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LIMITE PARA AS ATROCIDADES HUMANAS É A NOSSA IMAGINAÇÃO
Por Alacir
Arruda
O mundo amanheceu coberto por uma nuvem de dúvidas e chocado neste sábado 14 novembro de 2008. Mais de 120 pessoas foram mortas e outras 300 se feriram em vários pontos de Paris vítimas da intolerância. A pergunta que não quer calar: Até quando!? Ate quando suportaremos inocentes sendo aniquilados por extremistas que buscam reconhecimento através do terror? E o G7, o grupo dos países mais ricos do mundo, o que tem a dizer sobre isso? Será que não eles os grandes culpados por toda essa barbárie? Ou seria Alah? Talvez Tiririca, (grifo nosso).
Bom, perguntas e satirizações à parte, esse atentado em Paris apenas reforça a idéia de que vivemos em um mundo onde impera o transitório e o ambivalente. Transitório em função da extemporaneidade dos fatos, nada mais é óbvio os interesses, os princípios e até Deus vaga pela transitoriedade. Tentar responder qualquer das perguntas acima e mergulhar nesse mundo transitório. E ambivalente porque o conceito de ambivalência leva indistintamente, a existência simultânea, e com a mesma intensidade, de dois sentimentos ou duas ideias com relação a uma mesma coisa e que se opõem mutuamente.
Tentar explicar quais são os reais interesses do Estado Islâmico é mergulhar em um oceano de incertezas, cogitações e dúvidas. Esse grupo se perdeu em suas propostas iniciais há tempos, hoje mais parece um partido radical tentando um golpe de estado tanto na Síria quanto no Iraque sob a égide da Sharia. O EI Utiliza do terror como arma em um mundo onde impera o medo. Países como Inglaterra, França, Alemanha e o Estados Unidos , sobretudo os dois últimos, apenas esperam o dia e horário do próximo ataque, pois uma certeza e corrente entre eles, o EI vai nos atacar! A pergunta é: Porque não reagem? Querem saber a resposta? Por que não há como reagir, simplesmente por isso. As armas usadas pelo Estado Islâmico, que se baseia na alienação religiosa, é a mesma utilizada (guardadas as devidas proporções) por essas superpotências há mais de 100 anos, a alienação capitalista voltada para consumo e o ter a qualquer custo. Esse mecanismo funcionou de tal forma que tente tirar uma coca cola de uma criança.....A reciproca é verdadeira e funciona da mesma forma do lado oponente: tente tirar um fuzil AK 47 das mãos de um extremista do EI! No fundo ambos são alienados, que os diferenciam são os interesses.
Quem me acompanha sabe que gosto muito da filosofa alemã Hannan Arendt. Segundo ela: "À violência é sempre dado destruir o poder; do cano de uma arma desponta o domínio mais eficaz, que resulta na mais perfeita e imediata obediência. O que jamais poderá florescer da violência é o poder." (Hannah Arendt)
O homem violento, aquele que acredita em sua força, este não tem poder. O poder só pode ser encontrado onde não há violência. Uma coisa é obediência e medo outra é o real sentido daquilo que transforma sem agredir. Esta é uma das razões pelas quais a democracia apresenta-se como algo frágil pois, está implícito em sua natureza este caráter de incompletude na medida em que dá ao outro a compreensão de que não há uma imposição antecipada. Ao contrário, o que existe é o direito da autoprodução dentro do percurso.
Os riscos e as múltiplas possibilidades de escolhas fazem parte deste contexto de tolerância e respeito. Embora haja o risco, este sinaliza para a ausência de passividade e também para o recuo que as atitudes absolutas podem despertar com a falsa sedução de uma ordem preexistente.
Faz parte do exercício da maturidade entender que a tolerância pode ser um caminho para uma convivência mais pacífica e que tal atitude não significa passividade. Portanto, nem sempre é necessário que o mais forte seguido, pois múltiplos são os caminhos... .
Realmente é uma questão a refetir......Será que o Estado Islâmico atingirá seus objetivos pela violência? ou estão dando um tiro nos próprios pés? Passo a palavra a vocês....
Professor adorei, principalmente quando você cita Hannan Arendt. O pensamento dela encaixa sobremaneira com essa realidade, ou seja, o mal pelo mal. A banalização do mal. Bjs. Anna Hoffman UFRJ. saudades de suas aulas
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