O Atual Ensino Médio brasileiro é
Insalubre.
Por Alacir
Arruda
Após mais um ano
de desastres e rendimentos ridículos de 85% dos alunos brasileiros no último ENEM, o Ministério da Educação
estuda um novo modelo de ensino, em que as atuais 13 disciplinas serão
distribuídas em apenas 4 grandes áreas como já é feito pelo ENEM. Na Câmara,
uma comissão especial também estuda novos modelos para o ensino médio.
O desempenho dos alunos do ensino médio não evoluiu nada entre 2009 e 2012. Essa é a avaliação do
Ministério da Educação (MEC), que anunciou em agosto ultimo o resultado do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), uma espécie de exame geral do ensino
básico no País calculado a partir das taxas de aprovação e do resultado médio
dos alunos em provas de português e matemática. Especialistas apontam o
currículo dessa etapa de ensino como uma das causas para as baixas notas.
O excesso de
disciplinas seria o principal responsável pelo mau desempenho no ensino médio.
Entre 2005 e 2009, o Ideb
alcançado pelas escolas públicas passou de 3,1 para 3,4, em uma escala que
varia de zero a dez. Mas a nota parou de evoluir a partir de 2009. Além disso,
em nove estados (Acre, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Paraná, Paraíba,
Bahia e Rio Grande do Sul), o ensino médio chegou a retroceder em comparação
com 2009.
Na média geral, o resultado do Ideb cumpriu a meta do MEC para o ano passado.
Mas até o governo já admitiu que o desempenho do ensino médio foi pior que o
esperado. Em entrevista coletiva, o, ate então ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
admitiu que essa etapa de ensino é “um grande desafio” para qualquer sistema
educacional.
Na Câmara, dois projetos de lei preveem a divulgação do Ideb de cada escola em
murais visíveis a toda comunidade (PLs 1530/11 e
1536/11).
Muitas disciplinas
Um dos maiores problemas apontados por especialistas é o excesso de disciplinas
ensinadas aos alunos. Hoje, o currículo do ensino médio tem 13 disciplinas
obrigatórias. “Não há quem aguente, especialmente com atrasos escolares e
avanços na idade, um currículo com 13 componentes isolados e enciclopédicos e
que não atendem às necessidades de vida do jovem, que tem que saber o que quer
e já fez opções importantes na vida”, alerta o professor da Universidade
Católica de Brasília Cândido Alberto Gomes.
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