quarta-feira, 29 de junho de 2016

"o lobo solitario"- para ENEM

A NOVA ESTRATÉGIA DO TERRORISMO: "O LOBO SOLITÁRIO".

 
Por Alacir Arruda

Escrever me liberta!!

Ataques como os ocorridos no aeroporto internacional de Istambul (Turquia) nesse 28/06/2015, onde mais de 20 pessoas morreram e ainda não há um numero exatos de feridos, mas cogitam acima de 70, ou como o da boate GLS Pulse em Orlando na Florida-EUA ocorrido na madrugada do dia 12 de junho, deixaram o mundo assustado, não pelos ataques em si, mas pela estratégia utilizada. Omar Saddique Metten, americano de ascendência afegã e dotado de uma forte influencia jihadista, usou de uma estratégia desconhecida até entao, que são ações promovidas por lobos solitários, pessoas que agem por conta própria imbuídos de um forte sentimento extremista sem necessariamente, fazerem parte de algum grupo de terror, por isso a expressão "solitário". Não que isso ocorresse pela primeira vez , tivemos outros ataques com essa motivação, mas o ocorrido nos USA, em particular, chamou a atenção pela proporção e letalidade, o maior da historia do país.

Omar Sadiqque conseguiu comprar legalmente um fuzil e uma pistola, apesar de ter ativado alertas. "Isso é um problema", disse Obama, ao mesmo tempo em que a Casa Branca exortou o Congresso a tomar "medidas de senso comum" para regular o acesso às armas. Segundo a CNN, Mateen efetuou em duas ocasiões a peregrinação mais curta a Meca na Arábia Saudita, afirmaram nesta segunda-feira as autoridades sauditas e também viajou aos Emirados Árabes Unidos. O FBI admitiu que o investigou anteriormente, mas descartou que tivesse laços extremistas. Parentes e conhecidos descreveram o atacante como um homem violento e instável, que agredia a ex-mulher e fazia comentários homofóbicos.

Assim como a tecnologia e a sociedade avançam a passos largos, as estratégias dos grupos terroristas caminham na mesma direção. O Estado Islâmico, por exemplo, desde a sua fundação tem utilizado de inovações, usando redes sociais para divulgar seu ódio ao ocidente. Vídeos no YouTube mostram assassinatos bárbaros em tempo real e usando de efeitos especiais que estão entre os mais visualizados dessa ferramenta, além de uma forte propaganda midiática em canais que apoiam suas ações. Todo esse apelo tecnológico tem trazido retorno, em 2015, duas adolescentes inglesas, de ascendência muçulmana, fugiram da Inglaterra para se tornarem "soldadas" do islã-extremista na Síria, e um dos assassinos mais cruéis visto nesses vídeos foi identificado como um inglês de codinome "Jonh". Isso prova que os grupos terroristas estão antenados àquilo que move os anseios dos jovens que acabam se tornando presas fáceis.

Houve uma época em que o terrorista deveria se preparar, viajavam para as regiões mais remotas do mundo ( Mali, Iemêm, Afeganistão),  onde passavam por um forte treinamento militar e ideológico, e aqueles que não atingiam os objetivos ali mesmo eram assassinados. Hoje isso não é mais necessário, a internet tem feito essa triagem. Jovens que desapontaram com o mundo pós moderno, que se veem perdidos com a exploração e as dificuldades características do capitalismo, tendem a buscar alguma forma de autoafirmação e projetam nesses grupos um ideal de realização, mesmo que a ingenuidade não permita-os compreender o real perigo que estão se metendo.

Hoje, estima-se que só o Estado Islâmico já recebeu mais de 1 milhão de voluntários para lutarem pelo Jihad, desses, 90% são jovens. E todos os dias centenas chegam para compor esse exercito. essa é mais uma prova, inequívoca, de que a estratégia midiática do grupo trouxe resultado. Mas e o lobo solitário? Como ele surge?

Ora, a internet e as plataformas de comunicação online podem ser acessadas de qualquer lugar, são grátis, ninguém pode realmente censurá-las, é possível manter anonimato e usá-las para muitos objetivos: propaganda, recrutamento, ensinamentos e convocação de pessoas para a ação. No tipo de plataforma multimídia, é possível fazer upload e download de textos, filmes, livros, instruções, palestras. Você pode se comunicar, coletar dinheiro, enviar dinheiro, encontrar informação, interagir com pessoas. Está ai o terreno onde se desenvolve o ideário desses "Lobos". É a velha máxima " mente vazia, oficina do diabo". O que assusta é a sanha assassina desses lobos, que não possuem nenhuma piedade com o próximo, seja idoso ou criança, homo, ou hétero, negro ou branco, na verdade seu instinto é matar, não importa quem.

Na véspera da I Guerra Mundial -1914-, terroristas adiaram o atentado em Sarajevo porque havia crianças na carruagem do arquiduque. Hoje, lobos solitários, explodem tudo que há pela frente: crianças, velhos, explodem até a si próprios. Omar, e os três que se explodiram em Istambul não nos engana. E certamente não enganará Alá e as 70 virgens que os estariam esperando no céu.
 
 
 

terça-feira, 28 de junho de 2016

O NACIONALISMO NO MUNDO - PARA ENEM

O CRESCIMENTO DOS MOVIMENTOS NACIONALISTAS NO MUNDO.

Por Alacir Arruda
  Escrever me liberta!!

É desolador quando vemos um lunático, racista com visões que comparam ao nazismo, como Donald Trump ter 41% de chances de ser presidente da maior nação do Planeta, não que a senhora Clinton seja menos desajustada, pois quem a conhece deve lembrar do seu período como secretaria de estado, do seu envolvimento nas ações desastradas do exército americano em Bagdá e Cabul que culminou com a morte de milhares de inocentes sob a justificativa do combate ao terrorismo. Hilary é acusada ainda de acobertar as torturas cometidas por tropas americanas em Abu-Ghraib (Iraque) e Guantánamo (Cuba). Ou seja, o passado da senhora Clinton não é bem aquilo que se espera de uma Democrata e virtual Presidente dos USA. Diante disso o mundo se pergunta: "o que está acontecendo com política mundial"? Ou com os políticos?

Na França a situação não e diferente, Marine Le Pen, a líder da extrema direita francesa, ambiciona transformar a FN (frente nacional) de um movimento extremista marginalizado em um partido sério do governo, e as últimas pesquisas a colocam como virtual vencedora do próximo pleito Talvez seja mesmo a hora do "desastrado" socialista Holland buscar o caminho de casa, pois em 4 anos não conseguiu articular um governo de coalizão que enfrentasse esses grupos extremistas que pregam a expulsão de estrangeiros, a saída do país da União Europeia e apóiam agressões xenofóbicas. Para isso, Marine Le Pen recrutou jovens militantes intelectuais para elaborarem propostas de governo, essa tática vem obtendo adesões que assustam a nação que cunhou para sempre no mundo os termos "igualdade, liberdade e fraternidade".

Muito se fala hoje no crescimento dos grupos nacionalistas, ultranacionalistas, ou extremistas, o nome pouco importa pois o sinônimo é sempre o mesmo, grupos que pregam um nacionalismo ufanista, a xenofobia e a discriminação ao estrangeiro como mote. Para estudiosos isso, na verdade, é um retrocesso diante de um mundo que há muito tempo se tornou global e não tem chance de retorno. Mas como surgem esses grupos? O que buscam?

Esses movimentos surgem por diferentes motivos. Podem ter cunho político, étnico ou racial, religioso ou social. Em sua maioria, trata-se de uma classe social, colônias ou territórios pequenos que se sentem desvalorizados pelos governos principais de seus países e buscam na independência uma forma de valorizar e garantir mais direitos e investimentos à sua população.

No que diz respeito ao separatismo, a Europa é o continente que mais vivencia essa situação de “desejo de independência”. Tal situação preocupa a União Europeia, que teme que caso um grupo separatista ganhe a causa provoque um efeito cascata nos demais movimentos. A saída do Reino Unido é o recado mais objetivo que eles receberam, pois a vitória dos que queriam sair da união europeia e o exemplo claro de ações de nacionalistas e separatistas deram resultado.

Quando uma região ou território se torna independente mudam-se fronteiras, alianças, relações econômicas e blocos, e os “novos” países têm que iniciar uma série de reformas, criando instituições próprias como Banco Central, Forças Armadas, entre outras, e o “novo” país precisa ser reconhecido por outros países.

Os países que atualmente, sofrem com ações separatistas vão desde o Reino Unido com Escócia e Irlanda do Norte, passando ainda por Espanha com o país Basco e a Catalunha que lutam por independência, temos ainda conflitos no Cáucaso, ex URSS, onde as Ossetia do sul e a Chechênia querem se desatrelar da Rússia. No mundo temos ainda a situação de Quebéc, parte francesa do Canadá, que realizou ate um plebiscito para sua saída, mas não obtiveram êxito. Outro país que passa por esse problema é a China, com o Tibet, que ha mais de 45 anos busca sua autonomia, enfim, raros são os continentes em que não ocorra ações de algum movimento separatista.

Quanto ao nacionalismo extremista ou ultranacionalista (e aqui não quero entrar no mérito se são justos ou não) , se fortalecem a medida que atores como Donald Trump nos Estados Unidos e Marine Le Pen na França aparecem com reais possibilidades de vencerem eleições com um discurso " radical". Aqui eu gostaria de fazer uma distinção entre nacionalismo e separatismo, pois eu considero o nacionalismo extremista o pai da intolerância e da xenofobia enquanto movimentos separatistas buscam direitos e como disse anteriormente, esse mérito eu não vou aqui aprofundar.

De forma superficial, entendo que a crise econômica pode ter facilitado essa insatisfação, frustração, esse desencanto. As pessoas tentam explicar sua miséria ou falta de dinheiro colocando a culpa nos imigrantes, algo muito semelhante ao que aconteceu com os judeus na Europa. Um dos maiores problemas hoje é o fato de as pessoas tentarem explicar sua falta de tolerância referindo-se à cultura, aos valores e à tradição. E eu, como analista, não entendo o que eles querem dizer com “valores e tradição”. Toda sociedade está mudando, a vida está mudando o tempo todo em todo lugar. Que tipo de valores e tradição as pessoas têm em mente? Quanto a pergunta ao final do primeiro parágrafo, eu realmente não sei essa resposta, porém, ou encontramos uma saída ou realmente teremos que dar razão a "Luciano Hulk": Não riam, pasmem, mas ele disse: " a humanidade não deu certo". É ÓBVIO que essa frase não e dele.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

REINO UNIDO X UE - para ENEM


POR QUE O REINO UNIDO DEIXOU A UNIÃO EUROPÉIA ?
  
Por Alacir Arruda

“Preciso voltar a escrever!!!

Bom, passado a euforia da saída do Reino Unido da União Europeia cabe aqui algumas reflexões sobre o fato. A primeira coisa a ser fazer é compreender como é dividido aquela região, pois são comuns erros primários como o cometido pela “dançarina” Carla Perez em 1999, quando ao desembarcar no Brasil, após um sequência de shows naquela região, foi questionada por um jornalista que queria saber onde ela esteve? Bom, ela não titubeou, disse: “estive em 3 países da Europa, Inglaterra, Reino Unido em Grã Bretanha!”. Se você achou graça, cuidado, esse erro é mais comum do que se parece.

Isso ocorre pelo fato das pessoas associarem esses termos como comuns, e não são. Então vamos desvendar: A Grã-Bretanha é uma das muitas Ilhas Britânicas da Europa que abrange a maior parte do Reino Unido. Nesta ilha estão três das quatro nações britânicas: Escócia, na parte norte; Inglaterra, no sul; e País de Gales, a oeste. O Reino Unido é uma união política de quatro "países constituintes” Escócia, Inglaterra,Irlanda do Norte e País de Gales. O governo é regido por um sistema parlamentar cuja a sede está localizada na cidade de Londres, a Capital, e por uma monarquia constitucional que tem a rainha Elisabeth II como a chefe de Estado. Quanto a Inglaterra, bom essa é a maior parte da Grã Bretanha, fica na Região sul-central da Ilha, região de Londres.

Uma vez que nos localizamos geograficamente, vamos aos fatos. No dia 24 de junho de 2016, uma maioria simples de 52% dos britânicos decidiu o “Brexi”, ou seja, a saída do Reino Unido da União Européia, da qual eram membros desde 1974. Essa decisão chocou o mundo econômico e político globo a fora. Nem o mais pessimista dos analistas esperava esse desenrolar (observem que usei a expressão “britânicos”), isso significa que votaram todos os pertencentes ao Reino Unido – Inglaterra, Escócia, Pais de Gales e Irlanda do Norte -. E, por que eles fizeram isso? Bom, ai cabe uma análise levando se em conta o processo histórico. O Reino Unido é uma Ilha, ou seja, não está vinculado por terra ao continente europeu e sempre foi avessa às decisões vindas desse continente. Fato é que o MCE ( Mercado Comum Europeu), que é pai da União européia, existe desde 1957 e o Reino Unido só aderiu em 1974, outro fator discordante é a questão do Euro, apesar de ser membro da União Europeia O Reino Unido não faz parte da chamada “zona do Euro”, e não mudou sua moeda que continua sendo a Libra Esterlina, outra variante e que o Reino Unido sempre foi um parceiro histórico dos Estados Unidos que sempre concorreu com o Euro, pois possui também uma moeda forte.

Acrescento ainda a esses fatores, aquilo que sempre eu disse aos meus alunos quando ministrava geopolítica. A União Européia entrará em colapso quando o Euro perder força e os sinais da crise econômica penetrar no continente. Quando isso acontecer, velhas rixas e resquícios de conflitos seculares voltarão à tona. Não é novidade para ninguém que a Europa é um caldeirão de etnias e línguas, etnias essas que possuem diferenças históricas que o Euro conseguiu minimizar, por certo período, porém, jamais eliminá-los. Só um ingênuo para acreditar que Alemães gostam de franceses, que ingleses gostam de alemães, que o povo Basco gosta de regido pelo Rei de Espanha, que os catalães amam cantar o hino espanhol, que sérvios e bósnios um dia tomarão chá juntos, que armênios e turcos participarão juntos do dia de Ação de Graças, que irlandeses do norte amam cantar “Good Save The Queen”??? Eu ate acho que essa “Island Paradise”, chamada União Européia durou muito.

Mas sem duvida, a gota d’água é a situação dos refugiados sírios e iraquianos que hoje assombra a Europa. Ninguém quer assumir essa responsabilidade, até parece que eles (europeus) não são os principais culpados por todo esse caos, ou se esqueceram das ocupações francesas e inglesas no Oriente Médio no inicio do século XX – o neocolonialismo-, fomentando o ódio entre culturas historicamente rivais, sob a justificativa de uma possível abertura econômica usando o petróleo como desculpa.

Enfim, a Europa tem um legado de terror que passam por atrocidades como as cometidas pelo lunático Hitler, com anuência de mais de 30 milhões de alemães, pelo genocídio armênio de 1915 onde mais e 1 milhão e meio de pessoas foram assassinadas sendo 95% dos mortos civis indefesos, ou o massacre de Kosovo em 1999. Como imaginar “UNIÃO” em um continente marcado guerras e genocídios? Oxalá essa saída do Reino Unido force os europeus a repensarem seu papel no mundo, que possam reconhecer erros históricos, como as ocupações no continente africano que deixaram um legado de morte, destruição e Guerras Civis, quem não lembra de Ruanda 1994. E hora do Velho Continente se reinventar ou daremos razão a famosa frase de Oto Lara Resende “ A Europa é uma burrice aparelhada de museus”.


-Respondendo a pergunta título desse artigo: Porque o Reino Unido deixou a União Européia?
R. Porque ele jamais fez parte desse grupo!




quinta-feira, 23 de junho de 2016

injúria

NÃO TE FIZ NENHUM BEM, POR QUE ME INJURIAS TANTO ?

Por: Alacir Arruda
"nada ofende mais do que o benefício, nada agride mais do que o favor. A vida é a arte de não fazer favores".
                                                            (Nelson Rodrigues)

 
Resolvi começar esse texto citando o grande dramaturgo Nelson Rodrigues, um gênio polêmico do teatro brasileiro que como ninguém sabia lidar com as criticas que recebia. Entender o comportamento humano é uma coisa que nem Freud, Jung ou Lacan conseguiram , não seria eu, um simples mortal, que me atreveria. Porém, a irracionalidade de alguns me obriga a tecer esses comentários. A palavra injúria, do latim injuria, de in + jus = injustiça, falsidade. É também um Substantivo feminino - 1 ato ou efeito de injuriar - 2 injustiça, aquilo que é injusto; tudo o que é contrário ao direito - 3 dito ou ato insultuoso, ofensivo - 4 ato ou efeito de danificar; dano . Em suma, injuria é “falar mal dos outros por trás” como dizem os mais velhos.

Na educação isso é muito comum, principalmente quando aparece alguém que incomoda e se atreve a mudar essa estrutura ai instalada, criada por acomodados e despossuídos de um espírito educacional, e que chamam a si mesmos de "gênios" , se julgam acima do bem e do mal.

Quando o Sociólogo da UNB ( Universidade de Brasília) Pedro Demo afirmou em uma de suas entrevistas que: “dentre as atribuições do professor moderno, a mais inútil é a aula”, alguns pseudo-educadores se ofenderam, pois acreditam que aquela aula tradicional aliada a um conjunto de apostilas que foram estruturadas pelo sistema muito mais para confundir que para explicar, são as únicas formas de inserir conhecimento em seres humanos, ledo engano. Pedro Demo com essa frase esta fazendo um alerta aos educadores acomodados que se assentam sob a pedra da “ignorância” e de lá injuriam aqueles que efetivamente produzem educação e conhecimento, que buscam a inovação e a interação entre professor-aluno utilizando de linguagens modernas e acessíveis a todos.

Mais os compreendo, e acho esse comportamento até normal, se levarmos em conta o país que vivemos. Um país que possui o antepenúltimo pior sistema de educacional do Planeta e que adotou a inércia e a falácia como sistemas pedagógicos.. Aliás, nunca agradeci tanto a existência de Bangladesh e Mali que são os únicos atrás de nós no PISA, que é coordenado pela ONU, ( sugiro que pesquisem a realidade desses dois países e comparem com a nossa). O Sociólogo Pedro Demo ainda alerta em seus inscritos, que cada professor deve produzir seu próprio material didático e não ser cópia de um sistema que já deu sinais de colapso há muito tempo. Quanto aos que insistem em me injuriar segue abaixo um sucesso do grande Chico Buarque de Holanda seguido de um pedido.."Me Esqueçam."

INJURIADO
Chico Buarque

sábado, 18 de junho de 2016

NOTA ... 
Por Alacir Arruda

A Constituição brasileira afirma em seu art. 5º, inciso LVII, que “ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Uma sentença que transitou em julgado é aquela da qual não cabe mais recurso. Assim, todo cidadão brasileiro deve ser considerado inocente até que esgotem todos os recursos a que tenha direito. Se deve ser considerado inocente, não pode ser preso. A prisão só pode ocorrer antes do trânsito em julgado em casos excepcionais e se cumpridas todas as exigências legais. Não havendo motivos para uma medida extrema como a prisão, ela não pode ser decretada.  

O Supremo Tribunal Federal, a despeito do afirmado na Constituição, entendeu diferente. Então, deveria mesmo era reescrever a Constituição, que ficaria assim:

art. 5°
LVII- ninguém será culpado até sentença condenatória de segundo grau.

Ocorre que existem artigos na Constituição Federal que são tão sérios, pois protegem direitos fundamentais, que sequer podem ser modificados. Então, na opinião do Barroso & França Advocacia, o Supremo errou feio! Vejamos.

O argumento que fundamentou o voto do ministro Teori Zavascki, é o de que a pena já pode ser executada, já que a fase de análise de provas e de materialidade se esgota. E disse ainda que a decisão respondia a um reclamo social.


1) Ouvir a sociedade? Qual sociedade? Quem é essa sociedade?

“A mudança na jurisprudência é para ouvir a sociedade”. A sociedade, por meio da Constituição, havia decidido que “ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Esse distanciamento entre sociedade e cidadão é um erro tremendo. A sociedade é composta por indivíduos, não é um ente à parte. Os direitos do indivíduo são os próprios direitos da sociedade.

A vontade de vingança existe, é verdade. O mito de Caim e Abel retrata bem essa natureza humana, mas foi exatamente para não deixar que as vinganças privadas levassem à barbárie que foi criado o processo penal. Processo esse que deve ser composto por órgãos imparciais: um para acusar ( Ministério Público) e outro para julgar (Juiz). O que está registrado na Constituição é a vontade da sociedade. A história da humanidade já demonstrou que a parcialidade das vítimas leva ao caos social.

Ao contrário do que se pensa, muitas pessoas simples e sem qualquer conhecimento técnico jurídico tem bradado inconformismo diante da decisão do Supremo. A verdade é que ninguém quer ser tratado como na inquisição medieval: sendo desde o início do processo considerado culpado.

O que os cidadãos desejam é que, caso um dia tenham que responder a uma acusação penal, sejam considerados inocentes enquanto possam se defender, enquanto possam ajuizar recursos. Se o sistema é lento, que o Estado o aprimore, mas jamais que a liberdade dos indivíduos seja tolhida! Não se pode admitir que um cidadão brasileiro seja jogado no calabouço sendo considerado inocente!

A insatisfação da sociedade é com o sistema moroso e não com as regras que protegem a liberdade de cada um dos seus. A sofrida sociedade não deseja meia presunção de inocência, não deseja faz-de-contas! Uma sociedade fundada em valores democráticos não abre mão de sua liberdade! O ministro deve ter se referido a outra sociedade, não a brasileira!

2) Análise de provas e de materialidade se esgota em segundo grau.

O segundo argumento adotado pelo ministro relator também não nos convence. Seria preciso reescrever a constituição, mas como já dito acima o art. 5º não pode ser mudado.

LVII- ninguém será culpado (até que se esgote a análise de provas e materialidade)

Ainda que se tenha feito uma análise de provas e materialidade no segundo grau, não se pode afirmar que essa análise tenha sido feita conforme o devido processo legal. É exatamente por isso que existem os recursos aos tribunais superiores para questionar se o processo fora julgado conforme a constituição e as leis federais. Em uma democracia de direito, processo é direito. E isso precisa ser levado a sério.

Os direitos registrados na nossa Constituição são o resultado de uma luta de séculos pela liberdade do indivíduo. Veja abaixo um breve histórico.

MagnaCarta 1215:

1. Nenhum homem livre será detido ou sujeito à prisão, ou privado dos seus bens, ou colocado fora da lei, ou exilado, ou de qualquer modo molestado, e nós não procederemos nem mandaremos proceder contra ele senão mediante um julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com a lei do país.

1948- Declaração Universal do Direito dos direitos humanos.

Artigo 11
§1.     Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

1969- Pacto de São José da Costa Rica

Artigo 8º - Garantias judiciais
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa.
Constituição da República Federativa do Brasil -1988

Art. 5°

LVII- ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”


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Bom... disto isso..,

cabe me manifestar após a execração publica de meu nome. 

1)  cabe a cada instituição ou cidadão que sentir ofendido oferecer uma representação ou boletim de ocorrência quando sentir que seus direitos foram violados. Em suma, qualquer pessoa pode ser acionado na justiça por qualquer fato que alguém julgue procedente, sem que isso seja objeto de mérito.
2) jamais fui detido ou PRESO por qualquer delito
3) se existe um procedimento investigatório, cabe ônus da prova a quem alega 
4) e o principio do contraditório terá que ser respeitado.

Me mantive calado ate o momento em função da dimensão que tomou tal fato, sem com isso me consolidar com as pessoas que, efetivamente, merecem meu respeito e se preocupam comigo. Bom, a esses digo que estou bem procurando atender aquilo que a justiça me solicitar. Aos críticos, digo apenas que  Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.