quarta-feira, 30 de julho de 2014

PT e "as elite"

O PT e sua maldição: “a elite branca”..

Por Alacir Arruda

 

Antes os inimigos do PT, segundo o “intelectual” Lula, eram “as elite”. Após a sonora vaia sofrida por Dilma na abertura do Mundial do Brasil esses inimigos passaram a ser, segundo ele, a “elite branca”. A política brasileira convive com uma regra antiga: personalize o seu adversário. O mal, quando tratado como mera abstração, é impalpável. Mas dê-lhe uma cara com um par de chifres e você terá um inimigo nítido. Durante muitos anos, Lula foi vítima dessa técnica. O rótulo de ‘esquerdista radical’ custou-lhe três eleições presidenciais. Para prevalecer em 2002, teve aparar a barba, vestir Armani e beijar a cruz. Renegou numa carta aos brasileiros tudo o que sempre defendera.

Desde então, Lula passou de alvo do feitiço a feiticeiro. Hoje, utiliza o mesmo método contra seus rivais. Pós-graduado nas artes da mistificação, ele estava atrás de um nome para o fantasma da mudança, que ameaça a reeleição de Dilma Rousseff. Dias atrás, encontrou. Chamou-o de “elites”. Pronto! Qualquer criança de cinco anos sabe que o problema do Brasil são as elites. O governo é maravilhoso, o povo é extraordinário. Corruptas e gananciosas, as elites é que não valem nada. Urge derrotá-las.

O PT realizou a sua convenção no mês de junho e aclamou Dilma como candidata ideal para assegurar aos brasileiros mais quatro anos de felicidade. O ponto alto da cerimônia foi um novo encontro de Lula com o microfone. Desse contato resultou o terceiro pronunciamento do grande líder desde que a “elite branca” do Itaquerão mandou Dilma “tomar no cu”. Será mais uma oportunidade para esconjurar o inimigo. 

O demônio exime o exorcista do exame de todo o mal. A começar pelo mais doloroso: o auto-exame. A coisa vinha funcionando bem. Em 2006 e 2010, bastou transferir para o neoliberalismo da elite tucana a culpa pelas ações, omissões e crimes do poder petista. Enquando o país se divertia com as reações atabalhoadas do PSDB, o marqueteiro João Santana cuidava da propaganda redentora. As pesquisas informam que o desafio de 2014 talvez seja maior. 

O governo de Dilma nunca foi tão mal avaliado. Segundo o último IBOPE divulgado na ultima quinta-feira (23), a taxa de aprovação do governo da madame caiu de 36% para 31% entre março e junho. Na outra ponta, subiu de 27% para 33% o percentual dos que consideram a administração federal ruim ou péssimo. Em novembro de 2013, os brasileiros que avaliavam a atual gestão como ótima ou boa somavam 43%. Quer dizer: a popularidade do governo despencou 12 pontos em sete meses. 

Tomada pelo potencial eleitoral, Dilma ainda é uma candidata de 39%. Não é preciso ser um gênio para intuir que os dois índices —avaliação do governo e intenção de votos— tendem a cruzar em algum momento do processo eleitoral. Mergulhando-se no mar de números colecionados pelo Ibope, percebe-se que o mago João Santana terá de molhar a camisa para impedir que o percentual de votos caia, encontrando-se com a popularidade do governo no ponto mais baixo da curva. 

O Ibope recolheu a opinião dos eleitores sobre o desempenho do governo em oito áreas específicas. Em todas elas, sem exceção, a taxa de desaprovação é maior que o índice de aprovação. Na Educação, 67% desaprovam a ação governamental e 30% aprovam. Na Saúde, 78% desaprovam e apenas 19% aprovam. Na segurança, a desaprovação é de 75% e a aprovação de 21%. No meio ambiente, 52% de desaprovação, contra 37% de aprovação. 

Na política de combate à fome e à pobreza, principal logomarca do petismo, a desaprovação é de 53% e a aprovação de 41%. No combate ao desemprego: 57% de desaprovação e 37% de aprovação. No essencial, que é a economia, os índices tóxicos se repetem. 

O combate à inflação é reprovado por 71% dos entrevistados e aprovado por apenas 21%. Na política de juros, a desaprovação é de 70% e a aprovação de 21%. Na área dos impostos, a desaprovação vai à casa dos 77% e a aprovação é de escassos 15%. 

O Ibope informa que o mau humor do brasileiro içou a taxa de rejeição a Dilma Rousseff para as alturas. Hoje, declaram que não votariam nela “de jeito nenhum” 43% dos eleitores. Verificou-se que é menor a rejeição aos antagonistas Aécio Neves (32%) e Eduardo Campos (33%). 

Nesse contexto, o velho hábito de Lula de apontar o dedo indicador para as “classes dominantes”, elegendo-as como demônio para o qual transferir as culpas do PT, talvez já não seja a melhor arma eleitoral. É possível que não sirva nem mesmo para desconversar. 

Lula ainda não se deu conta —ou talvez já tenha notado e apenas finge que não vê—, mas o fenômeno mais eloqüente da atual quadra sucessória é o surgimento de nichos de contestação à margem do PT e de toda a engrenagem sócio-sindical que se move sob o comando do partido. As ruas voltaram para casa. Mas o sentimento de mudança explodiu em junho de 2013 continua ardendo no asfalto. 

Tudo leva a crer que o ministro Gilberto Carvalho, o Gilbertinho, tem razão quando diz que os nomes feios que a presidente evoca não brotam apenas dos lábios da “elite branca”. Se as pesquisas carregam alguma novidade é a seguinte: o Brasil está virando uma espécie de Itaquerão hipertrofiado. A tese de que o problema são as elites já fez longa carreira no país do PT. Mas pode estar com os dias contados. 

Só os petistas ainda não notaram que a elite agora são eles. Os 800 mil industriais que, segundo o então presidente da Fiesp Mário Amato, fugiriam do país se Lula fosse eleito em 1989, foram domesticados pelo “bolsa-empresário”, pelas isenções tributárias e pelo prêmio à sonegação embutido no Refis eterno. O empresariado reclama de Dilma porque já não se satisfaz com tudo. Exige algo mais. 

A integração do indivíduo num grupo é, quase sempre, um processo de aviltamento. Por vezes, o sujeito tem que se violentar para entrar no todo. Mas Lula não parece desconfortável com sua nova condição. Ele hoje dá palestras milionárias, é protegido por seguranças, move-se em carro oficial e só voa de jatinho. 

E, com certeza, ele deve dar boas gargalhadas ao verificar, na hora de escovar os dentes e pentear os cabelos toda manhã, que a elite branca agora mora no espelho do banheiro da cobertura de São Bernardo.

                        VEJAM O DESABAFO DA GRANDE ESCRITORA ADÉLIA PRADO



terça-feira, 29 de julho de 2014

Dicas Enem

TEMAS QUE SERÃO EXPLORADOS 

NO ENEM 2014...

Por Alacir Arruda

A cada 15 dias estarei publicando aqui no Blog   dicas de  Humanidades, Geopolítica e Redação sobre o ENEM 2014. Faço isso com o respaldo de  quem aprovou   11 alunos em medicina de 18 em 2013.

- I Guerra Mundial  ( 1914-1918)  - Por quê?  Pelo fato de  2014 ser o centenário da chamada Grande Guerra ou Guerra das Guerras  onde pela primeira vez o mundo conheceu o poder de armamentos modernos  e aviões de combate, estima-se que mais de 20 milhões  de pessoas foram mortas e a Alemanha foi considerada a grande culpada pelo conflito...
- Golpe Militar de 1964 – Por quê?  Porque faz 50 anos em 2014,  ainda esse golpe produziu estilhaços que ainda  hoje corroem a sociedade brasileira como a instalação da Comissão da Verdade que busca apurar o desaparecimento de mais de 300 pessoas durante o Regime de Exceção imposto pelos militares que permaneceu ate 1985h.
- 30 anos da Perestróica e Glasnost – Por quê? Em 2014 completa 30 anos que Mikhail Gorbatchev assumiu o comando da ex- URSS dando inicio a um conjunto de reformas que culminou com o fim da maior potência socialista em novembro de 1991.
- Tensão no Oriente Médio – Por quê? Na verdade esse é um tema muito explorado pelo ENEM desde sua concepção em 1998. As razões são as constantes provocações por parte de Israelenses e Palestinos que, não raro, terminam em conflitos localizados. Ainda as tensões que vem da Síria e Líbano que sofrem os rescaldos da Primavera Árabe de 2010.
- Crise Européia – Por quê? Na verdade a Europa tem sido palco de vários acontecimentos nesses últimos 2 anos,  seja no campo econômico, como a crise que quase levou a bancarrota Portugal,  Espanha Grécia e Irlanda, seja no plano político com os recentes conflitos na Ucrânia que levou a União Européia a impor serias sanções a Rússia, acusada de patrocinar o exercito rebelde contra as forças do governo Ucraniano.
- Os BRINCsPor quê? A cada ano os chamados “países emergentes”  Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul reivindicam mais espaço no plano internacional, seja requerendo o aumento de assentos definitivos no Conselho de Segurança da ONU seja na mudança da política econômica implantada pelo FMI desde o fim da II Guerra.
- O Conflito no Mali – Por quê? O Mali é um pequeno e pobre pais na região do Sahel africano área de interesse Frances que vive um conflito interno desde 2010 onde rebeldes extremistas seguidores do Islã controlam a parte norte do país, existe ainda, forte desconfiança de que esses grupos são patrocinados pela Al Qaeda..

*Em breve postarei outras dicas.....e saibam que cursinhos pré-vestibulares não preparam ninguém para o ENEM, vocês é que tem que correr atrás..

Bons  Estudos......e Sorte

Genocídio na terra santa

Israel x Palestina: quando a arrogância disfarça um genocídio...
Por Alacir Arruda


Na ultima semana o  Governo de Israel disse que o Brasil é irrelevante e criador de problemas, segundo  manchete de O Globo. Há nisso uma contradição. Se é irrelevante não pode criar problemas. Se cria problemas não é irrelevante. Aliás, se fosse mesmo irrelevante, não teria levado o Governo israelense ao extremo de quebrar todos os códigos diplomáticos ao ponto de insultar  o Governo brasileiro com uma ironia chula envolvendo a Copa, como se nós, brasileiros, fôssemos uns idiotas capazes de confundir massacre de inocentes com jogo de futebol.

Ainda pior que o insulto israelense a um país que sempre tratou com simpatia Israel, mesmo em momentos em que ele não merecia isso, é o comportamento da grande mídia brasileira. A invasão truculenta de Gaza é tratada como uma guerra entre iguais. O massacre de crianças e mulheres numa área confinada, sem saída, é apresentado como conseqüência natural do conflito. O recurso a uma violência extrema aparece como natural. E o Governo brasileiro é ridicularizado porque fala do óbvio, a saber, do uso desproporcional da força.

Na essência, tudo isso é a expressão reiterada do “complexo de vira-lata” da maior parte da grande mídia, segundo o qual tudo o que os Estados Unidos fazem é bom, sendo que os Estados Unidos, no caso, fazem tudo o que quer a direita israelense, e nós, subalternos e incompetentes, devemos nos alinhar cegamente a eles independentemente de uma visão crítica da política envolvida. Diante disso, ter uma atitude diplomática independente, generosa e equilibrada é assumida pela grande mídia como irrelevante na busca de humilhar o Governo, quando o que se está tentando fazer é humilhar o Estado e a própria nação.

Estamos diante do maior massacre de inocentes por uma força bruta militar, equipada com os mais modernos recursos tecnológicos do planeta, desde o Holocausto. Há, certo, uma diferença de escala. Qualitativamente, contudo, a câmara de Gaza se equipara à câmara de gás: ninguém pode sair lá de dentro enquanto os foguetes e o fogo da artilharia e dos tanques colhe a vida de crianças e mulheres. Parece que há em tudo uma contabilidade macabra: foram assassinados pelo Hamas três jovens judeus inocentes; a lei de Talião diz olho por olho, mas a lei do atual Israel diz que um judeu assassinado vale no mínimo 300 palestinos mortos, ou mais.

Ah, sim, os extremistas do Hamas! E acaso não há extremistas em Israel? O fato é que cada vez mais esses extremistas comandam o Governo israelense enterrando todo tipo de iniciativa de paz, inclusive os tratados de Oslo, em nome da posse de uma terra invadida, roubada, sob o pretexto de uma herança bíblica que enterra o amoroso Senhor da Misericórdia debaixo do ódio primitivo do Senhor dos Exércitos. Caveat, Israel é o único fator presente no mundo contemporâneo que pode levar o planeta a uma guerra nuclear. Note-se que o pequeno David já não tem fundas, tem armas atômicas!

A diplomacia brasileira talvez seja irrelevante. Junto com a da Turquia, tentou uma alternativa diplomática para resolver o impasse entre os Estados Unidos e o Irã na questão do desenvolvimento do projeto nuclear pacífico iraniano. Os Estados Unidos, insuflados por Israel, mataram a iniciativa que eles próprios estimularam. A razão foi simples: Israel queria uma guerra contra o Irã. Queria repetir o que fez com o Iraque nos anos 80: bombardear as instalações nucleares iranianas. Não foi a prudência que levou os Estados Unidos a tirar o tapete de Israel. Foi o fato de que, do outro lado, havia uma potência nuclear de primeira linha, a Rússia, com respaldo chinês, em apoio ao Irã.

Felizmente já não estamos num mundo unipolar. Se tivéssemos, Israel teria comandado as forças militares norte-americanas no ataque ao Irã apoiado no lobby judaico que, de longe, não distingue entre o que são interesses fundamentalistas da direita  com os interesses legítimos do povo que vive em Israel. Deste, a maioria provavelmente deseja a paz com os palestinos, mesmo que isso significa algum tipo de concessão, sobretudo nos assentamentos que violam a própria lei internacional que criou Israel. Nas mãos dos radicais judeus, contudo, todos estamos em risco: ave, Israel, morituri te salutant!  


sábado, 26 de julho de 2014

Brasil: crise

Números da economia brasileira confirmam a crise.. 

Por Alacir Arruda

Já não da mais para negar, o Brasil começa a mergulhar numa crise econômica que pode ser a pior da história segundo o Economista Dani Rodrik, professor em Harvard. Algo deu errado nos interesses megalomaníacos do PT. Até mesmo a grande imprensa brasileira- antes defensora mortal da política assistencialista desse partido- já começa a perder a condição de formadora de opinião, e desperta muito lentamente para a dura realidade do País, mas ainda está dominada por uma sonolência burra que decorre de encomenda do Palácio do Planalto. Isso porque os números da economia nacional apontam na direção da crise, enquanto a mídia se cala diante das desculpas esfarrapadas vociferadas pelos integrantes do desgoverno de Dilma Rousseff. 


De olho na corrida presidencial, mas ciente de que a reeleição pode lhe escapar, a presidente continua iludindo a população com o discurso embusteiro de que o Brasil é o país de Alice, aquele das maravilhas. Acontece que a realidade é bem distinta, sem que os palacianos admitam isso. 

No apagar das luzes de 2013, Dilma ocupou os meios de comunicação para, mentindo mais uma vez, dizer que este ano seria de avanços econômicos e prosperidade. Nada do que previu a presidente aconteceu. E quem enfrenta o cotidiano sabe que é preocupante a crise econômica que só faz crescer. 

Na última terça-feira (22/07), o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu para baixo a previsão de crescimento do PIB brasileiro. Para o FMI, a economia do Brasil deve avançar no máximo 1,3% em 2014. Trata-se da quarta revisão para baixo, em um ano, que o FMI faz em relação o PIB nacional. Há um ano, o organismo apostava em crescimento de 4%% da economia brasileira (os índices seguintes foram: 3,2% em julho, 2,5% em outubro e 2,3% em janeiro/14). A aposta atual do FMI é a mesma dos analistas do mercado financeiro doméstico, que trabalham com expectativa de pífio crescimento do PIB neste ano. 

Quando a agencia de risco “ucho.info”, em dezembro de 2008, afirmou que a política econômica adotada pelo então presidente Lula era irresponsável e suicida, os palacianos nos acusaram de torcer contra o Brasil. Não era preciso àquela altura dos acontecimentos ter doses de genialidade para perceber que no curto prazo a conta não fecharia. Mas Lula, na ocasião, estava preocupado em fazer da gerentona inoperante a sua sucessora. 

Desde que chegou ao principal gabinete do Palácio do Planalto, em janeiro de 2010, até agora Dilma Rousseff adotou 23 medidas de estímulo à economia, mas nenhum surtiu qualquer efeito capaz de ser notado. Dona da última palavra nas questões relacionadas à economia do País, a presidente dá guarida às teorias esdrúxulas e fracassadas do ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda. 

A situação da economia do País é tão preocupante, que em termos de previsão de crescimento do PIB o Brasil só perde para a Rússia quando o parâmetro de analise engloba os países emergentes que formam os BRICS. Acontece que a Rússia se envolveu em uma tremenda confusão geopolítica, o que fez com que a economia do país sentisse os efeitos da tirania de Vladimir Putin. No malfadado Mercosul, o Brasil está à frente apenas daArgentina e da Venezuela. O que, diga-se de passagem, não é nenhum prêmio. 

Como se os brasileiros não acompanhassem as análises sobre a economia, Dilma não esboça qualquer rubor facial quando afirma que a inflação está sob controle. Mesmo depois de o Banco Central elevar a taxa básica de juro, a Selic, como forma de conter o avanço do mais temido fantasma econômico. 

Se nos próximos dias a inflação der algum sinal de arrefecimento, certamente não será por causa de alguma medida adotada pelo desgoverno petista, mas, sim, porque a moeda norte-americana está desvalorizada frente ao Real. Contundo, esse ingrediente contribui para piorar a difícil situação enfrentada pela indústria nacional, que além de ter de enfrentar no mercado interno a concorrência dos produtos estrangeiros, deixa de ser competitiva no mercado internacional, uma vez que os produtos brasileiros tornam-se caros por causa da desvalorização do dólar. 

Dilma e seus lunáticos de plantão podem dizer qualquer coisa sobre a situação brasileira, mas não dá mais para acreditar nas propagandas do governo, recheadas de mentirosos efeitos especiais. De igual modo, não se deve confiar no tão cantado mar de rosas da economia quando o salário do trabalhador acaba e o mês continua sua trajetória implacável. A grande questão é que o plano do PT deu errado, mas a cúpula da legenda tenta salvar a farsa como se fosse o comandante do Titanic.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Israel X Palestina e Brasil

Boca Calada Não Entra Mosca...

Por Alacir Arruda

O Ministério das Relações exteriores do Brasil resolveu tomar partido no conflito Israel Palestina – registre-se que faz isso  pela primeira vez na história.  Em nota o Ministério brasileiro condenou aquilo que ele chama de “desproporcionalidade” nos ataques israelenses a Gaza que   já fizeram quase mil mortos,  grande parte  dessas vitimas  compostas de  crianças e idosos. O governo israelense respondeu a altura. Fazendo uma alusão à Copa do Mundo o  porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor rebateu. Ele  ironizou a declaração do Brasil e fez referência à derrota sofrida pela seleção brasileira por 7 a 1 em partida contra a Alemanha na semifinal da Copa. Para ele:
   “A resposta de Israel é perfeitamente proporcional de acordo com a lei internacional. Isso não é futebol. No futebol, quando um jogo termina em empate, você acha proporcional, mas quando é 7 a 1 é desproporcional. Lamento dizer, mas não é assim na vida real e sob a lei internacional"
Na quarta (23), em nota oficial, o governo brasileiro classificou de "inaceitável" a escalada da violência na Faixa de Gaza e informou que  chamou o embaixador em Tel Aviv  “para consulta”.   A medida diplomática de convocar um embaixador é excepcional e tomada quando o governo quer demonstrar o descontentamento e avalia que a situação no outro país é de extrema gravidade. Nesta quinta, o jornal "The Jerusalem Post" publicou reportagem na qual Yigal Palmor questiona a retirada do embaixador e chama o Brasil de “anão diplomático”.
Poderíamos ter dormido sem essa.   Concordo com o governo brasileiro  quando diz que não aceita  a escalada da violência naquela região, isso sem duvida é desumano, sobretudo, com os civis. Mas daí a tomar partido em um conflito que já dura  mais de 50 anos e sem qualquer perspectiva de um fim, é uma ousadia.  É evidente que o porta voz do governo israelense foi indelicado e pouco diplomático com o nosso país ao usar  termo “anão”  quando se referiu  a nossa diplomacia. Porém a ´premissa é verdadeira quando ele afirma que não temos condições de tomar partido, enquanto nação,  e isso é primário em diplomacia.
Criticar apenas Israel pelas inserções agressivas a Gaza é esquecer que o Hamaz – grupo terrorista que governa a Faixa de Gaza-  todos os dias tem lançado  mais de 800 mísseis  na direção de Jerusalém que só não atingem seus objetivos em face de Israel possuir um moderno sistema de defesa  antimísseis,  ofertado pelo seu maior aliado os EUA. Faz-se necessário lembrar ainda  que não há inocentes em nenhum dos lados em conflito, sem querer entrar no mérito, acredito que as maiores vítimas, em ambos os lados, são os civis inocentes que acabam pagando com a própria vida por uma disputa que envolve muito mais o ego  dos governantes e a ganância de grandes petrolíferas,   que realmente um futuro  reconhecimento de  uma pátria para o  povo Palestino


quinta-feira, 24 de julho de 2014

educação..??

IDH do Brasil é inferior à média da América Latina em educação...

Nathalia Passarinho  em Brasília

Média de anos de estudo na região é de 7,9 anos, informa relatório da ONU.
               No Brasil, média é de 7,2 anos e expectativa de vida é um ano menor.

O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, divulgado nesta quinta-feira (23) pela Organização das Nações Unidas (ONU), informa que o Brasil está abaixo da média da América Latina em educação e expectativa de vida. O estudo das Nações Unidas calcula o Índice de Desenvolvimento Humano dos países com base em indicadores de educação, saúde e renda.O Brasil avançou uma posição no ranking mundial em comparação com o ano anterior, passando do 80º lugar em 2012 (IDH de 0,742) para o 79º em 2013 (IDH 0,744) no ranking do desenvolvimento humano. O índice do Brasil coloca o país na faixa das nações com “elevado desenvolvimento humano”. O índice varia em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH (veja na tabela abaixo).
Apesar da melhora no ranking, os dados da ONU não revelam avanço significativo em educação e expectativa de vida. A média de estudo na América Latina é de 7,9 anos; no Brasil, 7,2 anos. O número é o mesmo desde 2010.
A coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Andreia Bolzon, minimizou o fato de os números permanecerem inalterados. Segundo ela, a ONU teve que usar dados mais antigos para a média de anos de estudo porque eram os números passíveis de serem comparados com a evolução dos demais países.
Segundo ela, levantamentos mais atuais revelam que o Brasil avançou para uma média de 7,6 anos de estudo, ainda abaixo, porém, da média da América Latina. A expectativa de vida do brasileiro teve um ligeiro aumento, de 73,7 anos em 2012 para 73,9 anos em 2013. Mas segue abaixo da média latino-americana, de 74,9 anos.
De acordo com o relatório das Nações Unidas, os países da América Latina com maior grau de desenvolvimento humano são Chile (41º no ranking), Cuba (44º) e Argentina (49º). Os três países são classificados como de “muito elevado desenvolvimento”.
Outros 29 países da região estão classificados como de “elevado desenvolvimento” ou “médio desenvolvimento”. Somente o Haiti permanece no grupo de “baixo desenvolvimento humano”.
Apesar desses indicadores, a melhora nos índices da América Latina desacelerou nos últimos anos.
De acordo com as Nações Unidas, o crescimento anual do IDH na região caiu pela metade nos últimos cinco anos em comparação com o crescimento verificado entre 2000 e 2010.
O relatório atribui a desaceleração à crise financeira internacional e sugere a criação de um Fundo Monetário Latino-Americano para completar reservas internacionais que servem de auxílio para países em situação de vulnerabilidade financeira.
De acordo com a ONU, 45 milhões de pessoas da América Latina e Caribe correm risco de cair na chamada “pobreza multidimensional”, quando há a carência de condições mínimas para a sobrevivência digna, como alimentos e saneamento básico.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

eleições 2014

Lula será âncora em programas eleitorais de Dilma...

Por Alacir Arruda 

Na reta final da campanha pela reeleição, e diante da queda de popularidade da Presidente Dilma, o  foco do PT é renovar a imagem da Presidente  como herdeira de Lula, maior cabo eleitoral do partido; Lula  tem concentrado esforços em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil e onde a rejeição ao PT chega a 49%,  para transferir votos para Dilma; na próxima semana, o comitê eleitoral também vai lançar nova ofensiva na rede social contra o adversário Aécio Neves com o placar: “20 x 5: -  20 milhões de empregos criados na gestão petista x 5 milhões na gestão tucana”, em resposta às provocações do Instituto Teotônio Vilela; órgão por trás da doutrina no PSDB usou o placar da derrota do Brasil para a Alemanha como referência da inflação x crescimento; Lula também é a esperança da nação petista em vários outros estados, como o Paraná, onde a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann disputa o Palácio Iguaçu.

O ex-presidente Lula vai assumir um papel ainda mais central na campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. Na reta final até as eleições e diante do crescimento da rejeição ao governo Dilma, ele assumira o papel de âncora nos programas de TV e Radio durante o horário eleitoral gratuito. O objetivo de Lula e reforçar as “conquistas” petistas dos últimos 12 anos e criar uma imagem positiva da Presidente Dilma, que mesmo dentro do PT, não possui muito carisma.

A tática começou a ser posta em prática na sexta-feira, em ato pró-Padilha no centro paulistano. O ex-presidente também escalou um cinturão de prefeitos do PT na Grande São Paulo e em cidades do interior para proteger os dois candidatos desta eleição na temporada pós-Copa, quando os olhos do eleitor se voltam para o que ele chama de "vida real".

Sob o comando do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, coordenador da campanha de Dilma no Estado, o time será o grupo de defesa do PT, recorrendo ao expediente da "pronta resposta" para impedir o bombardeio adversário. A estratégia foi definida no dia 11, em almoço na casa de Marinho do qual participaram os prefeitos petistas, incluindo Haddad, além de Lula e Padilha. "Não vamos admitir ofensas pessoais nem baixarias", disse o presidente do PT, Rui Falcão.

Na terça-feira, Lula defenderá o legado dos 12 anos do PT no Planalto ao abrir o Congresso da Federação dos Químicos de São Paulo, filiada à Força Sindical, que apoia Aécio. "Agora estou mais solto e tenho liberdade para falar as coisas que penso e influir na campanha", disse Lula dias atrás a dissidentes da Força que apoiarão Dilma. "Não sou candidato, mas sou militante. Desencarnei."

A dosagem de Lula nos palanques, no entanto, divide o comitê da reeleição. Tudo está sendo planejado para não ofuscar Dilma. A idéia da coordenação da campanha é potencializar a simbiose da dupla Dilma e Lula, para que a presidente possa fazer comício em Belo Horizonte, por exemplo, enquanto o padrinho político estiver em São Paulo.


P.S " É..O DESESPERO QUE BATEU"

domingo, 20 de julho de 2014

Vôo MH17

Queda do avião na Ucrânia: Algo de suspeito no ar...


Tentativa de culpar Rússia sem evidências sugere o pior: isolados e em declínio, EUA tentariam manter supremacia por meio de provocação e guerra permanentes

As sanções unilaterais impostas pelos EUA e anunciadas por Obama em 16/7, bloqueando o acesso a financiamentos bancários de empresas russas de armas e energia, comprovam a impotência de Washington. O resto do mundo, incluindo duas das maiores associações comerciais dos EUA, já deram as costas ao presidente.
A Câmara de Comércio dos EUA e a Associação Nacional de Fabricantes [orig. National Association of Manufacturers] fizeram publicar anúncios e emitiram opiniões nas páginas do New York TimesWall Street Journal e Washington Post protestando contra as sanções inventadas pelos EUA. A Associação Nacional de Fabricantes disse que “estamos desapontados com os EUA, por ampliarem sanções unilaterais de modo que muito prejudica a posição comercial norte-americana no mundo.” A Agência Bloombergnoticia que “reunidos em Bruxelas, líderes da União Europeia recusaram-se a acompanhar as medidas impostas pelos EUA.”[3]
Na tentativa de isolar a Rússia, o insano habitante da Casa Branca isolou Washington.
As sanções não terão efeito sobre empresas russas. As empresas russas podem obter mais financiamentos do que carecem, de bancos chineses, franceses e alemães.
Os três traços que definem a cidade de Washington – arrogância, soberba e corrupção –, também emburrecem a capital norte-americana e a fazem incapaz de aprender. Gente arrogante, tomada de soberba, nunca aprende. Quando encontram resistência, respondem com propinas, ameaças e coerção. A diplomacia exige capacidade razoável para aprender com os erros — os próprios e os dos outros; mas já há anos Washington esqueceu a diplomacia. Washington só conhece a força bruta.
Consequentemente, os EUA, com as sanções, só são capazes de solapar o próprio poder e a própria influência. As sanções só têm estimulado os países a se afastarem do sistema de pagamentos em dólares, que é o fundamento do poder norte-americano.
Christian Noyer, presidente do Banco da França e membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu, disse que as sanções de Washington estão afastando as empresas e os países do sistema de pagamentos em dólares. A soma gigantesca de dinheiro que os EUA assaltaram, sob a forma de “multa” aplicada ao banco francês BNP Paribas, por manter transações com países que os EUA “desaprovam”, mostra bem claramente os graves riscos que ameaçam todos os que ainda insistam em negociar em dólares, quando os EUA ditam as regras que bem entendam.
O ataque dos EUA contra o banco francês serviu para que muitos recordassem as numerosas sanções passadas e se pusessem em alerta contra sanções futuras, como as que ameaçam o banco Commerzbank da Alemanha. Já é inevitável um movimento para diversificar as moedas usadas no comércio internacional. Como Noyer destacou, o comércio entre a Europa e a China não precisa do dólar e pode ser integralmente pago em euros ou renminbi.
O fato de os EUA imporem regras só deles a todas as transações denominadas em dólares, em todo o mundo, está acelerando o movimento de países que se afastam do sistema de pagamento na moeda norte-americana. Alguns países já criaram acordos bilaterais com seus parceiros comerciais, para que os pagamentos se façam nas respectivas moedas próprias.
Os países BRICS já estão estabelecendo novos métodos de pagamento, independentes do dólar, e estão criando seu próprio fundo monetário, para financiar seus negócios.
O valor do dólar dos EUA como moeda de troca depende de seu papel no sistema internacional de pagamentos. Se esse papel vai desaparecendo, também começa a sumir a demanda por dólar e o valor de troca do dólar. A inflação entrará na economia dos EUA via preços de importações, e os norte-americanos, já tão pressionados, verão cair ainda mais os seus padrões de vida.
No século 21, a cada dia menos gente confia nos EUA. As mentiras de Washington, como “armas de destruição em massa” no Iraque (que nunca existiram); “armas químicas usadas por Assad” (que jamais as usou); e “armas atômicas do Irã” (que absolutamente não existem) já são tratadas como absolutas mentiras por outros governos. São mentiras e mais mentiras, que os EUA usam para destruir países e ameaçar outros países com destruição, para manter o mundo em eterno sobressalto.
Washington nada tem a oferecer ao mundo, que consiga acalmar o sobressalto e a aflição que os EUA distribuem pelo planeta. Ser nação amiga de Washington implica aceitar todas as suas chantagens. E muitos já começam a concluir que a amizade de não compensa o preço altíssimo que custa.
O escândalo da espionagem universal pela Agência de Segurança Nacional dos EUA contra o mundo, e a recusa dos EUA a se desculparem e desistirem da prática reiterada daqueles atos aprofundaram ainda mais a desconfiança, que já se vê hoje até entre os próprios aliados dos EUA. Pesquisas, em todo o planeta, mostram que outros países veem os EUA como a maior ameaça à paz.
Nem o próprio povo norte-americano confia no governo dos EUA. Pesquisas mostram que ampla maioria de norte-americanos entendem que os políticos, a imprensa empresarial prostituída [orig. presstitute media] e grupos de interesses privados, como Wall Street e o complexo militar/de segurança, violentam todo o sistema para servir seus próprios interesses, às custas do povo dos EUA.
O império de Washington está começando a rachar, circunstância que provoca ação desesperada. Hoje, (17/7, 5ª-feira), ouvi notícias na National Public Radio sobre um avião de passageiros malaio que caiu em território da Ucrânia. A notícia era  verdadeira. Mas foi apresentada em tom de fazer crer que teria havido alguma espécie de complô urdido pela Rússia e “separatistas” ucranianos. Na BBC, mais e mais opiniões enviesadas, cada vez mais enviesadas. Até que matéria sobre as “mídias sociais” “noticiava” que o avião teria sido derrubado por um sistema russo de armas antiaéreas.
Nenhum dos “especialistas” ouvidos sequer se preocupava com o que os “separatistas” teriam a ganhar com derrubar um avião de passageiros. Nada disso. Elas já haviam decidido que a Rússia “é culpada”, o que “evidentemente” “obriga(ria)” a União Europeia a apoiar sanções ainda mais duras contra a Moscou A BBC acompanhava o script dos EUA e “noticiava” o que Washington queria ver nas manchetes!
A operação tem, isso sim, todos os indícios de ter sido concebida em Washington. Todos os promotores oficiais de guerras rapidamente apareceram em todos os canais de televisão e em todas as manchetes. O vice-presidente dos EUA Joe Biden declarou que “a aeronave foi explodida em voo”. Que “não foi acidente”. Ora! Por que alguém teria tanta certeza, antes de qualquer confirmação oficial? Visivelmente, Biden não procurava culpar o governo ucraniano. Claro que quem abateu a aeronave em “pleno voo” foi… a Rússia! É o modo como Washington opera: grita “culpado!” tantas e tantas vezes, até que já ninguém se lembre de exigir provas.
O senador John McCain pôs-se imediatamente a “declarar” que havia cidadãos norte-americanos no avião, o que bastava para ele “exigir” ações punitivas contra a Rússia (tudo isso antes de alguém conhecer a lista de passageiros do avião e as causas da queda).
As “investigações” estão sendo feitas pelo regime de Kiev, fantoche de Washington. Acho que já se poderia escrever a conclusão hoje, sem investigar coisa alguma.
É alta a probabilidade de que apareçam provas fabricadas, como as provas fabricadas que o secretário de Estado Colin Powell dos EUA apresentou à ONU, para “provar” a existência das inexistentes “armas de destruição em massa” iraquianas. Washington safa-se há tanto tempo, com tantas mentiras, golpes, encenações e crimes, que já se convenceu de que se safará sempre.
No momento em que escrevo, não há ainda informação confiável sobre o avião, mas a velha pergunta dos romanos vale sempre: cui bono? Quem se beneficia?
Os “separatistas” nada têm a ganhar com derrubar um avião de passageiros, mas Washington, sim, tinha “bom” motivo: culpar a Rússia. E bem poderia ter também um segundo motivo. Dentre os muitos rumores, há um rumor que diz que o avião presidencial do presidente Vladimir Putin voava rota semelhante à do avião malaio, com diferença de 37 minutos entre um e outro avião. Esse rumor disparou especulações de que Washington teria decidido livrar-se de Putin, mas errou o alvo: tomou o avião malaio pelo jato presidencial russo. O site Russia Today (RT) noticia que os dois aviões teriam aparência semelhante.
Antes de começarem a “explicar” que Washington seria sofisticada demais para ‘errar’ de avião, lembro que quando os EUA derrubaram avião iraniano no espaço aéreo do Irã, a Marinha dos EUA “explicou” que “pensara” que os 290 civis assassinados naquele atentado estivessem num jato iraniano, um F-14 Tomcat, jato de combate fabricado pelos EUA, e muito usado também pela Marinha dos EUA. Ora! Se a Marinha norte-americana não consegue distinguir nem entre um jato de combate que usa todos os dias, e um avião de passageiros iraniano… é claro que os EUA podem se atrapalhar e confundir dois aviões de passageiros que, como diz RT são, sim, até que “parecidos”.
Durante toda a matéria da BBC, publicada para inventar a culpa da Rússia, nenhum “especialista” lembrou-se do avião iraniano de passageiros que os EUA “abateram em pleno voo”. Ninguém “exigiu” sanções contra os EUA.
Seja qual for o desfecho do incidente com o avião malaio, os fatos indicam um perigo na política soft de Putin contra a intervenção armada e violentíssima dos EUA na Ucrânia. A decisão de Putin, de responder com diplomacia, não com recursos militares, às provocações de Washington na Ucrânia, deu vantagem inicial ao governante russo – como se comprova na reação da UE e de associações de empresários norte-americanos contra as sanções de Obama. Contudo, ao não impor fim imediato, por meios militares, ao conflito que Washington patrocina e comanda na Ucrânia, Putin deixou a porta aberta para os crimes e complôs que Washington está maquinando — e que são especialidade dos EUA.
Se Putin tivesse aceitado o pedido dos antigos territórios russos do leste e sul da Ucrânia, para se reincorporarem à Rússia, o imbróglio ucraniano teria acabado já há meses; e a Rússia não estaria exposta a tantos riscos.
Putin não colheu o benefício de ter-se recusado a enviar soldados para os antigos territórios russos: a posição oficial” de Washington é que há soldados russos operando na Ucrânia. Quando os fatos não ajudam a “confirmar” o que mais interessa à agenda de Washington, “dá-se um jeitinho” nos fatos.
A imprensa empresarial norte-americana culpa Putin; já decidiram que o presidente russo é autor de toda a violência na Ucrânia. É coisa inventada na cabeça de Washington, mas “virou fato” nos jornais e televisões: é o que basta como justificativa para qualquer sanção.
Dado que não há prática ou ato, por sujos que sejam, que Washington não abrace, Putin e a Rússia estão expostos a alto risco de se tornarem vítima de atentados graves ou dos golpes mais abjetos.
A Rússia parece hipnotizada pelo Ocidente, sob forte motivação para ser incluída como parte. Esse anseio por ser aceita trabalha a favor da agenda e dos golpes de Washington.
A Rússia não precisa do Ocidente; a Europa, sim, precisa da Rússia. Opção interessante para a Rússia é cuidar de seus interesses e esperar que a Europa a procure, interessada.
O governo russo não deve esquecer que a atitude de Washington em relação à Rússia é modelada pela “Doutrina Wolfowitz”, que diz:
“Nosso primeiro objetivo é impedir a re-emergência de um novo rival, seja no território da ex-União Soviética ou em qualquer ponto, que represente ameaça da ordem que exerceu, antes, a União Soviética. Essa é a consideração dominante que subjaz à nova estratégia regional de defesa, e exige que trabalhemos para impedir que qualquer potência se imponha, numa região cujos recursos, sob controle consolidado, bastarão para gerar poder global.” 


quinta-feira, 17 de julho de 2014

tema de enem

  (NBD) É O QUE FICA DO ENCONTRO DOS BRINCs...

Por Alacir Arruda
Não se espere da nova instituição confronto com ordem capitalista. Mas é alentador que cresça contestação ao poder dos EUA e aliados

Ao criar o  Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (NBD) com ele vem à tona  uma série de questionamentos: qual o papel do NBD (e dos BRICS) na atual ordem mundial? Seria este um arranjo contra-hegemônico ou “mais do mesmo”?

Fazendo um rápido exercício pouco especulativo, mas com certo embasamento histórico-econômico, é possível dizer que o NBD não apresenta nada de novo. Em outras palavras, o arranjo é mais do mesmo. Não há indicativos, principalmente se levarmos em conta as declarações oficiais – cujo objetivo era o de acalmar o mercado e a comunidade internacional – de que o NBD tenha qualquer aspecto contra-hegemônico, ou busque a substituição das instituições de Bretton Woods – o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Ao contrário do que parece – ou melhor, ao contrário do que se espera –, a ascensão dos países emergentes desde a década de 1970 tem intrínseca relação com o atual sistema internacional. Em outras palavras, os países BRICS (especialmente a China) não alcançaram a atual posição a partir de políticas anti-sistêmicas, mas, sobretudo, aderindo à ordem mundial vigente (com fortes traços liberais, cuja liderança está por conta dos Estados Unidos desde 1945). Surfando na crista das boas ondas internacionais, os países BRICS, quase sempre, se juntaram ao “concerto das nações”, ilustrado nas instituições multilaterais que trabalham, além de outras funções, para a manutenção do status quo.

Nesse sentido, a criação do NBD não afastará os países BRICS – em particular, China e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – da vanguarda da ordem mundial. Ao contrário disso, Brasil e Índia buscam há algum tempo participar deste clube através das tentativas de reformulação das principais instituições internacionais como o próprio Conselho de Segurança, no intuito de distribuir o poder político entre as nações em consonância com o atual poder econômico.

Pari passu a criação do NBD, o BRICS trava um forte embate no FMI. Desde 2010, o grupo das vinte maiores economias, G20, aprovou a reforma da instituição financeira. Ou seja, os países emergentes aumentaram a sua participação no capital do Fundo e ganharam maior peso e voz nas decisões multilaterais. No entanto, o Congresso dos Estados Unidos vem barrando sistematicamente qualquer tentativa de reforma do FMI.

Por isso, não é possível ignorar o atual momento. Desde meados do século passado, mais precisamente desde a conferência de Bandung, não há uma coalizão de países em desenvolvimento capaz de causar, no mínimo, preocupação aos países centrais. Ainda que as vozes pessimistas esperem exaustivamente sempre mais, é preciso olhar o arranjo de forma mais pragmática. Essencialmente, é preciso não esperar da coalizão o que ela nunca se propôs a ser, isto é, um agrupamento transformador da ordem mundial.

Pragmaticamente, o NBD pode ser uma alternativa viável às distorções da economia internacional ou, sendo mais otimista, uma alternativa ao monopólio da decisão político-econômica que, quase um século depois, ainda está sob a égide das instituições de Bretton Woods e, conseqüentemente, dos EUA.

Por fim, é preciso ter o mínimo de autocrítica quando estamos a propor algo “novo”. Atualmente, as críticas direcionadas ao BRICS não apresentam algo realmente novo, algo desprovido de valores/teorias ocidentais. O que se nota é, ao contrário, a manutenção de teorias eurocêntricas travestidas de integração cultural, uma repetição de experiências fracassadas. É prudente esperar a maturação do NBD para, assim, com certo distanciamento histórico, analisarmos se as escolhas foram corretas e os resultados positivos.


quarta-feira, 16 de julho de 2014

contra concursos

PORQUE SOU CONTRA CONCURSOS PÚBLICOS
Por Alacir Arruda

Por muitas vezes fui execrado, (e com certeza serei novamente),  por algumas pessoas  pelo simples fato de ser  contra o formato de contratação de novos funcionários no setor público por concursos. Sou Contra justamente por achar o seu excesso um câncer que tem que ser curado no Brasil.
Em minha mente vem um velho ditado que diz: contra fatos não há argumentos! Então vamos aos meus argumentos.

Qual custo de formação de um profissional no Brasil? Peguemos o custo de uma criança que iniciará suas atividades escolares com 05 anos de idade. Se considerarmos que o preço da mensalidade é de R$ 500 e que os pais bancarão até essa pessoa completar 18 anos (neste caso depuramos a inflação e os ajustes sazonais do período como, por exemplo, elevação salarial da mão de obra educacional), teremos a seguinte conta:
Custo de 01 Ano de Educação = 12 meses x R$ 500 de mensalidade = R$ 6.000
Custeio Educacional na 1ª Etapa de Vida = 13 anos x R$ 6.000 = R$ 78.000
Cabe destacar que não entram em meus cálculos os valores dos materiais que a criança utilizará e os cursos extras, como inglês, que ela fará ao longo do tempo de aprendizado.
Ao final desse primeiro ciclo, essa criança está pronta para o mercado de trabalho? Tenho quase certeza que maioria das pessoas balançou negativamente a cabeça ao término da leitura de minha pergunta. Então, é importante pagar mais 04 ou 05 anos de faculdade para que ela estude e, de fato, tenha condições de se tornar um profissional “qualificado” para o mercado.

Voltemos novamente às contas e manteremos o custo da mensalidade no mesmo patamar de R$ 500 só para simplificar nossa matemática.
Custeio do Ensino Superior = 04 anos x R$ 6.000 = R$ 24.000
Qual o custo desprendido pelos pais para formação dessa criança que se transformou em um adulto com canudo na mão? R$ 102.000. Lembrando que desconsiderei a elevação dos custos e a inflação do período, notamos que mesmo assim é um dinheiro considerado.
Sintetizando meu exemplo, foram 17 anos de estudos na formação de um adulto com 22 anos em busca de uma oportunidade de emprego.
Ao chegar à primeira entrevista, o garoto já pede como salário inicial o valor de R$ 3.000, pois ele quer manter o mesmo padrão de vida dedicado pelos pais ao longo de sua vida estudantil.
Como o empresário sabe que o salário é pago pelo equilíbrio entre produtividade marginal desenvolvida pelo trabalhador com a taxa marginal de substituição técnica, entre outras palavras, o quanto o empresário gasta para manter um trabalhador eficiente em relação a oferta disponível no mercado. Quanto maior for a taxa, maior é o salário médio desse trabalhador em relação a economia como um todo, pois ele é pago pelo que produz.

Ao se deparar com isso, o empresário está disposto a pagá-lo inicialmente o equivalente a R$ 1.000 (três vezes menos do que ele está disposto a receber) devido a sua falta de experiência e o tempo o levará ao salário de início desejado. Logo, como não há acordo, o empresário tem problemas para fechar uma lacuna em seus negócios e o estudante encontra-se desempregado.

Quando este último abre o jornal e vê uma manchete dizendo que o Instituto Nacional das Artes Insanas da Mídia Internacional em Detrimento do Mercado Nacional na Conjuntura Atual abre uma vaga para Analista de Reforma Institucional do Código dos Músicos Fora da Arte, para qualquer nível superior, com um salário inicial de R$ 3.000, o estudante não pensa duas vezes: vou fazer este concurso!

Logo, a economia desviou uma pessoa que se tornaria produtiva para a iniciativa privada em detrimento de um cargo que não faz o menor sentido, tudo pelo salário.
O problema do jovem estudante é um problema para todos nós! Sem a disposição dele para o mercado privado, os empresários aumentam o salário e a carga de trabalho dos que estão bem empregados (executivos) que logram uma vida mais estável (vide salários dos executivos brasileiros) e rebaixam o salário de entrada, já que o nível educacional não está sendo direcionado para o sucesso do mercado privado e sim desviado para o setor público da economia.

Agora me expliquem uma coisa. Por que 85% ( segundo dados do IBGE) de  nossos jovens têm medo de fazerem carreira no mercado privado e buscam  a segurança de um Concurso? Por que o governo distorce tanto a economia de mercado? Por que existem muitos para defender este tipo de política que afundará em longo prazo a economia como um todo (vide o caso da Grécia)? São coisas que não entendo. Alguém pode me explicar?

E antes que os intelectuais de orelha de livro venham aludir  que sou contra concurso publico por  inveja, ou por não consegui passar..alerto-lhes que sou servidor publico concursado em SP  desde 2000 , afastado sem vencimentos, pensando seriamente em pedir exoneração . Antes ja havia sido servidor publico federal (exercito)...e também me afastei..Logo, falo com conhecimento de causa

VEJA A OPINIÃO DO CANTOR LOBÃO



terça-feira, 15 de julho de 2014

crime, esse sim organizado

No Brasil Organizado só o Crime...

Por Alacir Arruda

É assustador as últimas notícias de mortes de policiais e de  civis  no estado de São Paulo, neste último trimestre de 2014. A  violência é atribuída a facção criminosa (autodenominada Primeiro Comando da Capital - PCC) que atua na cidade, a qual articula suas ações de dentro dos presídios, a reação é vingança contra operações da polícia para combater o crime organizado. Isso nos lembra de que, em 2006, a cidade de São Paulo se viu diante de uma situação inusitada por cerca de três dias: a mesma facção criminosa conseguiu fazer a cidade parar, com uma série de atentados a policiais, a ônibus e a instituições bancárias, que geraram pânico na população e mudaram a rotina da metrópole.

Episódios semelhantes ocorrem em alguns bairros do Rio de Janeiro. No Ceará igualmente aumentam os casos de violência. Antes de analisar os fatos em si, é mais interessante procurar o fenômeno histórico e sociológico que está por trás dele: o surgimento do crime organizado no Brasil. Isso ocorreu ao longo da década de 1970 e vários fatores concorreram para que as quadrilhas se transformassem em verdadeiras corporações empresariais. Na década de 60, começou a acentuar-se significativamente a urbanização do país, devido ao êxodo rural. No ano de 1970, 56% da população brasileira vivia em cidades.

Dez anos depois, já eram 68%. Atualmente, passam dos 80%. A população do campo migrou para as grandes cidades - Rio e São Paulo num primeiro momento-, em busca de melhores condições de vida. Tratava-se de gente pobre, com pouco estudo e sem especialização profissional. Parte desse imenso contingente humano, ao longo dos anos 70, conseguiu seu lugar ao sol.

A crise do petróleo no final da década e a estagnação econômica dos anos 1980 impediram que outra parte também se desse bem na vida, excluindo-os dos pequenos e flutuantes avanços da economia brasileira desde então. Resultado: com a continuidade do êxodo rural somado à diminuição da renda, ao desemprego e às poucas oportunidades de trabalho, favelas e as regiões periféricas não só cresceram, como também se tornaram um território propício ao desenvolvimento do crime. Por que propício? Porque se trata de um território menosprezado pelos governantes e onde o Estado não se fazia presente, prestando os serviços que prestar, como a segurança, para dar o exemplo mais óbvio. Na verdade, durante os 21 anos do regime militar (1964-1985) e os 21 subsequentes de democracia, inexistiram políticas públicas sistemáticas voltadas para o setor de segurança.

Os militares voltaram o aparato policial para os opositores do regime. Estes, por sua vez, ao chegarem ao poder, simplesmente ignoraram a questão. Durante os governos militares, criminosos comuns entraram em contato com membros das organizações guerrilheiras de esquerda que combatiam a ditadura. No convívio comum, os criminosos comuns absorveram as táticas e estruturas organizacionais das esquerdas. Não por acaso, a primeira facção criminosa do Rio de Janeiro se autodenominou "Comando Vermelho", numa alusão à cor das bandeiras das organizações e partidos de esquerda. Obviamente que isso não explica o fenômeno como um todo. Não basta ter aprendido os rudimentos de organização na cadeia.

A organização, aliás, não parte necessariamente do contato com esquerdistas. Muitos presos se organizaram a partir da explosão populacional nas cadeias e das condições de vida precária que nelas vigorava. Organizar-se era uma forma de se proteger, evitando assassinatos e estupros por outros presos. Era também uma maneira de tentar dialogar com as autoridades e reivindicar melhores condições de vida na prisão. Mas o elemento que parece ter sido decisivo para a organização do crime no Brasil foi o tipo de negócio com que ele se envolveu, um tipo de negócio altamente lucrativo: o tráfico de drogas. Maconha e cocaína alavancaram o crime organizado por aqui, assim como ocorreu com o álcool clandestino em Chicago, durante a lei seca (1920). Lucrativo devido à expansão do consumo (sobretudo entre as classes médias e mesmo elites), o tráfico de drogas exige uma estrutura complexa para ser levado a bom termo.

Ele implica o plantio e a colheita da maconha e da coca, inclui o tratamento das plantas em estado bruto (no caso da cocaína, o refino é feito a partir de outras substâncias químicas), abrange a estocagem, o transporte e a distribuição - no atacado e no varejo. Como o negócio não é regulamentado por leis, muito pelo contrário, a garantia de segurança para todas as etapas do processo são as armas.

Assim, a violência se torna parte integrante do negócio. Dessa forma, o tráfico de armas passou a se desenvolver paralelamente ao de drogas, num círculo vicioso em que uma forma de tráfico alimenta a outra e a violência se multiplica e potencializa. Além disso, gera ainda a necessidade de as atividades criminais se diversificarem, entrando pelo campo do roubo de veículos e de cargas, por exemplo. Sem falar que os chefões dos negócios se veem forçados a lavar o dinheiro que ganham, isto é, dar um jeito para justificar legalmente a sua origem. Some-se a isso o aumento da população pobre e da exclusão social como causas da criminalidade. A possibilidade de melhorar de vida rapidamente e de escapar da exploração do mundo do trabalho pelo patronato levam muita gente a adentrar na vida criminosa. Obviamente que a questão social, por si apenas, não explica tudo. Talvez se possa falar de vários outros fatores, mas dois são certamente unânimes entre os estudiosos da questão.

Em primeiro lugar, vem a certeza da impunidade. Os grandes criminosos, em sua maioria, sabem que podem dispor de recursos para contratar advogados que, por sua vez, encontrarão as mais diversas brechas numa legislação muito longe de ser a ideal para lidar com o crime organizado. Pior, o crime organizado atualmente começa a corromper o próprio judiciário, como demonstra o envolvimento recente de vários juízes em ações delituosas. Em segundo lugar, está a degradação dos valores morais, da expansão do individualismo neoliberal, em que a ideia de vencer na vida a qualquer preço tornou-se uma espécie de missão única da cada pessoa. Tem-se um vale-tudo social, onde as práticas mais absurdas são toleradas em nome da ascensão e do ter.