NIETZSCHE: PARA ALÉM DA MORAL DOS FRACOS..
Por Alacir Arruda
Fridrich Nietzche- Filósofo
alemão 1844-1900
Preciso assumir uma verdade: Não consigo ficar mais que dois meses sem escrever algo sobre Nietzsche. A sua filosofia me atrai como um imã, e a cada vez que releio suas obras mais me encanto com esse “transgressor dos costumes”, um homem além do seu tempo, ou como ele mesmo dizia: “eu não sou um homem, sou uma dinamite”. Sem Nietzsche não existiria Freud, a Psicanálise, a física quântica, o existencialismo, os movimentos contra culturais como Generacion Beats, ou os avanços nos estudos da Genética (DNA). Ao condenar a moral ocidental como “deformadora de homens” Nietzsche abre o caminho para o conhecimento como algo libertador.
O pensamento de Nietzsche se orienta no sentido de recuperar as forças inconscientes, vitais e instintivas subjugadas pela razão durante séculos. Para tanto, critica Sócrates por ter encaminhado pela primeira vez a reflexão moral em direção ao controle racional das paixões. Segundo Nietzsche, nasceu aí o homem desconfiado de seus instintos, e essa destruição culminou com o cristianismo, acelerando o processo de "domesticação" do homem.
A moral cristã é a moral do rebanho, geradora de sentimentos de culpa e ressentimentos, e fundada na aceitação do sofrimento, da renúncia, do altruísmo, da piedade, típicos da moral dos fracos.
Por isso Nietzsche defende a transmutação de todos os valores, superando a moral comum para que os atos do homem forte não sejam pautados pela mediocridade das virtudes estabelecidas. Para tanto é preciso recuperar o sentimento de potência, a alegria de viver, a capacidade de invenção.
Nietzsche desenvolve uma crítica intensa aos valores morais, propondo um estudo da formação histórica dos valores presentes na cultura ocidental. Para ele, ao contrário do que pensa a tradição ocidental, não existem noções absolutas de bem e de mal. Estas noções são produtos histórico-culturais, elaboradas pelo homem a partir de interesses humanos, mas que, as religiões impõem como se fossem produtos da “vontade de Deus”.
Aceitar tais valores como provenientes de uma existência divina traz perigos ao desenvolvimento humano. A estes valores o pensador chama de “moral de rebanho”. As pessoas acomodam-se diante das dificuldades e submetem-se docilmente aos valores dominantes da tradição cristã e burguesa, não enfrentando o desafio de viver as próprias vidas, responsabilizando ou esperando que uma potência externa a nós (Deus) faça o que o indivíduo deve fazer.
Moral de escravos: é herdeira do pensamento socrático-platônico - que provocou a ruptura entre o trágico e o racional - e da tradição judaico-cristã, da qual deriva a moral decadente (tentativa subjugação dos instintos pela razão). A moral de escravos nega os valores vitais à procura da paz e do repouso. O indivíduo fica enfraquecido, pois tem diminuída sua potência. A alegria é transformada em ódio, a conduta humana torna-se vítima do ressentimento e da má consciência - sentimento de culpa e a noção de pecado.
Moral de senhores: é a moral que visa a conservação da vida e dos instintos fundamentais. Funda-se na capacidade de criação, de invenção, cujo resultado é a alegria, consequência da afirmação da potência. O indivíduo que consegue se superar é o que atingiu o “além-do-homem”, aquele que consegue reavaliar os valores, desprezar os que o diminuem e criar outros que estejam comprometidos com a vida.
A solução: Uma vez que a moral para Nietzsche é uma invenção dos fracos, que inverteram o sentido de bom e virtuoso para favorecer o ascético, o que nega o corpo em favor da alma, e que portanto nega a vida. Nietzsche é favorável aos homens guerreiros, fortes, que com apenas uma inflexão afastam de si todas as culpas anteriores e toda a mesquinhez moral. Nietzsche defende ainda, que os homens não são, em última instância, os responsáveis pelo que são e conseqüentemente pelos suas ações. Portanto não deve sentir mal-estar pelo que fazem.
Logo: A moral pretende embutir nos homens este sentimento de mal-estar e culpa devido a ações feitas contra esta moral com o objetivo da coibir estes atos ou pensamentos. Este é um dos motivos pelos quais Nietzsche é contra a moral.
Amoooooo Nietzsche Alacir, acho esse filosofo simplesmente o máximo.. gostaria que indicasse alguns livros dele para eu ler. Bjs Mikaela.
ResponderExcluirOlá Mikaela segue:
Excluir1) O nascimento da tragedia
2) Humano Demasiado Humano
3) Assim falou Zaratustra
4) A Gaia Ciencia
5) Aurora
6) A Genealogia da Moral
7) ( e obvio) O ANTICRISTO
Obrigado professor mais lindooo do mudooo.. Prometo ler todos..Bjs Mikaela
ExcluirMenos Mikaela, menos..por favor....
ExcluirNossa Alacir kibom que voltou a escrever sobre Nietzsche, muito sábia sua atitude pois ele é atualíssimo. Parabéns. Bjs....Stephanie
ResponderExcluirObrigado Stephanie.. Penso o mesmo acrescento ainda Schopenhauer e Heideger como atualissimos..Abs
ExcluirOi Professor, seu texto foi minha primeira leitura do Ano 2015 shushushu
ResponderExcluirsimplesmente adorei! bjos Feliz Ano Novo :D
Obrigado D....
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