segunda-feira, 8 de julho de 2013

Espionagem USA


Espionagem: Invasão de Privacidade a Serviço do Imperialismo
Por Alacir Arruda  

              Que os Estados Unidos vigia o mundo inteiro  há muito tempo disso nem o mais mentecapto  dos seres humanos tem duvida, mas após as denúncias do Ex agente   CIA e Ex colaborador  da  N.S.A  Edward Snowden, as coisas começaram a tomar um rumo diferente, obrigando inclusive o Itamarati a pedir explicações ao Governo americano sobre espionagem no Brasil.  Glen Greenwald,  jornalista do jornal The Guardian,  após ter acessos aos documentos de Snowden,   vem revelando detalhes dos programas de vigilância dos Estados Unidos, bem como os países por eles monitorados. Greenwald esteve em contato com o ex-agente da CIA,   em Hong Kong onde Snowden se refugiou.  Snowden revelou ao jornalista que  os  EE.UU sempre utilizaram de  espionagem industrial e econômica como arma na competição no Livre Mercado, ao mesmo tempo, sob o argumento da luta contra o terrorismo, intercepta comunicações via satélite e por internet ou o triunfo do Big Brother mediático e diante da sua privacidade, Sorria que você está sendo filmado, ou melhor, espionado.
           Atualmente e principalmente depois do 11 de setembro de 2001  passamos a ser submetidos a mais violenta agressão aos mais elementares direitos. Os E.E.UU., não satisfeito com o controle da economia mundial, chega à ousadia de se autonomear como o protetor do mundo, e como se fosse o país mais democrático do planeta, intitula-se defensor da democracia e da civilização ocidental cristã. O Ex Presidente, George Bush, que foi  eleito através de um processo eleitoral suspeito, durante o seu governo impôs-se como o único a decidir sobre o destino da humanidade, não lhe importando o respeito aos mais elementares princípios éticos e humanitários. Argumentando sobre a existência de um inimigo invisível, o terrorismo, a Casa Branca passa a agredir aos próprios cidadãos norte-americanos ao criar o Departamento de Segurança Interna e instituem a censura telefônica, as prisões sem autorização judicial, estimula as denúncias levianas e a generalização da perseguição a qualquer suspeito. Cria o milionário programa de investigação, denominado "USA-PATRIOT", que rastreia as comunicações por Internet. Em sua luta neurótica contra o terrorismo, inclui também ONGs que desenvolvem atividades de denúncia e são contra o FMI.
           Quando tinha um ano e meio de governo, Bush já estava arquitetando  junto a CIA esse maravilhoso  empreendimento, qual seja, incompatibilizar os EE.UU com todo o mundo, coisa que  nem toda a propaganda comunista, centrada no ''imperialismo yanqui'' conseguiu ao longo de mais de 40 anos de Guerra Fria. A exigência de Washington de que as tropas norte-americanas e o restante das forças de paz não sejam submetidas à jurisdição da Corte Penal Internacional,   e´um dos pontos de  discordância entre os países centrais e tem levado a atrito com os demais membros do Conselho de Segurança da ONU. Isso  esta agravando cada vez mais as divergências com a União Européia, cujas relações com os EE.UU. já foram abaladas pela denúncia do Tratado ABM, pela repulsa ao Acordo de Kyoto e ao aumento das tachas sobre o aço.
O clima de solidariedade criado depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 já se desvaneceu. A guerra contra o terrorismo, concentrada em maciços bombardeios ao Afeganistão, matando civis e destruindo o meio ambiente, não alcançou o objetivo de liquidar com Osama Bin Laden e a Al Qaeda. (MONIZ BANDEIRA, 2002)
           Estes fatos demonstram a tentativa direitista – um novo tipo de fundamentalismo de direitas – de  submeter todos aos interesses do capital internacional, principalmente daquele ligados aos senhores do petróleo e da indústria de armas e ao mesmo tempo, contribuem para explicitar as contradições existentes entre as grandes potências imperiais e delas com os países e povos dominados e explorados e com seus próprios cidadãos, que são agredidos sistematicamente em nome da segurança cidadã e da luta contra o terrorismo internacional. Apregoam que tudo se justifica na defesa do ideário civilizatório  ocidental e cristão, que na realidade se resume na defesa do capital e do  livre mercado.
           Em um mercado internacionalizado, tanto comercial quanto financeiramente, a competição entre empresas, países e blocos econômicos assume proporções dantescas e inimagináveis para o homem atual, e inclusive para alguns cientistas. As condições e normas, as legais e as morais,  para o funcionamento do livre mercado, que aparentemente são respeitadas por todos os competidores, foram postas em duvida através de um fato não público (e do conhecimento de poucos): a utilização de uma rede de espionagem, cujo objetivo é alterar os resultados da livre competição; para espiar parlamentares, organizações anti ou críticas aos rumos do desenvolvimento capitalista nos dias atuais, como por exemplo Greenpeace e Anistia Internacional e a personalidades, inclusive o Papa João Paulo II.
                Em setembro de 1998, a Comissão Européia compareceu diante do Parlamento Europeu, que nomeou uma Comissão de Liberdades e Direitos do Parlamento Europeu, em 23 de fevereiro de 2000, que em pose de uma série de documentos, começou a reunir-se com o nome de A UE e a proteção de dados,  para tratar de um tema insólito: a existência de uma gigantesca rede de espionagem política e econômica mundial, que envolvia cinco países (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália y Nova Zelândia), que na competição mundial, recebiam informações privilegiadas (e secretas) que lhes permite manter-se e conquistar mercados. No fundamental, o grande beneficiário desta rede é os Estados Unidos da América do Norte, que utiliza as informações com o objetivo de manter o controle dos fluxos econômicos – comercial e financeiros – para seguir mantendo-se como potência mundial hegemônica. Sem dúvida, o Reino Unido, que é um Estado membro da União Européia, por suas relações “privilegiadas” com os EE.UU., é também grande beneficiário desta rede de espionagem, em prejuízo dos demais membros da UE.

- O Sistema Echelon de Espionagem Global
       Esta rede, controlada pelo Sistema Echelon,  através de 120 satélites Vortex, intercepta todo tipo de comunicações que utilizam instrumentos eletrônicos e digitais (as comunicações telefônicas, o fax e o correio eletrônico) em todo o mundo. A capacidade de interceptação de comunicações privadas e de obter informações políticas, econômicas, tecnológicas e comerciais é de 2.000 milhões de informações por dia. Seus objetivos não são somente políticos, para a segurança do Estado e contra possíveis atividades terroristas e subversivas, más também econômicas na competição no livre mercado  internacional. Quando o fato se tornou público, os principais governantes de alguns dos países apontados, evitaram qualquer comentário a respeito, argumentando razões de Segurança de Estado.
            Dado o caráter delicado do assunto, os deputados europeus não se inclinam por denunciar nominalmente ao Reino Unido. Enquanto que, os demais Governos não quiseram, até agora, explorar um assunto que poderia pôr em entredito suas relações comerciais transatlânticas. Graham Watson, britânico, presidente da comissão de liberdades do Parlamento Europeu, reconhece que, em troca, a atitude que podem adotar os diferentes grupos políticos é imprevisível. O mesmo admite que os fatos “são graves se são corretos”. Suas palavras recordam aquelas pronunciadas em 1988 pelo antigo comissário europeu para assuntos industriais Martín Bangeman, para quem “se este sistema (Echelon) existe, constitui um ataque intolerável contra as liberdades individuais e a segurança dos Estados. (ZECCHINI, 2000: 3).
            Ao fim da Guerra Fria promoveu-se o entendimento de que o mundo entraria em uma época de paz e que como conseqüência, não teria sentido manter a corrida armamentista nem os sofisticados sistemas de espionagem. Isto, inicialmente, conduziu a pensar que os serviços de espionagens sofreriam cortes orçamentários e perdas de influência; ao contrário, estes serviços passaram a ser utilizados na guerra  comercial globalizada. Inclusive, no caso dos Estados Unidos, esta rede se manteve intacta e teve sua área de atuação: a NSA, um dos serviços secretos menos conhecidos, emprega 20.000 pessoas e tem um orçamento de dez bilhões de dólares.
             O Parlamento Europeu possui informações detalhadas sobre esta rede de espionagem e da utilização de suas informações para favorecer empresas norte-americanas na guerra comercial. A situação se torna mais delicada ao envolver um país membro da União Européia, o Reino Unido, que possui um papel chave nesta rede de espionagem.
             O Centro de Comunicações do Governo (GCHQ) britânico emprega cerca de 15.000 pessoas em missões ofensivas (captação e análise de informações estrangeiras) e defensivas (codificação e proteção das comunicações britânicas). Além de contar com uma dezena de centros no Reino Unido, o GCHQ organizou estações de escuta em Gibraltar, Belize, Chipre, Oman, Turquia e Austrália. A chamada Divisão Z é encarregada especificamente das relações com a agência norte-americana.
           A participação do Reino Unido na rede Echelon coloca a maioria de seus sócios europeus em uma situação particularmente incômoda. Londres se situaria em uma posição “ambígua”  se, como denunciam seus adversários, a rede Echelon se converteu em uma ferramenta de “espionagem econômica”. Para o especialista em Internet François-Emile Truchet, o Reino Unido pratica a ambivalência de ser um país europeu que espiona seus aliados.
A cumplicidade de Londres com Washington pode abrir um novo conflito no diálogo europeu, sobre tudo se, como pretendem os especialistas, as escutas se dirigem especialmente contra a França e a Itália. Inclusive chegou a falar-se da existência de uma cláusula especial no acordo UK-USA, segundo a qual o sistema de escutas britânico substituiria automaticamente ao estadunidense no caso de que a justiça norte-americana chegasse a proibir a interceptação de comunicações privadas por parte da NSA.  O  sistema de escutas francês, por exemplo, não tem a mesma capacidade do britânico, que se torna muito superior dentro da rede Echelon com o apoio dos EE UU. (EL PAÍS, 23-fevereiro.-2000: 3).

Exemplos de Espionagem Global
               Em 1993, José Ignácio López de Arriortúa, diretor de nível superior da General Motors de Detroit, deixou a empresa e se colocou a serviço da Wolkswagen na Alemanha, levava consigo documentos confidenciais e disquetes repletos de informações e segredos industriais. Esta mudança de emprego provocou uma verdadeira batalha jurídica entre a Opel, filial alemã da General Motors, e a empresa Wolkswagen, que foi acusada de roubo de segredos industriais que a beneficiava na competição comercial. A querela judicial se estendeu por quatro anos. A policia obteve provas que incriminavam a empresa alemã e logo a imprensa internacional anunciou “o julgamento do século”. Mas, surpreendentemente, em janeiro de 1997, se alcançou um milagre: a Wolkswagen aceitou um acordo em que pagaria dez bilhões de pesetas a General Motors.
            Um antigo oficial superior da Bundeswehr, o exército alemão, Erich Schmidt-Eenboom, hoje diretor do instituto alemão de estudos estratégicos, facilitou a imprensa alemã sua própria versão do que sucedeu: a Administração Clinton havia pressionado a General Motors para que chegasse a um acordo amistoso, com o objetivo de não revelar o papel de “Hortênsia III”, a base norte-americana de Bad Aibling, situada na Baviera. Durante a guerra fria, a NSA havia instalado na Baviera dois centros de escuta ultra-sofisticados, em Bad Aibling (aliás “Hortênsia III”) e em Gablingen: antenas parabólicas de trezentos metros de diâmetro e de cem metros de altura; instalações de doze andares abaixo da terra; significativa quantidade de computadores com lógicas seletivas que permitem gravar conversas que incluem palavras determinadas ou seqüências de frases concretas.
          Dois formidáveis instrumentos de espionagem eletrônica dirigida para o leste e capazes de interceptar, analisar e memorizar qualquer comunicação. Terminada a guerra fria, “Hortênsia III” foi orientada para a Sérvia e, em seu tempo livre, foi encarregada de vigiar o conjunto de trafico telefônico alemão, e de uma parte dos países limítrofes. Segundo Erich Schmidt-Eenboom, foram graças à “Hortênsia III” que a NSA descobriu que o trânsfuga da General Motors escondia os documentos subtraídos e, através da CIA, comunicou esta informação ao quartel geral da GM em Detroit. Algo difícil de explicar pelos Estados Unidos a seus “aliados” europeus. (FERNÁNDEZ, 1999: 13).
             Em 1994, os Estados Unidos da América do Norte e a União Européia tinham alguns interesses divergentes nas negociações dos acordos comerciais do GATT; os representantes norte-americanos, reunião, após reunião, manifestavam através de suas atitudes, conhecer as opiniões dos representantes europeus e apresentavam argumentos bem fundamentados para contra-argumentar com as posições dos europeus. O motivo desta premonição dos norte-americanos é muito simples: a CIA, através da rede informática, havia penetrado nos computadores da Comissão Européia e obtido as informações que iam parar nas mãos dos representantes norte-americanos.
           Outros fatos semelhantes denunciados são: em 1990 os Estados Unidos da América do Norte tiveram acesso as negociações secretas e conseguiram persuadir a Indonésia de que incluísse uma grande empresa norte-americana de telecomunicações em um negócio que se destinava a uma empresa japonesa; a empresa norte-americana Raytheon ganhou uma concorrência da francesa Thomson-CSF, para a instalação de um sistema de radar de vigilância da Amazônia (Brasil); a Airbus Industries perdeu um contrato para a Boeing e a McDonnell Douglas, também graças à obtenção de informações privilegiadas obtidas através da espionagem.

            Isso deixa claro a ação “criminosa” do governo  norte americano  no que diz respeito a invasão de privacidade de cidadãos não americanos, como é o caso do Brasil,  que vem sendo monitorado há anos.  Ter a Democracia mais consolidada do mundo não habilita  qualquer nação a   interferir  no direito primário dos indivíduos, que é  o de  “ir e vir”

3 comentários:

  1. O E.U.A se acham os donos do mundo mesmo. Acham que podem invadir a privacidade de todo mundo. O livro: 1984, de George Orwell, revala de modo profético, temas relevantes como a quebra da privacidade. Foi uma forma de dizer que a distopia descrita não era uma ameaça distante.
    Como dizia em seu livro: “O Grande Irmão está de olho em você”.(George Orwell).

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    1. Obrigado pelo comentário..concordo plenamente com você. George Orwell foi um visionário, um homem à frente de seu tempo. Em 1947, ano em que foi publicado o livro 1984, ele já antevia o que iria acontecer no mundo pós II Guerra. Sugiro que leiam também, do mesmo autor, A Revolução dos Bichos.

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    2. Obrigado pela dica Prof.vou ler sim.

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