quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Donald Trump

A VITÓRIA DE TRUMP

Por: Alacir Arruda

O Mundo amanheceu atônito nessa quinta feira com a inesperada vitoria de Donald Trump nas eleições americanas.  Todos os mercados, da Ásia a Europa, trabalharam em baixa e o governo mexicano convocou uma reunião de emergência para tratar de assuntos "contingenciais" . Mas o que houve? O que deu errado?  Há algum tempo escrevi um artigo em que trato do crescimento da extrema direita no mundo, particularmente, tratei do  caso francês e austríaco mas citei também a ascensão do discurso extremista de  Trump que na época era pré candidato pelos Republicanos a Casa Branca. 

A grande verdade é que o  mundo tem  visto, nos últimos 10 anos,  um crescimento preocupante de grupos de extrema-direita no mundo que são fomentados, entre outras fontes, por páginas de ódio que se multiplicam na internet. O crescimento da intolerância, do separatismo, da xenofobia, do ultranacionalismo, do culto a grandes líderes, dos ódios aos sistemas igualitários e aos grupos de minorias têm crescido bastante no mundo. Estamos vivendo numa era extremamente perigosa da história humana, porque o surgimento desta espécie de neofascimo em uma época de armas nucleares é algo que coloca toda a humanidade em risco. O surgimento de um novo Adolf Hitler não pode ser descartado em tempos de terrorismo, islamfobia, racismo, reacionarismo e crises. Este é um momento delicado da história humana onde teremos que passar por mais uma aprovação se quisermos continuar a existir como cidadãos do cosmo neste planeta. Talvez isso explique a vitoria de Trump, um nacionalista convicto que prega a xenofobia e a intolerância num país marcado por conflitos entre etnias.

Questionado se a vitória de Trump seria mais um lance do movimento conservador que avança pelo mundo? O ex embaixador brasileiro nos Estados Unidos Rubens Barbosa,  disse,  não exatamente. Trata-se, sim, de um "novo caldo de cultura", resultado do aprofundamento da desigualdade (e da concentração da renda) em todo o mundo e do crescente movimento de imigração.
Embora se diga um tanto surpreso com a vitória de Trump, influenciado pelas pesquisas que projetavam a eleição da candidata democrata Hillary Clinton, Barbosa pondera que a marca dessa eleição era a imprevisibilidade: "Foi a mais sui generis da história dos Estados Unidos, e a vitória de Trump não é, portanto, surpresa", diz.
Mas o resultado tem, em sua opinião, ao menos quatro grandes perdedores imediatos: a mídia, os institutos de pesquisa, o Partido Democrata e a ala do Partido Republicano refratária a Trump.
Risco limitado
O Ex embaixador minimiza o fator de risco da futura gestão Trump, citando o discurso da vitória dele, na madrugada desta quarta-feira (9), em que acenou com a união do país. "Ele foi magnânimo na vitória e já estendeu a mão a todo mundo."
E  lembrou também que "uma coisa é a campanha, e outra é governar", dizendo não acreditar no avanço de propostas polêmicas de Trump, como a envolvendo os imigrantes nos Estados Unidos. "Talvez pegue alguns ilegais, mas não vai expulsar 11 milhões do país", afirma. "Ele não vai governar sozinho. Não será um revolucionário."
Brasil
Sobre a relação diplomática do Brasil com os Estados Unidos, Barbosa acredita que nada mudará com o governo Trump. "O Brasil não é prioridade da política externa norte-americana", diz. Para o ex-diplomata, o aprofundamento das relações do Brasil com os Estados Unidos, do ponto de vista da economia, dependerá muito mais de os brasileiros "fazerem a lição de casa", com a aprovação de reformas.
Questionado sobre possíveis semelhanças entre a eleição de Trump e a de João Doria Júnior (PSDB) para prefeito de São Paulo (os dois apresentaram versões de mesmo programa televisivo, "O Aprendiz"), Barbosa diz haver apenas uma: "Os dois representam uma visão contra os políticos, contra as elites dirigentes. Só isso".



Um comentário:

  1. Alacir, eu estou com medo desse cara. O que ele diz de pé ele nao sustenta sentado, creio que o mundo passara alguns anos de dificuldades. Parabéns que bom que voltou. Geronimo Volta Redonda RJ

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