UMA ANÁLISE DO PODER SEGUNDO MAX WEBER.
Por Alacir Arruda
Em épocas de desvios de conduta por parte dos nossos homens públicos onde a sociedade questiona a integridade daqueles que nos deveriam representar, nada mais atual que discutir o poder. Uma figura se notabilizou nesse estudo suas ramificações, o sociólogo alemão Max Weber que morreu em 1920. Weber nasceu quase no final do século XIX e faleceu pouco tempo depois do término da I Guerra Mundial. Esse período de vida de Max Weber, representou uma mudança significativa tanto em solo europeu quanto mundial, no que diz respeito ao conceito de Estado.
Os movimentos sociais de final do século XIX e o desencadeamento da I Grande Guerra Mundial, foram molas propulsoras para que Max Weber apresentasse a sua concepção de Estado.
Nesse contexto, Max Weber foi capaz de revolucionar e influenciar o desenvolvimento do Estado nos quatro cantos do mundo através da proposta de gerenciamento do Estado por meio racional – por racional, entende-se sistema burocrático de gerenciamento.
A sua ideia de Estado pode ser encontrada no texto: “ A política como vocação”, onde o autor ressalta a necessidade da criação do Estado Moderno – mas, o que seria o Estado Moderno para Max Weber?
O Estado para Weber é “uma relação de homens que dominam seus iguais, mantida pela violência legítima”.
Por conseguinte, Max Weber legitima o uso do poder da força pelo Estado. O Estado é o único que deve possuir o poder de utilização da força para poder colocar em prática as suas idéias – a legitimidade da ação do Estado aparece através da concessão da sociedade.
Para entendermos o conceito de Estado de Weber é necessário conhecermos a noção de domínio para o autor. O domínio está relacionado com a possibilidade de uma determinada vontade de se sobrepor à outra.
A concessão da utilização da força para o Estado pela sociedade pode ser estabelecida através de 3 tipos puros de dominação:
• Dominação tradicional
• Dominação carismática
• Dominação legal
A dominação tradicional está relacionada com a passagem do poder através dos costumes e da cultura;
A dominação carismática através da influência de líderes políticos. (No Brasil e na América Latina aconteceu de forma contumaz, principalmente no período da abertura política democrática que vai de 1945 a 1964). Como exemplo podemos citar: Getulio Vargas, Janio Quadros e mais recentemente Luis Inacio Lula da Silva. Essas figuras são consideradas e rotuladas em território brasileiro como populistas. Na visão de Weffort, no livro O Populismo na política brasileira, o populismo é um fenômeno político, pois os líderes se põem acima das massas, atraindo para si o papel de salvador da pátria.
Na visão do autor, Estado Moderno significa desenvolvimento do sistema burocrático – a burocracia seria a grande arma para a administração do Estado – mas, em linhas gerais, o que significa burocratização? Seria a definição de cargos, atividades e salários dentro do próprio Estado com um fim específico, ou seja, atender as necessidades do próprio Estado e mais do que isso, serve para limitar a atuação do Estado.
A burocracia é para Max Weber um processo de gerenciamento das relações de poder e trata-se de um produto histórico do desenvolvimento do Estado Moderno.
Contato: agaextensao@gmail.com
Olá Alacir, tudo o que você escreve é muto bom, informativo e nos deixa mais instigados a ampliar os horizontes. Já fiquei interessada em ler o livro o populismo na política brasileira. Seus textos estão cada vez melhores. Um abraço.
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