quarta-feira, 26 de março de 2014

A ESTUPIDEZ

Vamos  Celebrar a Estupidez Humana Exaltando a  Ignorância...

Por: Alacir Arruda
“A CADA DIA ME CERTIFICO MAIS DE QUE SOU UMA ILHA DE IGNORÂNCIA CERCADO POR UM OCEANO DE INTELIGÊNCIA” 
( Alacir)  

Eu cheguei à Presidência mesmo sem ter um curso superior”, disse  Lula em 2005. Essa  frase,  que nasceu como pedido de desculpas, tornou-se desafio,  foi promovida a motivo de orgulho e acabou virando refrão do hino à ignorância.  “Talvez até quando eu deixar a Presidência possa até cursar uma universidade”, disse em  2006  o único cidadão no mundo que chegou a ser chefe de governo e  que não sabe escrever e nunca leu um livro.
Desse perigo estão livres os professores universitários. Lula evitou  livros e cadernos como o Super-Homem evita a kriptonita, alguns dos  meus alunos evitam o conhecimento.  Talvez por medo de se libertarem de crenças e rituais impostos por uma cultura arraigada na ditadura da religião. O que muitos precisam entender, sob a ótica da ciência, é que religião e um fato social e tem como função estreitar as relações Homem-Deus, não doutriná-los. Grande parte dos filósofos repudiam esse comportamento arrebanhador que a Igreja tomou nos últimos séculos.  Isso produziu  aquilo que Marx (Karl Marx-1818-1883), denominou de “sentimento de um povo oprimido, alma das almas desalmadas, a droga do povo”.
A lastimável formação escolar de grande parte dos alunos que hoje recebemos nas faculdades talvez explique tamanha ignorância ante a filosofia, e nesse mister, eu ate os absolvo, pois são vitimas de um modelo educacional absolutamente falido, mas correr atrás do conhecimento é  individual.  Em Cuiabá temos mais de 50 bibliotecas públicas sem falar na Internet, que apesar de ter apenas 3% de  conteúdo que presta, é uma grande ferramenta de pesquisa. Outra critica que faço, é o aumento geométrico nos últimos anos dos programas assistencialistas do governo federal, sobretudo Fies e ProUni. Esses programas são responsáveis por uma enxurrada de matrículas Brasil afora sem qualquer critério técnico ou pedagógico. Os alunos, que na verdade são vitimas desse sistema, mergulham  no mundo universitário sem ter a menor noção do que seja isso. E o afã de vencer na vida, melhorar as  condições financeiras e se destacar no mundo do trabalho, acabam sobrepondo as questões intelectuais. O que temos hoje é uma massa de estudantes que no ensino superior reproduzem aquilo que já e cultural nos ensinos fundamental e médio, qual seja: “ O professor finge que ensina, a faculdade finge que paga, o aluno finge que aprende e o governo finge que esta tudo bem... Nessa seqüência de fingimentos caminhamos para o apagão de bons profissionais num futuro bem próximo. Isso  já ocorre em algumas áreas como: medicina, engenharia direito entre outras que hoje carecem de bons profissionais, chegando ao ponto da ultima prova da OAB ter apenas 7%  de aprovados o que confirma a fraca formação desses profissionais.
Não tenho um antídoto que atue sobre essa realidade, acredito que isso é  uma doença de muitas facetas e complexa demais para ser combatido apenas que  com a ação da  leitura e a ampliação do conhecimento, creio ser necessário  uma reinvenção daquilo que chamamos de  ensino superior no Brasil sob o risco de nos transformamos em piada internacional.
Sabemos que nesse bojo de alunos que hoje ingressam no ensino superior temos aqueles que são comprometidos com o conhecimento e ate com uma boa formação intelectual, mas esses são exceções, a regra geral é que hoje temos um aluno extremamente limitado nas faculdades brasileiras.
A boa formação intelectual não transforma um acadêmico em bom profissional.  Mas quem se orgulha da formação indigente e despreza o conhecimento só se candidata acadêmico por não saber o que é isso e o tempo dirá que esse ser é outra má lembrança destes tempos estranhos.


VAMOS CELEBRAR!!




17 comentários:

  1. Professor concordo plenamente com seu artigo e digo mais, acho um crime isso que o PT tem feito com o nível superior e assustador os profissionais que estão sendo formados...Bjs Marcela

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Marcela..mas vc faz parte da minoria que pensa por isso sua revolta. Esse artigo é apenas um desabafo e vc como me conhece deve saber o porquê... Abs

      Excluir
  2. Concordo em genero,número e grau,com tudo...e ainda arrisco em acrescentar que 'pior cego é aquele que nao quer enxergar'...e as faculdades estao cheias deles.quando se deparam com um professor de qualidade,nao sabem absorver conhecimento e sim preferem criticar e bater de frente...que profissionais serao esses?abraço...Maria Elisia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Maria, sua preocupação procede, segundo dados da USP, essa geração de 2008 para cá que usaram ProUni e Fies oferecido de forma irresponsável por parte do governo, serão os piores profissionais da historia....O aluno não tem culpa...é vitima

      Excluir
  3. Obrigada professor pelas aulas de enriquecimento do nosso intelecto, sua hora aula é muito limitado, por isso a importância de fixarmos nossa atenção em lhe ouvir. Me atrevo a deixar meu humilde cometário a respeito do artigo, que pra mim, perfeito.
    O interessante no conhecimento é o debate da verdade contra a mitologia. A ciência e a religião é como água em óleo, não se misturam. É fato de que, muitos acadêmicos ainda estão enraizados, compromissados com suas origens, e as universidades necessitam de profissionais intelectos preparados, doutorados assim como o senhor, para confrontar essa realidade, abrindo caminhos que podem até estarrecer, mas que futuramente serão gratos a esses profissionais que mostrou a verdade e não se desvincilharam dessa verdade e estarão para sempre em suas memórias, o que não estarrece, não marca. A crítica sempre existiu e sempre existirá em todos os setores ambientais de convivência.
    O ingresso de governantes corruptos, hipócritas e sem compromisso para com a sociedade, é aprovado pela mesma sociedade que o elege. A corrupção começa pela parte massificante da sociedade, onde fazer uma irregularidade no relógio de energia, no relógio de abastecimento de água para que a conta chegue mais barato, etc...etc. Leva a uma corrupção conjunta. Vivemos em uma sociedade egoísta, onde cada um é por si e cada um é por si, vencer ou vencer.
    Na verdade de Shopenhauer, seu relato na arte de ter razão, reconhece que, o homem quando entra em uma discussão, ele não admite perder, mesmo que reconheça seu erro, ele continua a afirmar sua tese, porque não está preocupado em estar certo e sim vencer a discussão. Amo suas aulas professor. Abraços

    ResponderExcluir
  4. professor,concordo em termos,sou fruto do fies, realmente não tive um ensino médio de qualidade,fui mãe aos 15 anos tive que parar de estudar pra cuidar de minha filha que e´meu maior tesouro fiz um provão e passei no ensino médio, e sempre quis fazer psicologia e hoje graça ão fies estou buscando me realizar nem por isso me sinto incapaz de acompanhar os seus alunos, bem preparado, o tempo vai te mostrar isso,gosto muito da sua aula mas as vezes?.......... sou de agosto também, por isto entendo esse seu jeito mas jamais subestimaria a inteligencia de niquem !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Desculpe....mas falo alicerçado por pesquisas..Porem, exceções existem e se vc realmente leu texto deve ter observado que comento sobre elas. Ha aqueles, nessa massa, que independente das condições que o levou ao nível superior, irá vencer na cerreira conseguindo obter êxitos naquilo que propõe..Em nenhum momento estou subestimando inteligencia de ninguém, ate porque isso e um absurdo, usei os dados da faculdade de educação da USP publicados me dezembro de 2013 onde concluíram aquilo que escrevi Quanto a meu signo...ja disse: tenho serias restrições sobre a existência de Deus quanto mais acreditar em mitos relacionados aos signos, mas respeito quem assim o faz...Quanto as minhas aulas, não recuo um milimetro...Abs

      Excluir
  5. Eu também amo, na verdade aprendi a amar as aulas do professor Alacir,
    hoje já posso pensar diferentes das primeiras aulas, estou aprendendo e ao mesmo tempo desprendendo de algo sem valor algum, em minha vida,
    realmente existem muitos que tem medo de aprender ou seja que seus olhos sejam abertos.
    Só fico chateada não pelo comentário do professor, mas que isso é a realidade 'os professores fingirem que ensinam e os alunos fingim que aprendem, porque muitos tem medo de dizer que não sabe e o professor não ter a paciência de ensinar, será que temos que chegar em uma faculdade já sabendo?
    ou estamos ali para aprender! Logico são a minoria que estão interessado em aprender, é por isso que uma sala se inicia com 80, alunos e 20, se formam e desses 20, 10 se ingressão no mercado.
    Parabéns professor Alacir.

    ResponderExcluir
  6. Bom seu artigo, mas gostaria de colocar um outro ponto: o que é uma "formação indigente", na sua opinião? Eu vou ser bem claro: fui mal formado nas escolas. Cresci sob doutrinação marxista em sala de aula - o que é uma estratégia covarde de manipulação social - e crendo que o "capitalismo selvagem" era a causa de todos os problemas sociais do mundo. Quando cresci e abri os olhos, e fui ler o "outro lado" - oportunidade que me foi negada durante os anos de estudo (afinal, só um lado da história me era permitido enxergar), pude perceber o quanto existe de má fé e até mesmo de deliberada "lavagem cerebral" nos alunos.

    Acredito numa formação escolar e acadêmica livre de doutrinação, que permita os alunos chegarem SOZINHOS ao que julgar melhor, com base em dados e informações verídicas. E que professores sejam facilitadores deste processo de criação de uma consciência - principalmente política - sem reprimendas quanto à diversidade de opinião (o que, honestamente, não existe em classes onde o professor acredita ter a única opinião "sensata" - aos olhos dele, claro - ou seja, quase todas), e favorecendo o debate democrático. Afinal, não existe democracia onde apenas a só um lado é permitido mostrar a realidade.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Eric, parabenizo pelas sensatas colocações..Quanto a sua formação marxista isso era um viés que poluiu o Brasil por mais de 50 anos..Aqui no BRASIL ou se era de extrema direita ou de extrema esquerda, não haviam moderado, isso era latente na formação escolar desse período ..Acredito que vc utilizou a expressão " formação marxista" se referindo a abordagem de seus professores que, em grande parte, eram vinculados ao Partido Comunista e pregavam uma socialismo real à brasileira tendo com o referencias as Revoluções Russa, Cubana, Chinesa e alicerçada nos movimentos revolucionários da America Latina, que classifico como um socialismo às avessas. Marx na verdade nunca foi aplicado em nenhuma dessas nações. O que assistimos no seculo XX em alguns países (entre eles a esquerda brasileira) foi a primazia de modelos Leninistas, Maoistas, Fidelistas entre outros, que instalaram-se no poder sob a égide do terror da perseguição aos contrários. Diante disso, faz-se necessário tirar Marx do contexto visto que o mesmo foi utilizando como fundamentação teórica de regimes locais..Marx pregava uma Revolução de pensamento ( que ele chama de práxis) nunca uma revolução armada, Marx nunca liderou qualquer movimento e, ta qual Cristo que jamais pediu para ser endeusado e mesmo assim ate hoje é idolatrado, nunca quis que seu nome fosse utilizando como Mártir da igualdade ou exorcista do capitalismo, ele apenas fez uma estudo minucioso do sistema capitalista e suas consequências...Marx é atual e suas conclusões sobre o capitalismo, como uma regime sazonal, pôde ser confirmado nas crises de 1929 e de 2008, bem como sua teoria de Mais-Valia onde se depreende que no Capitalismo quanto mais você trabalha, mais pobre fica, visto que 90% da riqueza do mundo ja tem dono, estão nas mãos de 10% da população mundia..Por isso devemos usar a expressão "professores marxistas" ou "Formação Marxista" com Cautela visto que as ideias de Marx tal como ele as idealizou jamais foram testadas na pratica.. Quanto a expressão "Formação Indigente" refiro-me ao modelo educacional brasileiro ultrapassado, bancário e falido...Uma abraço e apareça sempre

      Excluir
  7. Perfeito seu artigo! Nada de extraordinário só a realidade, triste mas real, infelizmente muitos não conseguem enxergar e são felizes com a vidinha tacanha que levam...
    Giovanna

    ResponderExcluir
  8. Imposição/ocultação é conhecimento?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Isso depende do ponto de vista de quem avalia anônimo (a). pois Ao expandirmos o campo do conhecimento apenas aumentamos o horizonte da ignorância. Porem a maior de todas as desgraças e a omissão..

      Excluir
  9. E como vê a Monomania na Educação?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não basta apenas transmitir e socializar conhecimento. É mister saber reconstruí-lo com mão própria. Em grande parte, temos aí o diferencial mais concreto entre países ditos
      desenvolvidos e outros subdesenvolvidos ou em desenvolvimento: os primeiros alimentam condição inequívoca de manejo próprio de conhecimento e, por conta disso, definem as universidades como centros de pesquisa fundamentalmente, enquanto os segundos importam
      conhecimento alheio, a ele se subordinam, e fazem de suas universidades instâncias onde se ensina a copiar. Assim, enquanto o Primeiro Mundo pesquisa freneticamente, nós damos aula, e o pior mal dadas, aulas despreocupadamente inúteis. Não se trata de construir conhecimento absolutamente original como alternativa única, porque isto é algo raro. Trata-se, na verdade, da tese mais modesta e realista de reconstruir conhecimento, partindo do já existente, como manda tradicionalmente a hermenêutica (Demo,2000). Alargamos nossos conhecimentos, partindo do que já conhecemos. Por isso, continua importante socializar conhecimento, embora seja impróprio falar de transmissão de conhecimento. Mesmo que quiséssemos apenas transmitir conhecimento, não é viável por pelo menos dois argumentos claros: pelo argumento hermenêutico: sempre interpretamos, nunca reproduzimos, porque não somos capazes de assumir posição de mero objeto que engole o que vem de fora; pelo argumento biológico: o ser vivo, ao captar a realidade externa, o faz ativamente, de tal sorte que o “ponto de vista do observador” se impõe mais do que o contrário. Disseminar informação, conhecimento, patrimônios culturais é tarefa fundamental, mas nunca apenas transmitimos. Na verdade reconstruímos. Por isso mesmo a aprendizagem é sempre fenômeno reconstrutivo político, nunca apenas reprodutivo. A universidade, que apenas repassa conhecimento, além de superada no tempo, é desnecessária, porque o acesso à informação disponível está sendo tomado, com vantagens reconhecidas, pelos meios eletrônicos.

      Excluir
    2. Como ao seu raciocino podemos dar qualidade a Educação Brasileira sendo ainda alienados?

      Excluir
    3. ISSO E UM PROCESSO AMIGO (A)...NAO SE RESOLVE SECULOS DE DESCASO COM A EDUCAÇÃO, SOBRETUDO A PUBLICA, COM UMA VARINHA MAGICA..SÓ COM A PRAXIS..E ISSO DEMANDA TEMPO E MUDANÇA DE POSTURA POR PARTE DAQUELES QUE PODEM INFLUIR NO PROCESSO EDUCATIVO...A COREIA DO SUL E O EXEMPLO QUE DEVÍAMOS SEGUIR...MAS OS APEDEUTAS DE PLANTÃO DIRAO QUE TEMOS UMA DIMENSÃO CONTINENTAL E, QUE NESSE CASO, QUALQUER POLITICA PUBLICA QUE CULMINASSE NUMA MUDANÇA DE POSTURA É ALGO UTÓPICO

      Excluir