quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Brasil e seu inferno



O BRASIL E SEU INFERNO ASTRAL
 
Por Alacir Arruda

No Brasil é assim: 0 que já estava ruim sempre pode piorar um pouco mais: se não bastassem as denúncias contra a Presidente Dilma de que a sua campanha para a reeleição recebeu doações ilegais, a cúpula do PT toda presa envolvida em desvios da Petrobras, Lava Jato, Zelotes, inflação galopante, desemprego e duas importantes agências de risco abaixando a nota do país, nos colocando no patamar de “caloteiros”, agora e a vez da Revista de economia mais importante do mundo “The Economist” detonar o país de vez.

Capa da Revista The Economist de janeiro de 2016
Em sua primeira edição de 2016, que só vai as bancas dia 02 de janeiro, o Brasil é a manchete sob título "A queda do Brasil" (Brazil's fall, em inglês). Ilustra a capa a foto de uma Dilma desolada que é o retrato de um país que se perdeu nas entranhas da corrupção e da má gestão publica. Mas analistas estrangeiros afirmam que é cedo para dizer que o governo Dilma "acabou".

O calvário da presidente Dilma Rousseff parece que sempre pode piorar um pouco mais. Se, no início do segundo mandato, ela já enfrentava atritos na relação com o Congresso, rebeldia na base aliada e as já regulares acusações de corrupção contra membros e ex-membros do governo, nas últimas semanas viu mais um problema se somar ao rol das preocupações: a troca do ministro da economia e sinaliza para o mundo um governo absolutamente perdido no que refere as questões macro-economicas e o Banco Central prevendo crescimento de 0% para 2016 são sintomas desse desarranjo que se tornou a administração PT .

De janeiro a junho, a inflação chegou a 6,17%, e deve fechar 2015 em 11% , a maior dos países que compõe o Brincs é, ainda,  o maior índice para o período desde 2003. O Banco Central estimou no final de junho que a inflação deve ficar em 9% em 2015. E a retomada do crescimento econômico ainda parece ser um sonho distante.

Tudo isso se reflete nos péssimos índices de aprovação. Uma pesquisa Ibope divulgada no início de dezembro mostrou que só 9% dos entrevistados avaliam o governo Dilma como "ótimo" ou "bom". Outros 68% reprovam a administração. É um índice semelhante ao do ex-presidente Fernando Collor pouco antes do impeachment, em 1992.

Aproveitando-se da crise, políticos da oposição e rebeldes da base aliada têm feito declarações regulares para cravar que Dilma está acabada. "O governo acabou, já estamos assistindo ao velório. A dúvida agora é a data do enterro", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Esse e o famoso “fogo amigo”.

Especialistas estrangeiros concordam que a situação da presidente é frágil e a crise política é profunda, mas a mandatária ainda tem opções para enfrentar as dificuldades e não é possível afirmar que seu governo "acabou".

Toda crise tem o seu auge. O cientista político Frédéric Louault, da Universidade Livre de Bruxelas, avalia que, apesar das novidades sobre a Operação Lava Jato, parece que o período mais crítico já passou. "Claro que a imprensa pode escrever que a prisão de um Marcelo Odebrecht [presidente do grupo Odebrecht, suspeito de envolvimento com a corrupção na Petrobras] 'pode derrubar a República', mas a parte das investigações parece que já chegou a um ponto de estabilização e deve-se passar agora para uma fase jurídica, muito mais demorada", avalia.

Já Gaspard Estrada, analista político ligado ao Instituto de Ciências Políticas de Paris, afirma que a presidente ainda concentra poderes e tem condições de conter a crise. Afinal, o Senado não vem causando problemas para Dilma na mesma dimensão que a Câmara. Dilma também conta com o apoio do PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, que tem uma força considerável, e ainda tem o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, em suas fileiras.

"Não se pode esquecer que o cargo de presidente no Brasil concentra grandes poderes executivos. Dilma tem o poder e a opção de buscar uma acomodação com os rebeldes do PMDB", analisa.

Sobre a queda de popularidade, Louault afirma que essa é uma situação corriqueira em momentos de mau desempenho econômico e que os índices, assim como caem, um dia também se recuperam – eles não servem, portanto, para questionar a legitimidade de um presidente.

Ele cita o exemplo da França, onde o presidente François Hollande amargava uma baixa popularidade até há pouco. "Nem por isso se discutia sua legitimidade como presidente, como ocorre com Dilma. Parece que os brasileiros ligam mais para performance do que para legitimidade eleitoral", avalia, acrescentando que não se pode esquecer que Dilma ganhou a última eleição, mesmo que com uma margem estreita.

Estrada afirma ainda, que a queda de popularidade de Dilma, apesar de grave, não é incomum em democracias. "Raros são os presidentes que não enfrentam uma queda de popularidade. Dilma saiu de um patamar muito alto em 2013, era esperado que o número fosse cair. Atípicos mesmo são presidentes como Lula, que conseguem manter os números altos por tanto tempo."

Mas todos concordam em um quesito, Dilma nao tem força politica para fazer as reformas que são necessarios e que colocariam o país de novo nos trilhos. A começar por corte de gasto, sobretudo dos programas de transferência de renda ( Bolsa Familia, Fies, Pro Uni, Minha casa minha vida etc) que hoje custam ao pais mais de 100 bilhoes, reforma ministerial, não ha razão para ter 39 ministerios, reforma da previdencia, reforma tributaria que diminuiria o custo da folha dos empresarios,  além de uma reforma politica que verdadeiramente atenda aos anseios de um páis com 8,5 milhoes de km2. Enfim, ela vai levando seu governo na base do "água com açucar". Ou seja, para voltarmos a crescer, teremos que sofrer, POREM,  e ela nao tem cacife pra isso.


Em suma, no frigir dos ovos, sobraram nós, os brasileiros. O que fazer com a gente? Não sei!



segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

síndrome de vira-lata

DESMISTIFICANDO A NOSSA SÍNDROME DE VIRA-LATA

Por Alacir Arruda

É  famosa a frase do escritor e teatrólogo  brasileiro Nelson Rodrigues : “O Brasil sofre da síndrome de vira-lata, ou seja, tudo que vem de fora e melhor”.  Bom, vou tentar desmistificar essa máxima, fazendo uma análise do conhecimento que eles possuem sobre a gente. 

Primeiro, temos a ideia que o norte americano é extremamente inteligente,  que suas escolas são as melhores do mundo e suas universidades formam gênios como John Nash. Ledo engano, é evidente que não podemos ignorar a potência bélica e econômica  que esse país se tornou nos últimos 100 anos, mas atribuir a isso apenas a capacidade cognitiva deles é senso comum.

Em recente pesquisa do famoso Instituto Gallup, uma da referências do mundo em pesquisa de opinião, foram ouvidos mais de 10.000   (dez mil) alunos de 8 grandes universidades americanas,   entre elas Harvard, Yale, Duke, Stanford e Princeton, que estão entre as 10 melhores do mundo. A pesquisa buscava questionar o conhecimento  que esses  acadêmicos possuem sobre o Brasil.  As perguntas eram óbvias a qualquer cidadão terráqueo.  

1-      Qual a língua falada no Brasil
2-     Qual a capital do Brasil
3-     Quem é o (a) presidente do Brasil
4-     Se podem falar algo sobre a bandeira do Brasil
5-     Quando se fala de brasil o que tem vem primeiro na cabeça.
6-      Voce acredita que o Brasil é um país violento, iria de ferias para lá.

Vamos aos dados. Quanto a primeira pergunta, 75% dos alunos americanos acham que o nosso idioma e o espanhol. A segunda pergunta, 45% acham que a capital do Brasil é São Paulo e 40% Rio de Janeiro.  3o  pergunta, qual o  nome da Presidenta?  Nenhum...eu disse;   nenhum........ dos dez mil alunos acertaram (se bem que Dilma não é um nome bom de ser lembrado). Sobre a nossa bandeira  40%  associou à bandeira argentina fazendo referencia ao sol, 20% disseram que ela é engraçada, cheias de cores, e o restante disseram que não fazem ideia.   Quanto a 5º  pergunta, o que eles lembram quando se fala de Brasil?  70% responderam mulheres e 15% “bunda”( estão bem com os americanos mulherada),  e os outros  15% Futebol, Amazônia etc.. Mas sem duvida nehuma, nossa unanimidade, foi no quesito violência. Para 100% dos entrevistados o Brasil e um país muito violento sendo que desses, 65% jamais viriam para cá.

Algumas ponderações são necessárias. Quanto a ignorância deles sobre dados geográficos e conhecimentos gerais não entrarei no mérito, até porque eles tem pedigree,  tiveram um Presidente que chamou a Bélgica de Bolívia ( George Bush 2001), mas desfazerem de fatos mundialmente conhecidos, como a nossa cultura e as riqueza naturais, isso e inaceitável para um país que pretende se manter na vanguarda do mundo. Morei nos EUA, estudei lá e sei que o Brasil ,  para eles, é a mosca que assentou no cocô do cavalo do bandido, ou seja, nada. O que mais aborrece é ver a exaltação que certos conterrâneos meus fazem a essa nação, reforçando a síndrome de vila-lata, tudo que vem dos EUA e bom. Eu discordo, a burrice não é privilegio apenas nosso.

O que se obtém de positivo nessa pesquisa é que nós, e apenas nós podemos mudar essa imagem que o mundo faz da gente. Como? O dia que cada cidadão rever seu grau de comprometimento com  a nação, descobrir que urna não e pinico e que voto nao tem preço, tem consequências, ainda que todo o poder emana do povo e em seu nome e realizado, talvez nesse dia possamos superar essa síndrome de subalternos que  carregamos. O dia que tivermos homens públicos compromissados com a nação, e não apenas com suas contas bancarias, o dia que tivermos um sistema educacional que não ajude a reproduzir a desigualdade e, principalmente, o dia que você, que  agora lê esse artigo, descobrir a força que tem,  ai sim mudamos isso. E podemos  começar agora em 2016 essa mudança, aproveite a virada de ano e faça algo de útil pelo seu país. Do contrario, salve Nelson Rodrigues.


sábado, 26 de dezembro de 2015

Brasil 2016: a sintese de uma tragedia



BRASIL 2016:  UMA ANÁLISE DO CENÁRIO ECONÔMICO E POLÍTICO


Por Alacir Arruda

Eu sei que economia não e o forte dos brasileiros, grande parte da massa acredita que  economista são aquelas pessoas que nos ajudam a economizar. Bom, senso comum à parte, a economia é uma das ciências mais interessantes que existe, pois nos  posiciona diante de quadros de crise além de ser,  junto com sociologia, a ciência que nos faz entender cenários e  o comportamento social, sobretudo no que diz respeito ao consumo. Resolvi traçar as perspectivas econômicas para o Brasil em 2016 a partir dos dados do economista Vicente dos Santos Alves da FDC/SP recentemente  publicado.

Depois de um 2015 bastante difícil, o ano vem terminando com muitas mudanças, tais como o aumento dos juros nos EUA, a redução do crescimento chinês, a troca do ministro da Fazenda no Brasil e a perda do grau de investimento  pela Fitch. Isto fez as estimativas de indicadores econômicos para o próximo ano mudarem consideravelmente. Muitos executivos, empresários, investidores e analistas têm se perguntado o que esperar de 2016 que, até aqui, tem tantas variáveis ainda indefinidas.​​

Para ser didático vou tentar explicar  o conceito de crise a partir  de analise de cenários. Em ambientes nos quais o passado não é um bom preditor do futuro, a boa técnica recomenda o uso de cenários. Para montar uma análise de cenários, vamos recorrer ao processo de duas variáveis descrito pela Gill Ringland. Selecionamos, assim, duas variáveis externas às empresas e as dicotomizamos. Selecionei uma variável interna do governo brasileiro e uma variável externa. 

A variável interna é a política econômica do próprio governo, e ela tem que ser dicotomizada entre a manutenção do ajuste fiscal com uma política ortodoxa, o que prevaleceu em 2015, e uma política de gastos governamentais e heterodoxia, o que prevaleceu até 2014, para a qual se ensaia um retorno com a troca do ministro da Fazenda.

A variável externa é o ambiente econômico internacional, que não chega a ser de crescimento mas, também, ainda não é de crise. Dicotomizei entre Estável e Crise. Um ambiente estável é o atual, no qual as commodities continuam baixas e os juros também, e com crescimento econômico fraco no mundo inteiro mas, ainda, sem configurar uma crise. Entretanto, existem indícios que apontam para a possibilidade de uma crise internacional, tais como a diminuição do crescimento da China, a guerra cada vez mais complexa na Síria, uma baixa cada vez mais acentuada dos preços do petróleo e, no caso particular do Brasil e de outros países emergentes, a determinação de os EUA de começarem a subir novamente os juros.

Assim sendo, podemos montar um quadro de cenário resultante desta combinação 2x2, que é mostrado na figura 1. Os nomes dos cenários são pictóricos.


Figura 1 – Quadro de cenários econômicos para 2016

O cenário atual é o de TORMENTA, no qual o ambiente externo é estável e se mantém um ajuste fiscal com ortodoxia econômica. Embora duro, este cenário é o que demonstra alguma chance de levar a uma estabilidade em 2017 e recuperação em 2018. Aqui, o governo contém seus gastos e controla a inflação via juros, impostos e sua própria austeridade, reduzindo a pressão de demanda por dinheiro, permitindo aos juros não explodirem e não tendo de recorrer à impressão de moeda. Este cenário leva o governo a ter uma popularidade muito baixa, que só poderá ser recuperada em 2018.

O cenário de FURACÃO acontece se o ambiente externo piorar, o que parece altamente provável no momento. Aqui, embora o governo continue fazendo o “dever de casa”, apesar da impopularidade, há uma piora do clima econômico no mundo, com os juros nos EUA aumentando, e o preço das commodities caindo ainda mais. O governo é forçado a socorrer a Petrobras e a subir os juros para compensar o aumento dos juros nos EUA. O agronegócio e a mineração brasileiras aprofundam suas crises, pedindo alívio para um governo já muito pressionado, mas o governo resiste à tentação de imprimir dinheiro apesar da alta impopularidade.

O cenário de PÂNICO ocorre se o governo decidir mudar o rumo da política econômica e voltar aos gastos excessivos e à adoção de política heterodoxas, mas isto ainda ocorre em um ambiente internacional estável. Aqui, o governo decide aumentar impostos e imprimir mais dinheiro para lastrear “políticas anticíclicas”, ou seja, gastos para dinamizar a economia, o que pode funcionar no curtíssimo prazo, mas não se sustenta. A popularidade do governo melhora, mas os indicares econômicos deterioram rápido.

No cenário de HORROR, ocorre a “tempestade perfeita”. O governo não resiste ao apelo de gastar mais e decide por políticas “anticíclicas” para recuperar sua popularidade mas, ainda por cima, isto ocorre no meio de uma crise internacional, quando as commodities caem de preço e os EUA sobem os juros. A popularidade do governo melhora marginalmente enquanto os indicadores econômicos deterioram rapidamente. O governo entra em desespero e toma decisões desesperadas.

É difícil prever com precisão os indicares econômicos em cada um dos cenários, mas eles nos ajudam a ter um a panorama das possibilidades. A tabela 1 mostra alguns indicadores selecionados e as probabilidades estimadas de ocorrência de cada cenário. O leitor deve entender tal tabela como uma estimativa contendo erro, ou variação não explicada, ao invés de valores exatos.
 

 As probabilidades foram calculadas estimando que existe 60% de chance ocorrer uma crise no mundo, e 60% para uma mudança de política do governo atual. O leitor que discordar destas estimativas pode fazer suas próprias e recalcular as probabilidades de cada cenário ocorrer. Uma das vantagens desta técnica é sua flexibilidade na análise.

Precisamos torcer para que o mundo não entre em uma crise tão rápido, e que o governo, apesar da impopularidade e da pressão, resista e permaneça firme no propósito de fazer um ajuste fiscal, mantendo políticas ortodoxas. 

Para quem achava que chegamos ao fundo do poço em 2015, descobriremos em 2016 que esse poço e bem mais fundo.



Infelizmente, as probabilidades parecem estar contra o Brasil.





quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Eu estava certo?!

EU ESTAVA CERTO?!
 
Em 2013, para ser mais exato uma quinta feira  13 de outubro,  eu escrevi o artigo abaixo ( é so conferir nesse blog) . Na época fui chamado por alguns alunos de anti-PT, pessimista entre outras palavras impublicáveis. Hoje,  quase três anos se passaram, e olhem a situação que o pais que se encontra. Na época, 2013, os alunos se deliciavam comprando BIZZ, Motos,  financiando carros como água e enriquecendo a MRV,  em seus conjuntos habitacionais que, se eu deitar cruzado, nao me cabem. Enfim, a histeria era geral. Lembro-me de ter feito uma gráfico na lousa mostrando a curva  decadente da nossa economia de 2013 até 2020, cheguei a dizer na ocasião que o Brasil estaria, abasolutamente,  quebrado em 2020, hoje preciso rever essa previsão pois pelo andar da carruagem quebramos geral em 2017.  Eu gostaria que lessem o artigo e comentem. abs


O Brazil (s) Realmente Estragou Tudo??..
Por;  Alacir Arruda


Reprodução das duas capas capa da Revista The Economist 2009- 2013
    Em matéria exibida há uma semana, a revista inglesa de maior credibilidade no meio econômico (The Economist), lançou um sinal de alerta quanto a economia brasileira. Em capa  de 2009, ela dizia que o Brasil estava pronto para decolar, que era a bola da vez, que os investimentos externos no país seguiam de vento em popa, enfim, pregava o melhor dos mundos para nós. Ela utilizou,  para ilustrar o crescimento no Brasil da época , o Cristo Redentor decolando.   
     Há 8 dias,  a mesma  revista, usando o mesmo   Lay Out de  2009,  ilustrou o  Cristo em direção ao abismo.. É evidente que o mundo não passa por um bom momento no campo econômico. Quando Marx, (Karl Marx)  no século XIX , alertou quanto as crises cíclicas do capitalismo ele já antevia situações como essa, dizia ele:  “ O capitalismo é um regime cíclico, vive de momentos de ganhos  e perdas” . A crise da superprodução de 1929, que causou a quebra da Bolsa de New York, hoje foi  substituída pelo endividamento  monstruoso das economias européias que acaba refletido nos mercados de todo o globo, esse é  preço da globalização.  
      A Revista não erra ao preocupar com a nossa economia, mas exagera quando alimenta a tese que o Brazil caminha para o caos econômico, inclusive, usando a Argentina como exemplo. Ora, nem mesmo o mais ignorante dos economistas acredita que o Brasil esta no mesmo nível que a nossa vizinha. A economia Argentina vive uma crise de credibilidade há anos, um governo centralizador de Cristina Kristhner, opressor, que persegue a imprensa etc.. Estamos longe disso.
    A matéria da Revista inglesa contrasta dois momentos bastantes discrepantes da economia brasileira. Primeiro, quando sinalizava um futuro bastante promissor ao registrar crescimento de 7,5% em 2010, o melhor desempenho em um quarto de século. Para aumentar a magia, o Brasil foi premiado tanto com a Copa do Mundo (2014) quanto com as Olimpíadas (2016), diz a matéria.
      De 2010 para cá, porém, o que se viu foi um tranco. Em 2012, a economia cresceu 0,9%, bem abaixo do que foi visto em 2010. Além disso, em junho de 2013 milhares de pessoas foram às ruas para protestar do alto custo de vida, da má qualidade dos serviços públicos e da corrupção.
Segundo a matéria, muitos já perderam a esperança de que o país decolou e que o crescimento passado foi apenas outro "voo de galinha" --expressão usada para designar surtos econômicos de curta duração.
    Ainda segundo a reportagem, o Brasil fez poucas reformas durante os anos de boom econômico. Diz que o setor público brasileiro impõe um fardo particularmente pesado no setor privado.
A "Economist" ressalta que as empresas enfrentam o sistema tributário mais pesado do mundo, com impostos que chegam a 58% sobre a folha de pagamento e que o governo tem suas prioridades de gastos incoerentes.
INFRAESTRUTURA
    Quanto à infraestrutura nacional, diz que é ruim e o investimento, muito pequeno. "Gasta-se 1,5% do PIB em infraestrutura, contra uma média global de 3,8%", afirma a reportagem.
Para a revista, os problemas do Brasil vêm se acumulando ao longo das gerações, e a presidente Dilma tem sido relutante ou incapaz de enfrentá-los, o que criou novos problemas justamente por interferir na economia --mais do que o ex-presidente Lula.
"Ela assustou investidores estrangeiro em projetos de infraestrutura", avalia.
"DILMA FERNÁNDEZ"
     Para o Brasil se recuperar, precisa de reforma, diz a revista, sobretudo no que diz respeito aos impostos. Destaca ainda que os impostos representam 36% do PIB, a maior proporção entre os emergentes, mas ao lado da Argentina.
  Nesse contexto, a matéria ironiza ao chamar a presidente de "Dilma Fernández", fazendo uma referência à presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner.
Também criticou o setor previdenciário brasileiro. Embora seja um país jovem, o Brasil gasta uma grande parcela da sua renda nacional com aposentadorias e pensões.
"O governo precisa remodelar o gasto público, especialmente pensões", afirma

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Frida For you Mah

FRIDA KHALO: CONTRADIÇÕES EM MEIO A GENIALIDADE

Por Alacir Arruda

Recentemente uma ex aluna minha me disse que havia ganho o livro " O diario de Frida" uma importante obra sobre a vida da artista plastica  mexicana Frida Khalo. Frida teve uma vida conturbada e cheia de revés, mas algo é indiscutível, sua genialidade. Então prometi a essa mocinha  que escreveria algo sobre essa artista  por quem  tenho grande estima.

Artista, musa, bissexual, vítima e sobrevivente. Toda esta mistura de vida e de emoções se expressa na obra de uma das maiores pintoras mexicanas. Ainda que dissesse que podia voar, Frida Kahlo se entregava na agonia de sua obra. Até a natureza morta remete à luta da artista pela vida, sua angústia e extirpações. Retrata a dor de suas limitações e imperfeições físicas. Expõe as entranhas.

Frida contraiu poliomielite aos seis anos, o que deixou sua perna direita permanentemente mais fina e curta do que a esquerda. Não foi o que a abateu, cresceu decidida a ser médica. Foi o choque entre o ônibus em que viajava e um trem, aos 18 anos, que a mutilou severamente e a impulsionou à pintura. Às portas da morte, obteve milagrosa recuperação do acidente que quebrou sua perna direita, pélvis, clavícula e costelas.

Foram meses de cama. Permaneceram as dores física e emocional, que predominam em seu trabalho artístico. Assim como o tema da infertilidade que também a atormentava. Em seus quadros, dotava cada cor de uma emoção carregada. A paleta só apresentava cores frias.

“Yo no pinto sueños, pinto mi realidade” (F.K.)


Filha de um fotógrafo húngaro e de uma mexicana de Oaxaca, nasceu em Coyoacán, em 1907. Tinha duas irmãs mais velhas. Determinada e comprometida, filiou-se ao Partido Comunista Mexicano. Abrigou Trotsky em sua casa, no exílio do político em 1937.

Vestia-se para cobrir as marcas da vida. O guarda-roupa também refletia a ideologia política e a influência cultural. Os coletes ortopédicos sustentavam-na em alinhada postura corporal.
Apaixonada, continuou a viver o sofrimento em seu casamento tempestuoso com o pintor vanguardista Diego Rivera. Entrou em um mundo de boemia. Frequentou círculos artísticos de esquerda. Viveu em San Francisco, Paris e Nova Iorque, onde o muralista Rivera deixou famosos afrescos.

Era uma união entre um elefante e uma pomba. “Quanto mais amo uma mulher, mais a machuco”, confessava Rivera. Os dois tinham relações extraconjugais com mulheres. Separou-se do pintor que amava e a atormentava. Voltou a casar-se com Rivera, no mesmo ano da separação. Mudaram-se para a casa dos pais de Frida, hoje transformada em museu que exibe parte de sua obra.

Com os anos e as 22 intervenções cirúrgicas, o corpo de Frida foi se desintegrando. A artista morreu jovem, na Cidade do México. A obra, carregada de sentimentos, permanece. Frida lutou por seus sonhos, pela felicidade e pelo amor. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

 AS IDIOSSINCRACIAS DO NATAL
 
 Por Alacir Arruda 

Ah, então é Natal... Aquela época do ano em que os mais pobres se dão o luxo de comprar bacalhau pra fazer uma ceia bacana... é tempo de comer feito um porco na engorda... tempo de entupir os shoppings atrás dos presentes que as crianças ficaram enchendo o saco o ano todo pra comprar, isso quando elas não acreditam mais em Papai Noel... Tempo de comprar panetone "de marca" pra dar prós parentes (e manter a aparência de que o dinheiro tá sobrando em casa, quando nem sempre é assim)...

Tempo de fazer de conta que há harmonia na família, todo mundo fica alegrinho e se ama nos dias 24 e 25, mas aí vem o dia 26 e tudo volta como era antes... Tempo de ir visitar aqueles parentes com quem você nem quer ter tanto contato assim e fazer de conta que vocês se dão super bem... Tempo de mandar cartõezinhos virtuais praquele seu amigo com quem você não faz questão nenhuma de falar, só porque todo mundo está envolvido pelo "espírito natalino"... Tempo de receber cartão daquele seu "amigo" que só fala com você pra te fazer acreditar no quanto ele é foda e você é um merda (e ainda ter que retribuir a porra do cartão sem um pingo de vontade)... Tempo de receber aquelas mensagens dizendo pra gente lembrar de quem é o aniversariante no dia do Natal, e ninguém, ou quase ninguém, lembra porque está ocupado demais comendo rabanada, peru, chester e bebendo sidra Cereser...

Tempo de paz? Tempo de festa? Tempo de alegria? Por que o Natal não pode ser cada dia do ano? Por que temos que ficar presos a essa conveniência ridícula de uma data simbólica, uma única data no ano na qual somos bonzinhos e fazemos de conta que amamos todo mundo? Por que temos que seguir o resto do ano com nossa mesquinhez e indiferença com o próximo?

O natal nunca foi grande coisa pra mim nunca ganhei presentes nem porra nenhuma para mim é só mais uma datinha dedicada ao consumismo extremo, os donos de loja enchem os bolsos de dinheiro, enquanto a massa gasta o que tem e o que não tem, e eu como sempre fico aqui assistindo todo esse espetáculo decadente.

De minha parte natal é todo dia. Quando levanto saio para trabalhar, seja de onibus ou de carro, e dou bom dia ao motorista do ônibus, ao cobrador ou ao frentista que abasteceu meu carro. Quando entro no trabalho e dou bom dia do porteiro a aquela senhorinha passando o pano..Esses sao os invisíveis sociais, seres que deixamos de enchegar há tempos num mundo de volúpia e ostentação. Esses são aqueles para o qual o filho do homem, e aniversariante do dia 25 veio. Para quem crê.



Abraços!!! Ah!  Quase me esqueci..........FELIZ NATAL!!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

eu estou velho

Eu devo estar muito velho....
Por;  Alacir Arruda

E mesmo velho,  acabo de cometer mais um erro! Descobri que ainda sou capaz de  influenciar pessoas,  de me  comover e de me emocionar. A primeira colocada no Simulado mais concorrido do ENEM de SP - que oferece uma bolsa na Universidade de Madri ao 1 colocado -   foi minha pupila.... Minha aluna durante  três anos; Carolina Mayumy Roncatto 18 anos. A menina fez 945 pontos de 1000 possíveis. Ao receber o premio  no auditório do curso de Direito do Largo São Francisco  da USP  a mesma resolveu discursar, segue o original abaixo:  

 “Senhoras e Senhores – Boa Noite-.  Sinto-me honrada e agradecida por estar aqui nesse momento. Agradeço ao Banco Santander pela Bolsa na Universidade de Madri, ao Curso da Poli e ao Anglo pelo patrocínio e ao Governo do Estado pela iniciativa de realizar um simulado desse porte, o maior do Brasil. Eu poderia ficar aqui horas agradecendo pessoas  importantes,  que de uma forma ou outra, colaboraram para que eu atingisse esse objetivo. A começar pelos meus pais, aos quais agradeço a dádiva de estar viva. Mas vou lembrar de alguém muito especial na minha vida.   Esse prêmio só foi possível porque tive um professor que se  tornou referencia na minha  vida, não por ser o protótipo do que seja o correto, mas, justamente,  por desconstruir toda essa visão antiquada de educação que hoje se prática no Brasil. Um cara culto e engraçado ao mesmo tempo, que   tem o século XX na cabeça ano a ano, mas insiste em dizer que isso de nada vale sem uma profunda reflexão critica sobre os fatos. Que dá  a melhor aula de Geopolítica do mundo ( só quem  assistiu sabe o que estou dizendo). Que, apesar de Doutor,  é o cara mais simples que já vi na vida. Que ensina história como poucos e na sociologia é imbatível.  É um admirador declarado de Schopenhauer e Nietzsche e,  na filosofia, chega a ser perfeito, pois consegue engendrar, mesmo aos mais ignorantes, a noção do que seja razão.     Um cara que saiu  lá dos  dos rincões do Mato Grosso para explorar a “selva de pedra”  que é São Paulo,  caso raro de persistência. Um cara incompreendido por muitos, algo comum aos que pensam. Que é dócil (metido as vezes rsrs..) mas, apesar da aparente  cara de poucos amigos,  com seus 1,90 de altura (coisa que mais exaltava nas aulas),   ele consegue chorar com seus alunos a alegria de uma simples conquista, como  foi minha conclusão do Ensino Médio,  onde ele ostentou o Grau de Paraninfo. ... Sim tive a honra...... Fui sua aluna.......fui sua aluna por três anos  e aprendi com esse índio matogrossesnse que o essencial é invisível aos olhos...so pode ser visto pelo coração.. Obrigada Alacir....onde estiver, por todos os puxões de orelhas, as duras, com carinho, e os eternos  Planos  de Estudo.   Obrigado por certa vez ter me dito; “ ninguém passa por mim  impunemente”.  Eu sou a prova  viva  que não. Fui punida...punida  pelo seu conhecimento. Eu  consegui Alacir, consegui ...Medicina....na universidade de Madri com 100%  de bolsa, e saiba que 50% dela devo a  você.  Vou estudar na Europa, como você sempre nos ensinou,  o berço do conhecimento Ocidental.. Serei médica cardiologista, como sempre disse a você. E digo mais, vou descobrir a cura para o seu coração... acredite...
São Paulo 28 de setembro 2013...Auditório XI de Agosto – USP-   21h30



POR QUÊ?
 17/12/2015
Bom, talvez alguem questione:" por que  publicar esse artigo de 2013?"......Na verdade essa mocinha acabou de entrar para o programa de pesquisa em doenças tropicais da University Of  Oxford em Londrres,   e esta de mudança da Espanha para a Inglaterra...So para se ter uma idéia, em  Oxford Isaac Newton, Locke  entre outros foram docentes, e hoje quem ostenta a cadeira de titular de fisica e nada menos que Stephen William Hawking,  físico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade...Isso me basta!!  Por isso ainda acredito na educação...Parabens Carol...