terça-feira, 19 de setembro de 2017

U.S.A - Nossa Policia

ESTADOS UNIDOS: A POLÍCIA DO MUNDO.

Por Alacir Arruda

O mundo passa por um momento extremamente  delicado, e não é apenas no plano politico-econômico ou militar. Após anos de quietude, a natureza resolveu mostrar sua "insatisfação" com os destinos que o mundo tem tomado quanto ao clima Furacões nunca antes vistos arrasaram as ilhas caribenhas e levou terror ao sul dos Estados Unidos. Terremotos devastaram varias regiões do México, inclusive a sua Capital; - Cidade do México-. Mas sem duvida o fato que mais chamou atenção por esses dias, foi o discurso do Presidente Norte Americano Donald Trump na abertura da Assembleia Geral da ONU. Que Trump é um falastrão inveterado isso o mundo sabe, mas dai a dizer em alto e bom som que irá "destruir" a Coréia do Norte,  caso aquele outro maluco continue ameaçando os EUA, ele ultrapassou todos os limites do bom senso.

Os americanos tem se comportado como a "polícia do mundo" desde o fim da II Guerra em 1945. Já invadiram o Vietnã em 1964  apenas para demonstrar força, instalou o caos na divisa entre as duas Coreias em 1951, que causou a divisão do país em dois e levou essa região  a uma tensão  que permanece ate os dias atuais, invadiram o Panamá em 1982 para destituir um Presidente corrupto que eles mesmos tinham colocado no poder, arrasaram o Iraque sob a justificativa de que Saddam Hussein teria armamento químico e seria   o arquiteto dos  ataques as Torres Gêmeas em 2001 (detalhe, Saddam assumiu  poder no Iraque em 1979 com ajuda dos Estados Unidos). Um erro duplo e grosseiro, primeiro porque não encontraram uma arma química sequer no Iraque e segundo que  o responsável pelos  ataques as Torres Gêmeas foi o saudita Osama Bin Laden, líder a Al Al-Qaeda,  que foi  morto por eles  em 2014. Invadiram o Afeganistão sob a desculpa de que Bin Laden la escondia, destruíram o país, que ja é pobre, apos algum tempo Bin Laden foi localizado no país vizinho, Paquistão. Houveram ainda várias interferencias americanas em diversas nações menores com um unico objeico: demosntrar força!

No encontro do G7, ocorrido em abril desse ano na Italia, o  secretário de Estado norte americano disse que  EUA sairão em defesa de civis onde for preciso.  Essa  guinada na política externa de Trump suscita uma série de questões sem esclarecer estratégia. No encontro de cúpula de ministros do Exterior do G7 na cidade italiana Lucca, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, não deixou mais nenhuma dúvida de que a Rússia deve mudar sua política para a Síria e cortar suas ligações com o Irã, como também com a milícia xiita libanesa Hesbolá. Esse é um desafio claro lançado em direção a Moscou e que não se poderia esperar alguns dias atrás.


Na época do encontro havia ocorrido um  recente ataque com gás na Síria, Tillerson mudou drasticamente a atitude do governo de Donald Trump frente à Rússia. Em vez de aproximação, a posição parece ser agora de uma confrontação mais acirrada. Nessa mudança de curso, Tillerson sabe que conta com a aprovação dos mais importantes ministros do Exterior ocidentais. Itália, Reino Unido, França, Japão, Canadá e Alemanha não tinham opção a não ser aprovar o ataque militar dos americanos e apoiar o novo posicionamento frente ao conflito sírio.

Em princípio, o secretario de estado dizia  concordar a época,  que a Rússia deveria se afastar do impasse chamado Bashar al-Assad. Mas nas nuances isso não se aplica. Assim, os ministros do Exterior do G7 não conseguiram chegar a um acordo sobre uma ameaça por meio de novas sanções.

Quanto tempo a posição americana clara vai durar? Essa foi a questão que pairou sobre o encontro na região da Toscana. Afinal, nas semanas passadas, Tillerson havia mudado várias vezes de atitude em relação à Síria. Durante a campanha eleitoral, Trump havia rejeitado intervenções por parte dos Estados Unidos, mas agora ele volta atrás e intervém. Na Itália, o seu ministro do Exterior chegou a fazer até mesmo uma promessa bastante abrangente: os Estados Unidos iriam intervir em qualquer lugar para fazer com que sejam responsabilizados todos que cometerem crimes contra inocentes. A potência mundial como polícia global. Se necessário, mesmo sem mandato.

Donald Trump se aproxima do ex-presidente George W. Bush, que quis investir contra o "eixo do mal" e empreendeu uma guerra no Iraque, que o próprio Trump criticou como um grande erro. Aparentemente, o atual presidente americano e seu secretário de Estado estão dispostos a mexer não somente com a Rússia, mas também com a Coreia do Norte e sua potência protetora China.

As ameaças de "ações unilaterais" podem ser saudadas como uma abordagem enérgica, corajosa, mas também podem ser percebidas como um jogo perigoso no gatilho. Em Lucca, os ministros do Exterior ocidentais não chegaram a um consenso ao avaliarem a doutrina Trump em formação.

Trump e Tillerson não devem contar com apoio prático, ou seja, como tropas ou dinheiro, de seus aliados ocidentais em sua nova política para a Síria. Tudo deve ficar em palavras. Nenhuma das outras seis potências quer se envolver em conflitos sangrentos como Síria ou Coréia. É questionável se a nova confrontação com a Rússia virá a proporcionar uma chance para um processo de paz político, como almeja o ministro alemão do Exterior, Sigmar Gabriel.

Será que algum dia Putin vai realmente mudar de posição e deixar que Assad caia?  Permitir que ações mais severas sejam aplicadas a Pyongyang? Não tão cedo, talvez num futuro próximo, quando os presidentes sírio e da Coreia do Norte não lhes forem mais útil e. Os russos também vão esperar para ver se a política externa americana se concretiza ou se na próxima semana se anuncia uma nova guinada.

A questão de por que Trump mudou agora sua atitude de "EUA em primeiro lugar" para "EUA por toda parte" ainda não foi suficientemente respondida. Em Washington, alguns observadores suspeitam que isso tenha a ver com a filha do presidente. Sem salário, mas com muita influência sobre o pai, Ivanka Trump apelou aparentemente à moral do genitor para que se utilize a singularidade dos EUA. Outros especulam sobre uma manobra de política interna para distrair a atenção, já que, segundo eles, o presidente quer mostrar que a Rússia não influenciou a sua eleição e que os contatos de sua equipe eleitoral com Moscou foram completamente inocentes.

E o que vai acontecer agora? O porta-voz de Trump na Casa Branca não descartou a possibilidade de mais ataques aéreos se o regime Assad continuar utilizando bombas de barril, o que acontece com frequência. Os EUA vão intervir realmente de forma maciça na guerra da Síria? O que o presidente vai exigir, afinal, de seus aliados na Europa e na Otan? Como os americanos irão se comportar no delicado conflito com a Coreia do Norte, caso o enlouquecido governante em Pyongyang, como é esperado, ordene o próximo teste nuclear? A política externa americana suscita muitas questões táticas, mas uma estratégia concreta ainda não está clara.


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