terça-feira, 13 de junho de 2017

Verborragias politicas

HÁ ALGO DE PODRE NA ESTRUTURA POLÍTICA DO BRASIL..

Por Alacir Arruda

Tenho certeza que assim como eu, você também sente que há algo errado no Brasil, não sabe exatamente o que é, mas sabe que gira em torno da política, do social e do econômico. Você discorda da absolvição da chapa Dilma-Temer? Discorda do Senador Aécio Neves, mesmo afastado de suas funções, ainda receber seus vencimentos, algo em torno de 34.000,00 mais a verba de gabinete de 85.000 ? E da cara de pau dos ex- presidentes Lula e Dilma que insistem no discurso vazio do " eu não sabia de nada"? Enfim, assim como eu,  você deve ter inúmeras razões para acreditar que há algo de podre em nossa estrutura politica,   e não adianta gritaria, fechamento de vias públicas e quebra-quebra como forma de se construir um país melhor, pois o problema é bem antigo e está enraizado.

Desde os tempos de faculdade eu notava que alguns professores faziam questão de expressar em sala de aula suas opiniões sobre quaisquer movimentos do Governo Federal em direção a uma maior abertura econômica. Lembro-me das palavras de uma professora de Geografia Politica   sobre a privatização da Vale do Rio Doce:
"Venderam uma coisa que é nossa"!
Na ocasião, e por algum tempo,  fiquei triste com o suposto “entreguismo” de nossos governantes porque não conseguia entender o motivo dessa postura. Passados os anos, acumulei informação, amadureci intelectualmente e formei minha própria opinião: não é dever do Estado ser empresário e nem do professor ensinar ideologia em sala de aula. Entendi que a “coisa nossa” na verdade é “coisa deles”, de quem detém o poder e “faz o diabo” – parafraseando a presidente Dilma – para não perdê-lo.
Com os pilares da democracia representativa em frangalhos, descrédito das instituições, patrulhamento da imprensa independente, demonização da polícia, anomia, corrupção cada vez mais descarada e a presença de um Estado inchado que quer controlar a economia e cada aspecto de nossas vidas, acredito que estamos às portas da ascensão de um regime autoritário.
Compartilho com você em poucas linhas minhas opiniões sobre o que está errado no Brasil. O que escrevi é apenas uma fração dos problemas. Adianto que as causas não são tão fáceis de enxergar e não sei quais seriam as melhores alternativas ou se há alternativas de médio prazo dado o perfil do brasileiro, mas fica a dica do jornalista George Bernard Shaw para quem acha que é simples:
Para todo problema complexo, existe uma solução clara, simples e errada.
A Estatização da Economia
Ora convenhamos, o  aparente sucesso econômico do Brasil, vivido entre os anos de 2003 a 2009,  se deveu ao crescimento chinês somado ao baixo custo de capital nos países desenvolvidos. As reformas da era FHC, que criaram os pilares de uma macroeconomia mais sólida, também ajudaram, jamais por ações do Lulismo ou Petismo..
Com a diminuição do ritmo de crescimento chinês, ficou evidente que o Brasil apenas foi com a maré. O BNDES emprestou rios de dinheiro a taxas subsidiadas para os “campeões nacionais”. O Banco Central foi negligente com a inflação, que furou o topo da meta e permaneceu elevada, apesar do fraco crescimento econômico. Os investidores começaram a temer as intervenções arbitrárias de um governo prepotente, e adiaram planos de investimento.
O modelo baseado no consumo era insustentável e já fracassou. O Brasil perdeu uma grande oportunidade de crescer. Foi na contra-mão dos países desenvolvidos preferindo tentar prever e controlar a economia e ficar fazendo malabarismos contábeis para nos fazer acreditar que tudo ia bem ao invés de aplicar medidas de austeridade para acabar com a farra com o dinheiro público.
O livro Privatize Já! do economista Rodrigo Constantino tem uma citação sarcástica de Milton Friedman:
Se o governo,  e aqui falo do  BRASILEIRO,  administrar o deserto do Saara, vai faltar areia em cinco anos.
O Estado não gera riqueza e não sabe administrar a que está disponível. Não há como implantar um sistema de meritocracia na administração pública premiando os melhores e punindo os piores. Sequer é função do estado dar Bolsa Empresário para os ungidos campeões nacionais, como o grupo OGX do falido empresário Eike Batista, estrela maior do capitalismo de Estado praticado desde o governo Lula. O Estado deveria atuar apenas para garantir a igualdade das empresas perante as leis.
No modelo laissez faire, extremo oposto às tendências que se observam no Brasil, os empresários do setor privado – como se existisse empresário fora da iniciativa privada – competem entre si em busca de lucro sem interferência do Estado. A busca do lucro e não a generosidade do produtor é que faz nascerem melhores produtos e serviços – essa é a “mão invisível” à qual se referia Adam Smith.
Quem não consegue se adaptar às dinâmicas do mercado vai à falência, ou melhor, é substituído por um concorrente mais adaptado. Essa consequência do capitalismo às luzes do liberalismo econômico parece cruel, mas se não fosse assim, ainda estaríamos utilizando máquinas de escrever e não computadores.
A privatização feita corretamente, não o jogo de cartas marcadas que se viu no pré-sal em Libra, é o caminho para nossa liberdade. No caso do petróleo, os EUA têm dezenas de empresas que extraem esse “recurso estratégico” do solo e sobrevivem no mercado porque tentam oferecer produtos cada vez melhores para os consumidores. Nós “temos” a Petrobrás, uma estatal de capital misto usada para manobras políticas que só dá prejuízos.
Interferência Entre os Poderes
Churchill tornou famosa a ideia de que a democracia é o pior modelo político, exceto todos os outros. Ele disse isso em um contexto de ascensão do comunismo e de regimes nazi-facistas. Montesquieu pensou em uma forma de moderar o Poder do Estado dividindo-o em funções e dando competências a seus diferentes órgãos evitando o arbítrio e a violência. Esse é um dos pilares da democracia, mas foi James Madison quem primeiro aplicou essas ideias ao contexto republicano.
Refletindo sobre o abuso do poder real, Montesquieu concluiu que “só o poder freia o poder”. Esse é o chamado “Sistema de Freios e Contrapesos”. Daí a necessidade de cada poder manter-se autônomo e constituído por pessoas e grupos diferentes: os poderes atuariam mutuamente como freios, cada um impedindo que o outro abusasse de seu poder.
Lembro-me de uma tirinha de jornal onde duas minhocas conversavam sobre política. Era mais ou menos assim:
– Qual o regime político do Brasil?
– Democracia.
– Democracia? Esse não é aquele modelo em que há igualdade perante as leis e separação de poderes?
– Não, esse é outro.
No Brasil, os poderes não são independentes. Vimos isso claramente no recente caso da cassação  da chapa Dilma-Temer   e  em 2014 com o mensalão. Vimos Juízes se comportando como braços do partido dominante e o Executivo indicando juízes que melhor “lhe representasse” para compor a casa.
Falta de Uma Agenda da Oposição
Estamos às portas das eleições de 2018 e nesse caminhar,  até o PT tem chance do quarto mandato. Isso mesmo, esse partido que aparelhou a máquina estatal e domesticou a massa mais necessitada para se conservar no poder. É o poder pelo poder. Os políticos petistas só pensam na próxima eleição e não nas próximas gerações. Sobram demagogos e faltam estadistas. PSDB E PMDB não ficam atrás. Cadê a REDE? Especula-se pelos corredores que Marina Silva deve ser cabeça de chapa em 2018 com o ex Minstro do Supremo Joaquim Barbosa. Tomara!
Esses anos de governo petralha mostraram a nova tática do comunismo moderno. Até meados do século XX, o poder era tomado a tiro e sangue. Agora, basta utilizar desonestidade intelectual, retórica vazia, desqualificação de opositores, demagogia e monopolizar a verdade para se eleger por vias democráticas e destruir o sistema democrático por dentro. Para Maquiavel, os fins justificam os meios. Mas para qualificar o nível de honestidade de um governante, os meios justificam os fins. Em pouco tempo, o Brasil será a Argentina, a Argentina será a Venezuela e a Venezuela será Cuba, propriedade particular dos irmãos Castro.
A alternância entre aqueles que detêm o poder é fundamental em uma democracia representativa, mas o Brasil talvez seja o único país do mundo onde só há partidos de esquerda se alternando no poder. Sim, o PSDB é um partido de esquerda embora seja uma esquerda moderada. Não existe oposição. Não há um discurso ou uma pauta que seja uma alternativa a PMDB, PT ,  PSDB. Eles se misturam e no fim, sao um só.
As Ideias Coletivistas e o Estado Babá
Somos seres sociais, mas não socialistas. Socialismo é um sistema político e ideológico criado pelos homens, mas não é algo que exprima a natureza humana. Enquanto seres humanos, necessitamos viver em sociedade, mas enquanto indivíduos, necessitamos conservar nossa individualidade e nossa liberdade. Liberdade não significa exatamente fazer o que quiser. Estamos submetidos a um contrato social, que basicamente diz que o seu direito acaba onde começa o do outro.
O Socialismo nivela a sociedade por baixo, enquanto mantém quem governa e os amigos do rei por cima. Como disse Churchill:
A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias.
Como todos somos coitadinhos aos olhos do Estado, ele se acha com a nobre tarefa de prover saúde, educação e emprego e de interferir em cada aspecto de nossas vidas. Como o Estado é formado por pessoas abnegadas e ungidas, exaustas após a batalha em prol desse povo sofrido, é justo o SUS para nós e o Sírio Libanês para eles.
Os estados de bem-estar social enfrentam um paradoxo inevitável: o nível de produção necessário para sustentar um estado de bem-estar social não pode ser sustentado por um estado de bem-estar social. É justo que os mais ricos paguem a conta? Não! Margaret Tatcher já sabia que o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros. Nosso modelo é insustentável porque é baseado no consumo. Há pouco ou nenhum incentivo ao empreendedorismo e à livre concorrência, que gera melhores empregos e aumenta a renda familiar. Infelizmente, no Brasil é mais vantajoso ser funcionário público.
Os sistemas políticos pluralistas estão sustentados pelo elogio da dissonância: a crítica é benéfica para o governo porque descortina problemas que não seriam enxergados num regime monolítico. Os socialistas não concordam com esse princípio democrático: seu imperativo é rebater a crítica imediatamente mesmo sem raciocinar. Uma tática preferencial é acusar o crítico de estar a serviço de interesses de malévolos terceiros: um partido adversário, “a mídia”, “a burguesia”, os EUA ou tudo isso junto. É que, por sua própria natureza, o socialista não crê na hipótese de existência da opinião individual.
A Ditadura da Minoria
O Brasil viveu no período PT  um estranho momento de ascensão das minorias como forma de compensação por erros do passado. Chegou a ponto de que se você não pertence a uma minoria, deve escolher ou inventar uma.
A grande falha é que não existem minorias fora do indivíduo, ou seja, você é uma minoria e eu sou outra. Esses grupos que se vendem como “minorias” são resultantes de uma forma de classificação de pessoas em torno de algumas características em comum, como cor, classe social, time de futebol, etc.
Se você pertence a uma minoria e se sente excluído, basta fazer acusações de racismo ou qualquer coisa que desqualifique sua minoria para ganhar respeito. Afinal, o que é uma ditadura senão o poder nas mãos de uma minoria?
Anomia
Vivemos um perigoso momento para nossa sociedade e para nossas instituições, O Brasil é o país do “jeitinho” e das leis elásticas. Um grande número de violações nas leis é relatado e até apurado, mas as devidas punições não são aplicadas. Para algumas pessoas, isso justifica fazer “justiça” com as próprias mãos. Essa é a anomia. Para o sociólogo Durkheim:
Anomia é estado de uma sociedade caracterizada pela desintegração das normas que regem a conduta dos homens e asseguram a ordem social
Uma característica dos movimentos de extrema esquerda, como o Fora do Eixo, é a tábula rasa. Eles esquecem que civilização é o conjunto de conhecimentos e costumes, transmitidos de geração para geração. É preciso escolher a civilização. E a barbárie estará sempre à espreita. Do ponto de vista individual vale o mesmo raciocínio. Não nascemos do nada. Carregamos uma história, e essa narrativa ajuda a nos definir como seres singulares.
Nas massas, os sentimentos são realçados e não a razão. Para essa gente, é bonito fechar ruas, destruir bancos e agredir policiais, mas ai do policial se atirar uma bala de borracha ou simplesmente querer impedir a passagem dos valentes. A imprensa marrom, paga com dinheiro público, quando não consegue inverter os papéis de vítima e agressor, atenua a gravidade dos fatos trocando os nomes que as coisas têm, como quando chamam “vândalos” e “terroristas” de “manifestantes” ou de “uma minoria infiltrada”. É justamente essa “minoria” que dá visibilidade ao protesto.
A maioria de nossos artistas é hipócrita. São a nata da esquerda caviar, que o diga Chico Buarque que, a despeito das provas,  insiste em defender Lula. Outros  apoiam, justificam e incentivam a baderna, mas usufruem todas as vantagens do sistema capitalista e têm grande patrimônio. Caetano Veloso até foi fotografado com uma faixa preta dos black blocs. 
Entre os grupos de protesto, também nota-se uma certa ignorância com relação ao funcionamento da economia, como no caso dos R$0,20 do Movimento Passe Livre. Adam Smith advertiu que não existe almoço grátis. Como falei antes, o Estado não gera riqueza. Ele obriga as pessoas a entregarem parte de suas rendas na forma de impostos. Essa diferença no valor da passagem de ônibus viria de outras fontes. Veja o aumento do IPTU da sua residência. O ex prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, meteu a mão em nossos bolsos e de quebra se vingou de quem não votou nele, como indica esse mapa.
Na atualidade a grande mãe dessa  anomia é a  corrupção,  que se encontra profundamente enraizada, e pela impunidade. O PT, PSDB, PMDB etc.. não inventaram a corrupção, mas a elevaram  a uma categoria de pensamento. Um dos mais notórios filósofos dessa nova era do nosso pensamento politico, é   petralha  José Dirceu -  acusado a mais de 40 anos de prisão por desvios de dinheiro público, formação de quadrilha e Prevaricação -  que teve a "cara de pau" de afirmar recentemente..
"Estou cada vez mais convencido de que sou inocente."

Contato: agaextensao@gtmail.com

Um comentário:

  1. Professor gostei, gostaria apenas de acrescentar que essas empresas denominadas de " Campeões nacionais" que o BNDES ajudou, entenda JBS E e J&F da família Batista. Abs Camila RJ

    ResponderExcluir