"Responder à ofensa com ofensa é lavar a alma com lama. O silêncio
é um dos argumentos mais difíceis de se rebater." (Dalai Lama)
Por Alacir
Arruda
Confesso que não gosto de escrever
em cima de citações alheias, mas essa do Dalai Lama
mexeu comigo. Senão vejamos eu que sou chamado de Ateu, Anticristo entre outros “elogios” nada decentes de serem publicados, concordo
plenamente com essa afirmação. Realmente o silencio é a melhor resposta a uma ofensa. Ta certo
que com um 1,90 de altura e sendo
ex-sargento do exercito, o que eu
gostaria mesmo era de “plantar-lhe a mão”
na cara de quem me ofende, mas descobri o budismo e isso tem me feito muito
bem, tem me deixado um cara Zen ( será que é assim que fala?)..
Bom.....seguindo! Os caras são vegetarianos,
eu adoro salada, por razões religiosas não
fazem mal a nenhum tipo de animal,
chegam a desviar de formigas e conseguem
se abster de sexo por anos (ai tenho que repensar...). Mas a grande sacada deles é
o lance da meditação. Eles meditam quase o dia todo, digo os monges, concentram
e chegam a níveis elevados da consciência onde se desligam desse “vale de lágrimas”
que é a terra e , sobretudo, não são materialistas
(sabia que tínhamos mais semelhanças). O Budismo tem mais de 2400 anos e tem
como fundador o príncipe Sidarta Gautama, popularmente, chamado de Buda, que
nunca foi gordo, o que é uma contradição com aquilo que nos foi ensinados sobre
ele..... Aquela ideia de um Buda Gordo em cima da geladeira..lembram??
- O Budismo possui 12 princípios: OS DOZE
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO BUDISMO
1
- A auto-salvação é uma tarefa urgente para qualquer homem. Se um homem jaz
ferido por uma flecha envenenada, ele não atrasará a sua extração para pedir
detalhes a respeito de quem a atirou ou do comprimento e fabricação da flecha.
Haverá tempo para um entendimento crescente do ensinamento. Por enquanto,
comecemos encarando a vida como ela é, aprendendo sempre pela experiência
direta e pessoal.
2
- O primeiro fato da existência é a lei da mudança ou impermanência. Tudo o que
existe, de uma mancha a uma montanha, de um pensamento a um império, passa pelo
mesmo ciclo de existência; a saber: nascimento, crescimento, decadência e
morte. só a vida é continua, ainda que buscando auto-expressão em novas formas.
"A vida é uma ponte, não construas pois casas sobre ela". A vida é um
processo de fluxo e aquele que se apega a qualquer forma, por mais esplendida
que seja, irá sofrer por estar resistindo ao fluxo.
3
- A lei da mudança aplica-se igualmente a "alma". Não existe nenhum
principio nos indivíduos que seja imortal e imutável. somente "Aquilo que
não tem nome", a Realidade Ultima, está alem da mudança e todas as formas
de vida, o homem inclusive, são manifestações dessa Realidade. Ninguém é nunca
o dono da vida que flui em si, assim como a lâmpada elétrica não é dona da
corrente que a faz brilhar.
4
- O Universo é a expressão da lei. todos os efeitos tem causas e a alma ou o
caráter do homem é a soma total de seus pensamentos e ações anteriores. O
Karma, que significa ação e reação, governa toda a existência e o homem é o
único criador de suas circunstancias. sua reação a elas, cria sua condição
futura e seu destino final. Através do pensamento e da ação corretos, ele pode
gradualmente purificar a sua natureza interior e assim, através da
auto-realização, atingir em tempo a libertação.
5
- A vida é una e indivisível, ainda que suas formas que sempre mudam sejam
inumeráveis e perecíveis. Na realidade não há morte, embora todas as formas
devam morrer. Do entendimento da unidade da vida brota a compaixão, um sentimento
de identidade com a vida em outras formas, a compaixão é descrita como a
"lei das Leis - eterna harmonia", e aquele que quebra essa harmonia
sofrerá proporcionalmente a sua ação e retardará sua iluminação.
6
- Sendo a vida Una, os interesses da parte serão os interesses do todo. em sua
ignorância, o homem pensa poder batalhar com sucesso por seus próprios
interesses e essa energia de egoísmo, voltada para a direção errada, produz o
sofrimento. a parte de seu sofrimento, ele aprende a reduzir e finalmente a
eliminar sua causa. Buda ensinou as quatro Nobres Verdade: a) A Onipresença do
sofrimento; b) sua causa, o desejo voltando para a direção errada; c) sua cura,
a remoção da causa; d) o Nobre Óctuplo Caminho de auto-desenvolvimento, que
conduz ao fim do sofrimento.
7
- O Caminho Óctuplo consiste em: Visão Correta ou compreensão preliminar,
Objetivos ou Motivos Corretos, Palavras Corretas, Ações Corretas, Vida Correta,
Esforço Correto, Concentração ou Desenvolvimento Mental Correto e, finalmente,
"Samandhi" (Meditação) Correto, que conduz a Iluminação completa.
Assim como o Budismo é um Caminho de vida e não meramente uma teoria da vida, o
trilhamento desse Caminho é essencial para a auto-libertação "Cessar de
fazer o mal, aprender a fazer o bem, purificar sua própria mente: esse é o
ensinamento dos Budas".
8
- A Realidade é indescritível e um deus com atributos não é a Realidade final.
Mas o Buda, um ser humano, tornou-se o Totalmente Iluminado, e o propósito da
vida é o atingido da Iluminação. Esse estado de Consciência, o Nirvana, a
extinção das limitações do ego, é atingível na terra. Todos os homens e todas
as outras formas de vida contem a potencialidade da Iluminação e o processo
consiste, portanto, em tornar-se naquilo que você é: "Olha para dentro: tu
és Buda".
9
- Entre a Iluminação potencial e a verdadeira fica o "Caminho do Meio, o
Caminho Óctuplo" do desejo à paz, um processo de auto-desenvolvimento
entre os "opostos", evitando os extremos. Buda palmilhou esse caminho
até o fim e a única fé requerida no Budismo é a crença razoável de que houve um
Guia que trilhou esse Caminho e que vale a pena que nós o trilhemos. O Caminho
deve ser trilhado pelo homem inteiro e não apenas pelo que há de melhor nele.
Coração e mente devem ser igualmente desenvolvidos. Buda foi o Todo Compassivo,
ao mesmo tempo que foi o Iluminado.
10
- O Budismo insiste grandemente na necessidade da concentração e da meditação
interiores, que conduzem em tempo ao desenvolvimento das faculdades espirituais
interiores. A vida interior é tão importante quanto o corre-corre cotidiano e
períodos de quietude para a atividade interior são essenciais para uma vida
equilibrada. O Budista deve estar atento e consciente de si em todas as horas,
guardando-se do apego mental e emocional ao "espetáculo que passa".
Esta vigilante e crescente atitude em relação às circunstancias, que ele sabe
serem sua própria criação, ajuda-o a manter sua reação a elas sempre sob
controle.
11
- Buda disse: "Trabalha para tua própria salvação, com diligência". O
Budismo não conhece qualquer autoridade, salvo a intuição do indivíduo e essa
autoridade é apenas para esse indivíduo sozinho. Cada homem sofre as
conseqüências de seus próprios atos e com isso aprende, enquanto ajuda seu
semelhante, a alcançar a mesma libertação. Não se reza ao Buda ou a qualquer
deus para impedir que efeito se produza a partir de determinadas causas. Os
monges Budistas são mestres e exemplos, e de nenhuma maneira intermediários
entre a Realidade e o indivíduo. A máxima tolerância é praticada em relação à
todas as religiões e filosofias, pois nenhum homem tem o direito de interferir
na jornada de seu vizinho para a Meta.
12
- O budismo não é nem pessimista nem "escapista", nem nega a
existência de Deus e da alma, embora ele empreste um significado especial a
esses termos. Ele é, pelo contrário, um sistema de pensamento, uma religião,
uma ciência espiritual e um caminho de vida, que é razoável, pratico e abrange
todas as coisas. Por mais de dois milênio satisfez ele as necessidades espirituais
de cerca de um terço da humanidade. ele atrai o Ocidente porque não tem dogmas,
satisfaz igualmente a razão e o coração, insiste na auto-confiança aliada à
tolerância para com outros pontos de vista, abrange ciência, religião,
filosofia, psicologia, ética e arte, e insiste no homem sozinho como único
criador de sua vida presente e determinador de seu destino. ( Fonte: Calcule sua Pegada Ecológica.)
Por
isso estou me tornando um adepto dessa filosofia de vida, uma vez que o Budismo
não é considerado uma religião. Experimentarei, tal qual o filosofo alemão Schopenhauer, a ideia de entender esse Vale de
Lagrimas sob a ótica do Budismo. E a partir de hoje somente responderei as
ofensas com o silêncio, logo, aos críticos de plantão ( que são muitos) podem
me ofender à vontade..
Alacir vc Budista???? So vendo para acreditar....rrsrr...Michele
ResponderExcluirA prática Budista é a forma de perceber a transformação constante do mundo - mostrando que nada dura para sempre. Ao mesmo tempo, a prática Budista reconhece leis Morais - reconhece que algo rege as relações éticas e que todos arcaremos com nossas ações, seja nesta vida ou em uma próxima. Não podemos escapar de nossas responsabilidades.
ResponderExcluirO que a prática não é
1- A prática Budista não existe apenas para tornar sua vida e/ou morte melhores.
2- A prática Budista não visa apenas à Felicidade, tampouco à Infelicidade.
3- A prática Budista não visa apenas funcionar como uma terapia, como um antídoto ao Stress.
4- A prática Budista não busca torna-lo alguém Indiferente, cego à violência em vigência no mundo.
5- A prática Budista não é uma religião disfarçada e sequer pode ser limitada como uma filosofia.
6- A prática Budista não necessita de prover acesso a Entidades Superiores.
7- A prática Budista não admite existência de um ser autônomo todo poderoso a quem podemos lançar a responsabilidade pela nossa salvação.
8- A prática Budista não tem como foco disponibilizar uma Filosofia fixa.
9- A prática Budista não requer fé cega de ninguém.
10- A prática Budista não é niilista nem eternalista.
11- A prática Budista não busca torna-lo um solitário, isolado do mundo.
12- A prática Budista não é materialista, tampouco espiritual.
13- A prática não é, em sua essência, ascética - ela não requer que você abandone suas posses. Ela não exige automortificação.
14- A prática Budista não é elitista e luxuosa. Ela não exige que você seja rico, intelectual ou provido de bom status.
15- A prática Budista não objetiva obter Poderes Supra-Humanos.
16- A prática Budista não consiste em regras morais que devem ser estritamente seguidas.
17- A prática Budista não o torna alguém eufórico, tampouco passivo.
18- A prática Budista não busca garantir estadia em Paraísos Eternos - aliás, o Budismo não diz que eles existem.
19- A prática Budista não busca obter algo, conquistar algo sequer fazê-lo se tornar alguém.
20- Por fim, a prática Budista não tem como objetivo algo Condicionado, facilmente descrito pelas palavras, cujo sistema linguístico oscila em seus dois extremos, com seus sinônimos e antônimos. Não é algo que pode ser compreendido por meio da reflexão ou da especulação filosófica e não é condicionado porque não depende de alguma outra coisa para existir - se assim fosse, o objetivo do Budismo seria algo incerto, impermanente e inseguro.
Parabéns...Por isso estou apenas tentando, vc me parece que ja está lá nao e mesmo? ..abs
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