EU CONHECI A MALDADE HUMANA...
Por Alacir Arruda
Certa vez eu li que " o limite para a maldade humana é a nossa imaginação", eu conheci essa maldade de perto e da pior forma. Acusado por alguns, traído por muitos e esquecidos por outros. Não que isso tenha me surpreendido pois, enquanto professor, sempre ensinei que o ser humano é, por uma razão evolutiva, naturalmente mal. Esse traço, tido como um defeito pela maioria das sociedades contemporâneas, foi e será um fator único para o desenvolvimento social mundial.
Tal maldade, que surgiu com os nossos ancestrais, foi responsável pelo nascimento dos avanços estruturais em nossa realidade. Machadinhas, lanças, armadilhas, essas armas “ruins” possibilitaram a sobrevivência do homo sapiens através da dizimação de seus inimigos e, conseqüentemente, nos concederam a supremacia do reino animal.
É incontestável que o holocausto, o massacre de Ruanda ou políticos "canalhas" que desviam dinheiro da saúde e educação são genocídios irracionais, incompreensíveis e injustificáveis. No entanto e,infelizmente, graças a existência dessa maldade, foram criadas tecnologias (bélicas, medicinais, anatômicas e espaciais) que revolucionaram a humanidade. Ou seja, a iniqüidade de Hitler foi, apesar de inaceitável, essencial para o progresso de grande parte dos homens.
O Filósofo inglês Thomas Hobbes ( 1588-1679) no século XVII já alertava que: " O homem em estado de natureza é Lobo do Próprio Homem". Esse instinto de aniquilar o que (ou quem) se diferencia dos nossos objetivos e que pode obstruir o caminho para a glória desejada, é compreensível. Seria comum ver pessoas digladiando-se nas ruas e assassinatos indiscriminados por toda a parte, se não existisse o medo, consciente, da punição severa, terrestre ou divina, que sofreriam.
Conclui-se, portanto, que se todos os homens fossem “bons”, ainda estaríamos, provavelmente, morando em cavernas e vivendo primitivamente, pois a maldade é, apesar de paradoxal, fundamental para a evolução e continuidade da raça humana.
O grande problema é a 'banalização do mal", que hoje se espalha pelo mundo. Chegamos a um momento histórico onde nunca se matou tanto e por nada. A internet tem o mesmo poder que um fuzil ao destruir carreiras, biografias e vidas, sobra-nos lançarmos ao bom combate, que é constante, exigindo-nos disciplina e perseverança. A guerra do bem contra o mal, tema de incontáveis livros e filmes, deve ser travada nos domínios dos nossos próprios corações, acima de tudo.
Lembrando-nos da alegoria dos ovos da serpente, onde devemos quebrá-los todos ainda no ninho, antes que libertemos o mal que ainda teima em fazer morada em nós. Se já desencadeamos o mal, somente nos resta sofrer-lhe as conseqüências, com serenidade e resistência.
Em todo ser humano existe uma parcela de prudência, e outra de imprudência. Em todo ser humano existe uma parcela de fé, e outra de ceticismo. Em todo ser humano existe uma parcela de conhecimento, e outra de ignorância.O ser humano é composto de dualidades contraditórias que frequentemente o colocam em conflito diante das incógnitas da vida. Portanto, seria razoável definir todo ser humano como bom e mau ao mesmo tempo.
Com a intensidade variando de um indivíduo pra outro. Mas a questão é; se o mundo hoje é reflexo de uma humanidade muito mais provida de maldade que de bondade, talvez não seja pelo fato de existirem pessoas absolutamente ruins dominando as boas; mas pelo fato de o lado ruim de cada um vencer com mais frequência. A vida que se leva e as motivações, no caso, conduziriam muito mais o indivíduo ao lado maldoso que ao lado bondoso. O sujeito feliz, ou satisfeito, jamais teria motivo para propagar a maldade.
Mas o infeliz certamente já o tem.Se a insatisfação e a infelicidade reinam no mundo onde vivemos, é porque há algo errado na nossa forma de viver/entender a vida.Agora, se a vida parece ser má com a maioria das pessoas, e se, ser individual(sem se comprometer com o bem estar do próximo) parece compensar, tem-se não só os estímulo necessário, como o próprio consentimento cultural de que vale a pena ser mau, pelo menos às vezes, ou quase sempre, em detrimento do ''bem estar próprio''.Resumindo, acredito que os nossos traços culturais (individualismo ao extremo, por exemplo) estimulam um comportamento mais destrutivo que construtivo, mas porque aprendemos. Não porque somos propriamente bons ou ruins. Mas devido ao fato de, na maioria das vezes, sermos mais ruins uns aos outros do que bons por não sabermos conviver em sociedade, como um grupo, como uma só espécie. Enquanto tudo girar em torno de valores que tornam a maledicência mais lucrativa do que a benevolência, o lado mau, ou destrutivo (de cada um) irá sempre ''berrar mais alto''.
Mas se de alguma forma, o lado bom fosse mais estimulado, poderia ser diferente; Se a vida das pessoas com maior potencial de frustração encontrassem nutrição através de estímulos externos como compaixão dos outros/coletividade pra que a vida não se tornasse tão dura, e, se os gestos destrutivos fossem anulados por uma conscientização de que não compensam, a tal maledicência perderia forças. Porque fazer o mal não teria tanto sentido, ou não seria tão lucrativo, como talvez seja hoje
Após tudo que passei cheguei a seguinte conclusão : "Não tenho medo da morte, tenho medo sim... da maldade humana".
Se gostou compartilhe..
Boa tarde Alacir. Nunca sabemos o que iremos passar. Só sabemos que o compromisso de falar a verdade para deixar as pessoas mais esclarecidas é incomodo para os idiotas. Agora na pós modernidade existe muitas armadilhas para a maldade humana. Sei que é terrível. O abandono dos que estavam mais próximos deve ser o pior. Porém além da maldade vem a fraqueza de espírito e também de caráter. Mas nós leitores te admiramos muito. Abraços
ResponderExcluirA verdade e uma só querido professor, eles não suportam a sua inteligencia, capacidade unica de controlar uma sala de aula e encantar os alunos com aulas encantadoras e eficientes,logo, sobra a esses crápulas a ofensa uma vez que não possuem QI para debaterem com vc. Bjs - P.S: Falo isso com conhecimento de causa fui sua aluna.
ResponderExcluir