Como é de conhecimento de todos que acompanham esse Blog, sou um voraz critico dessa educação "prussiana" ainda hoje praticada no Brasil, que na minha analise, não serve para, absolutamente, nada. Faço essas criticas baseadas em dados e observando experiencias inovadoras como o da Escola da Ponte em Portugal comandada à epoca pelo Prof. Jose Pacheco. Esse exímio educador cometeu a façanha de abastecer com relatórios falsos o Ministério da Educação de Portugal, seu país, por longos 10 anos. E de aceitar crianças que as demais escolas portuguesas rejeitavam. E manteve essas crianças disciplinadas, mesmo sem a presença de um dirigente central. Mas o conceito de disciplina da Escola da Ponte é outro, mais libertário que o comumente aceito em outras escolas.
Chamado de Pontífice, que o dicionário nos assegura ser o elo entre os homens e Deus, ou papa, ele rejeita a alcunha. E também não gosta de ser aplaudido quando fala, porque “perde-se muito tempo com aplausos”.
O Prof. José Francisco Pacheco, nasceu em 10 de maio de 1951, educador português que hoje aposentado tem sua residencia atual no Brasil, sendo considerado um Peregrino da Educação, levando suas falas de esperança e solidariedade a todos os recantos do nosso país.
Especialista em Música e em Leitura e Escrita, é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação daUniversidade do Porto. Coordenou, desde 1976, a Escola da Ponte, da qual é idelizador, instituição que se notabilizou pelo projeto educativo inovador, baseado na autonomia dos estudantes.
Este homem é o principal articulador da Escola da Ponte, uma escola sem diretor, sem salas de aula, sem divisão por séries ou turmas e a única que conseguiu autonomia junto ao governo. Mas não foi de graça. Com sua indisciplina, a Escola da Ponte conseguiu provar por A mais B que consegue gerir-se sozinha há 15 anos é a primeira colocada em todos os exames português e europeus. Comparado ao Brasil, seria o mesmo que ser a 1º colocada no ENEM por 10 anos.
É autor de livros e de diversos artigos sobre educação, definindo-se como "um louco com noções de prática".
Em 8 de maio de 2004, condecorado, pelo Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio com a Ordem da Instrução Pública.
Ex-sindicalista, Pacheco comenta sobre a situação atual dos educadores brasileiros, para espanto geral, que o salário não é tudo e contesta os que dizem que ganham mal, por isso têm má atuação: “Isso volta-se contra nós”, alerta.
Pacheco afirma que, o salário não paga o que o professor faz. A missão do professor é de tão grande excelência, que nenhum salário paga. Tem que ter um salário digno, eu não defende que se pague tão mal a essa gente, como viu no interior de Pernambuco e noutros lugares, a ganhar misérias. Não defende isso. Mas quer que os professores mostrem que são capazes de fazer melhor e exigir do Estado o reconhecimento do seu estatuto monetário também. E não que andem a dizer que por ganharem pouco, fazem pouco.
Observador privilegiado, Pacheco fala que há escolas no Brasil que fazem inveja às europeias. As chama de escolas invisíveis, são os projetos que ele coordena em São Paulo. Mas ele alerta: “Enquanto não estiver consolidado o projeto, é melhor que não sejam conhecidas”.
Pacheco afirma que, aula é inútil e avaliação não avalia ninguém, para ele: o Brasil possui um modelo de ensino que impede o aluno de aprender e si doutrina bons soldados, ele diz ainda: “se queremos ser autônomos, teremos que ser todos diretores.” O poder tem que ser horizontalizado. Não pode haver mecanismos de controle, porque assim não há professores atuantes. Se houver diretor é sinal de que os professores não são autônomos, que é preciso haver alguém que mande neles, a dizer o que devem fazer, para onde devem ir, que horário devem ter. O que realizamos na Escola da Ponte foi horizontalizar todas as posições de poder. Há um coordenador, eleito anualmente, e agora tri anualmente, mas que pode ser destituído a qualquer momento; é um professor como os outros.
Pacheco conclui que não pode e nem deve dizer, porque o projeto que tem visibilidade social acaba. Explica que vai precisar de uns cinco ou dez anos e talvez o Brasil talvez venha a ter uma surpresa.
“Está a acontecer uma reforma silenciosa no Brasil, que tem um potencial humano tremendo e por isso é que venho viver no Brasil, para me afastar da Escola da Ponte e para participar desta transformação das escolas que, discretamente, clandestinamente, vem ocorrendo.”
E eu faço parte desse grupo.
Alguns de seus Livros:
PACHECO, José. (2000) Quando eu for grande, quero ir a Primavera. Ed. Didática Suplegraf.
PACHECO, José. (2003) Sózinhos na Escola. Ed. Didática Suplegraf.
PACHECO, José. (2006) Caminhos para a Inclusão, Artmed Editora.
PS. SE ALGUEM SE INTERESSOU POR ALGUM DESSES LIVROS, TENHO TODOS EM PDF E MAIS ALGUNS QUE O PRÓPRIO PACHECO ME ENVIOU, BASTA m UMANDAR ME ENVIAR UM EMAE REPASSO: zokena@hotmail.com
Quanta informação boa Alacir. Nunca imaginei que o criador da escola da ponte estivesse morando no Brasil. E que coordena projetos no Brasil. E muito bom saber disso. Abraços
ResponderExcluirOlá professora, ele não apenas mora mas coordena uma a série de projetos em Cotia SP qUE, apesar do pouco tempo, ja se destacam em nivel Nacional.. Tive o praZer de conhecê lo pessoalmente, quando trabalhei em SP, simpatia!
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