O BRASIL E SEU INFERNO ASTRAL
Por Alacir Arruda
No Brasil é assim: 0 que já estava ruim sempre pode piorar um pouco mais: se não bastassem as denúncias contra a Presidente Dilma de que a sua campanha para a reeleição recebeu doações ilegais, a cúpula do PT toda presa envolvida em desvios da Petrobras, Lava Jato, Zelotes, inflação galopante, desemprego e duas importantes agências de risco abaixando a nota do país, nos colocando no patamar de “caloteiros”, agora e a vez da Revista de economia mais importante do mundo “The Economist” detonar o país de vez.
Capa da Revista The Economist de janeiro de 2016 |
O calvário da presidente Dilma Rousseff parece que sempre pode piorar um pouco mais. Se, no início do segundo mandato, ela já enfrentava atritos na relação com o Congresso, rebeldia na base aliada e as já regulares acusações de corrupção contra membros e ex-membros do governo, nas últimas semanas viu mais um problema se somar ao rol das preocupações: a troca do ministro da economia e sinaliza para o mundo um governo absolutamente perdido no que refere as questões macro-economicas e o Banco Central prevendo crescimento de 0% para 2016 são sintomas desse desarranjo que se tornou a administração PT .
De janeiro a junho, a inflação chegou a 6,17%, e deve fechar 2015 em 11% , a maior dos países que compõe o Brincs é, ainda, o maior índice para o período desde 2003. O Banco Central estimou no final de junho que a inflação deve ficar em 9% em 2015. E a retomada do crescimento econômico ainda parece ser um sonho distante.
Tudo isso se reflete nos péssimos índices de aprovação. Uma pesquisa Ibope divulgada no início de dezembro mostrou que só 9% dos entrevistados avaliam o governo Dilma como "ótimo" ou "bom". Outros 68% reprovam a administração. É um índice semelhante ao do ex-presidente Fernando Collor pouco antes do impeachment, em 1992.
Aproveitando-se da crise, políticos da oposição e rebeldes da base aliada têm feito declarações regulares para cravar que Dilma está acabada. "O governo acabou, já estamos assistindo ao velório. A dúvida agora é a data do enterro", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Esse e o famoso “fogo amigo”.
Especialistas estrangeiros concordam que a situação da presidente é frágil e a crise política é profunda, mas a mandatária ainda tem opções para enfrentar as dificuldades e não é possível afirmar que seu governo "acabou".
Toda crise tem o seu auge. O cientista político Frédéric Louault, da Universidade Livre de Bruxelas, avalia que, apesar das novidades sobre a Operação Lava Jato, parece que o período mais crítico já passou. "Claro que a imprensa pode escrever que a prisão de um Marcelo Odebrecht [presidente do grupo Odebrecht, suspeito de envolvimento com a corrupção na Petrobras] 'pode derrubar a República', mas a parte das investigações parece que já chegou a um ponto de estabilização e deve-se passar agora para uma fase jurídica, muito mais demorada", avalia.
Já Gaspard Estrada, analista político ligado ao Instituto de Ciências Políticas de Paris, afirma que a presidente ainda concentra poderes e tem condições de conter a crise. Afinal, o Senado não vem causando problemas para Dilma na mesma dimensão que a Câmara. Dilma também conta com o apoio do PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, que tem uma força considerável, e ainda tem o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, em suas fileiras.
"Não se pode esquecer que o cargo de presidente no Brasil concentra grandes poderes executivos. Dilma tem o poder e a opção de buscar uma acomodação com os rebeldes do PMDB", analisa.
Sobre a queda de popularidade, Louault afirma que essa é uma situação corriqueira em momentos de mau desempenho econômico e que os índices, assim como caem, um dia também se recuperam – eles não servem, portanto, para questionar a legitimidade de um presidente.
Ele cita o exemplo da França, onde o presidente François Hollande amargava uma baixa popularidade até há pouco. "Nem por isso se discutia sua legitimidade como presidente, como ocorre com Dilma. Parece que os brasileiros ligam mais para performance do que para legitimidade eleitoral", avalia, acrescentando que não se pode esquecer que Dilma ganhou a última eleição, mesmo que com uma margem estreita.
Estrada afirma ainda, que a queda de popularidade de Dilma, apesar de grave, não é incomum em democracias. "Raros são os presidentes que não enfrentam uma queda de popularidade. Dilma saiu de um patamar muito alto em 2013, era esperado que o número fosse cair. Atípicos mesmo são presidentes como Lula, que conseguem manter os números altos por tanto tempo."
Mas todos concordam em um quesito, Dilma nao tem força politica para fazer as reformas que são necessarios e que colocariam o país de novo nos trilhos. A começar por corte de gasto, sobretudo dos programas de transferência de renda ( Bolsa Familia, Fies, Pro Uni, Minha casa minha vida etc) que hoje custam ao pais mais de 100 bilhoes, reforma ministerial, não ha razão para ter 39 ministerios, reforma da previdencia, reforma tributaria que diminuiria o custo da folha dos empresarios, além de uma reforma politica que verdadeiramente atenda aos anseios de um páis com 8,5 milhoes de km2. Enfim, ela vai levando seu governo na base do "água com açucar". Ou seja, para voltarmos a crescer, teremos que sofrer, POREM, e ela nao tem cacife pra isso.
Em suma, no frigir dos ovos, sobraram nós, os brasileiros. O que fazer com a gente? Não sei!