COTAS RACIAIS: SOMOS TODOS IGUAIS, ...... POR DECRETO!
Por Alacir Arruda
Estamos na iminência
do ENEM 2013 e uma pergunta ainda paira na cabeça dos postulantes ao nível superior. “Tenho direito a cotas?”. O artigo quinto da Constituição brasileira, que é causa “pétrea”, ou seja, ninguém
pode mudá-lo, pois trata das garantias individuais e coletiva, logo no Caput
insere: “Todos são iguais perante a Lei
independente de raça, sexo religião, opção sexual etc..”.
Pergunto: Por que foi preciso
criar a Lei de Quotas raciais então?
Visto que a Carta Magna já garante isso em seus dispositivos. Ora, que temos uma demanda reprimida no mínimo de 300 anos com relação aos negros e índios, isso
todos sabem, mas resolver 500 anos de
preconceitos com uma Lei, é sintoma de quem quer “empurrar a sujeira para debaixo do tapete”. Esse comportamento só reforça algo muito mais cruel ainda, qual seja: a incapacidade do Estado em criar políticas
publicas verdadeiramente inclusivas, que reconhecesse a multiplicidade racial como algo que constitui
a essência do brasileiro.
Agora o estudante que irá
prestar o ENEM se encontra numa contradição racial, uma vez que a grande maioria não é 100 % negro, nem 100% branco muito menos 100%
índio, na verdade ele é o resultado biológico das três raças* ( termo raça
usado em seu conceito biológico*). Logo, posso me incluir na política de cotas? Não a respostas é não, uma vez que o MEC estabeleceu
parâmetros para essa inclusão ( só não me perguntem baseados em quê). Ou
seja, o politica de cota não existe para
incluir, ela inclui para excluir..
A
idéia do estabelecimento de um sistema de
quotas étnicas para o ingresso nas universidades como forma de combate à
discriminação originou-se nos Estados Unidos. Quotas, de fato, faziam um certo
sentido naquele país, com sua longa tradição de universidades brancas, que não
admitiam negros e de todo um sistema educacional segregado que proibia a
coexistência de negros e brancos nas mesmas escolas. Convém lembrar que, nos Estados Unidos, os
critérios de admissão para o ensino superior não são baseados exclusivamente em
provas que avaliem a capacidade de desempenho escolar, mas incluem inúmeras
outras considerações, variáveis de uma universidade para outra, as quais podem
levar em conta o fato dos candidatos serem filhos de ex-alunos, ou dos pais
terem feito doações financeiras para a instituição, ou terem talento para os
esportes, ou serem homens ou mulheres ou ainda, inclusive, a origem étnica dos postulantes. Este sistema
permitiu, no passado, que negros fossem impedidos de ingressar nas
universidades em virtude de sua condição racial e mulheres fossem excluídas em
função do gênero, o que não acontece nos vestibulares brasileiros. Neste contexto, as quotas podiam de fato ser
defendidas, especialmente porquê o preconceito racial nos Estados Unidos é de
tal forma agressivo que classifica como negros toda a parcela da população que
possui algum ancestral africano, tornando a separação entre negros e brancos
extremamente rígida.
A
divisão da população em duas categorias fechadas e excludentes – brancos e
negros - permeou o conjunto das instituições e serviços públicos
norte-americanos. Classificações desse tipo estão na base de todas as formas
mais violentas de racismo, especialmente quando são oficialmente e legalmente
reconhecidas como critério para acesso a benefícios, serviços e posições
sociais. O anti-semitismo oficial da Alemanha nazista, como o apartheid sul-africano, são exemplos
muito claros disto, assim como a segregação racial que existiu no sistema
educacional norte-americano. O artificialismo perverso destas classificações
fica especialmente claro no caso da população mestiça, para as quais o problema
da identificação racial ou étnica se torna particularmente espinhoso. Nos
países de preconceito mais violento, a questão tendeu a ser resolvida com uma
ampliação desmesurada dos excluídos, incluindo entre eles todos que possuíssem
qualquer ascendente, mesmo que remoto, da minoria desprezada. Há uma perversão
especial nesta forma de classificação, porque ela pressupõe um poder
extraordinariamente “contaminador” da raça considerada inferior, a qual
“corrompe”, por assim dizer, a contribuição genética dos brancos na
descendência mestiça. No caso da África do Sul, a solução foi um pouco
diferente: toda a população foi rigidamente classificada oficialmente nas
categorias brancos, pretos, indianos e mestiços e rigidamente segregada social,
sexual e espacialmente. O absurdo desta medida fica patente quando se verifica
que ela dividiu membros de uma mesma família, irmãos inclusive, em categorias
diferentes, impedindo que morassem na mesma casa, no mesmo bairro e freqüentassem
as mesmas escolas.
Pode-se
argumentar que estabelecer quotas para impedir o acesso de minorias a posições
vantajosas na sociedade é condenável, mas o contrário (estabelecer quotas para
forçar a inclusão) é desejável. Mas, mesmo que seja “para o bem”, as quotas
possuem um pecado de origem que consiste justamente em estabelecer categorias
artificiais que tomam como critério características raciais. Com isto se cria
um precedente perigoso, pois se rompe com a base da luta mundial contra o
racismo que consiste justamente em negar, com o apoio da ciência, a validade da
utilização de critérios deste tipo. De fato, o racismo se apóia numa teoria que
toda a ciência moderna tem demonstrado ser falsa: a de que existem diferenças
genéticas na capacidade mental das diferentes “raças”, as quais, por isso
mesmo, são insuperáveis e se perpetuam através das gerações. O próprio conceito
de raça humana dificilmente é utilizado cientificamente, porque praticamente
não existem geneticamente raças isoladas e uniformes. A raça é uma criação
social discriminatória e não uma classificação científica. E é por isso que a
Declaração dos Direitos Humanos consagra o princípio da igualdade de todos
perante à lei. Sacrificar este princípio fundamental para resolver um problema
muito específico, isto é, a ampliação do acesso dos negros ao ensino superior,
constitui um risco demasiado grande e desproporcional aos benefícios que as
quotas podem promover. É preciso encontrar outra solução, inclusive porque, no
Brasil, a separação da população em duas categorias, negros e brancos, que as
quotas oficializam, é particularmente artificial não só porque não possui
qualquer base científica, mas também porque contraria a evidência gritante da
imensa heterogeneidade racial da população brasileira. Contraria inclusive o
próprio bom-senso dos brasileiros, para os quais, se meu pai é negro e minha
mãe é branca ou vice-versa, eu não sou exatamente branca nem negra.
AOS MEUS QUERIDOS MESTRES TODO MEU RESPEITO E ADMIRAÇÃO.. SE SOU O QUE SOU É PELA TRANSFERENCIA DE SABEDORIA E DEDICAÇÃO DE CADA UM, LEVANDO EM CONTA OS POUCOS RECURSOS DA EDUCAÇÃO.. PARABÉNS PROFESSORES DO NOSSO BRASIL!!! PROFESSOR MEUS PARABENS AO SENHOR QUE EM TANTO TEM SE DESDOBRADO PARA NOS ILUMINAR COM SEU CONHECIMENTO! OBRIGADA POR TUDO, ISSO FALO DE CORAÇÃO, ABRAÇOS!
ResponderExcluirobrigado Sandrielly...minha alegria e dupla por ter escolhido essa carreira, a primeira e pelo prazer de poder estar ministrando aulas, o segundo é ter alunas como você..Obgdo
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