A Morte de Eduardo Campos..
Por
Alacir Arruda
Esperei
terminar o frenesi e a espetacularização da cobertura pela mídia da morte do candidato do PPS a Presidência da
Republica Eduardo Henrique Accioly Campos
para que pudesse tecer alguns comentários
sobre a pessoa de Eduardo, bem como o
reflexo político dessa
perda para o nosso país, o que só não o fiz antes em consideração e respeito ao luto da família visto a natureza do trauma e a precocidade de sua partida.
E sempre bom lembrar que no Brasil temos a mania de endeusar quem morre, sobretudo, um jovem político
como esse porém, ufanismos de iletrados à parte, acredito que Eduardo Campos foi, sem nenhuma
sombra de dúvidas, uma grande perda para o país. Uma coisa é certa, nem o mais havido
de seus eleitores acreditava que ele
fosse vencer as eleições, mas não podemos tirar o caráter da importância da sua
candidatura. Eduardo representava os 12% de eleitores brasileiros que fazem
parte da massa pensante desse país que,
mesmo em
minoria, vivem hoje um desalento com o atual quadro aí instalado há 12 anos.
Eduardo iria resolver as nossas demandas? É obvio
que Não! Qualquer pessoa minimamente
atenta à política deve saber que as nossas demandas
são demasiadamente complexas ao ponto de encontrar um salvador da pátria que as resolvessem com uma varinha mágica, mas como dizia a frase que era o carro chefe de sua
campanha: “ o Brasil tem jeito” Eduardo conseguia com ela, de uma forma bem natural,
renovar as nossas esperanças em um
Brasil menos desigual e corrupto. Ao afirmar que o Brasil tem jeito, Eduardo
não apenas trazia para o seu lado pessoas com anseios de mudanças, como também resgatava em outras a importância de se
discutir política em nosso cotidiano, o
verbo “ter” era usado por Eduardo como um “basta” à corrupção que se proliferou por Brasília e, como uma epidemia, se espalhou por todos os estados da federação.
Sim.., Eduardo talvez fosse o nosso Obama (Barack) que com uma frase “ Yes We Can” – sim..nós podemos - mobilizou a mais importante nação do mundo que, mesmo ressentidos após a grave crise econômica de 2008, deram a volta por cima e estimativas econômicas recentes
assinalam que os EUA devem crescer entre 2% e 3%
em 2014, algo considerado surreal há 4 anos. Diante disso podemos dizer que Eduardo talvez
fosse uma luz ao fim de um túnel tenebroso que o Brasil mergulhou. Eduardo
governou o Estado de Pernambuco por oito anos, era o herdeiro político de seu
avô, o grande militante comunista Miguel Arraes preso torturado e mandado ao exílio
pela ditadura militar nos anos chumbo (1964-1985), ou seja,
o homem tinha um bom DNA. Dados levantados durante seus dois mandatos atestam que Pernambuco tem hoje a maior rede de Escolas de
Referência do Brasil, com, 260 unidades. De acordo com pesquisa do Inep,
somente em 2012 mais de 85 mil alunos foram matriculados – o que corresponde a
10 vezes mais que a média nacional de 8.509. Em 2013, foram 163 mil alunos
matriculados. A Educação Profissional foi ampliada e atualmente 26 Escolas
Técnicas estão em funcionamento no estado.
É...perdemos uma esperança. Talvez nem fosse ele a solução, mas representava, em sua essência, um milagre possível..... Mas como já dizia o saudoso poeta Manuel Bandeira em seu poema Preparação Para a Morte:
“A vida é um
milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada pássaro,
Com sua plumagem, seu voo, seu canto,
Cada pássaro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
O tempo, infinito,
O tempo é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
— Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada pássaro,
Com sua plumagem, seu voo, seu canto,
Cada pássaro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
O tempo, infinito,
O tempo é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
— Bendita a morte, que é o fim de todos os milagres.
DESCANSE EM PAZ
EDUARDO........E FORÇA A SEUS FAMILIARES, SOBRETUDO, AO PEQUENO MIGUEL..
Alacir, achei lindo o artigo..Delicado e respeitoso, sem deixar o caráter técnico de lado. Parabens..Abs. Michele
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