sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Só a morte nos une

NÃO ME VENHAM COM CONCLUSÕES! A ÚNICA CONCLUSÃO E A MORTE!

Por Alacir Arruda
Alguém certa vez me disse: 'Alacir, a falta de sono por vezes nos faz delirar.." Sou prova disso, pois as 04h00 da madrugada resolvi Plagiar o maior poeta da Língua Portuguesa Fernando Pessoa. E por quê? Porque acredito que essa frase é, absolutamente Schoperaureana / Nitiana, e como admirador confesso desses dois filósofos resolvi refletir.

Para que verdades? Conclusões? Aliás, por que precisamos sempre explicar as coisas, os fatos? E o imponderável? Onde ele reside? Talvez esteja ai o grande responsável pelas nossas angústias e frustrações. Essa nossa incapacidade de lidar com as limitações inerente a nossa espécie e a certeza de que carregamos um “cadáver” em nossas costas, nos eleva a uma espécie de “cegueira branca” ( aquela do de Saramago), onde preferimos fingir de cegos e ignorar a única conclusão da vida, qual seja, morte!

Até as incompreensíveis religiões ( e aqui não poupo nenhuma), tentaram nos ludibriar com elucubrações e delírios como a existência de “deuses, céu, paraíso vida eterna” entre outras insanidades, porém, o objetivo final é sempre nos aliviar da certeza de nosso fim. Uma pergunta paira no ar: por que queremos a vida eterna? Qual o objetivo em continuar a viver, mesmo que no plano espiritual? Talvez Freud nos ajude.

Segundo o criador da psicanálise, Sigmund Freud: “Nós, criaturas civilizadas, tendemos a ignorar a morte como parte da vida...no fundo ninguém acredita na própria morte, nem consegue imaginá-la. Uma convenção inexplícita faz tratar com reservas a morte do próximo. Enfatizamos sempre o acaso: acidente, infecção, etc., num esforço de subtrair o caráter necessário da morte. Essa desatenção empobrece a vida...”.

Schopenhauer (1788-1860) pontua: "certas religiões ou filosofias não preparam o homem como de fato seria necessário, assim por vezes o mesmo apresenta conceitos que o tornam inseguro. É, de fato, uma coisa questionável imprimir precocemente no homem, nesse assunto tão importante, conceitos fracos e insustentáveis, e assim torná-lo para sempre incapaz de admitir o que é mais correto e seguro.” (Schopenhauer, 1788-1860,p.60).

Nietzsche ( 1844-1900) afirma: "o cristianismo promete vida eterna aos que souberem viver bem a vida, alimentando uma falsa esperança de um mundo ilusório, aquilo que ele de chama de “morte covarde”. Para fundamentar sobre as conseqüências da morte não livre, Nietzsche faz menção à lembrança inerente ao homem do “foi assim”, considerado por ele como a causa de todo o sofrimento humano, sendo este submetido ao tempo que passa, perdendo a possibilidade de mudança da realidade. O homem não tem noção real de tempo, sendo acometido à morte que “parece ser um acidente que assalta”.A morte surge, para essas pessoas, como uma fatalidade.

Filósofos à parte, a nossa reflexão sobre a incapacidade humana em lidar com sua finitude continua. Penso que que esse capitalismo, cada vez mais selvagem e individualista, seja uma das causas desse nosso temor. Ao apegarmos a bens materiais, nos auto-afirmarmos nesses produtos a ponto de torná-los a nossa razão de existir. Senão vejamos, um individuo que hoje possui uma Ferrari, essas de ultima geração, acaba por perder seu nome e sua identidade humana, ele passe a ser o “fulano da Ferrari” e assim segue com outras marcas de destaque. Imagine um mundo sem Black Friday ( não que eu defenda a existência disso)?Como você poderia ter aquela Smart TV de 49 polegadas pra poder convidar seus amigos para assistir Netflix? Aliás o Netflix também é um fenômeno da pós modernidade, se você não tem, não faz parte do grupo ( só um lembrete: eu não tenho essa porra!).. 

Nossa Alacir,como você esta agressivo!.. Não querida, so estou bêbado...

Por isso afirmo... A única conclusão que existe é a morte, portanto, aceite-a!!



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2 comentários:

  1. Kibom que voltou Alacir...kkkkkk Adorei. Esse texto seu e um retrato dessa nossa sociedade imbecil. Saudades de suas aulas querido. Stephanie.

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  2. Dear teacher, I think that our inability to face death is related to our intellect, which was designed by nature to understand that we are eternal. I say this based on a research from the University of Denver that for 20 years researched why we do not accept death. Parabens I live in Dallas - Texas but I follow his blog even using a translator. Michael Herrisson

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