CASO
PETROBRAS MOSTRA A NOSSA VERDADEIRA FACE
Por Alacir Arruda
As
denuncias do ex-executivo da Petrobras, Paulo
Roberto da Costa , que vieram à tona
essa semana pela Revista Veja , onde ele revela a existência de um “caixa dois” que era alimentado pelas empreiteiras
contratadas pela Petrobras e ainda cita
nomes de políticos o importantes ligados à base do governo Dilma, traz à baila
novamente a necessidades da nação refletir, de
posse de uma criticidade mais apurada, os parâmetros usados pelos que hoje
gerenciam a coisa publica
Este
senhor comandou uma das mais importantes divisões da Petrobras de 2004 a 2012 e com certeza tem muito a esclarecer ainda,
sobretudo agora com a chamada “delação premiada”. Que na nada mais É que
MEDO. Com certeza ele observou a
situação do operador do mensalão, Marcos Valério, que foi condenado há 40 anos de prisão, e não aceitou a proposta do Ministério Publico
à época da delação premiada, resultado; Jose Dirceu, Genoino, Delúbio entre
outros, logo sairão da cadeia, ele deve “mofar”
lá.
Toda
essa situação de imoralidade e farra cm
o dinheiro publico, me retoma um artigo que escrevi em 2011 ainda em São Paulo,
onde avalio o que escreveu o jornalista espanhol
Juan Arias , correspondente no Brasil do Jornal El País. Juan questiona a nossa essência antropológica,
investigado-a partir da: corrupção que é endêmica, do nosso jeitinho
brasileiro” que para muitos é sinal de esperteza e da nossa falta de
comprometimento com a nação. Razões que , segundo ele, justificam a classe política que temos.
Afinal,
quem somos nós, os brasileiros? À primeira vista, a resposta para essa pergunta
é fácil: somos o produto da miscigenação entre os colonizadores portugueses, os
índios que aqui viviam e os africanos trazidos como mão-de-obra escrava, além
dos imigrantes que chegaram entre os séculos 19 e 20 (alemães, italianos,
japoneses). Até aí, tudo bem. Somos, enfim, um povo mestiço genética e
culturalmente que, apesar da diversidade, compartilha certos traços em comum.
A
questão, porém, fica um pouco mais complicada quando se trata de buscar a
essência do que se convencionou chamar de caráter nacional, aqueles traços que
explicam uma série de comportamentos que costumamos encarar com naturalidade,
mas que, quase sempre, causam surpresa entre os estrangeiros.
Não
é só um estereótipo. As pessoas aqui se relacionam com mais afetividade. Os
brasileiros conversam na rua, enquanto na Europa o silêncio predomina nas
estações de ônibus e metrô”, diz o jornalista espanhol Juan Arias, que há 7
anos vive no Rio como correspondente do jornal El País. “Mas fiquei chocado com
a burocracia kafkiana para tirar o visto de permanência após casar com uma
brasileira. Foram mais de 600 dias de espera, 6 quilos de documentos e a
insinuação de que tudo poderia sair rapidamente se pagasse 8 mil reais”,
afirmou Árias ao deparar com a nossa já famosa “Burocracia”.
Brooke
Unger, correspondente da revista inglesa The Economist, em São Paulo, é mais um
que se diz a um só tempo encantado e estarrecido com certos traços do povo
brasileiro. “Quando cheguei ao Brasil pela primeira vez, vi garis em um desfile
pelas praias do Rio, numa cena impensável para um americano”. Em compensação,
ele diz não entender a espécie de amnésia coletiva diante de casos graves de
violência e impunidade. “A maioria dos brasileiros sabe mais sobre o atentado
terrorista do dia 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, do que sobre a
chacina na Baixada Fluminense que matou 29 pessoas no dia 31 de março de 2011.
Afinal somos o quê? Criativos ou enrolões, extrovertidos ou indiscretos,
cordiais ou malandros, maleáveis ou corruptíveis?
Após
mais essa enxurrada de denúncias de
corrupção na Petrobras a discussão sobre a essência do nosso caráter
volta à berlinda. De onde vem nosso jeitinho, nossa informalidade (aqui, até um
ex-presidente da República era tratado pelo apelido), nossa naturalidade diante
da miséria, nossos preconceitos, nossa capacidade de depositar fé em mais de
uma religião?
Aqueles
que gostam de entender o Brasil, se lembrarão que no século XX, livros como
Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil, de Sérgio
Buarque de Holanda e Formação do Brasil Contemporâneo, de Caio Prado Júnior,
tentaram responder a algumas dessas perguntas. Mas as interpretações clássicas
sobre o que é o brasileiro seguem válidas hoje? “A
base dessas interpretações ainda é essencial, mas é preciso lembrar que o
chamado caráter de um povo é algo que muda a cada instante”, diz a antropóloga
Lilia Schwarcz, da USP.
Se
o Brasil e por extensão, o brasileiro “não é para
principiantes”, como disse certa vez o
musico Tom Jobim, com ajuda de alguns dos principais especialistas em
nossas origens temos hoje um guia para entendermos mais por que somos assim – da
nossa genética ao nosso jeitinho. E a conclusão mais obvia que chegamos é que a
sociedade civil organizada precisa se
mobilizar, sob o risco do país mergulhar
não apenas numa crise ética sem precedentes, mas sobretudo, numa crise
existencial, onde o vale tudo é que comanda e o pouco de dignidade que tínhamos pode
se esvair de vez. Ai Então aquilo que
Ruy Barbosa escreveu em 1914 pode realmente se concretizar e os bons sentirem vergonha de serem honestos..numa nação cuja a corrupção esta em seu DNA.
VEJAM O POEMA DA POETISA CLEIDE CANTON ONDE FAZ UMA REFERENCIA AO FAMOSO DISCURSO DE RUY BARBOSA .
Parabéns ALACIR! Me permita chama-lo assim, pois sou mais velha que você, lhe conheci recentemente e sei que ainda e jovem. Nao sou de fazer comentários no seu blog, mas leio todos os seus artigos, alias sou um admiradora sua. mas dessa vez reconheço que você se superou. Você foi cirúrgico nas suas brilhantes colocações. Você traçou o perfil do que somos, das nossas omissões e falhas, se bem que é um sociólogo, mas conheço outros que não conseguem ser tão precisos. Mas onde chorei, e isso me fez pedir a minha neta que entrasse na seção dos comentários, foi o poema final brilhantemente declamado por Rolando Boldrin, simplesmente perfeito. Tenho 68 anos, portanto idade para ser quase sua avó, minha neta é sua aluna e certa vez me levou para assistir uma aula sua, vc nem deve saber disso. La na faculdade e la vi um homem alto bonitão e idealista dando aula...com os olhos brilhando falando coisas que eu me perguntava: "de onde esse menino tirou isso"? E ao conferir na internet.estava perfeito...Vc e um abençoado professor..Fica com Deus e continue escrevendo sempre. Lerei todos. Uma grande abraço de sua admiradora. Maria de Lourdes
ResponderExcluirOla Dona Maria de Lourdes, me lembro sim da senhora viu...Gostaria de agradecer essas belas palavras, isso so reforça meu compromisso com a educação.Quem me conhece sabe do comprometimento que possuo com o aprendizado, sobretudo, com meus alunos. Ao ler um comentário desses, feitos por uma pessoa sábia como a senhora e que realmente eu concluo que não errei um milimetro quando abandonei uma brilhante carreira como a de sargento do exercito..Minha praia é a educação..Obrigado
ExcluirFico triste com tudo isso. Mais ainda pelo o que o sistema faz conosco.
ResponderExcluirEstou tirando a minha CNH, fui reprovada três vezes, uma por apagar o carro na rampa duas vezes, sei que errei; porém as outras duas reprovaram-me pelo fato de quererem propina; para que assim eu possa ser aprovada. E vou para mais uma etapa de um novo reteste. Fico refletindo sobre isso, além do assedio moral e principalmente da propina; e a minha honestidade onde fica?? Com certeza é mais fácil aquele jeitinho brasileiro, dando o dinheiro. Algumas pessoas disseram para mim, você é careta sendo honesta, deveria passar o dinheiro para o examinador e já estaria com a sua CNH. Sinto-me com as mãos amarradas, prestei queixas, mas de nada adiantou. Atualmente vivemos o contrario ser honesto é errado; mas ser corrupto é o melhor caminho a seguir-se.
Nao pense assim Jeannine. A honestidade ainda é a melhor forma de reação a isso. Não caia nesse bando..não se nivele por baixo ao contrario, encha o peito e diga..Sou honesta!!
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