“Carol, eu sempre desconfiei disso, agora a ciência
vem confirmar”
(Alacir Arruda)
Para ser feliz é necessário trocar de parceiros?
(Alacir Arruda)
Para ser feliz é necessário trocar de parceiros?
O pesquisador espanhol Rafael Santandreu, autor do livro “Las Gafas de la Felicidad” (“As Lentes da Felicidade”), passou um bom tempo estudando como se dão as relações amorosas, as frustrações e a de onde veio a ideia de monogamia. Sua principal conclusão é que parar sermos felizes deveríamos trocar de par a cada cinco anos.
Não sei se existe realmente um tempo exato, medido em números, para determinar que a felicidade vai terminar, mas é uma boa teoria para nos fazer pensar em como estão nossas relações e em quais são os motivos que nos fazem ficar ao lado de pessoas que, teoricamente, amamos.
Por que teoricamente? Porque, muitas vezes, esquecemos de nos perguntar qual é o sentimento que perpassa aquela relação. Ficamos tão acomodados e confortáveis que, mesmo com diversos problemas gigantes, preferimos manter os problemas que já conhecemos a buscar algo novo. O novo sempre assusta.
Mas a que o pesquisador atribui todo esse histórico de monogamia em nossas vidas? A uma relação de amo/escravo, em que o homem possui a mulher e a mantém prisioneira de uma relação. Faz sentido? Mais para algumas culturas, menos para outras, mas faz. Há lugares, aqui mesmo no Brasil, em que homens são livres para manter diversas relações enquanto a mulher deve ficar quietinha em casa. Isso já é um indício de que há algo estranho.
Santandreu acredita que essa nova maneira de enxergar os relacionamentos diminuiria problemas como ciúme, dependência material e psicológica e até mesmo os índices de violência doméstica. “O amor sentimental do futuro será itinerante: nenhum casal terá pretensões de durar toda a vida”.
O raciocínio faz com que a gente pense. Nossos antepassados passaram a vida inteira juntos, mas qual era essa expectativa de vida? Atualmente, a cada ano que passa, a expectativa de vida aumenta por conta de melhorias na saúde e na tecnologia, portanto as relações teriam mais tempo ainda para durar. Será que estamos preparados para isso? É possível amar e ter tesão por uma mesma pessoa durante 80 anos dividindo a vida, as contas, as frustrações, e claro, as alegrias?
O segredo talvez não esteja em colocar um prazo de validade no relacionamento, mas em manter os olhos abertos e criar os parâmetros do casal que vão mostrar como anda o índice de felicidade. Olhar para o relacionamento com sinceridade é extremamente importante, assim como buscar ser feliz. E quando esses índices não estiverem bem, o casal pode tentar mudar os caminhos, as manias, os objetivos, as vivências... Mas é sempre bom lembrar que o mais importante não é ter alguém ao lado, é ser sincera com você mesma e lembrar que nem todo mundo precisa buscar a mesma coisa na vida. Ser feliz é o que importa, do jeito que for.