiu pouco para sua aprendizagem.

Além disso, muitas instituições de ensino superior privadas acabaram adotando exigências mais baixas para o ingresso e a aprovação em seus cursos. E como consequência, acabamos criando uma escolaridade no papel que não corresponde ao nível real de escolaridade dos brasileiros.  Por exemplo, hoje no Brasil é muito comum  o cidadão ter um diploma de Bacharel em Direito, administração, enfermagem etc..,mas pouco sabe dessa área, "empurrou com a barriga" a faculdade   apenas para pegar o diploma,  como assume alguns.

Postura e experiência

A segunda razão apontada para a decepção com a geração de diplomados estaria ligada a “problemas de postura” e falta de experiência de parte dos profissionais no mercado.

"Muitos jovens têm vivência acadêmica, mas não conseguem se posicionar em uma empresa, respeitar diferenças, lidar com hierarquia ou com uma figura de autoridade", diz Marcus Soares, professor do Insper especialista em gestão de pessoas.

"Entre os que se formam em universidades mais renomadas também há certa ansiedade para conseguir um posto que faça jus a seu diploma. Às vezes o estagiário entra na empresa já querendo ser diretor."

As empresas, assim, estão tendo de se adaptar ao desafio de lidar com as expectativas e o perfil dos novos profissionais do mercado – e em um contexto de baixo desemprego, reter bons quadros pode ser complicado.

Para Marcelo Cuellar, da consultoria de recursos humanos Michael Page, a falta de experiência é, de certa forma natural, em função do recente ciclo de expansão econômica brasileira.

"Tivemos um boom econômico após um período de relativa estagnação, em que não havia tanta demanda por certos tipos de trabalhos. Nesse contexto, a escassez de profissionais experientes de determinadas áreas é um problema que não pode ser resolvido de uma hora para outra", diz Cuellar.

Nos últimos anos, muitos engenheiros acabaram trabalhando no setor financeiro, por exemplo,  outros profissionais  foram para o serviço público desempenharem funções absolutamentes distintas da sua área de formação. 

Não dá para esperar que, agora, seja fácil encontrar engenheiros com dez ou quinze anos de experiência em sua área – e é em parte dessa escassez que vem a percepção dos empresários de que ‘não tem ninguém bom’ no mercado. 

Eu sei que peguei pesado com esse texto,  até porque eu também fui um dos "jumentos" do estado, e devo reconhecer que temos boas instituições de ensino em nosso país, mas,  são tão poucas, que acabam sendo exceções, a regra geral é o descrito acima.

domingo, 28 de maio de 2017

A Cultura do Inútil.

A CULTURA DO INÚTIL NO REINO DA IDIOTICE.

Por Alacir Arruda


Gosto muito de ler Humberto Eco, premiadíssimo escritor italiano. Ha pouco tempo, em uma entrevista à TV italiana, ele profetizou que: " o problema das redes sociais é que elas acabaram, por dar o direito à palavra a uma "legião de imbecis", que antes falavam as suas besteiras em um bar, geralmente depois de uma dose, sem prejudicar a coletividade". Em nossa cultura contemporânea surgiu uma nova forma de retórica, trata-se da arte de escrever para idiotas que, entre nós, tem feito muito sucesso. Pensávamos ter atingido o fundo do poço em termos de produção de idiotices para idiotas, mas proliferam subformas, subgêneros e subautores que sugerem a criação de um nova ciência.

Estamos fazendo piada, mas quando se trata de pensar na forma assumida atualmente pela “voz da razão” temos que parar de rir e começar a pensar.

Artigos ruins e reacionários fazem parte de jornais e revistas desde sempre, porém, com o advento da internet, a arte de escrever para idiotas vem se especializando ao longo do tempo e seus artistas passam da posição de retóricos de baixa categoria para príncipes dos meios de comunicação de massa ( Facebook que o diga) . Atualmente, idiotas de direita tem mais espaço do que idiotas de esquerda na grande mídia. Mas isso não afeta em nada a forma com que se pode escrever para idiotas. 

Diga-se, antes de mais nada, que o termo idiota aqui empregado guarda algo de seu velho uso psiquiátrico. Etimologicamente, “idiota” tem relação com aquele que vive fechado em si mesmo. Na psiquiatria, a idiotia era uma patologia gravíssima e que, em termos sociais, podemos dizer que continua sendo.

Uma tipologia psicossocial entra em jogo na história, baseada em dois tipos ideais de idiotas: o idiota de raiz, dentre os quais se destaca a subcategoria do idiota representante do conhecimento paranoico, e o neo-idiota, com destaque para o “idiota” mercenário que lucra com a arte de escrever para idiotas.

Vejamos quem são:

1- Idiota de raiz é fruto de um determinismo: ele não pode deixar de ser idiota. Seja em razão da tradição em que está inserido ou de um déficit cognitivo, trata-se de um idiota autêntico.

O Idiota de raiz divide-se em três subtipos:

1. 1 – Ignorante orgulhoso: não se abre à experiência do conhecimento. Repete clichês introduzidos no cotidiano pelos meios de informação que ele conhece, a televidão e os jornai de grande circulação,  em que a informação é controlada. Sua formação é “ miditizada', mas ele não sabe disso e se orgulha do que lhe permitem conhecer. No limite, o ignorante orgulhoso diz “sou fascista”, sem conhecer a experiência do fascismo clássico da década de 30 e o significado atual da palavra, assim como é capaz de defender sem razoabilidade alguma ideias sobre as quais ele nada sabe. Um exemplo muito atual: apesar da violência não ter diminuído nos países que reduziram a maioridade penal, a ignorância da qual se orgulha o idiota, o faz defender essa medida como solução para os mais variados problemas sociais. Ele se aproxima do “burro mesmo” enquanto imita o representante do conhecimento paranoico, apresentados a seguir.

1.2 – “Burro mesmo”: não há muito o que dizer. Mesmo com informação por todos os lados, ele não consegue juntar os pontinhos. Por exemplo: o “burro mesmo” faz uma manifestação “democrática” para defender a volta da ditadura. Para bom entendedor, meia palavra…

1.3 – Representante do conhecimento paranóico: tendo estudado ou sendo autodidata, o representante do conhecimento paranoico pode ser, sob certo aspecto, genial. Freud comparava, em sua forma, a paranoia a uma espécie de sistema filosófico. O paranoico tem certezas, a falta de dúvida é o que o torna idiota. Se duvidasse, ele poderia ser um filósofo. O conhecimento paranoico cria monstros que ele mesmo acredita combater a partir de suas certezas. O comunismo, o feminismo, a política de cotas ou qualquer política que possa produzir um deslocamento de sentido e colocar em dúvida suas certezas, ocupa o lugar de monstro para alguns paranoicos midiaticamente importantes.

Curioso é que o representante do conhecimento paranoico pode parecer alguém inteligente, mas seu afeto paranoico o impede de experimentar outras formas de ver o mundo, abortando a potência de inteligência, que nele é, a todo momento, mortificada. Isso o aproxima do “ignorante orgulhoso” e do “burro mesmo”.

Em termos vulgares e compreensíveis por todos: ele é a brochada da inteligência.

2 – Neo-idiota: o neo-idiota poderia não ser um idiota, mas sua escolha, sua adesão à tendência dominante, o coloca nesse lugar. Não se pode esquecer que, além de cognitiva, a inteligência é uma categoria moral. O neo-idiota não é apenas um idiota, mas também um canalha em potencial.

Há dois subtipos de neo-idiota:

2.1 – O “idiota” mercenário quer ganhar dinheiro. Ele serve aos interesses dominantes, mas é um idiota como outro qualquer, porque não ganha tanto dinheiro assim quando vende a alma. Nessa categoria, prevalece o mercenário sobre o idiota. Por isso, podemos falar de um idiota entre aspas. Ganha dinheiro falando idiotices para os idiotas que o lerão. Seu leitor padrão divide-se entre o “burro mesmo” e o “idiota cool”. Ele escreve aquilo que faz o “burro mesmo” pensar que é inteligente. O idiota cool, por sua vez, se sente legitimado pelo que lê. O que revela a responsabilidade do idiota mercenário no crescimento do pensamento autoritário na sociedade brasileira. Apresentar Homer Simpson ou qualquer outro exemplo de “burro mesmo” como modelo ideal de telespectador ou leitor é paradigmático nesse contexto.

2.2 – O “idiota cool” lê o que escreve o idiota mercenário. Repete suas ideias na esperança de ser aceito socialmente. De ter um destaque como sujeito de ideias (prontas). Ele gosta de exibir sua leitura do jornal ou do blog e usa as ideias do articulista (do representante do conhecimento paranoico ou do idiota mercenário) para tornar-se cool. Ele segue a tendência dominante. Ao contrário do “burro mesmo”, nele sobressai o esforço para estar na moda. Como, diferentemente dos seus ídolos, ele não escreve em jornais ou blogs famosos, ele transforma o Facebook e outras redes sociais no seu palco.

Diante disso, temos os textos produzidos a partir da altamente falaciosa arte de escrever para idiotas. O sucesso que alcançam tais textos se deve a um conjunto de regras básicas. Identificamos dez, mas a capacidade para escrever idiotices tem se revelado engenhosa e não deve ser menosprezada:

1- Tratar como idiota todo mundo que não concorda com as idiotices defendidas. O texto é construído a partir do narcisismo infantil do articulista. O autor sobressai no texto, em detrimento do argumento. Assim ele reafirma sua própria imagem desqualificando a diferença e a inteligência para vender-se como inteligente.

2- Não deixar jamais que seu leitor se sinta um idiota. Sustentar idiotices com as quais o leitor (o burro mesmo, o ignorante orgulhoso e o idiota cool) se identifique, o que faz com que o mesmo se sinta inteligente.

3- Abordar de forma sensacionalista qualquer tema. Qualquer assunto, seja socialmente relevante ou não, acaba sendo tratado de maneira espetacularizada.

4- Transformar temas desimportantes em instrumentos de ataque e desqualificação da diferença. Por exemplo, a “depilação feminina” já foi um assunto apresentado de modo enervante, excitante, demonizante e estigmatizante. Nesse caso, o preconceito de gênero escondeu a falta de assunto do articulista.

5- Distorcer fatos históricos adequando-os às hipóteses do escritor. Em uma espécie de perversão inquisitorial, o acontecimento acaba substituído pela versão distorcida que atende à intenção do autor do texto para idiotas.

6- Atacar alguém. Este é um dos aspectos mais importantes da arte de escrever para idiotas. A limitação argumentativa esconde-se em ataques pessoais. Cria-se um inimigo a ser combatido. O inimigo é o mais variado, mas sempre alguém que representa, na fantasia do escritor, o ideal contrário ao dos seus leitores (os idiotas: o burro mesmo, o ignorante orgulhoso e o idiota cool).

7- Reduzir tudo a uma visão maniqueísta. Toda complexidade desaparece nos textos escritos para idiotas. O mundo é apresentado como uma luta entre o bem e o mal, o certo e o errado, o comunismo e o capitalismo ou Deus e o Diabo.

8- Desconsiderar distinções conceituais. Nos textos escritos para idiotas, conservadores são apresentados como liberais, comunistas são confundidos com anarquistas, etc.

9- Investir em clichês e ideias fixas. Clichês são pensamentos prontos e de fácil acesso. Sem o esforço de reflexão crítica, os clichês dão a sensação imediata de inteligência. Da mesma maneira, o recurso às ideias fixas é uma estratégia para garantir a atenção do leitor idiota (o burro mesmo, o ignorante orgulhoso e o idiota cool) e reforçar as “certezas” em torno das hipóteses do escritor (nesse particular, Goebbels, o chefe da propaganda de Hitler, foi bem entendido).

10-Escrever mal. A pobreza vernacular e as limitações gramaticais são essências na arte de escrever para idiotas. O leitor idiota não pode ser surpreendido, pois pode se sentir ofendido com algo mais inteligente do que ele. Ele deve ser capaz de entender o texto ao ler algo que ele mesmo pensa ou que pode compreender. Deve ser adulado pela idiotice que já conhece ou que o escritor quer que ele conheça.

Para além do que foi identificado acima, fica a questão para quem deseja escrever para idiotas: como atingir a pobreza essencial na forma e no conteúdo que concerne a essa arte?

A arte de escrever para idiotas constitui parte importante da retórica atual do poder. Saber é poder, falar/escrever é poder, e o idiota que fala e é ouvido, que escreve e é lido, tem poder. O empobrecimento do debate público se deve a essas “cabeças de papelão”, fato que é identificado tanto por pensadores conservadores quanto por progressistas.

O grande desafio, portanto, maior do que o confronto reducionista entre direita e esquerda, desenvolvimentistas e ecologistas, governistas e oposicionistas, entre machistas e feministas, parece ser o que envolve os que pensam e os que não pensam. Sem pensamento não há diálogo possível, nem emancipação em nível algum.

Se realmente não  houver limites para a idiotice, como afirmou Einstein em 1953,  ao contrário da esperança que  me levou a escrever esse texto,  só resta-nos o isolamento e estocar alimentos.

Quem sabe eu seja um desses idiotas. Isso  é bem possível. A diferença entre eu e você,  é que eu  tenho consciência disso!.


P.S: Ainda em tempo, o H no inicio do nome de Umberto Eco foi de propósito ok...

Contato: agaextensao@gmail.com

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Ate quando?

ATÉ QUANDO? O RISO É A FRAQUEZA, A CORRUPÇÃO A INSIPIDEZ DE NOSSA CARNE.

Por Alacir Arruda



Marcelo Odebrecht


Sergio Machado


Eike Batista


Joesley Batista


Tenho mais de 40 anos, 22 deles  dedicados a educação em todos os níveis. Tive o prazer de dar aulas desde a 5 serie  até  ser  orientador de mestrado e co-orientador de doutorado em instituições  públicas e privadas de  SP,  RJ etc. Mas por que digo isso? Não! Ao contrário do que você pensa não e para me aparecer, não preciso disso mais. Hoje eu  optei pelo isolamento, sai das mídias e jamais voltarei, disso os idiotas que me perseguiram podem ter certeza. Mas escrever, me desculpem, vocês jamais irão me impedir. 

Digo isso porque nesses 22 anos fui um professor vocacionado em sala de aula, jamais dei uma aula sequer por dinheiro, era  um  critico, porem  otimista em relação ao meu pais. Quando dava aula uma coisa eu tinha em mente: AQUELE ALUNO QUE ESTA SENTADO ALI, PODE FAZER A DIFERENÇA EM NOSSO PAÍS".  Isso sempre foi meu lema. Mas quando vemos essas 4 fotos? Dizer o quê?  E eu que cometi erros? Eu que expropriei a coisa pública,  cujo os reflexos estão ai; postos de saúde abarrotados de miserareis, escolas que deformam a mente de nossos jovens,  uma vez que estão sucateadas,  e uma ignorância social que se expande como uma epidemia?  Eu que devo ser punido?  Punido por trazer luz a inúmeras mentes escuras?  Ah.. me poupem..

Essas fotos, dentre outras, exibem a síntese do que há de pior no Brasil: homens com imenso poderio econômico, mas deserdados da mínima honra. São pessoas que como empresárias deveriam gerar riquezas: produtos, serviços, tributos e empregos, enfim, esperança aos meus alunos. . No entanto, lesam a sociedade, pois roubam e fraudam no âmbito do Estado. Quando atuam dessa forma, contribuem para a ruína da sociedade inteira.

Conseguem empréstimos generosos; fraudam as licitações; têm facilidade para obter licenças para explorar serviços públicos, como estradas, portos, aeroportos e meios de comunicação; ganham de presente leis feitas sob encomenda para que eles não paguem impostos e sonegam sem piedade, impedindo que recursos necessários cheguem à educação e à saúde. Vampirizam a cidadania do desgastado povo brasileiro. Retroalimentam as desigualdades num país profundamente desigual. O Tesouro Nacional tem sido a fonte para que suas famílias se tornem bilionárias em detrimento da cidadania.

Tudo isso foi feito, desde sempre, com a ajuda de comparsas do setor público: parlamentares, prefeitos, governadores, presidentes, juízes, ministros. Enfim, agentes que atuam na contramão de sua missão, que é servir a Nação e não se servir dela.

Na gíria da malandragem os que delatam seus parceiros de crime são chamados de “cagoetas” (alcaguetas). Para essa elite criminosa que atua no Brasil temos a Delação Premiada que oferece uma espécie de bônus para quem comete grandes crimes. Tais figuras são condenadas a ficar algum tempo em suas mansões com absoluto e exagerado conforto e sem nada fazer para purgar seus crimes. Sim; é verdade que não podem voar em seus jatos e helicópteros passeando pelo mundo afora, mas restam Netflix, bebida e comida de primeira e algum hobby para se praticar em suas mansões de veraneio.


Quem é mais pernicioso para a sociedade brasileira – o bandido “pé-de-chinelo”, assaltante e muitas vezes homicida – ou o criminoso de colarinho branco?

Ambos são bandidos e devem à sociedade pelos crimes cometidos. Os bilhões roubados e fraudados por Marcelo, Sérgio, Eike e Joesley daria para construir quantos postos médicos e hospitais bem equipados? Sabe-se que as pessoas do Brasil profundo padecem pela falta de exames e tratamentos que impediriam suas mortes – essa tragédia faz parte do nosso cotidiano.

Qual a diferença entre o assaltante homicida – tão temido por todos nós – e quaisquer dessas figuras bem-nascidas do colarinho branco?

A primeira diferença é que no caso do colarinho branco o dono do pescoço também o é. São, geralmente, bem-nascidos, frequentaram boas escolas e são ricos. Às vezes, muito ricos. Têm elevado capital social e viram nessa capacidade de influenciar uma oportunidade de maximizar suas fortunas.

Quanto aos assaltantes, cujos crimes não podem ser minimizados, em boa parte das vezes, têm baixa escolaridade. Vêm de famílias de risco, nasceram na periferia, muitos são negros (pretos/pardos) e viram no crime (tráfico ou roubo) uma oportunidade de ascensão.

Não se deve hierarquizar criminosos. São criminosos e ponto. Em verdade, a ação do colarinho branco, desviando recursos que fomentariam a cidadania, como educação de qualidade e saúde preventiva, acaba contribuindo para a criminalidade dos de baixo. Trata-se de um círculo vicioso rodado a partir da ação das elites corruptas.

O que chama a atenção na diferença entre os dois tipos de criminosos é como os bandidos bilionários não têm o mínimo pudor em denunciar os seus comparsas para livrar a sua cara. A delação tem permitido à sociedade conhecer as entranhas do poder no Brasil. Por outro lado, a prática demonstra que para o “andar de cima” o crime compensa. Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, gravou até Sarney para se safar. Eike Batista, um dos “maiores empresários” do Brasil (Grupo EBX), antigo camarada de Sérgio Cabral, vai atolar na lama ainda mais a vida do ladrão-governador. 

E, recentemente, Joesley Batista (Grupo JBS), entregou todo mundo: PSDB (Aécio Neves), PT (Guido Mantega) e gravou ainda Michel Temer do PMDB. Quanto a Marcelo Odebrecht, visto no mundo da delação como a cereja do bolo, contribui para a ciência da administração brasileira pois traz um esclarecedor estudo de caso sobre como ocorre o crescimento empresarial na área da construção civil no Brasil. A ODEBRECHT atingiu a perfeição da bandidagem empresarial ao desenvolver um centro de custos para controlar a corrupção. O pai de Marcelo – Emílio – que o antecedeu na presidência do grupo, entrega a república inteira ao afirmar com destemor: “Tudo que está acontecendo é um negócio institucionalizado”. Mais: explica que os partidos não lutam por cargos, mas por “orçamentos gordos”. O caixa dois, para ele, tão falado nos últimos tempos, é “demagogia” da imprensa, pois é prática que remonta 30 anos. 

E eu que sou o perigoso?..


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quarta-feira, 24 de maio de 2017

ENEM 2017: Rosa de Luxemburgo

ROSA DE LUXEMBURGO: A FLOR MAIS PURA DO SOCIALISMO.

Por Alacir Arruda

Nascida em 5 de março de 1871 em Zamoṡc, pequena cidade polonesa então ocupada pela Rússia, Rosa foi a quinta filha de uma família judia emancipada e culta. O ambiente efervescente reinante na Polônia, então dominada pela Rússia czarista, estava levando muitos jovens, como ela, a se engajarem em movimentos contestatórios e mesmo revolucionários. Primeiro, aderindo às lutas estudantis contra as estruturas repressivas mantidas nas escolas polonesas, e depois ingressando nos combates políticos contra a opressão russa e pelo socialismo. Rosa iniciou sua militância no movimento operário (ilegal) em Varsóvia, onde frequentou o liceu para moças.

Em 1889, com apenas 19 anos, ela se viu obrigada a deixar a sua Polônia e refugiar-se em Zurique onde estudou Ciências Naturais, Matemática, Direito e Economia Política. Com 22 anos fundou, com Leo Jogices, Julian Marchlewsk e Adolf Warski, a Social-Democracia do Reino da Polônia (SDKP). Em 1897 defende doutorado sobre desenvolvimento industrial da Polônia e um ano depois muda-se para Berlim, onde passa a militar na socialdemocracia alemã (SPD).

O crescimento relativamente pacífico do capitalismo alemão e a conquista de maiores liberdades democráticas propiciaram avanço eleitoral sem precedente à social-democracia. Isto levou muitos dirigentes partidários a acalentarem esperanças de que haveria outra alternativa para a conquista do socialismo que não fosse o caminho revolucionário. O principal teórico dessa via reformista foi Bernestein, dirigente do PSDA e, até então, considerado herdeiro de Engels do qual havia sido amigo.

Dentro dessa perspectiva, Bernestein elaboraria uma nova tática, que supervalorizava as lutas parlamentar e sindical. Segundo ele, seria através do voto que o trabalhador se elevaria “da condição social de proletário para aquela de cidadão”. A luta sindical por melhores condições de trabalho e salários seria o instrumento privilegiado para conduzir a sociedade capitalista, através das reformas econômicas, para o socialismo democrático. Na verdade, essas reformas já seriam a própria realização molecular da nova sociedade socialista. É dele a famosa frase: “o movimento é tudo e o fim nada significa”.

Rosa Luxemburgo ganhou projeção neste meio marxista alemão em 1899, com a publicação de um ensaio contra Bernstein. Neste artigo, até hoje bastante conhecido e difundido, Luxemburgo questiona os argumentos de que o capitalismo atingira um desenvolvimento tal que impediria crises e levaria a possibilidades de transformação meramente por iniciativas institucionais e pacíficas.

O objetivo final do socialismo, afirmava Rosa, “é o único elemento decisivo na distinção entre o socialista e o radical burguês”. A política apregoada por Bernestein “visava a uma única coisa: conduzir-nos ao abandono do objetivo último, a revolução social, e, inversamente, fazer da reforma social, de simples meio de luta de classes, em seu fim”. Rosa, portanto, não negava o papel das reformas, mas acreditava que “entre a reforma e a revolução devia haver um elo indissolúvel” no qual “a luta pela reforma é o meio e a revolução social é o fim”.

As críticas contundentes e mordazes da pequena Rosa mostram muito bem a sua coragem e o seu espírito revolucionário. Poucos no partido, naquele momento, ousariam desafiar a autoridade de Bernestein, muito menos compará-lo a um radical burguês. As teses de Bernestein foram criticadas nos congressos da social–democracia alemã de Hannover (1899) e Lubeck (1901). No congresso de Dresden, em 1903, o principal dirigente social-democrata alemão August Bebel apresentaria uma dura moção que afirmava: “O Congresso condena de maneira mais decidida o intento revisionista de alterar a nossa tática, posta a prova várias vezes e vitoriosa, baseada na luta de classes (…). Se adotássemos a política revisionista nos constituiríamos em um partido que se conformaria apenas com a reforma da sociedade burguesa”. O Congresso da Segunda Internacional de 1904, em Amsterdã, também foi marcado por este debate e, novamente, as teses revisionistas foram derrotadas. Mas, seus adeptos continuaram no partido e na Internacional, inclusive na sua direção, e ali esperariam nova oportunidade para retomar a ofensiva.

Em 1904, intervindo numa polêmica da social-democracia russa, Rosa de Luxemburgo fez críticas ao modelo organizativo proposto por Lênin, baseado nos revolucionários profissionais e na necessidade de implantação de uma rígida disciplina, que tinha como referência o modelo adotado nas fábricas capitalistas. Contudo, Rosa julgava as propostas do revolucionário russo tendo como ponto de referência a Alemanha e não a Rússia czarista. A fórmula organizativa de Lênin correspondia à situação política vivida no seu país, onde todas as organizações operárias e socialistas eram ilegais e duramente perseguidas. Portanto, a realidade russa impunha uma organização clandestina e rigidamente centralizada. Apesar da crítica feita à política organizativa de Lênin, um ano depois estava ao lado dele na defesa da experiência da revolução russa de 1905 e do instrumento da greve geral. Rosa passava a estruturar a ala esquerda do PSDA.

Em 1906 viajou clandestinamente para Varsóvia a fim de colaborar com a revolução russa iniciada um ano antes, e foi detida junto com Jogiches, passando quatro meses na prisão. Em sua volta à Berlim, sua defesa da greve de massas como instrumento contra o capitalismo já ocupava lugar central em suas intervenções políticas e teóricas.

Entre 1907 e 1914 foi professora da escola de quadros do partido socialdemocrata alemão, sendo deste período a elaboração de obras como A acumulação do capital(1913) e Introdução à economia política (1925).

Juntamente com outros companheiros de partido, como Clara Zetkin e Karl Liebkbnecht, articula em 1914 o Grupo Internacional em protesto à aprovação de créditos de guerra por parte da socialdemocracia, convertida aos esforços militares e nacionalistas do período. Em 1918 o grupo passaria a se chamar Liga Spartakus, organização que encabeçaria uma tentativa de revolução na Alemanha.


Acusada de agitação antimilitarista, Luxemburgou ficou presa durante um ano entre 1915 e 1916 e por mais alguns meses logo em seguida. Na prisão escreveu A crise da socialdemocracia (1916) e a brochura A revolução russa, na qual se contrapõe a alguns aspectos dos bolcheviques russos dos quais ela discordava. Foi libertada em 8 de novembro de 1918, no início da revolução alemã.

Na virada de 1918 para 1919 participa da fundação do Partido Comunista Alemão (KPD) e em janeiro deste ano é presa junto com Karl Liebknecht no que foi conhecido como a “insurreição de janeiro”. A insurreição parecia ter chegado ao seu final. Uma batalha havia sido perdida, mas não a guerra. Assim pensavam Rosa e Karl Liebknecht, quando foram sequestrados e levados ao Hotel Éden para averiguações. De lá deveriam seguir para a prisão, onde se encontravam centenas de operários revolucionários. Contudo, o cortejo faria outro caminho, que não era o da prisão nem o do exílio. A burguesia e os generais alemães já haviam decretado a sentença. Os dois foram conduzidos ao zoológico municipal onde terminariam assassinados. Decerto, alguém se perguntava: “Quantos tiros seriam necessários para matar o sonho da revolução alemã? No zoológico de Berlim quem seriam os animais?”. Ambos são assassinados em 15 de janeiro de 1919 por tropas do governo. Rosa Luxemburgo tinha 48 anos.

Mais tarde, sem identificação, dois corpos seriam jogados nas águas frias do canal Landwher. A reação não queria deixar provas do horrendo crime que cometera, mas todos sabiam quem eram os seus autores. Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht estavam mortos, mas a história que construíram se manteria viva na consciência dos comunistas de todo o mundo.

-Passados alguns anos,  Bertold Brecht escreveria o seu epitáfio:

“Aqui jaz

Rosa de Luxemburgo

Judia da Polônia

Vanguarda dos operários alemães

Morta por ordem

Dos opressores.

Oprimidos,

Enterrai as vossas desavenças!”

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segunda-feira, 22 de maio de 2017

ENEM 2017 -CAXEMIRA e o Paradoxo

CAXEMIRA: O PARADOXO ENTRE ÍNDIA E PAQUISTÃO.

Por Alacir Arruda

Tanto índia como Paquistão são ex-colônias britânicas. Em 1947, ambos conseguiram independência. Os ingleses repartiram a região de acordo com a religião das maiorias. Assim surgiu a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana.

O controle sobre a região da Caxemira foi causa de duas das três guerras (1948-1949, 1965 e 1971) já travadas entre Índia e Paquistão desde 1947 --ano em que se tornaram independentes do Reino Unido.

A Caxemira é uma região montanhosa ao norte dos dois países. Grande parte da população da região é muçulmana e quer a anexação ao Paquistão, que a Índia nega. Atualmente, dois terços do território estão sob domínio indiano e o restante sob controle do Paquistão e da China. Ou seja, é uma região de maioria muçulmana que tem sua a maior parte sob controle da Índia.

O Paquistão reivindica o controle total da Caxemira sob o argumento de que lá vive uma população de maioria islâmica --a mesma do país. Já a Índia tem uma população majoritariamente hindu.

Além das três guerras, a história de violência entre os dois países é longa. Apenas neste ano, se forem levados em conta todas as ações, foram mais de cem atentados ocorridos na Índia, que acusa terroristas muçulmanos paquistanesas pelas ações. O Paquistão nega.

Nos últimos anos, a índia foi palco de ações terroristas movidas por três linhas: religiosa (islâmicos), política (maoístas) e territorial (disputa Índia-Paquistão pela Caxemira). Dezenas de grupo usam ações terroristas para tentar alcançar seus objetivos contra o governo da Índia, saiba quem são os principais:

Lashkar-e-Taiba

Braço armado de uma organização religiosa muçulmana fundada no Paquistão em 1989. O grupo teria ligações com a rede terrorista Al Qaeda. A Índia acusa a inteligência paquistanesa de ser o criador e de oferecer suporte logístico ao grupo.

Movimento Estudantil Islâmico

Fundado em 1977, o grupo ganhou força e se tornou mais violento a partir da década de 90. Em 2001, fui declarado como organização terrorista. O grupo teria se tornado, no último ano, a célula-mãe dos mujahedin [guerreiros islâmicos que nos anos 80 combateram a ocupação soviética do Afeganistão].

Naxalitas

Naxalitas é o apelido derivado de uma rebelião de 1967 na aldeia bengali de Naxalbari. O movimento radical de formação maoísta luta há mais de 20 anos para criar um Estado comunista independente no leste e sul da Índia. As regiões-alvo de ataque deste grupo são os Estados Indianos de Andhra Pradesh, Orissa, Chattisgarh, Maharashtra, Bihar e Jharkhand.

Verão

Os enfrentamentos costumam se intensificar nos meses de verão. Nessa época, com o derretimento da neve em porções da cordilheira do Himalaia, os separatistas islâmicos têm mais facilidade para se infiltrar na Caxemira indiana, vindos de solo paquistanês.

Nas lutas entre os grupos que envolvem os dois Exércitos e guerrilheiros pró-Paquistão, mais de 30 mil pessoas já morreram. Segundo o governo indiano, esses grupos recebem o apoio financeiro do Paquistão, que diz apenas ampará-los politicamente.

A rivalidade levou a uma corrida armamentista que culminou com a entrada de Índia e Paquistão, em 1998, no clube dos países detentores de armas nucleares. Ambos desenvolveram ao máximo sua infra-estrutura militar. Desde então, as hostilidades na Caxemira passaram a ser acompanhadas com mais atenção pela comunidade internacional.

Desde 2016, ambos os países demonstraram intenção de pôr fim ao clima de tensão e melhorar suas relações diplomáticas, mas os atentados terroristas ainda são o grande empecilho  e  podem  barrar as novas tentativas de pacto de paz e expõem a fragilidade da relação entre a polícia e a inteligência indianas nos quesitos segurança interna e luta contra o terrorismo.

Contato: agaextensao@gmail.com

sábado, 20 de maio de 2017

A vida da Bela


A VIDA DA "BELA". 
Jornal suíço diz que mulher de Temer tem vida de luxo e 50 empregadas pagos pelo povo.


Por Alacir Arruda - http://www.jornaldopais.com.br 



MarcelaTemer - Ag.Reuters

Marcela Temer é comparada,por jornal suíco,  à rainha francesa Maria Antonieta, cujos hábitos extravagantes, de luxo e riqueza, contrastavam com a miséria a que o povo  francês a época fora submetido.


Filha do imperador Francisco I, Maria Antonieta se casou com Luís XVI aos 14 anos. A ideia era fortalecer a aliança franco-austríaca.

No dia 14 de julho de 1789, fartos por não conseguirem comer nem o pão que o diabo amassou e, após ouvirem a suposta resposta da rainha sobre sua condição de miséria extrema (Se não têm pão, que comam brioches), os camponeses resolveram por abaixo a Bastilha (para onde eram mandados os ‘inimigos do reino’).

Luiz XVI que, segundo consta, não conseguia conter os gastos astronômicos da esposa, acabou guilhotinado. Nove meses depois foi a vez de Maria Antonieta perder, de vez, a cabeça.

A comparação feita pelo jornalista suíço Beat Metzler, é curiosa e só reforça o que já sabemos: viramos uma espécie de piada de mau gosto do mundo político contemporâneo.

Leia, abaixo, o artigo do Tagesanzeiger, que não é nenhum jornalzinho: tem “só” 133 anos de circulação…

A Maria Antonieta brasileira

A nova primeira-dama Marcela Temer gasta com prazer o dinheiro dos outros. Ela ocupa em sua residência 50 empregados. Às custas do Estado.

Marcela Temer, que desde 2016, é a primeira-dama do Brasil, poderia ter saído de um catálogo de desejos cunhado por uma publicação voltada para o público masculino. Foi descrita por uma revista como “bela, recatada e do lar”. E isso foi entendido como elogio.

O afastamento da presidente de esquerda Dilma Roussef por Michel Temer em 2016  dividiu  o país. A esposa de Temer, Marcela, aprofunda o abismo. Para seus críticos, ela incorpora o caráter reacionário do novo governo, ocupado apenas por homens brancos, grisalhos e ricos.

Marcela escolheu o caminho mais rápido para subir: ela casou-se com um homem branco, grisalho e rico. E tinha apenas 19 anos, quando encontrou Michel Temer. Ele tinha 62. Marcela cresceu como filha de classe média em uma cidade do interior de São Paulo. Além de carregar o título de vice-rainha-da-beleza, trabalhava na recepção de um jornal local, quando, em 2002, acompanhou parentes a um evento do PMDB. Foi onde viu Michel Temer, milionário conhecido e há muitos anos deputado pelo PMDB. Ela pediu para tirar uma foto com ele, o que de fato ocorreu. E pediu também seu número de telefone. A mãe acompanhou-a no primeiro encontro e um ano depois eles já se casavam. Foi uma festa secreta, pois o abismo de 43 anos entre os dois não era exatamente apresentável.

“ A bela, recatada e do lar”

Os pais de Marcela não estão incomodados: “Isso é só o choro dos invejosos” disse a mãe.Marcela disse recentemente: “É como se Michel tivesse 30 anos. A idade não importa ”.
Quando Michel Temer ainda era Vice- Presidente, em 2011, rapidamente sua esposa se tornou a queridinha dos tablóides.

Louvavam seu bom estilo e ela chegou até a ser comparada com Carla Bruni e Jackie Kennedy. Temer publicou um livro de poemas sobre sua vida amorosa, fotos eróticas de Marcela foram divulgadas. Ela faz o papel de uma dona de casa fiel, que leva seu filho para a escola e tem « Michel » tatuado em seu pescoço.

Marcela desfrutava da riqueza. Na residência oficial do vice-presidente, ela mandou executar reformas milionárias “para que seu filho se sentisse em casa”. A família de três membros ocupa 50 funcionários, entre eles quatro empregadas, que cuidam apenas de lavar e passar roupas. Tudo isso pago pelo Estado. Além disso, Marcela viajou ao lado da mãe e de uma irmã, em voo de primeira classe rumo a Nova York e Miami, para fazer compras durante um dia – o que ela própria documentou alegremente na internet. Durante um encontro de cúpula da ONU, cujo tema era a sustentabilidade, ela mandou organizar um desfile de moda de jóias.


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sexta-feira, 19 de maio de 2017

Corrupção

CORRUPÇÃO SISTÊMICA.

Por Alacir Arruda

Após mais uma onda de denúncias contra políticos, que ja virou coisa comum no Brasil, sempre é bom ouvirmos aqueles que dominam o direito.   O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse no mês de março que a corrupção se disseminou no Brasil “em níveis espantosos, endêmicos”. “Não foram falhas pontuais, individuais, pequenas fraquezas humanas. Foi um fenômeno sistêmico, estrutural, generalizado. Tornou-se o modo natural de se fazer negócios e política no Brasil. Esta é a dura e triste realidade”, afirmou, durante aula inaugural para alunos de direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro.

Para Barroso, o direito penal brasileiro não conseguiu desempenhar seu papel, que é funcionar como prevenção geral a delitos. “Um direito penal absolutamente ineficiente, incapaz de atingir qualquer pessoa que ganhe mais do que cinco salários mínimos, fez com que construíssemos um país de ricos delinquentes, um país em que as pessoas vivem de fraudes à licitação, de corrupção ativa, de corrupção passiva, de peculato, de lavagem de dinheiro. Isso não foi um acidente. Isso se espraiou pelo país inteiro”, disse o ministro, para quem a corrupção é fomentada pela impunidade e pelo atual sistema político.

Foro privilegiado

Na palestra, o ministro também comentou o foro privilegiado de parlamentares. Barroso enviou, há um mês, ao plenário da Corte uma ação penal na qual deve ser discutida a restrição do foro privilegiado para deputados federais e senadores. Para ser julgado, o processo precisa ser pautado pela presidente do Supremo, Cármen Lúcia. Ainda não há data prevista.

Segundo Barroso, existem cerca de 500 processos criminais no Supremo, entre ações penais e inquéritos, a quase totalidade contra parlamentares. Ele informou que o STF leva um ano e meio para receber uma denúncia, enquanto um juiz de primeira instância recebe a denúncia, em média, em 48 horas. Essa diferença ocorre porque o procedimento nos tribunais superiores é muito mais complexo, explicou.

O ministro destacou que, desde 2001, já prescreveram mais de seis dezenas de casos. “O sistema é feito para não funcionar, é feito para produzir prescrições. E ele produz”, afirmou. “O sujeito vira deputado, o processo sobe para o Supremo. Ele passa a ser prefeito, desce para o Tribunal de Justiça. Ele se desincompatibiliza para concorrer a outro cargo, passa para o primeiro grau. Depois, ele se elege deputado, o processo volta para o Supremo. O processo sobe e desce e você não consegue que ele tenha um fluxo natural.”

Para Barroso, o ideal era que a restrição do foro privilegiado para poucas autoridades fosse feita por emenda constitucional. Mas como essa decisão depende do Congresso, o ministro propôs restringir o foro privilegiado de parlamentares para os atos que forem praticados no exercício do cargo e estejam relacionados a essa ocupação. “Se se impõe essa restrição, mais de 90% dos casos de foro privilegiado deixarão de ter sede no Supremo”, destacou.

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quarta-feira, 17 de maio de 2017

TEMER: Parte do Problema

TEMER NUNCA FOI A SOLUÇÃO ELE É PARTE DO PROBLEMA.

Por Alacir Arruda

O que se espera de um Presidente da Republica? Bom , o razoável é que ele utilize de sua influência e poder para irradiar coisas positivas para o país. O Presidente Michel Temer teve todas as chances do mundo para realizar isso, para mudar a cara de nosso país não apenas internamente, mas, e sobretudo , externamente, porém ele optou por ser "mais do mesmo".

As denúncias que pesam sobre Michel Temer,  feitas em delação pelo dono do Grupo JBS, se confirmadas, são gravíssimas inviabilizando sua continuidade no comando do país e a sua renúncia seria uma saída menos desonrosa. O problema todo é o seguinte: o governo Temer não tem mais legitimidade alguma para propor as reformas que, no entanto, o país precisa tanto e que acreditou que ele poderia fazer. Como todos sabem, ele foi empossado para isso, no bojo de uma onda de denuncismos que não o isenta uma vez que ele azia parte do governo que caiu e tem mais, ate sua legitimidade como Presidente foi questionada pelo fato do mesmo não ter passado pelo crivo do sufrágio universal. 

Que a Dilma era péssima e o PT uma quadrilha, disso ja sabíamos, mas é necessário que também reconheçamos o obvio: o afastamento de Dilma se deu porque a economia ia mal e os derrotados em 2014 queriam aproveitar o vácuo da desarticulação política. O Brasil estava travado, os que tinham que produzir fizeram greve branca, apostando numa alternativa de política econômica que implantasse um modelo ultraliberal, de Estado mínimo e desmonte de algumas conquistas sociais implantados pelo PT.

Temer assumiu para cumprir uma pauta alheia mas seu governo desandou. Apesar da recuperação minima de alguns números, sobretudo na economia, Temer tem dificuldade de dialogo com a sociedade civil, como ja disse em artigos anteriores, é um burocrata que não conhece a língua do povo. Outro pecado mortal cometido por Temer, e isso pode custar -lhe o mandato, foi manter Eliseu Padilha e Moreira Franco como Ministros mesmo apos terem sido indiciados pelo Ministério Publico Federal por corrupção. Esses fatos desgastaram seu governo e ninguém mais o leva a sério. Nem mesmo os que torciam por ele, os que sonhavam com a possibilidade de que o governo Temer pudesse fazer o que se esperava dele.

No Congresso, Temer construiu uma base aliada - em troca de muitos favores - que ainda conseguiu ir tocando a agenda, aos trancos e barrancos. Mas esperava-se do governo uma liderança capaz de explicar à sociedade a urgência de alguns avanços necessários à nação e isso, Michel Temer não tem. Ele virou um fantoche de si mesmo. Um presidente que tem 79% do país contra e apenas 9% a favor já pode ser considerado um presidente ilegitimo. Essas pesquisas o desmoralizam e vimos isso recentemente com a greve geral. O pior é que gente boa entrou nesse barco e a canoa virou e não há mais como desembarcar.

O desalento toma conta da sociedade brasileira que hoje se vê órfã de lideres e sem nenhuma perspectiva futura de melhora, uma vez que não se vislumbra nenhum novo nome que possa renovar a autoestima dessa nação. Como disse no inicio desse texto, Temer teve a faca e o queijo nas mãos, mas preferiu seguir os exemplos de seus antecessores que levaram a economia brasileira a bancarrota e deixaram 14 milhões de pais de famílias sem norte, desempregados (as). Se realmente, algum dia, o Sr. Michel Temer quis entrar para a historia do Brasil, ele conseguiu, no futuro ele sera lembrado, nos livros de historia, como um Presidente que herdou uma cadeira de mandatário de uma nação e dela fez um escritório de negociatas escusas. 


Talvez se o grande jurista e politico brasileiro Ruy Barbosa fosse vivo ele diria:

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte deste povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade 
e por ver este povo já chamado varonil 
enveredar pelo caminho da desonra. 

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser 
e ter que entregar aos meus filhos, 
simples e abominavelmente, 
a derrota das virtudes pelos vícios, 
a ausência da sensatez 
no julgamento da verdade, 
a negligência com a família, 
célula-Mater da sociedade, 
a demasiada preocupação 
com o 'eu' feliz a qualquer custo, 
buscando a tal 'felicidade' 
em caminhos eivados de desrespeito 
para com o seu próximo. 

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas 
pelo orgulho e vaidade, 
a tanta falta de humildade 
para reconhecer um erro cometido, 
a tantos 'floreios' para justificar 
atos criminosos, 
a tanta relutância 
em esquecer a antiga posição 
de sempre 'contestar', 
voltar atrás 
e mudar o futuro. 

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer... 

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço. 

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir o meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar o meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade. 

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo BRASILEIRO!

'De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes 
nas mãos dos maus, 
o homem chega a desanimar da virtude, 
A rir-se da honra, 
a ter vergonha de ser honesto'. 


Rui Barbosa.

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terça-feira, 16 de maio de 2017

ENEM 2017: II Guerra e suas mentiras

"A HISTÓRIA É ESCRITA PELOS VENCEDORES": AS ATROCIDADES DA II GUERRA.

Por Alacir Arruda

Quando se fala em Segunda Guerra Mundial (1939-1945)  é natural que a primeira coisa que venha a mente de qualquer pessoa, seja  o Holocausto praticado contra Judeus, Ciganos Negros, entre outras minorias pelos  nazistas, aliás, foi isso que nos ensinaram nas escolas não é? Não que isso não tenha ocorrido,  e não estamos diminuindo a sua importância histórica, porém:  há mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia, como diria Shakespeare. Nesse conflito, como nos demais,  existem verdades não ditas, fatos omitidos e heróis fabricados. 

É importante que estabeleçamos um princípio crucial para que possamos entender a Segunda Guerra Mundial: não havia “mocinhos” na Segunda Guerra Mundial! Não era uma guerra do “bem” contra o “mal”, foi a degradação da humanidade. Embora devamos enaltecer os esforços e os sacrifícios de toda uma geração que lutou instintivamente para sobreviver, sejam combatentes ou civis, mas não podemos enaltecer a guerra em si. Guerra é exatamente isso: Guerra! Isso quer dizer que TODOS os seus partícipes irão se desgeneralizar de uma forma ou de outra até perder a noção do bem e do mal; perder a sua própria humanidade.

Nesta linha,  devemos levar em consideração alguns pontos que também são  essenciais para que a História, enquanto ciência, cumpra seu papel, quando no estudo da Segunda Guerra Mundial, o qual listamos abaixo:

1-A Ciência História deve estar acima dos Vencedores;
2-Ela evolui e deve contemplar uma revisão dos Fatos em ato contínuo (Revisionismo);
3-O Revisionismo Histórico deve acrescentar perspectivas sobre os Fatos Históricos, mas com equilíbrio e sem ser objeto de manipulação dos historiadores;
4-A Ideologia do historiador deve sucumbir a Fatos Históricos. A visão do historiador não pode influenciar na análise destes mesmos fatos;
5-Como condiz a todo cientista, não existe verdade absoluta, existem evidências científicas que nos levam a um veredicto, portanto, cabe ao historiador trazer a luz as evidências que nos levam a verdade, mesmo que esta seja temporal.

A minha grande indagação diz respeito às razões pelas quais um povo se lança em guerra contra outros porque assim determinou o seu presidente ou líder político!  Milhões morrem por capricho de déspotas ou títeres, que não têm qualquer consideração pela espécie humana, a aniquilam através de crueldades indescritíveis.

Não consigo entender por mais que eu leia sobre a Segunda Guerra Mundial, que o povo alemão, culto, inteligente, de tradições e costumes refinados, tenha obedecido cegamente a Hitler, e ocasionou o maior conflito da história da Humanidade!

Da mesma forma repudio os ataques atômicos a Hiroshima e Nagasáki, igualmente a carnificina absolutamente desnecessária com o bombardeio aéreo em Dresden, matando milhares de civis criminosamente.

Lamento profundamente ter havido apenas o Julgamento de Nuremberg, condenando os nazistas, pois paralelamente a este tribunal deveria haver aqueles que julgassem os crimes de guerra cometidos pelos aliados, que não foram poucos, incluindo os japoneses pelo que fizeram na China e com os americanos nas batalhas pelo Oceano Pacífico.

E se quisessem de fato punir o genocídio da última guerra mundial, então que os italianos se sentassem também na cadeira dos réus quando invadiram a Abissínia, em gesto tresloucado pelo fascista Mussolini.

Desgraçadamente, a história é escrita pelos vencedores, que os isentam de culpa pelas atrocidades praticadas, e deixando desta maneira um espaço enorme à punição daqueles que liberaram seus monstros dentro de si, que soltaram as bestas escondidas em suas mentes, e macularam o ser humano a tal ponto que animal algum na face deste planeta é tão brutal e cruel quanto ao bicho homem, na verdade o lobo da própria espécie, conforme sentenciado por Plauto (254-184) em sua obra Asinaria.

No texto de Plauto  se diz exatamente: “Lupus est homo homini non homo”, numa tradução grosso modo - O homem é lobo do próprio homem - .Essa frase foi bem mais tarde popularizada por Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVII. O mais angustiante é que os exemplos da Segunda Guerra não foram suficientes para aplacar a ira incontida no ser humano, pois de 1.945 até 2016, 71 anos se passaram, e jamais tivemos na história tantas guerras, revoltas, revoluções, como as registradas nessas sete décadas, gerando fome, miséria, injustiças, calamidades, torturas, sofrimentos à humanidade, e sem que se discuta um fim para tanta morte ou qualquer atitude para minimizar as vidas ceifadas.

Dresdem foi um,  de outros  tantos exemplos de bestialidade, que de nada serviu para a consciência do animalesco homem! Nas fotos abaixo é possível ter uma noção daquilo que essa cidade alemã sofreu durante esse "animalesco" conflito:

Contato: agaextensao@gmail.com