NÃO HÁ LIMITES PARA A ESTUPIDEZ HUMANA!Por Alacir ArrudaQuando Barack Obama foi RE-eleito presidente dos Estados Unidos a academia norueguesa o agraciou com um prêmio extremamente inusitado, o Nobel da Paz. Muita gente ficou perplexa com o laureio, afinal, o que ele fez de tão relevante para a paz entre os povos do mundo para merecer tal reconhecimento? Grande orador e, com um slogan que encheu de entusiasmo e esperança grande parte dos EUA e do mundo, fartos e apavorados com a Era Bush, “yes we can”, se transformou em um mantra de que o impossível poderia se transformar em possível e, fez crer que, sim, que um mundo diferente e melhor era possível.
Mas este “mundo possível”, desde a entrada em cena de Obama, está cada vez mais impossível? E por quê?
A política externa de Obama se mostrou totalmente equivocada, obtusa, redutora e sem visão estratégica, na busca pela paz, intensificou a guerra. Não há como não associar o caos no Oriente Médio as sucessivas intervenções militares dos EUA, que se agravou na era Bush filho e, na Era Obama, ganhou ares de catástrofe.![]()
Por descaso, ou mesmo pura incompetência e/ou soberba, o governo Obama fez nascer o que pior já brotou nessas terras nos últimos tempos, o Estado Islâmico (EI), que faz a Al Qaeda parecer um grupo de revolta pueril.
Para combater a Al–Qaeda, como resposta ao ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro, foi arquitetado o plano mais sem sentido do mundo da estratégia militar, combater a Al-Qaeda, onde não há a Al-Qaeda, e onde seria? No Iraque! E aí se deu o maior equivoco estratégico de um país, embora creia eu, que os senhores da guerra, encastelados na Casa Branca e no Pentágono não estavam muito preocupados com planos de pacificação, mas sim, em manter lucros exorbitantes com vendas de armas e extração de petróleo. Entrava em cena a máquina de guerra americana, a máquina da promoção da guerra e conflitos, amparada pela “necessidade” de energia e legitimada pelo medo e ignorância do povo americano.
Não havia um real motivo para a invasão do Iraque, mas como havia um imenso interesse do governo norte americanos pelo petróleo iraquiano e, a necessidade de "gastar munição" para fazer a máquina da guerra vender mais, inventou-se um conflito e um vilão. Cabe ressaltar a estreita ligação entre o presidente Bush e seus assessores diretos com a indústria do petróleo e a indústria de armas. E assim, através da máquina do medo, um presidente até então desacreditado - acusado de "roubar em sua eleição", vencendo no tapetão - conseguiu que população dos EUA desse aval a esta insanidade. E sem motivo real, foi deflagrada a Guerra do Iraque na era Bush filho.
Mas como insanidade pouca é bobagem e, vidas humanas não valem de nada para os senhores da guerra, não havia um plano para o pós Guerra. Nesse sentido a invasão não foi à parte difícil - mesmo porque o exército iraquiano não era páreo para a máquina de guerra norte americana - a parte complicada foi o que aconteceu depois.
Promessa de campanha de Obama, trazer os “meninos de volta para casa”. Como se fosse simples. Um país estrangeiro invade militarmente outra nação, destrói o que está estabelecido, constitui um governo “à força”, dá suporte a este governo, mas jamais consegue legitimá-lo. Sem legitimidade é impossível qualquer governo manter a unidade de um país, muito pelo contrário, faz brotar e crescer inúmeros pontos e centros de revolta que esperam apenas o momento certo para eclodir. E foi isso que aconteceu, uma vez que as forças amaericanas deixaram um país que eles devastaram, sim devastaram, pois destruíram toda uma estrutura política. Estrutura política que mal o bem se mantinha e que dava sustentação as minorias étnicas e religiosas e, matinha distante os focos radicais, como a Al-Qaeda, por exemplo. Uma vez que esta estrutura foi desmontada por uma invasão sem planejamento, que tinha única e exclusivamente o bem estar das nações invasoras e não da invadida, instalou-se o caos.
Todos nós conhecemos o caos social gerado após a invasão. Com a saída das tropas americanas este quadro se agravou de forma dramática. À partir do conflito na Síria, simplesmente o Iraque se desintegrou. E aí mais uma vez a mão do ocidente está suja de sangue. Pois apoiou os “contra” na Síria para derrubar o ditador Bashar al-Assad, que comoSaddam Hussein, dava certa estabilidade a região. Mas incomodados com a proximidade entre a Síria e o Irã, governos tanto da Arábia Saudita e do Ocidente, principalmente da turma do Nobel da Paz, Obama, armaram até os dentes os opositores do regime de Bashar al-Assad.![]()
Sim, o ocidente armou até os dentes e ajudou a constituir o grupo mais cruel que age na região, que é o Estado Islâmico, que quer ter status de Califado.
O Estado Islâmico armado e com muito dinheiro, já tomou parte da Síria, entrou no Iraque e domina uma grande região entre Síria e Iraque. A figura ilustra (em verde) o quanto o EI (ISIS) avançou em território Sírio e Iraquiano.
Nesta cruzada assassina, o Estado Islâmico a cada dia que passa ganha mais e mais seguidores e, promove o terror por onde passa, matando a todos que não fazem parte ou não querem aderir a este “movimento”.![]()
A atrocidade é tal que decapitações, execuções em massa, mulheres e crianças enterradas vivas faz parte da estratégia do EI (ISIS – em inglês). O terror tomou conta da Síria e Iraque, Mais de um milhão de iraquianos, apenas este ano, foram expulsos de suas casas, vítimas desse conflito.
E quem municiou e financiou este grupo foram os “Aliados” do Ocidente. Os Estados Unidos e sua “turma” agora estão colhendo os frutos da total falta de estratégia de ação e conhecimento estratégico da região. Mas na realidade não são eles que estão colhendo os frutos de tamanha insensatez, afinal não é em terras americanas que milhares de seres humanos estão sendo expulsos de suas casas, não é em terras de aliados que mulheres e crianças estão sendo enterradas vivas, não é em terras aliadas que seres humanos estão sendo chacinados ou decapitados e, não é em terras aliadas que as bombas estão caindo. A intervenção armada e financeira de países alheios à cultura dos países invadidos não traz nenhum benefício, muito pelo contrário, é uma interferência “alienígena” que provoca mais revolta e ódio.
Que paz o Nobel da Paz, Barack Obama, trouxe para o mundo? Infelizmente a desastrosa política intervencionista baseada em financiamneto de “contras” e promoção de conflitos é extremamente danosa para a paz. Ironicamente, ou melhor, dizendo maquiavelicamente, em nome da paz poderosas nações promovem guerras e conflitos insanos e sem sentido. Enquanto o governo Bush promoveu explicitamente o medo, a guerra e fez correr sangue, o governo Obama segue os mesmos passos de forma implícita. Mudou apenas a forma, mas o conteúdo é o mesmo, avivando o ódio, sem compreender ou sequer considerar como é que se dá ou nasceu a cultura e conflitos milenares entre culturas, tão distantes, mas que em sua arrogância creem que sabem tudo!
De boas intenções o inferno está cheio e, sim, o diabo, essa figura mitológica, está nos detalhes. Definitivamente a estupidez humana não tem limites!
Professor, na verdade quais são os reais interesses do Estado Islâmico?. Bjs. Dayane-UFCG
ResponderExcluirOlá Dayane...na verdade o Estado Islâmico é o grupo extremista mais perigoso da historia, pois utiliza de artifícios torpe para atingir os ocidentais..como execuções publicas torturas..Esse Grupo objetiva a criação de uma Califado em partes da Síria e Iraque, países arrasados por conflitos internos, onde a lei a ser aplicada seria a Sharia, ou seja, os mandamentos mais severos do " al corão"...Um abraço
ResponderExcluirÉ fácil de se perceber o claro e direto envolvimento dos EUA e também talvez da Russia no fornecimento bélico ao EI, mas,, por causa ignorância, gostaria de saber quais as prováveis consequências futuras do envolvimento de ambos para o mundo no quesito leste-oeste(se é que esse termo ainda existe), e se isso pode evidenciar algum risco maior do que parece, ou que ja existe?
ResponderExcluirOla Rodrigo...obrigado por passar por aqui.. Bom.. sua observação esta certa, o mundo vive uma instabilidade econômica que pode se tornar um estopim para um conflito em em escala mundial..Vemos hoje a Russia fazendo manobras militares e aumentando seu poderio nuclear além de apoiar os rebeldes Ucranianos. O Ocidente, por sua vez, responde com a OTAN realizando manobras no Mar Baltico e aumentando as sanções à Russia. No Oriente Médio a instabilidade Israel Palestina, a Guerra civil na Síria e a fragmentação do Iraque possibilita o surgimento de novos grupos extremistas como o EI...enfim, não poemos descartar uma nova versão da Guerra Fria, sobre outros moldes...Um abraço
ExcluirParabéns, professor! Perfeitamente explicado e refletivo! muito bom. Um abraço
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