domingo, 30 de março de 2014

Israel X Palestina

Israel-Palestina: Um Conflito Sem Fim.


Por Alacir Arruda

"Nesse artigo estou atendendo ao pedido de uma leitora do Blog que se interessa pelo assunto e me solicitou que escrevesse algo sobre o tema. O Blog esta aberto a outras sugestões”  (Alacir)


Um dos conflitos mais emblemáticos que tem marcado os  séculos XX e XXI é a  contenda Israel-Palestina   Apesar dessa briga  remontar ao período anterior a cristo, os conflitos no Oriente Médio violentos como são hoje em dia, iniciaram-se a partir da criação do Estado de Israel em 1948 . No período entre guerras os Judeus foram muito perseguidos pela política Nazista de Adolf Hitler. E também em função da grande influência da população judaica principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. Após o final da segunda guerra mundial houve um ambiente favorável para a criação do tão sonhado Estado para os Judeus. Coube à recém criada Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947, mediar a partilha dos territórios da região da Palestina em três partes sob mandato dos ingleses.
A saída dos ingleses da região algumas semanas antes do combinado pela ONU, gerou insegurança. Os Judeus em meio ao caos e à desordem declararam a fundação do Estado de Israel, em 15 de Maio de 1948, que foi rapidamente reconhecido pelos EUA e URSS. Imediatamente, as forças militares da Liga Árabe (Egito, Iraque, Transjordânia, Síria e Líbano) invadiram a região declarando guerra à Israel, criando o primeiro grande conflito entre Árabes e Judeus. Israel foi beneficiado pela desorganização, a desconfiança entre os próprios países árabes e a trégua negociada pela ONU, a qual previa o embargo de armas e munições aos dois lados. No entanto, esse acordo foi descumprido pelos israelenses. Com dinheiro arrecadado das comunidades judaicas no exterior, conseguiram comprar novos armamentos que foram decisivos para se fortalecerem frente aos adversários árabes.
Deste modo, o recém criado Estado de Israel venceu a guerra e ocupou terras além daquelas que a ONU havia designado, provocando a fuga de aproximadamente um milhão de Palestinos, que ficaram sem o Estado que lhes fora prometido. Com isso, teve início a “Questão Palestina”, ou seja, a luta desse povo pela recuperação de seus territórios e pela criação do Estado próprio. No desfecho deste primeiro conflito, além de perdas humanas, ocorreu a ocupação da Faixa de Gaza pelo Egito, da Cisjordânia e a parte Oriental de Jerusalém pela Transjordânia e o restante por Israel.Paralelamente, em 1959, estudantes Palestinos sob a liderança de Yasser Arafat, fundaram uma organização armada contra Israel chamada Al-Fatah, com o propósito de obterem terras para a formação do Estado Palestino. Em 1964, com apoio de outras lideranças do mundo árabe, foi criada a Organização para Libertação da Palestina (OLP), que em 1969 passou a ser dirigida por Arafat. Desde 1975, a ONU passou a reconhecer a OLP como único representante do povo palestino nas negociações de paz na região.
Israel, num prenúncio da guerra dos seis dias, tentou desviar as águas de afluente do Rio Jordão, fato que foi repudiado pela Síria. Posteriormente, esta última também tentou fazer o mesmo. É neste contexto que a região da Terra Santa, como é chamada, se encontrava. De um lado, as negociações dos países que lideravam o Pan-Arabismo, mesmo com todos seus individualismos;  de outro, Israel, com suas estratégias em ocupar e dominar ´´espaços vitais``. As negociações entre Síria, Jordânia e Egito e a retirada das tropas da ONU foram substituídas por tropas egípcias, ocupando o Golfo de Ácaba, bloqueando o Porto israelense de Eliat que recebiam suprimentos petrolíferos do Irã.
Toda essa movimentação gerou tensão em Israel, que despejou um ataque surpresa em Junho de 1967. Este foi preparado para hora exata. Israel dizimou a força aérea egípcia em terra. Em apenas seis dias de combates, as tropas israelenses ocupavam as estratégicas Colinas de Golã da Síria, o Sinai e Faixa de Gaza do Egito e a Cisjordânia e a parte Oriental de Jerusalém da Jordânia. Estas regiões foram imediatamente ocupadas por colônias judaicas. Logo após a guerra, o Conselho de Segurança da ONU votou uma resolução exigindo a retirada de Israel de todos territórios ocupados e exigia o reconhecimento mútuo. A resolução nunca foi obedecida.
Na década de setenta, os Palestinos continuaram sendo renegados após ataques terroristas contra colônias judaicas e os  seqüestros de 4 aviões. O rei Hussein da Jordânia, ordenou uma grande operação para desarmar os grupos palestinos. O Setembro Negro, como ficou conhecido, teve um saldo próximo de 4 mil Palestinos mortos e 10 mil feridos. Em 1973, árabes e israelenses protagonizaram o quarto grande confronto, a guerra do Yom Kippur (o dia do perdão). Israel foi apanhado de surpresa pelo Egito e Síria que visavam recuperam os territórios ocupados em 67. No início do conflito, parecia ser fácil a vitória sobre Israel. Entretanto, o entusiasmo egípcio e a desorganização dos aliados árabes favoreceram a recuperação israelense. O conflito se alonga e internacionaliza, quando terminam os combates com mais uma derrota árabe; porém, sem perdas de território. A guerra foi transferida para o campo político, a OPEP triplicou o preço do petróleo gerando a chamada crise do petróleo. A partir de então, muda o cenário político no Egito como ascensão de Anuar Sadat. Este aceitou negociar com Israel a devolução do Sinai de forma pacífica.  No final dos anos setenta em Camp David -  EUA, Egito e Israel firmaram um acordo que restabelecia o Sinai ao Egito até 1982. Em troca, teria que reconhecer o Estado Judeu. Este foi mediado pelo então presidente dos EUA, Jimmy Carter. Enquanto o mundo assistia esse acordo, o Líbano enfrentava uma guerra civil violenta entre os grupos religiosos do país, inclusive os Palestinos Islâmicos.
Encerrada a retirada e acalmados os conflitos no Sul, Israel parte para a invasão no Líbano. Alegando a necessidade de destruir os guerrilheiros palestinos, mais uma vez Israel massacrou os palestinos, sob comando do general Sharon, nos campos de refugiados de Sabra e Chatila na periferia de Beirute. As tropas israelenses de ocupação, com o apoio dos norte-americanos, autorizaram a entrada de milícias cristãs, com o intuito de vingança ao atentado que matara dois dias antes, Bachir Gemayel, presidente recém eleito. Estas milícias massacraram sobretudo crianças, mulheres e idosos. Após fortes pressões internacionais, inclusive da população israelense, os israelenses retrocedem, fixando-se no Sul, onde ocupam uma faixa de segurança, com cerca de 15 km de largura, desocupada a pouco tempo em função de acordos e pressões internacionais.
Em fins de 1987, teve início a intifada (ou revolta das pedras), uma rebelião que chamou a atenção mundial sobre a ocupação de territórios palestinos pelos judeus. Ainda nesse ano, a Jordânia renunciou de lutar pela posse da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 67 e cedeu essas terras aos palestinos, obrigando Israel a negociar com a OLP.
A partir dos anos 90, foram feitas várias negociações visando chegar a um acordo de paz. O impasse começa a ser rompido com a vitória dos trabalhistas nas eleições para primeiro Ministro, elegendo Itzhak Rabin, que defendia negociações com base no princípio ´´paz em troca de terra``. Em setembro de 1993, foi assinado um acordo de paz reconhecendo-se mutuamente, o qual, ficou acertada a retirada israelense, a partir de 1994, da maior parte da Faixa de Gaza e de Jericó, na Cisjordânia, locais onde os palestinos conquistaram relativa autonomia. Os acordos encontravam resistência dos dois lados. Uma série de atentados terroristas do lado palestino, os protestos dos direitistas do Likud e as represálias do exército israelense esfriaram os acordos.
Mesmo assim, as negociações entre Israel e a OLP foram retomadas. Finalmente, em 1995 foram firmados acordos que previam a retirada israelense de áreas urbanas da Cisjordânia, incluindo as cidades de Jenin, Nablus, Tulkarn, Qalqylia Ramallah, Belém e partes de Hebron; com exceção desta última, a retirada ocorre ainda em 95. Com o avanço das negociações de paz, acirram as divisões na sociedade israelense. Em virtude dessa resistência em 1995, Itzhat Rabin é assassinado por um judeu radical, contrário à devolução de territórios aos palestinos, colocando em risco os acordos firmados até então. Assume, Shimon Peres tentando dar seqüência as negociações, que outra vez foram interrompidas em virtude de  ataques de homens-bombas e retaliações por parte do exército de Israel.
Novas eleições, e o Likud volta ao poder refreando o processo de paz. O governo israelense revoga o decreto que proibia a expansão de colônias judaicas na Cisjordânia e aprova a construção de mais 1.800 casas em uma colônia da região; além disso, fecha o escritório da OLP em Jerusalém, demolindo-a. A Intifada é retomada em uma  das visitas do general direitista Ariel Sharon à esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. Em resposta a construção de um túnel que une a Via Dolorosa ao Muro das Lamentações, principal santuário do judaísmo, passando sob a Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do islamismo. Em 1999, os trabalhistas voltaram ao poder e no ano seguinte, através de acordos firmados em Camp David (EUA), foi proposto aos palestinos o controle integral da Faixa de Gaza e de 90% da Cisjordânia. No entanto, Israel recusou-se a entregar Jerusalém Oriental, que os palestinos reivindicam como capital, o que criou um impasse.
Com a ascensão do primeiro-ministro Ariel Sharon,(que morreu recentemetente)  a região se transformou numa guerra sem precedentes. Com o mesmo discurso de antes, ou seja, destruir os terroristas palestinos, quando na verdade sua real intenção era enterrar de vez os acordos de paz de 1993. Em 2002, em resposta a novos ataques suicidas, numa operação que foi chamada de ´´Muro Protetor``, Israel ocupou com tropas, tanques, blindados e escavadeiras, praticamente todas cidades sob controle palestino na Cisjordânia,  fechou o cerco ao quartel general de Yasser Arafat em Ramallah. Em um desses cercos, as pessoas ficaram por uma semana sem poder sair de casa. Quando puderam sair foram cuidar das tarefas mais urgentes, como conseguir água e comida. Entre todas, uma indispensável, enterrar os mortos. Muitas famílias tiveram parentes baleados dentro de casa e não puderam sair para enterrá-los. Eles ficaram na sala ou nos quartos, cobertos de cal para diminuir a velocidade de putrefação dos corpos. George Fridman disse a revista Veja (2002): ´´Que nos últimos meses quem era moderado se tornou radical. Quem era radical apenas no discurso está pronto para matar. Isso vale para os dois lados``.  
Desta forma, uma das grandes dificuldades de se chegar a uma paz definitiva são o grande número de colônias judaicas instaladas na faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Não basta o chefe de Estado Judeu firmar acordos, sendo que as comunidades judaicas resistem a desocupar os territórios em que estão instalados. Nesse ambiente de confronto entre judeus e palestinos, o medo está presente dos dois lados. A vantagem dos primeiros, é que eles podem ir e vir de um lugar para o outro sem constrangimentos. Os palestinos enfrentam vários postos de checagem e estão isolados do mundo,  impedidos de circular em seu próprio território.



quarta-feira, 26 de março de 2014

A ESTUPIDEZ

Vamos  Celebrar a Estupidez Humana Exaltando a  Ignorância...

Por: Alacir Arruda
“A CADA DIA ME CERTIFICO MAIS DE QUE SOU UMA ILHA DE IGNORÂNCIA CERCADO POR UM OCEANO DE INTELIGÊNCIA” 
( Alacir)  

Eu cheguei à Presidência mesmo sem ter um curso superior”, disse  Lula em 2005. Essa  frase,  que nasceu como pedido de desculpas, tornou-se desafio,  foi promovida a motivo de orgulho e acabou virando refrão do hino à ignorância.  “Talvez até quando eu deixar a Presidência possa até cursar uma universidade”, disse em  2006  o único cidadão no mundo que chegou a ser chefe de governo e  que não sabe escrever e nunca leu um livro.
Desse perigo estão livres os professores universitários. Lula evitou  livros e cadernos como o Super-Homem evita a kriptonita, alguns dos  meus alunos evitam o conhecimento.  Talvez por medo de se libertarem de crenças e rituais impostos por uma cultura arraigada na ditadura da religião. O que muitos precisam entender, sob a ótica da ciência, é que religião e um fato social e tem como função estreitar as relações Homem-Deus, não doutriná-los. Grande parte dos filósofos repudiam esse comportamento arrebanhador que a Igreja tomou nos últimos séculos.  Isso produziu  aquilo que Marx (Karl Marx-1818-1883), denominou de “sentimento de um povo oprimido, alma das almas desalmadas, a droga do povo”.
A lastimável formação escolar de grande parte dos alunos que hoje recebemos nas faculdades talvez explique tamanha ignorância ante a filosofia, e nesse mister, eu ate os absolvo, pois são vitimas de um modelo educacional absolutamente falido, mas correr atrás do conhecimento é  individual.  Em Cuiabá temos mais de 50 bibliotecas públicas sem falar na Internet, que apesar de ter apenas 3% de  conteúdo que presta, é uma grande ferramenta de pesquisa. Outra critica que faço, é o aumento geométrico nos últimos anos dos programas assistencialistas do governo federal, sobretudo Fies e ProUni. Esses programas são responsáveis por uma enxurrada de matrículas Brasil afora sem qualquer critério técnico ou pedagógico. Os alunos, que na verdade são vitimas desse sistema, mergulham  no mundo universitário sem ter a menor noção do que seja isso. E o afã de vencer na vida, melhorar as  condições financeiras e se destacar no mundo do trabalho, acabam sobrepondo as questões intelectuais. O que temos hoje é uma massa de estudantes que no ensino superior reproduzem aquilo que já e cultural nos ensinos fundamental e médio, qual seja: “ O professor finge que ensina, a faculdade finge que paga, o aluno finge que aprende e o governo finge que esta tudo bem... Nessa seqüência de fingimentos caminhamos para o apagão de bons profissionais num futuro bem próximo. Isso  já ocorre em algumas áreas como: medicina, engenharia direito entre outras que hoje carecem de bons profissionais, chegando ao ponto da ultima prova da OAB ter apenas 7%  de aprovados o que confirma a fraca formação desses profissionais.
Não tenho um antídoto que atue sobre essa realidade, acredito que isso é  uma doença de muitas facetas e complexa demais para ser combatido apenas que  com a ação da  leitura e a ampliação do conhecimento, creio ser necessário  uma reinvenção daquilo que chamamos de  ensino superior no Brasil sob o risco de nos transformamos em piada internacional.
Sabemos que nesse bojo de alunos que hoje ingressam no ensino superior temos aqueles que são comprometidos com o conhecimento e ate com uma boa formação intelectual, mas esses são exceções, a regra geral é que hoje temos um aluno extremamente limitado nas faculdades brasileiras.
A boa formação intelectual não transforma um acadêmico em bom profissional.  Mas quem se orgulha da formação indigente e despreza o conhecimento só se candidata acadêmico por não saber o que é isso e o tempo dirá que esse ser é outra má lembrança destes tempos estranhos.


VAMOS CELEBRAR!!




terça-feira, 18 de março de 2014

o meu budismo

"Responder à ofensa com ofensa é lavar a alma com lama. O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se  rebater."  (Dalai Lama)

Por Alacir Arruda
    
    Confesso que não gosto de escrever em  cima de  citações alheias, mas essa do Dalai Lama mexeu comigo. Senão vejamos eu que sou chamado de Ateu, Anticristo  entre outros “elogios”  nada decentes de serem publicados, concordo plenamente com essa afirmação. Realmente o silencio é a  melhor resposta a uma ofensa. Ta certo que  com um 1,90 de altura e sendo ex-sargento do exercito,  o que eu gostaria mesmo era de “plantar-lhe  a mão” na cara de quem me ofende, mas descobri o budismo e isso tem me feito muito bem, tem me deixado um cara Zen ( será que é assim que fala?)..
      Bom.....seguindo! Os caras são vegetarianos, eu adoro salada,  por razões religiosas não fazem mal a nenhum tipo de  animal, chegam a desviar de formigas  e conseguem se abster de sexo por anos (ai tenho que repensar...). Mas a grande sacada deles é o lance da meditação. Eles meditam quase o dia todo, digo os monges, concentram e chegam a níveis elevados da consciência onde se desligam desse “vale de lágrimas” que é a  terra e , sobretudo, não são materialistas (sabia que tínhamos mais semelhanças). O Budismo tem mais de 2400 anos e tem como fundador o príncipe Sidarta Gautama, popularmente, chamado de Buda, que nunca foi gordo,  o que é uma contradição com aquilo que nos foi ensinados sobre ele..... Aquela ideia de um Buda Gordo em cima da geladeira..lembram??
   - O Budismo possui 12 princípios: OS DOZE PRINCÍPIOS BÁSICOS DO BUDISMO
1 - A auto-salvação é uma tarefa urgente para qualquer homem. Se um homem jaz ferido por uma flecha envenenada, ele não atrasará a sua extração para pedir detalhes a respeito de quem a atirou ou do comprimento e fabricação da flecha. Haverá tempo para um entendimento crescente do ensinamento. Por enquanto, comecemos encarando a vida como ela é, aprendendo sempre pela experiência direta e pessoal.
2 - O primeiro fato da existência é a lei da mudança ou impermanência. Tudo o que existe, de uma mancha a uma montanha, de um pensamento a um império, passa pelo mesmo ciclo de existência; a saber: nascimento, crescimento, decadência e morte. só a vida é continua, ainda que buscando auto-expressão em novas formas. "A vida é uma ponte, não construas pois casas sobre ela". A vida é um processo de fluxo e aquele que se apega a qualquer forma, por mais esplendida que seja, irá sofrer por estar resistindo ao fluxo.
3 - A lei da mudança aplica-se igualmente a "alma". Não existe nenhum principio nos indivíduos que seja imortal e imutável. somente "Aquilo que não tem nome", a Realidade Ultima, está alem da mudança e todas as formas de vida, o homem inclusive, são manifestações dessa Realidade. Ninguém é nunca o dono da vida que flui em si, assim como a lâmpada elétrica não é dona da corrente que a faz brilhar.
4 - O Universo é a expressão da lei. todos os efeitos tem causas e a alma ou o caráter do homem é a soma total de seus pensamentos e ações anteriores. O Karma, que significa ação e reação, governa toda a existência e o homem é o único criador de suas circunstancias. sua reação a elas, cria sua condição futura e seu destino final. Através do pensamento e da ação corretos, ele pode gradualmente purificar a sua natureza interior e assim, através da auto-realização, atingir em tempo a libertação.
5 - A vida é una e indivisível, ainda que suas formas que sempre mudam sejam inumeráveis e perecíveis. Na realidade não há morte, embora todas as formas devam morrer. Do entendimento da unidade da vida brota a compaixão, um sentimento de identidade com a vida em outras formas, a compaixão é descrita como a "lei das Leis - eterna harmonia", e aquele que quebra essa harmonia sofrerá proporcionalmente a sua ação e retardará sua iluminação.
6 - Sendo a vida Una, os interesses da parte serão os interesses do todo. em sua ignorância, o homem pensa poder batalhar com sucesso por seus próprios interesses e essa energia de egoísmo, voltada para a direção errada, produz o sofrimento. a parte de seu sofrimento, ele aprende a reduzir e finalmente a eliminar sua causa. Buda ensinou as quatro Nobres Verdade: a) A Onipresença do sofrimento; b) sua causa, o desejo voltando para a direção errada; c) sua cura, a remoção da causa; d) o Nobre Óctuplo Caminho de auto-desenvolvimento, que conduz ao fim do sofrimento.
7 - O Caminho Óctuplo consiste em: Visão Correta ou compreensão preliminar, Objetivos ou Motivos Corretos, Palavras Corretas, Ações Corretas, Vida Correta, Esforço Correto, Concentração ou Desenvolvimento Mental Correto e, finalmente, "Samandhi" (Meditação) Correto, que conduz a Iluminação completa. Assim como o Budismo é um Caminho de vida e não meramente uma teoria da vida, o trilhamento desse Caminho é essencial para a auto-libertação "Cessar de fazer o mal, aprender a fazer o bem, purificar sua própria mente: esse é o ensinamento dos Budas".
8 - A Realidade é indescritível e um deus com atributos não é a Realidade final. Mas o Buda, um ser humano, tornou-se o Totalmente Iluminado, e o propósito da vida é o atingido da Iluminação. Esse estado de Consciência, o Nirvana, a extinção das limitações do ego, é atingível na terra. Todos os homens e todas as outras formas de vida contem a potencialidade da Iluminação e o processo consiste, portanto, em tornar-se naquilo que você é: "Olha para dentro: tu és Buda".
9 - Entre a Iluminação potencial e a verdadeira fica o "Caminho do Meio, o Caminho Óctuplo" do desejo à paz, um processo de auto-desenvolvimento entre os "opostos", evitando os extremos. Buda palmilhou esse caminho até o fim e a única fé requerida no Budismo é a crença razoável de que houve um Guia que trilhou esse Caminho e que vale a pena que nós o trilhemos. O Caminho deve ser trilhado pelo homem inteiro e não apenas pelo que há de melhor nele. Coração e mente devem ser igualmente desenvolvidos. Buda foi o Todo Compassivo, ao mesmo tempo que foi o Iluminado.
10 - O Budismo insiste grandemente na necessidade da concentração e da meditação interiores, que conduzem em tempo ao desenvolvimento das faculdades espirituais interiores. A vida interior é tão importante quanto o corre-corre cotidiano e períodos de quietude para a atividade interior são essenciais para uma vida equilibrada. O Budista deve estar atento e consciente de si em todas as horas, guardando-se do apego mental e emocional ao "espetáculo que passa". Esta vigilante e crescente atitude em relação às circunstancias, que ele sabe serem sua própria criação, ajuda-o a manter sua reação a elas sempre sob controle.
11 - Buda disse: "Trabalha para tua própria salvação, com diligência". O Budismo não conhece qualquer autoridade, salvo a intuição do indivíduo e essa autoridade é apenas para esse indivíduo sozinho. Cada homem sofre as conseqüências de seus próprios atos e com isso aprende, enquanto ajuda seu semelhante, a alcançar a mesma libertação. Não se reza ao Buda ou a qualquer deus para impedir que efeito se produza a partir de determinadas causas. Os monges Budistas são mestres e exemplos, e de nenhuma maneira intermediários entre a Realidade e o indivíduo. A máxima tolerância é praticada em relação à todas as religiões e filosofias, pois nenhum homem tem o direito de interferir na jornada de seu vizinho para a Meta.
12 - O budismo não é nem pessimista nem "escapista", nem nega a existência de Deus e da alma, embora ele empreste um significado especial a esses termos. Ele é, pelo contrário, um sistema de pensamento, uma religião, uma ciência espiritual e um caminho de vida, que é razoável, pratico e abrange todas as coisas. Por mais de dois milênio satisfez ele as necessidades espirituais de cerca de um terço da humanidade. ele atrai o Ocidente porque não tem dogmas, satisfaz igualmente a razão e o coração, insiste na auto-confiança aliada à tolerância para com outros pontos de vista, abrange ciência, religião, filosofia, psicologia, ética e arte, e insiste no homem sozinho como único criador de sua vida presente e determinador de seu destino.     ( Fonte: Calcule sua Pegada Ecológica.)
Por isso estou me tornando um adepto dessa filosofia de vida, uma vez que o Budismo não é considerado uma religião. Experimentarei, tal qual o filosofo alemão  Schopenhauer, a ideia de entender esse Vale de Lagrimas sob a ótica do Budismo. E a partir de hoje somente responderei as ofensas com o silêncio, logo, aos críticos de plantão ( que são muitos) podem me ofender  à vontade..

domingo, 16 de março de 2014

agradecimento

AGRADECIMENTO

DESSA VEZ GOSTARIA DE AGRADECER DUPLAMENTE.  PRIMEIRO AOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DO PRIMEIRO DIA DO CURSO DE EXTENSÃO DE FILOSOFIA APLICADA A  PSICOLOGIA NA “BANCO CONSULTORIA” NO ULTIMO SABADO.   FIQUEI EXTASIADO COM A TURMA,  TEREMOS AINDA MAIS TRES ENCONTROS ONDE APROFUDAREMOS A DISCUSSÃO SOBRE “O SER”. AGRADEÇO E PARABENIZO A TODOS POR  CONFIAREM NESSE PROJETO E GARANTO,  MUITA COISA AINDA ACONTECERÁ  NESSE CURSO.

OUTRO AGRADECIMENTO VAI ÀS QUASE  70 PESSOAS   QUE TROCARAM OUTRAS OPÇÕES PARA OUVIREM  ESSE PROFESSOR POR MAIS DE 2 HORAS, NO CAFÉ FILOSÓFICO DO ULTIMO SÁBADO.  O CAFÉ FILOSÓFICO É  UMA IDEIA QUE TIVE EM ABRIL DE 2013 E DE LÁ PRA CA  JÁ FORAM 6 CAFÉS, SEIS ENCONTROS  QUE A CADA DIA ESTÃO FICANDO  MELHORES. ESTAMOS  EM UM PROCESSO DE AMADURECIMENTO  DO  “CAFÉ” E AGUARDEM NOVIDADES....AGRADEÇO EM ESPECIAL AOS ALUNOS DO 2º PERIODO DE PSICOLOGIA PELO  EMPENHO NA ORGANIZAÇÃO E A NOSSA  “HOSTER”, CONSUELO , AQUELA QUE ABRIU AS PORTAS DE SUA CASA PARA QUE  ESSE QUE EVENTO PUDESSE OCORRER..MAS, SEM DUVIDA, O MAIOR AGRADECIMENTO VAI  PARA AQUELES QUE FORAM PELA PRIMEIRA VEZ, ESPERAMOS QUE VOLTEM...

O PROXIMO CAFÉ FILOSOFICO SERA NO DIA 27 DE ABRIL EM LOCAL E HORARIO QUE POSTERIORMENTE SERÃO DIVULGADOS NESSE BLOG, BEM COM O O TEMA.

Prof. Alacir

sexta-feira, 14 de março de 2014

facebook estudo

Facebook é uma rede de contágio emocional, diz estudo.

Reuters - 7 horas atrás
“Apesar desse estudo,  mantenho a  minha tese de que Facebook faz mal  para a saúde”  ( Alacir )

Los Angeles (EUA.), 12 mar (EFE).- Um estudo divulgado nesta quarta-feira e realizado por pesquisadores das universidades de Yale e de San Diego afirma que o Facebook não é apenas uma rede social que conecta pessoas, mas também é uma ferramenta capaz de contagiar as emoções.
O artigo publicado na revista científica "PLOS ONE" foi feito em parceria com os funcionários do Facebook. Ele tomou como referência mensagens de milhões de usuários da rede social e os relacionou com dados meteorológicos por cidades. Os resultados mostraram que nos dias de chuva o número de publicações no Facebook com expressões positivas cai 1,19%, e as mensagens negativas aumentam em 1,16%.
"Embora os efeitos sejam pequenos, o seu significado estatístico é o que importa", constataram os autores do estudo intitulado "Detecting Emotional Contagion in Massive Social Networks" (algo como "Detectando contágio emocional em redes sociais de massa").
A análise foi um passo além e revisou o impacto que essas publicações tinham no Facebook na rede de contatos dos usuários e achou que "por cada pessoa afetada diretamente, a chuva altera a expressão emocional de entre uma e duas pessoas mais", mesmo que faça bom tempo no lugar onde mora.
O estudo determinou que as emoções positivas se amplificam mais facilmente que as negativas através do Facebook, e que estas são especialmente contagiosas em períodos de férias e fins de semana, especialmente em datas como Natal, Ano Novo, São Valentim, 4 de julho (festa da Independência dos Estados Unidos) e Ação de Graças. EFE


terça-feira, 11 de março de 2014

FREUD

UMA PROSA SOBRE A PSICANÁLISE DE FREUD.

Alacir Arruda

 Sigmund Freud revolucionou a psicologia no inicio do século XX com a criação de uma nova terapia para tentar entender o individuo a partir de suas emoções.   A psicanálise de Freud proporciona uma visão da vida mental como um jogo mútuo de forças estimuladoras e repressoras, tendo o conflito como fator dinâmico central. A vida mental é considerada como uma unidade de forças contrárias, de elementos conscientes e inconscientes, de cuja interação nasce a riqueza e a variedade de pensamento e sentimentos do homem.
     Para o educador, quais os aspectos mais substantivos dessa teoria, capazes de fundamentar a prática pedagógica? Ou, em outras palavras, porque a Psicologia Educacional não pode deixar de incluir a psicanálise no elenco de seus conteúdos?
      Em primeiro lugar, não é possível estudar o individuo, seus processos de desenvolvimento e aprendizagem, somente a partir da construção da inteligência e racionalidade. O comportamento humano é determinado também e, principalmente, por forças inconscientes construídas ao longo das relações de indivíduos com outros indivíduos.
     É importante ressaltar, contudo, que a racionalidade e a irracionalidade, assim como o inconsciente e o inconsciente, não se opõem mas continuem as bases dialéticas de um único processo: o da formação da personalidade.
     Em segundo lugar, através do estudo das fases psicossexuais do desenvolvimento, integrantes da teoria psicanalítica, se pode interferir os subprodutos da relação da criança com a sua sexualidade, subprodutos estes que constituirão o alicerce afetivo de sua personalidade. Nesse sentido, a sexualidade humana se desenvolve de modo absolutamente original, já que, diferentemente do que ocorre com os animais, se encontra, desde cedo, inserida num processo psíquico e emocional capaz de transformar o biológico (o instinto sexual, assim como outros instintos) em motivações psíquicas que ultrapassam o nível exclusivamente orgânico.
     Em terceiro lugar, do ponto de vista sócio-afetivo se pode entender a passagem do estado da natureza (comportamento biologicamente determinado) para o estado da cultura (constituição da autoridade, da lei ou dos limites).
     Segundo a psicanálise, o homem se constitui como um sistema de energia que opera em função dos instintos e pulsões na busca de prazer. O sistema energético humano obedece às mesmas leis de outros sistemas de energia. Esta pode ser alterada, transformada, canalizada e descarregada. A psicanálise tenta explicar a maneira pela qual esta energia psíquica desenvolve-se,  expressa-se, é transformada ou, ainda, como é bloqueada.
     Freud não sustentou em todos os seus trabalhos que os instintos sexuais e seus derivados sejam a única fonte de energia. Nas suas primeiras formulações admitiu a existência dos instintos do Ego que se relacionam com a autoconservação e que são rapidamente “moldados” para adaptar-se às exigências da realidade. Posteriormente, procurando explicar os fenômenos do sadismo e masoquismo, o conceito de instinto de morte (Thânatos), que se opõe ao instinto de vida (Eros).
     Os instintos de vida (Eros) referem-se àqueles impulsos que levam a conservação do individuo e da espécie: instinto do Ego e instintos sexuais. Por instinto do Ego, Freud classifica a fome, a sede, a fuga, a dor, etc.  São instintos que se referem a autoconservação, em termos individuais. O instinto sexual refere-se à conservação da espécie. Os instintos de morte “thânatos” têm como objetivo o retorno a um estado prévio da matéria inorgânica. Quando esta tendência se desvia para o exterior, se expressa como agressão.
     O próprio Freud admitiu, em alguns momentos de sua obra, que a agressão pode fazer parte do instinto de vida. O lutar pela vida, as competições, o trabalho são exemplos de atividades que demandam uma certa dose de agressividade.
     Um instinto, segundo Freud, é o representante psíquico dos estímulos que se organizam no organismo e chegam à mente. A fonte de um instinto é o processo somático que da origem aos estímulos, que se representam na mente como um instinto.
      Freud utiliza o termo libido para se referir a energia oriunda dos instintos, energia esta que se relaciona não somente ao desejo de prazer corporal ou orgânico, como também aos impulsos afetuosos, ao amor, à amizade entre pais e filhos e amigos, resultantes das pulsões. O termo libido, no sentido psicanalítico, refere-se, portanto, a qualquer energia de natureza instintiva ou pulsional que presumivelmente tenha como fontes, estimulações erógenas que surgem no corpo.
     Os instintos e pulsões, em que pesem a sua importância para o equilíbrio do ser humano, nem sempre encontram a sua livre satisfação, uma vez que estão sujeitos ao controle social. O homem em conflito com a sociedade, com padrões culturais e consigo mesmo, é levado, muitas vezes, a inibir, retardar ou transformar as formas de satisfação de seus instintos e pulsões, o que, segundo Freud, se dá através  do que ele denominou “mecanismos de ajustamento”.
    Os mecanismos de ajustamento permitem um certo grau de tolerância à frustração (estado emocional que ocorre quando algo interfere ou impede que o organismo atue com alguma resposta que lhe seja realmente importante), aliviando ou defendendo o individuo de tensões, angustias e ansiedade a que fica exposto diante de situações conflitivas  e frustradoras. Tais mecanismos não favorecem, contudo uma atuação do individuo no sentido de alterar a realidade.
     Os conflitos provocam reações emocionais intensas. A mais comum é ansiedade, que se caracteriza por um misto de medo, apreensão e esperança ligados ao futuro. Constitui-se, geralmente, num sentimento de ameaça imaginária ou real à segurança do individuo.
     A ansiedade pode gerar comportamentos aparentemente irracionais mas que destinam-se, especialmente,a diminuir sentimentos de tensão e de insegurança.
     Nossas necessidades de estima e tendência em manter o autoconceito constituem motivações básicas que nos levam, diante de conflitos e frustrações, a desenvolver algumas formas típicas de ajustamento. São elas:
      As pessoas, de modo geral, têm a tendência de se esquecerem mais  dos fatos desagradáveis da vida que dos agradáveis e,  mesmo  quando os fatos desagradáveis são relembrados, eles já não parecem tão desagradáveis assim. O passar do tempo é um remédio para todos os males, diz o senso comum. Em verdade, o mecanismo de repressão é que torna os acontecimentos traumáticos da vida, suportáveis.
     Regressão: é o mecanismo pelo qual o individuo angustiado apresenta formas de comportamentos características de fases anteriores de desenvolvimento. A criança muitas vezes, volta a chupar bico, tomar mamadeira ou andar engatinhando, por ocasião do nascimento de um irmãozinho. O adulto, frente a uma situação angustiante, pode chorar, gritar, roer as unhas e fazer birra tal qual uma criança.
     Projeção: é um mecanismo no qual características do individuo que estão angustiados são vistas, por ele mesmo, como pertencentes a outros indivíduos. Aquele sujeito que sempre desconfia da hostilidade dos outros, por exemplo, pode apresentar em sua conduta certos traços de desonestidade que o incomodam, e que, por isto mesmo, prefere vê-los em outras pessoas.      
     Negação: é um outro mecanismo de defesa que implica na percepção do mundo tal como a pessoa desejaria que ele fosse não como ele é, realmente. As crianças, comumente, negam a realidade quando esta lhe é desagradável. O devaneio e o sonho acordado do adulto é uma forma de negação da realidade. Pelos menos durante aquele s poucos minutos em que a pessoa devaneia e imagina as coisas acontecendo como ela desejaria que fossem, ela se sente bem. Entre as vitimas do nazismo foi observado que grande parte dos judeus, nos campos de Treblinka, se comportou como se a morte não existisse, apesar das constantes execuções ocorridas. Para tais pessoas era tão angustiante a expectativa de serem mortas, a qualquer momento, que acabavam por negar tal evidencia.
     Formação reativa: é outro tipo de mecanismo de defesa que envolve a deformação da consciência, de forma que, um impulso que originalmente gera a ansiedade e angustia, é substituído por motivações diametralmente oposta. Por exemplo, uma pessoa pode se apresentar bondosa com outra pessoa quando em verdade a motivação subjacente é a hostilidade e o ódio. Esta suposta bondade impede a angustia e o sentimento de culpa que ocorreria, caso a pessoa desse vazão à  hostilidade reprimida.
     Racionalização: racionalizar é dar razoes socialmente plausíveis para comportamentos individuais não aceitáveis, normalmente, pelos outros. A inquisição torturou e matou milhares de pessoas sob a alegação de que elas não tinham uma crença verdadeiramente cristã.
     Aquele estudante que não conseguiu aprovação nos exames vestibulares diz que foi até bom não ser aprovado, pois o curso que havia escolhido não lhe daria uma profissão rendosa. O pai que espanca o filho, diz que faz isso para que ele se torne um homem de verdade. Um outro exemplo de racionalização é o da fabula da raposa e das uvas verdes, na qual a raposa diz que as uvas estavam verdes quando, em verdade, era ela que não havia conseguido apanha-las.
     Agressão: a agressão é uma reação típica à frustração. A agressão pode ser direta, quando se dirige a pessoas ou objetos provocadores de frustração. Esse tipo de agressão, em nosso sistema social e cultural, de modo geral é menos freqüente. (A passividade e submissão do povo diante de constantes frustrações, relativas à necessidades básicas mostra que a maioria das vezes a agressão é deslocada para outros objetos e pessoas).
     A agressão indireta é uma das formas mais comum de agressão. As pessoas são levadas a reproduzir as agressões sofridas em cima de indivíduos mais fracos, como forma de se descarregar tensões, como, por exemplo: brigar e blasfemar no campo de futebol;  subjulgar pessoas socialmente inferiores, entre outros.
     Reação de conversão: consiste na conversão de tensões psicológicas e emocionais em sintomas físicos (dores de cabeça, por exemplo). Tais mecanismos são muito freqüentes nas situações escolares.
     Identificação: pelo processo de identificação, o individuo é levado a incorporar características daquele com o qual se identifica. Isto leva a fortalecer o seu ego com sentimentos de autovalorização, prestígio e estima. É comum,  principalmente na adolescência, buscar identificação com artistas de sucesso, com heróis e com adultos que apresentem traços de personalidades valorizados socialmente.


quarta-feira, 5 de março de 2014

1 CAFE FILOSÓFICO DE 2014


CAFÉ FILOSÓFICO 
Diálogos do Ser

APRESENTA

O VI CAFÉ FILOSÓFICO
TEMA
 MICHEL FOUCAULT: O SABER-PODER,
 VIGILANCIA E VERDADE.

Palestrante: Prof. Dr. Alacir Arruda - sociólogo
Data: 15/03/2014 – Sábado
Horário: 19h00 as 21h00
Local: Rua Manágua, 216 Jardim das Américas
Cuiabá-MT – Na casa da acadêmica Consuelo.
Entrada Franca
Informações e contato: Priscila  (aluna do 2º período de psicologia FAUC) fones(65)  9236 6155 ou 9693 2228

-Após o encontro será servido um delicioso Coffee Brake  


* Confirme logo sua presença são apenas 50 lugares.

MENSALEIROS ABSOLVIDOS

A ABSOLVIÇÃO DOS MENSALEIROS:  UMA VERGONHA PARA A NAÇÃO 

Alacir Arruda
Na semana passada o povo de bem desse país deve ter ficado estarrecido com mais uma decisão polêmica ( para não dizer desastrosa) do Supremo Tribunal Federal que por maioria simples, 6x5, absolveu os condenados do Mensalão do crime de formação de quadrilha, naquilo que o direito define como "ações de embargos infringentes". O mensalão é considerado o maior escândalo de desvios de recursos públicos da historia desse país, essa quadrilha "afanou" dos cofres públicos algo em torno de 400 milhões de reais em apenas três anos , e tudo isso à sombra do ex-presidente Lula, que na época disse não saber de nada. O beneficiados com essa decisão foram: Jose Dirceu, Jose Genoíno, João Paulo Cunha e Delúbio Soares, todos do PT. Isso significa na pratica que eles terão suas penas diminuídas em mais de 1/3 o que os colocam na rua em breve.
O Jornal Britânico The Time repercutiu essa noticia com a seguinte manchete: "No Brasil, colarinho branco não vai para prisão".
Os crimes de colarinho branco não têm a mesma visibilidade dos crimes comuns, que os cidadãos presenciam nas ruas, nos locais públicos e que se manifestam de forma grotesca. Mais uma vez, a observação é de Rodrigo Strini Franco:
“A visibilidade da infração dos menos favorecidos é muito maior. A polícia atua em lugares de livre acesso(ruas, praças, supermercados, favelas, etc) e esses locais são em massa freqüentados pelas classes sociais menos favorecidas. É lógico que a aquisição da notícia da infração e, por conseqüência, do início do procedimento investigatório sobrevirá das condutas praticadas pelos miseráveis. Ao contrário, como membro de classe média e alta, passam a maior parte do tempo em lugares fechados, imunizados contra a atuação da polícia (casas, apartamentos, escritórios, clubes de elite, restaurantes e boates de luxo, automóveis privados), há muito mais probabilidade de serem os delitos mais miseráveis ‘vistos’ e registrado pela polícia, do que aqueles perpetuados pelas pessoas de posição mais elevada.”

Como se faz a  eleição dos criminosos?

Sabe-se que o sistema penal faz uma seleção de criminosos. Ou seja, elege aqueles que, por um estereótipo, ajustam-se ao perfil dos criminosos idealizados pelo mundo capitalista. Jorge Figueiredo Dias³, expoente do Direito Penal português, diz que:
“respeito diferencial da privacidade condiciona igualmente o labor da polícia na recolha da prova e no esclarecimento do crime. Esta disponibilidade da polícia para respeitar diferencialmente a privacidade dos cidadãos é uma das mais importantes fontes de bias na construção de registros oficiais da criminalidade. Ela significa que a suspeita da polícia recai preferencialmente sobre uma pequena secção da população total, uma secção que – não é por acaso, nem incidentalmente – acontece ser a menos poderosa, e residir em áreas oficialmente designadas como de desorganização social.”
O jurista argentino Eugénio Raúl Zaffaroni criou a expressão “cara de prontuário”. Ou seja, há pessoas que, escolhidas pelo sistema, são, de pronto, identificadas como os responsáveis pelas condutas marginais que afetam a ordem social. Isso não é difícil de constatar. Basta tomar como exemplo as operações policiais conhecidas como blitzen, que se concentram nas áreas geralmente freqüentadas por indivíduos que formam as populações mais pobres ou menos assistidas.
Ali, realiza-se um verdadeiro espetáculo, onde o abuso não é raro; onde as garantias individuais são jogadas no lixo; onde a dignidade humana recebe a afronta dos agentes do Estado. Sem mandado judicial e detendo pessoas para submetê-las a corriqueira “averiguação dos seus antecedentes”, sem qualquer fundamentação que não seja a “cara de prontuário” estampada na face, são realizadas essas operações que não teriam o mesmo sucesso se fossem direcionadas para as classes média e alta, como observa o Delegado da Polícia Federal em São Paulo Rodrigo Strini Franco.

Dados do CNJ confirmam 

Conforme levantamento do CNJ, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) transformou em ação penal, durante 2012, o total de 17 denúncias relacionadas aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.Não houve julgamento desse tipo de ação em 2012. Ao final do ano, 38 procedimentos judiciais relativos à corrupção e à lavagem de dinheiro e sete outros sobre improbidade administrativa estavam em tramitação no STJ. 
A Justiça Federal, de acordo com a pesquisa, recebeu, em 2012, o total de 346 denúncias contra crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e 851 procedimentos judiciais sobre improbidade administrativa, que geraram abertura de ações judiciais. Esse ramo da Justiça realizou 141 julgamentos de acusados de corrupção e lavagem de dinheiro, durante o ano passado, e 465 outros relativos à improbidade administrativa. Vinte e cinco réus foram condenados em definitivo. No final de 2012, havia 7. 080 procedimentos desse tipo em tramitação na Justiça Federal. 
Na Justiça Estadual, a pesquisa aponta para a existência, em 2012, de 1. 400 denúncias por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e de 2. 891 procedimentos judiciais de improbidade administrativa, todos convertidos em processos judiciais. O Judiciário dos estados realizou 422 julgamentos de acusados de corrupção e lavagem de dinheiro e 609 de réus em processos de improbidade administrativa. Foram condenados em definitivo 180 réus. Com esses julgamentos, a Justiça Estadual fechou o ano com 18. 674 procedimentos em tramitação, e ninguém punido...

DESABAFO DO MINISTRO JOAQUIM BARBOSA SOBRE O CASO