QUANDO A MENTIRA E O ÓDIO OBTÉM MAIORIA NAS URNAS..
Para o revolucionário, e não menos genial, cineasta brasileiro Glauber Rocha: “Enquanto continuarmos levando a política na
sacanagem, os políticos continuarão a nos levar pelo mesmo caminho”. Não
tenho dúvidas que a vitoria de Dilma
Rousssef se deve muito a essa frase. Senão vejamos. Quem é o eleitor de Dilma?
Salvo alguns anencéfalos e pseudos
intelectuais, seu eleitorado e composto da grande massa de assistidos por programas “criminosos" de transferência de renda.
Dilma Rousseff, do PT, é mineira e vai fazer 67 anos no dia 14 de dezembro
próximo, reelegeu-se presidente da República. Aos 96,24% dos votos apurados,
ela tem 51,18% dos votos, contra 48,82% de seu oponente, Aécio Neves, do PSDB.
Obtém o segundo mandato de forma legítima, segundo as regras do jogo, mas é
importante destacar que apenas cerca de 80% do eleitorado. Nada menos do que
cerca de 28 milhões e brasileiros deixaram de comparecer às urnas. Os
brancos e nulos ultrapassam 6,37%, e há, como se mencionou, os quase 50 milhões
que queriam Aécio presidente. E assim é com o absurdo instituto do voto
obrigatório. Um presidente é ungido, note-se, com o voto de uma minoria.
Parece-me que um de seus deveres é tentar atrair a adesão daqueles que
preferiram outro caminho. E é nesse ponto que as coisas podem se complicar para
Dilma.
Vamos ser claros? O PT não se caracteriza
exatamente por fazer campanhas limpas. Gosta de dossiês e de montar bunkers
para destruir reputações; adere com impressionante presteza às práticas mais
odientas da política; transforma adversários em inimigos; não distingue a
divergência legítima da sabotagem e o oponente de um alvo a ser destruído;
julga-se dotado de um exclusivismo moral que lhe confere o suposto direito de
enlamear a vida das pessoas. Não foi diferente desta vez. Ou foi: a violência
retórica e as agressões assumiram proporções inéditas. Nunca se viram tanta
baixaria, tanta sordidez e tanta mentira numa campanha.
Vejam de novo o placar: Dilma vai vencer Aécio por
diferença pequena. Quantos desses votos são a expressão do terror, do medo, do
clientelismo mais nefasto? Não! Não se trata, e evidente, de tachar os
eleitores de Dilma de “desinformados” — até porque, felizmente, a democracia
ainda não inventou um mecanismo que distinga os “bons” dos “maus” votos. Mas é
preciso ser um pilantra para ignorar que pessoas economicamente vulneráveis,
que estão à mercê do Bolsa Família, acabam decidindo não exatamente com menos
informação, mas com menos liberdade.
Multiplicaram-se aos milhares as denúncias de
chantagens aplicadas contra as pessoas que recebem benefícios sociais do Estado
brasileiro. Cadastrados do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida passaram a
receber torpedos e a ser bombardeados com panfletos afirmando que Aécio
extinguiria os programas, como se estes pertencessem ao PT, não ao Brasil. De
própria voz, Dilma chamou os tucanos de inimigos do salário mínimo — que teve
ganho real acima de 85% no governo FHC, superior, proporcionalmente, aos
reajustes concedidos pela própria Dilma. E daí? As mentiras sobre o passado
foram constrangedoras: FHC teria entregado o país com uma inflação maior do que
a que recebeu; tucanos teriam proibido a construção de escolas técnicas; o
governo peessedebista teria sido socialmente perverso… E vai por aí. Sobre o
futuro do Brasil, não disse uma miserável palavra a não ser um daqueles
miraculosos programas — agora é a vez do “Mais Especialidades”…
Quanto dos cerca de 52 milhões de votos que Dilma
obteve a mais do que Aécio se consolidaram justamente no terror? Ora, esbarrei
em São Paulo com peças verdadeiramente sórdidas de terror e de agressão à honra
pessoal de Aécio. Estatais foram usadas de maneira vergonhosa na eleição, como
se viu no caso dos Correios. Em unidades de bancos público, como CEF e BB,
houve farta distribuição de panfletos contra o candidato tucano.
É claro que o medo, ainda que por margem estreita,
venceu a esperança. Dilma assumirá o novo mandato, no dia 1º de janeiro, com
boa parte dos brasileiros sentindo um certo fastio de seu governo. Pior: o país
parou de crescer, os juros estão nas nuvens, e a inflação, raspando o teto da
meta. Dilma também não tem folga fiscal para prebendas, e o cenário
internacional não é dos mais hospitaleiros. Não será fácil atrair aqueles que a
rejeitaram porque vão lhe faltar os instrumentos de convencimento.
Petrolão
Mais: Dilma já assumirá o novo mandato nas cordas.
Além de todas as dificuldades com as quais terá de lidar, há o estupefaciente
escândalo do Petrolão. A ser verdade o que disse sobre ela o doleiro Alberto
Youssef, não vai terminar o mandato; será impichada — e por boas razões.
O escândalo não vai se desgrudar dela com tanta
facilidade. Youssef pode estar mentindo? Até pode. Mas ele deve conhecer as
consequências de fazê-lo num processo de delação premiada. Ele pode não servir
para professor de Educação Moral e Cívica, mas burro não é. E que se note: em
meio a crises distintas e combinadas, a governanta promete engatar uma reforma
política, com apelo a plebiscito. Vêm tempos turbulentos por aí, podem esperar.
Dilma venceu por um triz porque o terrorismo
funcionou. Sua campanha foi bem além do limite do razoável. Seu governo já
nasce velho, com parcela considerável do eleitorado a lhe devotar franca
hostilidade. E, por óbvio, seus “camaradas” à esquerda não vão lhe dar folga.
A petista assumirá o novo mandato no dia 1º de
janeiro tendo à frente o fantasma do impeachment e a realidade de uma economia
estagnada. Não a invejo. E creio que Aécio também não porque, por óbvio, se ele
tivesse vencido, isso teria ocorrido segundo as suas circunstâncias, não as
dela, que são muito piores.
O
Brasil vai acabar? Não! Países não acabam. Eles podem entrar em declínio
permanente. Mas Dilma pode ficar tranquila: nós nos encarregaremos de lembrar
que ela foi eleita para governar um país segundo regras que estão firmadas pelo
Estado de Direito. Ela pode contar com a nossa vigilância. Agora, mais do que
nunca.
Não entendo como um pais que vai para as ruas fazer manifesto contra um governo, vota nesse mesmo governo!
ResponderExcluirNa vdd entendo sim! Um povo que nao se respeita, não se leva a serio, não pode exigir nada.
Concluo que toda manifestação não passa de um bloco de carnaval.
Essa é a MINHA opinião.
Agora rezem para que nao sintam necessidade de irem para as ruas de novo.. segurem suas ansiedades que carnaval tem todo ano.
Mahalla, comungo com você essa indignação, que na verdade não e apenas sua nem minha, mas sim de 48% dos brasileiros. Apenas torço para a senhora Dilma tenha consciência que metade do país estará de olho, fiscalizando em cada passo que ela der. Bjs
ExcluirO cidadão tem o país que merece, não busca mudança e taxam as pessoas com pensamentos de mudança de utópicos ou elite branca. Não vou para as ruas nestes próximos anos, e nem vou falar de protestos,o brasileiro vai provar o doce sabor da crise que vai ser instalar ou já instalada!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO Brasileiro pede mudanças, fazem manifestações, reclamam e muito mais, na hora que se têm a oportunidade de ir até as urnas e escolher um mandato "melhor" (entre aspas porque sabemos que todos são corruptos e roubariam do msm jeito), votam novamente no ser que fez desses 4 anos um caos em nosso país! Espero que dessa vez o partido melhore e nos surpreenda !
ResponderExcluirPS: Muitos leram este artigo, criticaram, porém não tiveram coragem de deixar sua opinião.
Um abraço Prof. Dr
Ola Thamirys..mas é isso mesmo, os que criticam são justamente os apáticos que preferem a tranquilidade do anonimato em detrimento do debate de ideias. Abs
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