A VITÓRIA DE TRUMP
Por: Alacir Arruda
O Mundo amanheceu atônito nessa quinta
feira com a inesperada vitoria de Donald Trump nas eleições americanas.
Todos os mercados, da Ásia a Europa, trabalharam em baixa e o governo
mexicano convocou uma reunião de emergência para tratar de assuntos
"contingenciais" . Mas o que houve? O que deu errado? Há algum
tempo escrevi um artigo em que trato do crescimento da extrema direita no
mundo, particularmente, tratei do caso francês e austríaco mas citei
também a ascensão do discurso extremista de Trump que na época era
pré candidato pelos Republicanos a Casa Branca.
A grande verdade é que
o mundo tem visto, nos últimos 10 anos, um crescimento
preocupante de grupos de extrema-direita no mundo que são fomentados, entre
outras fontes, por páginas de ódio que se multiplicam na internet. O crescimento
da intolerância, do separatismo, da xenofobia, do ultranacionalismo, do culto a
grandes líderes, dos ódios aos sistemas igualitários e aos grupos de minorias
têm crescido bastante no mundo. Estamos vivendo numa era extremamente perigosa
da história humana, porque o surgimento desta espécie de neofascimo em uma
época de armas nucleares é algo que coloca toda a humanidade em risco. O
surgimento de um novo Adolf Hitler não pode ser descartado em tempos de
terrorismo, islamfobia, racismo, reacionarismo e crises. Este é um momento
delicado da história humana onde teremos que passar por mais uma aprovação se
quisermos continuar a existir como cidadãos do cosmo neste planeta. Talvez isso
explique a vitoria de Trump, um nacionalista convicto que prega a xenofobia e a
intolerância num país marcado por conflitos entre etnias.
Questionado se a vitória de Trump seria mais um lance do movimento conservador que avança pelo mundo? O ex embaixador brasileiro nos Estados Unidos Rubens Barbosa, disse, não exatamente. Trata-se, sim, de um "novo
caldo de cultura", resultado do aprofundamento da desigualdade (e da
concentração da renda) em todo o mundo e do crescente movimento de imigração.
Embora
se diga um tanto surpreso com a vitória de Trump, influenciado pelas pesquisas
que projetavam a eleição da candidata democrata Hillary Clinton, Barbosa
pondera que a marca dessa eleição era a imprevisibilidade: "Foi a mais sui
generis da história dos Estados Unidos, e a vitória de Trump não é, portanto,
surpresa", diz.
Mas
o resultado tem, em sua opinião, ao menos quatro grandes perdedores imediatos:
a mídia, os institutos de pesquisa, o Partido Democrata e a ala do Partido
Republicano refratária a Trump.
Risco limitado
O
Ex embaixador minimiza o
fator de risco da futura gestão Trump, citando o discurso da vitória dele, na
madrugada desta quarta-feira (9), em que acenou com a união do país. "Ele
foi magnânimo na vitória e já estendeu a mão a todo mundo."
E lembrou também que "uma coisa é a campanha, e outra é
governar", dizendo não acreditar no avanço de propostas polêmicas de
Trump, como a envolvendo os imigrantes nos Estados Unidos. "Talvez pegue
alguns ilegais, mas não vai expulsar 11 milhões do país", afirma.
"Ele não vai governar sozinho. Não será um revolucionário."
Brasil
Sobre
a relação diplomática do Brasil com os Estados Unidos, Barbosa acredita que
nada mudará com o governo Trump. "O Brasil não é prioridade da política externa
norte-americana", diz. Para o ex-diplomata, o aprofundamento das relações
do Brasil com os Estados Unidos, do ponto de vista da economia, dependerá muito
mais de os brasileiros "fazerem a lição de casa", com a aprovação de
reformas.
Questionado
sobre possíveis semelhanças entre a eleição de Trump e a de João Doria Júnior
(PSDB) para prefeito de São Paulo (os dois apresentaram versões de mesmo
programa televisivo, "O Aprendiz"), Barbosa diz haver apenas uma:
"Os dois representam uma visão contra os políticos, contra as elites
dirigentes. Só isso".
Alacir, eu estou com medo desse cara. O que ele diz de pé ele nao sustenta sentado, creio que o mundo passara alguns anos de dificuldades. Parabéns que bom que voltou. Geronimo Volta Redonda RJ
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