segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Extrema direita: ódio e intolerância

EXTREMA DIREITA ALEMÃ: QUANDO O ÓDIO E A INTOLERÂNCIA VIRA POLÍTICA DE ESTADO.

Por Alacir Arruda

Foi em 1921,  que um austríaco de descendência alemã, baixinho e feio, porém bem articulado, chamado Adolf Hitler fundou o Nacional Socialismo  Alemão ( OU PARTIDO NAZISTA), e  logo  esse partido arrebanhou uma serie de adeptos. Com uma ideologia que pregava a supremacia dos arianos (brancos), a luta por um espaço vital do povo germânico e  um ódio mortal do povo judeu,  já nas eleições de 1927 eles conseguiram eleger um grande numero de deputados e em 1933 Hitler assumiu o poder  e declarou instaurado o III Reich (III império). Acredito que a partir dai todos devem ( ou deveriam) lembrar o que esse lunático aprontou. 

Para quem tem acompanhado o noticiário politico internacional dos últimos 5 anos tem percebido  um crescimento da extrema direita, sobretudo na Europa, em proporções geométricas. Donald Trump talvez seja o exemplo de maior sucesso dessa corrente que andava meio esquecida desde o fim da II Guerra Mundial  em 1945 mas esta voltando com força total.

Por exemplo,  A  CDU  ( Democratas Cristãos) de Angela Merkel venceu as eleições mas quem pode, de facto, cantar vitória, é a extrema-direita alemã. A Alternativa para a Alemanha assume-se como terceira força mais votada. A formação consegue, pelo menos, 13% de votos, segundo a sondagem divulgada pela televisão pública ZDF. A festa fez-se na sede de campanha do partido que consegue, pela primeira vez, sentar-se no parlamento alemão.

“A primeira coisa que vamos fazer é iniciar um inquérito Parlamentar a Angela Merkel”, afirmou Alice Weidel, uma das candidatas da formação.O medo e o ódio sempre foram aliados da extrema direita. Assim como o idealismo rancoroso é um aliado da extrema esquerda. E isso vale para a Alemanha e para o Brasil. Mas notem: eu não tenho paciência para pessoas que veem a política segundo esferas de sensações que atravessam mares, tomam continentes. Ao contrário: penso que isso é uma bobagem.

O que o país que deu 13,5% dos votos para o partido Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão), de extrema direita, tem a ver com os 20% alcançados por Jair Bolsonaro, no Brasil, segundo pesquisas? Respondo: no conteúdo, nada! A agenda da sigla AfD, criada em 2013 para pedir a saída daquele país da União Europeia, não faz sentido por aqui. Mas sim: há medo e ódio por lá. Há medo e ódio por aqui.

Angela Merkel deve formar uma coalizão para o seu quarto mandato. Seu partido, União Democrata-Cristã (CDU), ficou com 32,9% dos votos, mais de 12 pontos percentuais à frente do líder do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, com estimados 20,8%. Hoje, eles são aliados. Mas Schulz já avisou que o SPD será oposição no quarto mandato de Merkel.

Vamos ver. Inexiste hoje, no Brasil, uma força governista que tenha os quase 33% da chanceler alemã. Mas é certo que o discurso radical da extrema direita mobiliza fatia considerável do eleitorado brasileiro. Se recente pesquisa CNT-MDA estiver correta, mais de 13% dos brasileiros dizem que só votariam em Jair Bolsonaro. Ele fica no patamar de 19%-20% no levantamento estimulado de primeiro turno. No segundo, o capitão reformado do Exército, que chegou a ser punido por indisciplina quando na ativa, não chega a 29%. Ou por outra: no Brasil ou na Alemanha, a extrema direita pode ter até uma votação expressiva, mas encontra dificuldade para crescer além do seu nicho.

A AfD nasceu como partido contra a União Europeia e se transformou na expressão principal da xenofobia. Seus militantes passaram a fustigar, sem piedade, a chanceler Merkel por ter aberto o país à imigração de refugiados dos países árabes em guerra. Seu lema é “Alemanha para os alemães”. E isso quer dizer que o partido prega abertamente que os refugiados deixem o país. Eles acusam Merkel de ter cedido às pressões da União Europeia.

Bem, meus caros, aquele país tem alguns monstros trancados no armário que deixam as pessoas civilizadas de lá e de todo canto com o cabelo em pé. Sabemos, e Bolsonaro o evidencia entre nós, que há os tipos que não resistem às soluções simples e erradas para problemas difíceis. Não duvidem: hoje, um levantamento sobre uma eventual intervenção militar no Brasil traria resultados terríveis, mas que não surpreenderiam.

Na Alemanha, os imigrantes estão na raiz do medo e do ódio — além, não se desconsidere, de velhos fantasmas. Entre nós, reconheça-se, o lado deletério da Lava Jato contribuiu de maneira significativa para desacreditar os políticos. E, como sabemos, mais sofreram os líderes que se opuseram ao petismo. Quando testados nas pesquisas, perdem de Lula nos votos e ganham na rejeição. O “ninguém presta” a que nos conduziram Rodrigo Janot, Deltan Dallagnol, Carlos Fernando e outros tantos é ruim, sim, para o PT. Mas é pior para quem estava na oposição aos companheiros: é como se tivessem traído também a esperança.

Mas só isso não explica a ascensão de Bolsonaro. Sabem os tiroteios na Rocinha? Sabem o número escandaloso de homicídios no país em um ano — média de 53 mil? Pois é: o nome da nossa “imigração” é “insegurança pública”. Seja a guerra da Rocinha, sejam os latrocínios país afora, eis os eventos a alimentar o medo. E isso é mel na sopa para os populistas de direita. Os de esquerda continuarão a achar que se vive naquela favela apenas mais um capítulo da luta de classes.

“Aparentemente somos o terceiro partido mais forte, o que significa que o próximo governo terá de estar preparado porque vamos persegui-lo, a ele, à Sra. Merkel, ou a quem quer que seja”, adiantou.

A confirmarem-se as projeções o próximo Bundestag terá seis grupos parlamentares, o mais diversificado, em termos de formações políticas, desde 1950.Grupos judeus na Europa e nos Estados Unidos expressaram preocupação com a ascensão da extrema direita na Alemanha após as eleições do ultimo domingo (24).

O crescimento da sigla de direita populista AfD (Alternativa para a Alemanha) foi a novidade do pleito e, com 13,2% dos votos, o partido chega ao Parlamento pela primeira vez e como o terceiro maior.

A direita populista não era representada no Parlamento desde o fim da Segunda Guerra em 1945, o que é considerado um reflexo de esforços alemães para se distanciar dos horrores do Holocausto.

Após as eleições, o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald Lauder, chamou a chanceler Angela Merkel de "uma amiga verdadeira de Israel e do povo judeu" e criticou o avanço do AfD.

"É abominável que o partido AfD, um movimento reacionário vergonhoso que repete o pior do passado da Alemanha e deveria ser proibido, agora tenha a habilidade de promover sua plataforma vil no Parlamento alemão", disse Lauder.
O AfD, que ganhou força nos dois anos, desde que Merkel acolheu mais de 1 milhão de migrantes, a maioria fugitivos da guerra no Oriente Médio, disse que a imigração compromete a cultura da Alemanha, mas nega que seja racista ou antissemita.

O Congresso Judaico Europeu, por sua vez, pediu aos partidos centristas para que cumpram seus votos e evitem formar coalizões com o AfD.

"Algumas das posições que adotou durante a campanha eleitoral exibem níveis alarmantes de intolerância não vistos na Alemanha há muitas décadas e que, claro, são de grande preocupação para os judeus alemães e europeus".

O Conselho Central dos Judeus na Alemanha disse que os resultados das eleições confirmaram seus piores medos e pediu união contra o AfD.

"Um partido que tolera o pensamento extremista de direita em suas fileiras e incita o ódio contra as minorias... agora será representado no Parlamento e em quase todas as legislaturas estaduais", disse o presidente do grupo, Josef Schuster, em um comunicado.

"Espero que nossas forças democráticas exponham a verdadeira natureza do AfD e suas promessas populistas vazias", acrescentou.

A Alemanha, que abriga hoje aproximadamente 200 mil judeus viu os crimes antissemitas aumentarem 4%, para 681 nos primeiros oito meses de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado.

Só lembrando mais uma vez, no Brasil o representante máximo dessa corrente que hoje assombra a Europa e o mundo , é o senhor Jair Bolsonaro, que já aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos para Presidente da Republica e possui uma legião de lunáticos ( tal qual ele)  que o admiram.


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Um comentário:

  1. Caro professor, muito interessante seu texto e uma alerta,pois em épocas de dificuldades aparecem os chamados "salvadores da pátria" que na verdade, após eleitos, se comportam como déspotas levando suas nações a um caos ainda maior, basta ver o que psicopatas como: Maduro, Kim Jong e até Trump estão fazendo com suas nações. Espero que nós brasileiros, ano que vem, saibamos que urna não e pinico e não elejamos mais um retardado. Abraços Fernando

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