sábado, 20 de dezembro de 2014

educação brasileira

EDUCAÇÃO: E O POVO CONTINUA RINDO..


Por Alacir Arruda


A educação brasileira não é nenhum motivo de orgulho para nós. No âmbito publico temos escolas caindo aos pedaços, em locais impróprios e sem higiene, sem água e merenda escolar, paredes rachadas, crianças sem cadeiras assistindo aulas em pé e professores mal pagos, desestimulados e despreparados, o ensino educacional brasileiro é uma verdadeira vergonha nacional.

Enquanto isso fica uma simpática senhora subindo escadas na propaganda institucional paga pelos contribuintes dizendo que estamos sim atingindo o índice recomendado pelo Governo e pelas Nações Unidas, com base nos países mais desenvolvidos. Até quando vamos ter que aturar essa desfaçatez que nos trata como burros?

Não é preciso ir muito longe para concluirmos que o Ministério da Educação está querendo subestimar nossa inteligência. Há pouco tempo estava lendo artigo de um colega meu num jornal da capital onde citava “pérolas” do Enem, respondidas nas provas dos atrapalhados concursos.

Vamos, então, a algumas delas como “O Brasil não teve mulheres presidentes, mas várias primeiras-damas foram do sexo feminino”. E queria o aluno ou aluna que a esposa do presidente fosse mulher do sexo masculino. Complicado, não é?

Outra maravilhosa é de encher os olhos de lágrimas, ou cair na gargalhada. “O bem estar dos habitantes da nossa cidade muito depende do governo federal ”. Que confusão! Será que ele ou ela estava pensando na intervenção militar do governo federal no governo carioca? Vai saber!

“Quilombo era um negro que fazia um índio no mato” e “Tomé de Souza chegou acompanhado do padre Manoel dá nó "Brega”. “A História se divide em 4 – Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje”. Não sei se dá para rir ou para chorar.
Querem mais? Então vamos a outras “pérolas”: “Os pagãos não gostavam quando Deus pregava suas doutrinas e tiveram a ideia de eliminá-lo da face do céu” e “Onde nasce o sol é o nascente, onde desce é o decente”.

São esses estudantes que estão ingressando nas universidades, principalmente nas particulares, e depois procuram o mercado de trabalho, sem chances de um serviço mais especializado como está acontecendo.

Ao invés de melhorar, está aumentando a decadência do nível de ensino, deixando o brasileiro mais distante da verdadeira cidadania para exigir seus direitos básicos e escolher, por exemplo, seus representantes no Congresso, nas assembléias e câmaras. Desde que me entendo como gente ainda não vi um governo priorizar a educação e dizem que os políticos assim gostam que fique porque têm maior poder de manobra.

Na educação, a própria quantidade propagada está se ruindo com muitas escolas em estado lamentável. Tudo isso é de se estranhar, justamente num governo que se diz de esquerda que prima pelo social. Os segmentos da sociedade, como a mídia, por exemplo, também têm suas parcelas de culpa.

A imprensa também está sem conteúdo e qualidade. Nas emissoras de televisão o que mais se vê são baixarias desmoralizantes. Cada veículo de comunicação neste país, por dever de cidadania, deveria colocar em cada edição, jornal, rádio, televisão, blog ou site, uma matéria diária sobre educação, criticando as falhas e exigindo qualidade no ensino. Seria uma campanha nacional conjunta de todas as mídias.

Enquanto isso, a mulher da propaganda enganosa continua subindo as escadas. Maquiando números e escondendo a verdade pode-se chegar lá, mas não vai enganar por muito tempo. A educação é uma vergonha nacional que se arrasta há anos e deixa nossos cidadãos cada vez mais vulneráveis à manipulação.

Já que estamos falando de educação, há pouco tempo foi divulgada uma pesquisa britânica listando as 200 melhores universidades do mundo e, como já era esperado, o Brasil ficou de fora. As instituições que chegaram mais perto da relação foram a Universidade de São Paulo e a Universidade Estadual de Campinas-Unicamp.

As universidades baianas, com baixa produtividade, ficaram bem longe. Elas não fazem parte nem da lista das dez melhores universidades brasileiras. As diferenças entre as brasileiras e estrangeiras melhores começam pelo valor investido em educação. O Brasil investe 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto Estados Unidos atingem 3%. Chegou-se à óbvia conclusão de que o Governo precisa investir muito mais nas universidades estaduais.

A Universidade de Harvard foi apontada como a melhor do planeta. Quanto a nós brasileiros só nos restou a herança maldita como dizem os políticos que assumem governos dos seus adversários. A Universidade de Coimbra que sempre formou no tempo da colonização a elite brasileira, sempre esteve atrasada em relação às européias. Instituições de ensino superior em solo brasileiro somente foram implantadas após a chegada da Família Real, em 1808.

Conforme estudos, no final do século XIX apenas 16% da população era alfabetizada. Universidades como a USP surgiram nos anos 30 do século XX. A nossa origem não é nada boa, mas se os governos tivessem vergonha na cara já tinham mudado essa situação degradante. Sem educação, o Brasil será sempre um país do futuro, onde os jovens do sexo masculino sonham em ser jogadores de futebol e as meninas dançarinas de pagode.

Temos um PIB considerável de US 2,3 trilhões, mas existem 103 países com melhor renda per capita que a brasileira. Numa lista de 134 países, só existem 10 mais desiguais que o Brasil. Nossos indicadores deixam muito a desejar na área social. Temos uma expectativa de vida média de 72,5 anos, abaixo de países como Paraguai, Uruguai e Chile. Quanta a taxa de mortalidade infantil houve melhora nos últimos anos, mas outros países da América Latina estão em nossa frente.

Esses dados servem para ilustrar que, enquanto não alcançarmos uma educação de qualidade, os níveis sociais vão continuar defasados em relação a outros países subdesenvolvidos, ou emergentes como queiram os politicamente corretos que adoram se enquadrar nos padrões ditatoriais dessa sociedade capitalista burguesa. Muitos ainda se orgulham de que somos a 6ª ou a 7ª maior economia do mundo.

Um comentário:

  1. Olá professor..diante desse quadro qual seu prognostico para os próximos anos??

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