sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Desigual é pouco.

NO BRASIL, DESIGUAL É POUCO...

Por : Alacir Arruda

Quando se pensa que chegamos ao fundo do poço,  com políticos corruptos, um governo sem legitimidade e um povo, desgraçadamente, inerte, surge outra  assombração . E no Brasil a gente  pode até dizer que essas assombrações, não têm hora para aparecer quando o assunto é desigualdade social. Só para se ter uma ideia, em 2001 o grupo formado pelo 1% dos mais ricos acumulava nada menos que 25% das riquezas do país. Parecia não ser possível piorar esta situação, não é mesmo? Afinal, os governos petistas venderam a tese de terem reduzido a desigualdade. Acontece que passado pouco mais de uma década, a desigualdade foi elevada. O grupo do 1% mais rico, em 2015, já 30% de tudo. E isso sem contabilizar os últimos dois anos, quando essa história de distribuição de renda ficou démodé.

 A pesquisa divulgada nesta quinta-feira(14.12.2017) http://www.midianews.com.br, mostra os números de todo o mundo. O documento é assinado por um time de pesquisadores, entre eles, o autor do livro “O Capital no Século XXI”, Thomas Piketty. Ele é especialista em estudos sobre desigualdade de renda. Enquanto os 50% mais pobres do Brasil eram mais de 71 milhões de pessoas em 2015, os 1% mais favorecidos somavam 1,4 milhão de pessoas. O estudo também aponta que os 10% mais ricos elevaram sua riqueza de 54% para 55% neste mesmo período, revelou o .
Extremos

Um fato curioso é que os 50% mais pobres, alvos dos programas sociais, também tiveram um aumento da renda, passando de 11% para 12%. O crescimento mais rápido que os 10% mais ricos, segundo o relatório, mas com impacto bem menos relevante devido a sua baixa renda.

Não há dúvida de que, nas últimas décadas, a desigualdade diminuiu, mas continua como um problema crônico no país, essa é a principal conclusão do relatório “A distância que nos une” divulgado recentemente  Oxfam, organização que trabalha na área da justiça social há mais de 60 anos.
O Bolsa Família, ganhos educacionais (que impactaram na redução das diferenças salariais), ampliação da cobertura de serviços essenciais para os mais pobres e a política de valorização real do salário mínimo melhoraram o quadro de completo abandono social do período da ditadura militar e dos anos 80.
Segundo a Oxfam, “entre 1988 – ano da promulgação de nossa Constituição – e 2015, reduzimos de 37% para menos de 10% a parcela de população brasileira abaixo da linha da pobreza. Considerando os últimos 15 anos, o Brasil retirou da pobreza mais de 28 milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que a grande concentração de renda no topo se manteve estável”.
Entre 1976 e 2015, o índice de Gini (parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países) variou de 0,623 a 0,51527, ou seja, a pobreza encolheu de 35% para menos de 10%, menos de um terço do que era há 40 anos.
Depois de alguns dados positivos, vamos aos números que apontam o persistente problema social do Brasil. Para exemplificar, o nível de concentração de renda continua absurdo, apenas seis pessoas possuem riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões de brasileiros mais pobres.  Segundo o ranking de bilionários da revista Forbes, são esses os seis brasileiros: Jorge Paulo Lemann (investidor), Joseph Safra (banqueiro), Marcel Herrmann Telles (investidor), Carlos Alberto Sicupira (investidor), Eduardo Saverin (co-fundador do Facebook) e Ermirio de Moraes (do Grupo Votorantim). Juntos, eles possuem uma fortuna estimada em mais de R$ 280 bilhões, isso equivale a renda de 60% de toda população  brasileira. Isso é uma excrescência num pais que  pretende ser protagonista no futuro. 

No mundo, a situação não é diferente, ainda segundo a Oxfam, que estudou todos os indivíduos com um patrimônio líquido de pelo menos 1 bilhão de dólares, concluiu que 1.810 bilionários (em dólares) incluídos na lista da Forbes de 2016, dos quais 89% são homens, possuem um patrimônio de US$ 6,5 trilhões – a mesma riqueza detida pelos 70% mais pobres da humanidade.

Neste momento, o 1% mais rico da população mundial possui a mesma riqueza que os outros 99%, e apenas oito bilionários possuem o mesmo que a metade mais pobre da população no planeta. Por outro lado, a pobreza é realidade de mais de 700 milhões de pessoas no mundo.
A pergunta que eu faço é simples: "será que o capitalismo é mesmo a solução para o mundo?  Ou Karl Marx estava certo ao afirmar, há mais de 120 anos,  que o capitalismo  cria o seu próprio coveiro, pois concentra a renda na parte superior da pirâmide?" 
E me criticam por eu ser Marxista....

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Um comentário:

  1. Isso é "vero". Um pais com esses dados não pode requerer o grau de "serio". Abs ALACIR- GIOVANNA DE CUIABA

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