sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Europa: Inssureições

A EUROPA EM FRAGMENTAÇÃO..

Por Alacir Arruda.

É, a rebeldia da Catalunha está mesmo  fazendo escola. Aquilo que a União Europeia mais temia esta acontecendo, o insurgimento de algumas regiões fora da Espanha. Recentemente eleitores de Lombardia e Vêneto, regiões ricas do norte da Itália, participaram de plebiscitos para decidir se desejam maior autonomia com relação a Roma. A vitória do "sim" daria aos presidentes das regiões mais poder em negociações para buscar aumento da participação na receita tributária e assumir algumas responsabilidades atualmente atribuídas ao governo central. Os líderes querem mais poder em áreas como segurança, imigração, educação e meio ambiente.

Diferentemente do que aconteceu na Catalunha, os plebiscitos não buscam independência e foram aprovados pelo tribunal constitucional da Itália. Ainda assim, a votação é uma ameaça poderosa à autoridade de Roma. Juntas, as regiões de Veneto e a Lombardia representam 30% do Produto Interno Bruto (PIB) da Itália, e cerca de um quarto do eleitorado do país.

"Uma página da história está sendo escrita", disse o presidente do Veneto, Luca Zaia, ao votar na província de Treviso, ao norte de Veneza. "O Veneto não será o mesmo de antes."

O presidente da Lombardia, Roberto Maroni, disse que o plebiscito representa uma "ocasião histórica" para os dois líderes, que buscam "maiores responsabilidades e recursos".

No Veneto, 52% dos 4 milhões de eleitores votaram. O comparecimento é suficiente para validar o resultado do plebiscito. Na Lombardia, onde não foi estabelecido um quórum, o comparecimento foi menor, ficando acima de 30% dos 8 milhões de eleitores. Maroni esperava um comparecimento acima dos 34%.

As duas regiões são governadas pelo partido Liga Norte, que é contra a imigração e a União Europeia. O presidente do partido, Matteo Salvini, disse que vai buscar autonomia independentemente do comparecimento, contanto que o "sim" vença. "Não importa o que aconteça, se alguns milhões de eleitores nos derem a autoridade, vamos negociar amanhã com o governo central", disse.

As duas regiões querem mais autonomia em questões como controle fiscal, imigração e segurança, que estão além do escopo definido pela constituição. "Não acho que seja possível", disse o cientista político Paolo Natale, da Universidade de Milão. "Será difícil para o Estado aceitar que eles assumam o controle de políticas de educação e segurança. A administração de políticas de imigração deve ser feita em nível nacional."

A constituição italiana já garante diferentes níveis de autonomia para cinco regiões da Itália em reconhecimento ao seu status especial: Trentino-Alto Ádige, onde boa parte da população fala alemão; Aosta, onde a maioria fala francês; as ilhas de Sardenha e Sicília; e Friul-Veneza Júlia, por fazer fronteira com a então Iugoslávia durante a Guerra Fria

Quem viver verás....

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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Continuamos líder

TAL QUAL CRISTIANO RONALDO, MANTEMOS A LIDERANÇA.

Por Alacir Arruda 

A educação brasileira é assim, cada enxadada é uma minhoca. Hoje saiu mais um relatório da ONU sobre a educação, e pasmem, advinha quem esta lá atrás, lá no cú da cotia? Bingo, você errou. Não, não é o Haiti, nem Congo ou Mali, somos nós...... Com honra somos o único pais do mundo (SEGUNDO A ONU) que não evoluiu 'picas' nos últimos 5 anos. 

O representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil, disse que a situação da educação brasileira é "crítica" e reconheceu não ser possível soluções em curto prazo. (Na verdade,  tamo fud....)

Ele sugeriu um pacto suprapartidário para discutir e apresentar soluções para os problemas da educação no Brasil. Coitado, ele é alemão, vem de um país sério e não sabe, nem imagina que não temos partidos políticos e sim, organizações criminosas que se digladiam entre si para vem quem mama mais nas tetas do Estado. Tadinho........ As suas considerações foram feitas durante a primeira audiência pública realizada pela Comissão de Educação (CE) como parte do Ciclo de Audiências Públicas para debater as propostas para a educação brasileira apresentadas pela comissão e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do governo.

O representante da Unesco disse ainda que as transformações sejam iniciadas pela educação básica. Tadinho (2) , mal sabe o infeliz que o professor que menos ganha no Brasil é justamente o da educação básica, aquele que ensina todo brasileiro a ler. Na sua opinião, pragmática, essa etapa da formação educacional capacita as pessoas a dominarem os códigos fundamentais da sociedade do conhecimento - leitura com compreensão, aprendizagem contínua e desenvolvimento do raciocínio, entre outros. A reforma educacional, salientou, deve levar em conta a qualidade e a ética.

- O Brasil não merece o sistema educativo que tem hoje

Galera, sejamos franco, muito é discutido sobre a educação no Brasil. Como resultados de todos os debates, é consenso que nunca atingiremos nosso total potencial de desenvolvimento se não melhorarmos nosso ensino público – fundamental e médio. Infelizmente, os resultados das avaliações internacionais continuam muito ruins e o Brasil segue entre os piores do mundo no ranking mundial de educação.

Quem acompanha esse blog há anos sabe que sempre preguei que os países asiáticos deveriam servir de exemplo para nossa reforma educacional e desta vez não foi diferente. O ranking do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), trouxe Cingapura na liderança, enquanto o Brasil caiu nas três áreas do conhecimento que são avaliadas: matemática, leitura e ciências.

Foram 77 países avaliados e, em leitura o Brasil ficou na 64º posição. Em matemática na 67º. Em ciências, principal foco desta pesquisa, o Brasil está na 65º posição, a frente apenas de países como Burkina Faso, Sudão, Etiopia e na América do Sul e central perdemos para todos. Isso significa dizer que mais da metade dos estudantes brasileiros têm desempenho em ciências considerado abaixo do básico pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Tamo na merd...

Investir em educação é caro, sim. Porém, os benefícios de uma sociedade educada superam, de longe, os custos e investimentos em melhorias. A avaliação da OCDE é determinada por níveis e o nível 2 de aprendizagem em ciências é o mínimo necessário para se tornar um cidadão “crítico” e “informado”. Nesse nível, os estudantes começam a demonstrar as competências que vão permitir que eles participem “efetivamente e produtivamente” nas situações cotidianas relacionadas a ciência e tecnologia.

Não é a primeira vez que o Brasil passa vexame no ranking. Em 2013, os resultados do Pisa mostraram que apenas 8% dos alunos brasileiros terminam o ensino fundamental com conhecimentos adequados tanto em português quanto em matemática. Alguns terminam o Ensino Médio sem saber ler de forma razoável. 

É fácil entender porque, Cingapura lidera o ranking nas três áreas do conhecimento avaliadas: o país investe em avaliações regulares, promovendo acesso à formação contínua e uma educação de base muito desenvolvida. Claro que, mesmo melhores sistemas do mundo têm dificuldades, porque a mudança é limitada. A educação depende das pessoas para que as transformações aconteçam.

É possível mudar a situação do Brasil? Sim, claro. Muitas das medidas que poderiam causar grande transformação nas salas de aulas brasileiras não acarretariam em gasto algum. Usar de maneira eficiente o tempo em que alunos já estão na escola é uma delas. Isso porque, de acordo com um estudo do Banco Mundial, apenas 66% do tempo de sala de aula no Brasil é gasto efetivamente com o ensino. Os outros 34% são desperdiçados com atividades burocráticas, como chamada, a cópia de deveres de casa ou pedindo disciplina. A cota de “desperdício” em países da OCDE é de apenas 15%.

Também virou moda no Brasil pensar que os problemas da educação só serão resolvidos se houver muito mais dinheiro para o setor, para tanto, muitos pedem a destinação imediata de 10% do PIB para a educação. Entretanto, o país que mais investe em educação no mundo hoje é a Islândia, destinando 7,8% de suas riquezas para o setor. Alguns (bandidos) deputados lutam para que sejam transferidos 10% do PIB para a educação, isso só aumentara o roubo. 

É preciso garantir escolas com infraestrutura decente. Acabar com a desigualdade entre escolas particulares, que são bem cuidadas, e as públicas caindo aos pedaços, dar oportunidades equânimes aos brasileiros de todas as regiões. É preciso, ainda, ampliar educação técnica e profissional. De 15 a 19 anos, mais de 60% dos jovens alemães têm aulas de ensino profissionalizante com a educação regular e no Japão esse numero chega a 90%. No Brasil, ficamos em 6,6%. Eles estão errados?

As taxas de repetência no Brasil ainda são altas na rede pública. Chegam a 17,7% no ensino médio e 14,6% no ensino fundamental. Significa dizer que de cada 100 alunos, 18 estão cursando a mesma série do ano anterior. A taxa está entre as maiores da América Latina e bem distante da de países desenvolvidos. Pesquisas comprovam que a repetência é um desestímulo que atinge as notas do estudante por toda a vida, além de um grande incentivo à evasão escolar.

Não precisa ser gênio para descobrir que só melhorando a educação o Brasil possa crescer mais, com mais produtividade e justiça social. Para isso, precisamos nos afastar das concepções equivocadas e focar na melhora da gestão, como foi feito em alguns municípios do Ceará que hoje apresentam resultados magníficos não apenas no Ensino Médio, mas também, no Enem. É preciso expandir esses projetos e parar com essa discussão teórica "imbecil" que impera no Brasil.

Se gostou compartilhe, se não gostou... ..Bom, ai não sei.... 

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

10 Temas da Redação Enem 2017

10 POSSÍVEIS TEMAS DA REDAÇÃO: ENEM 2017.

Por Alacir Arruda

Um dos principais medos dos candidatos que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a prova de redação, e para se dar bem, é fundamental , além de se preparar e conhecer o tipo de gênero textual pedido, uma visão holística de mundo,  introdução, desenvolvimento e conclusão. Na semana passada, este  Blog  deixou muitos candidatos apreensivos em função de um texto onde faço algumas previsões macabras, hoje uso luva e mais calmo selecionei alguns temas apontados não só por  mim, mas por vários  especialistas como os possíveis para a edição 2017.

Claro que não basta saber apenas o tema da redação para tirar uma boa nota. Mas dominar o assunto pedido irá ajudar muito o candidato a fazer uma boa argumentação. Lembrando que as redações do Enem são corrigidas com base em cinco critérios: domínio da escrita formal da língua portuguesa; capacidade de compreender a proposta de redação e usar conceitos de diversas áreas para desenvolver o tema; capacidade de selecionar, relacionar e interpretar informações e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para construir a argumentação; e elaborar proposta de intervenção para o problema, respeitando os direitos humanos. Como mostra o Manual de Redação do Enem 2016, divulgado pelo Inep.

Minha  recomendação é que o estudante analise os assuntos propostos, pesquise-os e, principalmente, treine. Abaixo, relembre todos os temas das redações do Enem:

1998: Viver e aprender

1999: Cidadania e participação social

2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional

2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?

2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita?

2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo

2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação

2005: O trabalho infantil na sociedade brasileira

2006: O poder de transformação da leitura

2007: O desafio de se conviver com as diferenças

2008: Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar incentivo financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar

2009: O indivíduo frente à ética nacional

2010: O trabalho na construção da dignidade humana

2011: Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado

2012: Movimento imigratório para o Brasil no século 21

2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

2014: Publicidade infantil em questão no Brasil

2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil

Como é tradição, o exame costuma escolher assuntos atuais, e o candidato deve estar atento ao que acontece no Brasil. A situação de outros países até pode surgir na redação como fator secundário e elemento de comparação. No entanto, o aluno deve demonstrar no texto conhecimento sobre o tema em relação à nossa realidade.

Confira alguns possíveis temas para a prova de redação do Enem 2017:

1- Mobilidade urbana e qualidade de vida

Uma boa redação sobre esse tema deve apresentar uma proposta de intervenção com múltiplos agentes sociais e não responsabilizar apenas os administradores públicos pela solução. Citar casos bem-sucedidos de outros países e comparar às particularidades das várias cidades brasileiras ajuda a demonstrar uma visão mais ampla e objetiva do tema.

2 – Tecnologia e relacionamento humano

Em temas como esse, muito próximos da realidade do candidato, o desafio é manter a imparcialidade na apresentação dos argumentos, ainda que alguns possam coincidir com sua realidade de vida. Presente no ensino, nos relacionamentos, nas pesquisas de opinião e nas diferentes instituições sociais, qual a real contribuição da tecnologia para as relações humanas?

3 – Como o homem lida com os recursos naturais

Para esse tipo de redação, citações relacionadas à biologia ou à geografia, bem como trechos de notícias e reportagens atuais, costumam valorizar o texto e, consequentemente, elevar sua nota nas competências 2 e 3.

4 – O impacto social e cultural da crise hídrica

Evite expressões como “água é vida”; citar os impactos da falta de água em diferentes setores sociais e ambientais pode demonstrar que o candidato, além de consciente, é mais bem informado.

5 – O legado imaterial dos Jogos Olímpicos de 2016

O candidato que enumerar os aspectos imateriais positivos das Olimpíadas deve oferecer em sua proposta de intervenção medidas objetivas que visem a preservar, mesmo depois dos Jogos Olímpicos, as experiências e contribuições do evento.

6 – Caminhos para o combate à homofobia

A vulnerabilidade das minorias foi tema nas duas aplicações da prova em 2016. É importante perceber que a expressão “caminhos para o combate” impede que o candidato refute a existência do problema. A melhor abordagem é sempre criticar a existência do preconceito, suas causas, consequências e indicar medidas que o resolvam.

7 – A inversão da pirâmide etária

Diante da nova perspectiva para longevidade e quantidade de filhos no Brasil, como ficam acessibilidade, saúde, a aposentadoria, a educação em nossa sociedade? Nesse caso, demonstrar conhecimento acerca de fatores históricos e demográficos, assim como citar a reforma da previdência de forma imparcial, é um dos melhores caminhos a serem seguidos pelo candidato.

8 – As manifestações políticas

Que estão acontecendo nas ruas, mas que participaram das redes sociais, como essas ferramentas de comunicação e interação “virtual” estão despertando o interesse político e levando às pessoas as ruas. É interessante falar sobre a potencialidade da ferramenta na comunicação das pessoas, no debate de assuntos e de levar a informação ao público. Também é possível falar sobre a confiabilidade do que passa pelas redes sociais, pois nem sempre as informações são corretas.

9 – Sistema carcerário brasileiro

O sistema carcerário brasileiro é um dos mais precários do mundo, sendo um dos principais problemas a superlotação. Vários movimentos de Direitos Humanos e pesquisadores estudam essa situação e outras questões como rebeliões, formação de facções, dificuldade de reinserção do ex-detento na sociedade e no mercado de trabalho, violência policial, etc. Para instigar a reflexão, vale a pena recordar o já clássico filme “Carandiru”, baseado na obra do médico Drauzio Varela.

10 – Sistema previdenciário brasileiro

O sistema de previdência social está em mudança no Brasil e isso tem trazido muita discussão – e até memes – sobre aposentadoria. É importante se manter atualizado sobre essa questão, pois ela pode aparecer na proposta de redação de forma direta ou indireta, por exemplo, sobre a qualidade de vida na terceira idade ou o papel dos idosos na economia brasileira.

Além desses,  que elenquei acima, eu desconfio que o Inep poderá  explorar, em épocas de empoderamento feminino, os 40 anos da aprovação da Lei do Divórcio no Brasil, 1977.Como todos sabem,vivemos um momento de exaltação do gênero feminino não apenas no Brasil, mas no plano internacional. Hoje, duas das autoridades  mais importantes do mundo são mulheres, a Chanceler alemã Ângela Merkel e a Primeira Ministra inglesa Teresa May sugiro que os candidatos pensem nessa possibilidade. Leiam a biografia dessas senhoras  e se  informem do poder de ambas.

Perceberam que a mesma mão que bate é mesma que  afaga? Rs.

Espero ter ajudado. Boa sorte a todos!!!!

sábado, 21 de outubro de 2017

Desabafo 2

SOMOS TODOS IGUAIS: A CORRUPÇÃO NOS UNE.

Por Alacir Arruda.

Eu ando meio voráz  e ácido em minhas criticas, reconheço,  e garanto, isso é só o começo. Hoje vou fundamentar porque todo brasileiro  ( sem exceções, inclusive eu)  é  corrupto e ainda se julga capaz de criticar: políticos, professores, promotores, delegados, juízes, enfim, se acha paladino da justiça e se coloca acima do bem do mal uma  vítima, na verdade somos todos um bando de FDP. 

Comecemos pelos mais velhos: com certeza você teve uma avó ou um avô que sempre foi  sinônimo de caráter e dignidade para sua família não é mesmo? Eu  também tinha. Agora, investigue seus avós e encontrarás nessas benesses: interesses políticos e  até discriminatórios ( quem nunca teve uma avó ou avô em casa que não gosta de preto,  ou sente falta falta dos militares no poder? Eu tinha. ). A aposentadoria gorda que hoje sua avó, avô , pai, mãe recebe é graças a apoio que esses senhores  deram a : ditadores, canalhas, déspotas ou corruptos. Não Alacir, mamãe, papai, vovô e vovó eram pessoas dignas. Não duvido, Hitler e Stalin também o eram, isso não os impediu de fazer o que fizeram.   Duvida de mim? Investigue! Não Alacir, minha avó, pai, mãe  ou avô, recebe uma aposentadoria boa porque trabalharam em; Tribunais   de contas, de justiça, "assembréia" ou na "puta que o pariu" por trinta anos, logo, eles merecem esse salario. Meu! De boa! vai tncú!!! Somos um país de corruptos e nossos antepassados também o  eram, aceite essa verdade.  Ah..Alacir, meus não eram eles moravam na roça!  Só lamento, eram os explorados.

Agora os mais novos: quem de vocês, que agora lê esse texto, não sonha com um emprego publico,  onde trabalhar é o que menos interessa o que vale são as benesses do cargo? De preferência que  receba sem trabalhar isso é o ideal. "Oh Alacir eu não sou assim, se eu passar num concurso eu vou trabalhar". Coitado de você, só lamento, apesar de suas boas intenções a estrutura pública foi pensada, estruturada e condicionada pelos donos do poder  para não funcionar ( Leia Michel Foucault e entenderás), por mais que  você carregue dentro de si boa vontade e humanidade,  o sistema lhe destruirá em meses e você será apenas mais um..... Isso mesmo, mais um,  ate que sua aposentadoria chegue,tal qual seus país e avôs. 

A grande verdade é essa: vivemos em um mundo onde a cada dia, se  concretiza a máxima do;  cada um por si e o satanás por todos, visto que,  mesmo as ações ditas "sociais" escondem no seu escrutino  interesses econômicos e até políticos,  que o diga o tal de criança esperança que nunca prestou contas em seus  30 anos, fora outras aberrações que assistimos pela mídia. E aqui nem vou aprofundar em  religiões que é outra desgraça que colabora para esse caos. 

Você tá bravo Alacir? Não! Apenas me recuso a ser  burro. Estou cheio dos hipócritas que sentam em seus "rabos" e nada fazem para que a mudança ocorra, sei que colaboro muito pouco,  ao menos dou minha cara a tapa a cada texto que escrevo sem medo e consciente das reprovações. 

Vou para por aqui....senão piro...

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

ENEM: mais frustrações

ENEM 2017: MAIS UM ANO DE FRUSTRAÇÕES..

Por Alacir Arruda

Vou te responder porque você vai se f...no ENEM 2017. Não! Não fique com raiva de mim, até porque você é o menos  culpado, nem ache meu vocabulário "chulo", é que  não encontrei melhor definição para isso. Vou fundamentar tudo que afirmo a partir da análise de  grandes teóricos.

Todos os anos ao menos 6 milhões de jovens  brasileiros lutam "desesperantemente" por uma boa nota no ENEM e  menos de 0.50%  conseguem notas acima de 800 pontos e apenas 00,2% acima de 900 ( Dados do INEP) . Alguns pagam cursinhos preparatórios caríssimos, aulas particulares etc.. para atingir  tal feito. Mas por que 99% se frustram? Você nunca se questionou sobre o porquê  se dedicou tando, perdeu noites de sono, terminou namoro, não transou, deixou a balada,  enfim, parou de viver em função desse exame e quando chegar janeiro de 2018 você, mais uma vez, verá que   não deu? Não!  Eu não tenho bola de cristal para afirmar isso, nem sou vidente, sou apenas inteligente o suficiente para entender o que ocorre. Ademais, uma coisa eu posso dizer que entendo: ENEM. Desde a sua criação em 1998 com 63  questões e apenas como  ferramenta de avaliação do ensino médio,  até a sua transformação em ferramenta politica pelo PT em 2009 eu me dedico a ele. Logo, falo com conhecimento de causa, inclusive estive em Brasilia varias vezes auxiliando o INEP na sua estruturação. Fora os mais de 16 anos em cursinhos de SP como Anglo, Objetivo, COC Etapa. Então, "baixe a bola" e  me escute!

Bom, então vamos la: comecemos pelo nosso modelo educacional que está totalmente divorciado do que o ENEM exige, ou seja, você estuda A e o ENEM cobra Z. Quantos de vocês,  ao se depararem com as questões propostas pelo ENEM,  não se questionou: "eu nunca vi isso na vida", ou " estudei uma coisa e caiu outra", ou ainda " eu sabia a resposta, mas marquei errado". Enfim, as desculpas são as mais variadas. Na verdade ocorreu isso mesmo, você estudou aquilo que o ENEM não cobra, ou estudou o que o ENEM cobra de forma errada,  culpa do nosso modelo que remonta ao século XIX, onde o aluno assiste aulas hibridas como por exemplo:   segunda feira quadro de aulas: português, química, filosofia, matemática, Historia, Física

Agora raciocine comigo as 7:00  entra o professor de português ensinando gramática, em seguida vem o de química ensinando cálculo de massa logo entra o de filosofia falando da ética na Grécia Clássica, (intervalo). Após vem o de matemática ensinado equação do 2 grau, seguido de Historia que fala da Contra Reforma 1517 e o dia termina com o maluco de física ensinando mecânica. Ufa! Acabou a segunda feira,  vou para casa almoçar. A  pergunta que te faço é simples: "qual a relação entre esses conteúdos ministrados ? O que houve de inter-relação entre eles? Você se lembra do que lhe ensinaram, no final do dia? Deixa que respondo: " Não! Você não se lembra de porra nenhuma às 18:00 da segunda feira, e não houve qualquer trabalho interdisciplinar entre os conteúdos ministrados,  logo, não há qualquer relação entre eles; em suma: você não aprendeu picas! Na verdade você começou a segunda sem saber nada, terminou sabendo menos ainda. Esse é o dia-a-dia de uma sala de aula no Brasil. 

Continuando. Outro grave problema que temos é com relação aos nossos professores, mais de 85% deles ainda dão aula como se isso ajudasse. Na verdade temos um aluno do século XXI e um professor do seculo XVIII. Plagiando o grande mestre Pedro Demo (sociólogo da UNB)  que diz: " dentre as várias atribuições do professor moderno, a mais inútil é a aula", mas eles insistem em entupir a cabeça de nossos alunos com  conteúdos inúteis grande parte deles servindo a interesses ideológicos,  seja do estado seja do próprio professor. Professor não deve copiar aulas, precisa criá-las. O professor de  hoje copia uma aula de determinado livro, passa para o aluno que por sua vez copia  e volta na prova como cópia; na verdade, vivemos uma sistema de cópias. Cada professor deve produzir seu próprio  material, e não me venha com desculpas de tempo, pois quando ingressou na carreira você já sabia da dinâmica cruel que é a educação brasileira.  Voltando ao ENEM, esse comportamento do professorado apenas reforça os altos índices de frustrações verificados ano a ano.

Por último falemos especificamente do ENEM.  Sempre disse, e volto a reafirmar, que o ENEM é um exame perfeito (.....) Para ser aplicado na Finlândia, Suécia, Dinamarca, Canadá etc..ou seja,  países de primeiro mundo onde o nível intelectual e cultural dos discentes permite tal cobrança . A sua complexidade e estruturação está anos luz de nossas capacidades cognitivas, e ai não  me refiro apenas aos aluno, mas a toda estrutura educacional brasileira do MEC a mais sucateada escola. Faço uma pergunta básica:  quantos  dos nossos alunos frequentam regularmente:  teatro, museus ou assistem filmes com conteúdos?" Quantos de nossos professores possuem mestrado, doutorado ou  falam mais de um idioma?  Quantos membros da educação possuem experiencia internacional? O ENEM quer um aluno que faça tudo isso, portanto,  deixo com os senhores as respostas.

Ora, vivemos em um país onde mais de 75% dos nossos jovens são analfabetos funcionais, terminam o ensino médio sem compreender um texto que lê, 13% são analfabetos absolutos, a pouco tempo fiz uma palestra sobre o ENEM para mais de 200 alunos de um 3 ano quando perguntei onde ficava o Haiti, mais de 90% deles não tiveram dúvidas:"AFRICA".  60% deles não acreditam que o homem foi a lua e Bolívia e URSS fazem fronteira e  são vizinhas do Brasil. É evidente que seria maldade de minha parte inferir que essa é a media brasileira, mas não deixa de ser um referencial assustador. 

Diante do acima exposto, justifico o inicio do texto partindo da premissa de que mais um ano você sairá do ultimo dia de provas do ENEM com aquela sensação de frustração e uma certeza: "eu poderia ter feito melhor".  Você fez!  Fez o possível.  "Alacir qual a saída então?"  NÃO HÁ!  E por que deveria haver?


LEIAM A OBRA>: Educação, um tesouro a descobrir - Considerada a bíblia da educação moderna-  Organizado por Jacques Delors e Edgar Morin  e   entenderão o porquê penso assim.

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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Corporativismo

O CORPORATIVISMO INFAME.

Por Alacir Arruda

Temos assistido nos últimos dias  demostrações infames de como os nossos políticos atuam nos bastidores para se manterem no poder. Temer tem vendido até a própria mãe para não perder o cargo de Presidente, liberando verbas a deputados, oferecendo cargos comissionados e até mudando Leis.  Aécio Neves, a despeito do pedido  vergonhoso propina exposto na mídia, conseguiu que o o Senado, composto em sua maioria por investigados, devolvesse  seu mandato, não para lutar pelos interesses dos mais de 7 milhões de mineiros que lá o colocaram, mas para manter o tal de "foro privilegiado". 

A salvação do mandato  de Aécio Neves (PSDB/MG) por um placar elástico (44 a 26) demonstra mais uma vez que a cassação do mandato presidencial de Dilma Rousseff nunca se deu por causa do combate à corrupção mas sim, atendendo a interesses de quem queria roubar mais que ela.. É que evidências não faltam para implicar Aécio Neves em todo tipo de estripulias nada republicanas que justificam amplamente a retirada do seu mandato.

Quem ouviu as falas de seus defensores e até de parte dos que votaram pela cassação de seu mandato pode notar que, por detrás dos discursos de defesa da democracia se escondia o mais puro corporativismo, visto que boa parte dos senadores responde a uma série de processos criminais que igualmente justificam a perda do posto que ocupam. 

Esse corporativismo, há que se notar, vai além dos limites do Senado Federal já que expressa a opção das elites brasileiras por legisladores que lhes permitam continuar por cima de uma pirâmide social marcada pela profunda desigualdade social e por práticas que remontam ao período colonial. Exemplo disso foi o abrandamento da definição de trabalho escravo pelo presidente “de facto” Michel Temer que sinaliza a facilitação da ação de patrões que desejem tornar seus empregados em escravos.

Tenho que dizer que nada disso me surpreende. Aliás, ainda fico surpreso com a surpresa de muitos que olham para essa situação toda com sincero pasmo frente à fome por mais medidas de retrocesso social. É que olhando a história brasileira, toda sinalização de modernização da nossa sociedade sempre foi acompanhada de forte reação por parte dos que de fato controlam o estado brasileiro.

Entretanto, não deixa de ser pedagógico notar o silêncio daqueles setores que foram Às ruas para adotar o pato amarelo. Para onde foi toda aquela massa indignada que protestava contra a corrupção e os riscos de bolivarizar o Brasil? Toda aquela gente deve estar agora recolhida em alegria e júbilo por ter servido bem à causa da perpetuação das abjetas condições em que vive a maioria dos brasileiros. 

A questão é que toda essa alegria e júbilo expressa claramente as estruturas que ainda controlam a sociedade brasileira. E quem pensar que tudo isso será alterado por uma forma canhestra de republicanismo, que pense de novo. Aliás, pensar é pouco, há que se começar a agir e trabalhar pela construção de uma sociedade totalmente diferente. É que dos adoradores do pato amarelo, não há o que se esperar, a não ser a postura de servos obedientes de uma sociedade que teima em continuar sendo colonial. 

Ah, sim, voltando a Aécio Neves, este está transformado numa espécie de fantasma da política brasileira, um zumbi, que teimará continuar arrastando suas pesadas correntes pelos corredores do Senado Federal. É que se há uma coisa que uma sociedade colonial tende a repudiar são aqueles personagens que não se mostram à altura da tarefa de perpetuar suas perversões. Essas atitudes de Aécio mancha a biografia de seu avô Tancredo Neves, esse sim um homem serio, que do tumulo deve estar dizendo: "esse muleque só faz merda"

Finalmente, alguém saberia dizer quem é o senador Eduardo Lopes (PRB/RJ) que votou pela absolvição de Aécio Neves? Pelo partido, já se pode inferir que seja bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e suplente de Marcelo Crivela. Mas do que isso, alguém saberia alguma coisa? Aliás, pensando bem, precisaria saber algo a mais?  Só um detalhe, todos os senadores mato-grossenses votaram par salvar o mandado do"amiguinho" Aécio.

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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Fisiologismo um câncer

FISIOLOGISMO: UM CÂNCER QUE CORROÍ O BRASIL.

Por Alacir Arruda

Muitos dos senhores,  que me honram com a  leitura desse Blog há 4 anos,  já devem ter ouvido a expressão "Fisiologismo" e, com raras exceções, poucos sabem seu significado. Para muitos cidadãos, o significado desta palavra não ecoa como se deve, a maioria não têm ideia de como é repulsiva esta conduta na prática. Esclarecendo de maneira simples, o fisiologismo remete a relações políticas sórdidas, caracterizadas por troca de favores, benefícios ou privilégios individuais entre integrantes de governos e partidos políticos, ou seja, o Estado é utilizado como balcão de negócios para que facções políticas e ideológicas se perpetuem no poder e interesses particulares sejam contemplados, como acontecem em regimes bolivarianos.

A função da política é ser um instrumento para fomentar a infraestrutura, o crescimento e a produtividade dos indivíduos, a partir de pilares como o livre mercado, o incentivo ao setor privado, a liberdade individual e a meritocracia nas instituições. No Brasil, estatais são loteadas por indicações políticas e ministérios e secretarias são “presenteados” para contemplar eventuais aliados. A coisa funciona mais ou menos assim: para que eu vença uma eleição eu preciso de apoio politico, para tanto, eu faço alianças com varias agremiações partidárias, não importando a ideologia. Na eventualidade de uma vitoria, eu preciso pagar esse apoio,  nasce ai o fisiologismo. No entanto, não se faz isso com intenções gerenciais e sim para ampliar as adesões de legendas políticas na administração pública, resultando em fins eleitoreiros.

O questionamento é o seguinte: A população brasileira está satisfeita com todo este aparato burocrático do Estado e, sobretudo, com o retorno dos serviços públicos prestados nas áreas da saúde, educação e segurança, por exemplo? Vale a pena intensificar ainda mais despesas, a partir do aumento de mais impostos?

O fisiologismo é como um câncer que, ao locupletar-se nas entranhas da máquina pública, destrói todos os seus mecanismos estruturais ao redor, aumentando a corrupção, o tráfico de influência, a impunidade e os abusos de poder. São procedimentos escusos como este que impedem o Brasil de atrair investimentos e investir mais, ocasionando obstáculos para gerar empregos, renda e destravar a economia. Aliás, a economia brasileira está em recessão, apresentando índices socioeconômicos pífios, endividamento público estrambólico, desemprego ascendente e inflação elevada. Quem teria interesse em aplicar capital e recursos em um local onde a carga tributária é elevada e não há respeito aos contratos, nem liberdade econômica devido ao protecionismo e à burocracia?

Enquanto não houver a pretensão para enxugar o tamanho do Estado, eliminando a exagerada quantidade de estatais, cargos comissionados, secretarias e ministérios, certos vícios não vão cessar. Em economia, sabe-se que não se pode gastar mais do que aquilo que se arrecada. Quanto mais monopólios estatais, maiores são as propensões para desvios do erário público, coordenadas por quadrilhas especializadas. O excesso de gastos públicos não só compromete a saúde financeira de um município, estado ou país como também os investimentos, visto que o déficit fiscal brasileiro de bilhões de reais desencadeia a perda do grau de investimento por agências internacionais de classificação de risco, afetando a confiança e o crédito para negócios.

Por isso, as privatizações são necessárias em setores improdutivos, uma vez que, comprovadamente, várias empresas que passaram por este processo obtêm até hoje excelentes rendimentos financeiros, através de dois critérios essenciais: competência e capacitação. Enquanto isso,  assistimos diariamente um governo incompetente, caro e ineficaz usando empresas publicas como balcão de negócios dilapidando o erário.

Uma boa política é concretizada através de um planejamento eficaz em longo prazo, priorizando gerações futuras e não a partir de ações populistas, intervencionistas e imediatistas, típicas de governos centralizadores e autoritários de esquerda. Cabe a você, caro leitor, refletir sobre estas questões e exercer a sua cidadania.

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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O fracasso da modernidade

O FRACASSO DO HOMEM CONTEMPORÂNEO.

Por Alacir Arruda

Não há dúvida de que enquanto sociedade, nós fracassamos. Segundo Bauman (2007) "a liberdade, como a cura universal para todos os males presentes e futuros, é vista como uma ideologia da elite global emergente". As relações interpessoais tendem a ser moldadas à semelhança dos meios e dos objetos de consumo e segundo as linhas sugeridas pelo consumismo que sugere o fascínio pelas alegrias e sensações prazerosas e efêmeras, seguindo um comportamento ditado por uma série de estratégias, julgamentos e pressupostos sobre os caminhos do mundo e as formas de percorrê-los.

Em uma sociedade consumista, a liberdade está intimamente ligada à perfeição, que também está ligada a uma qualidade coletiva da massa e a multiplicidade de objetos e desejos.

Para Bauman "a sociedade de consumo não é nada além de uma sociedade do excesso e da fartura – e, portanto da redundância e do lixo farto" (BAUMAN, 2007, p. 111). É o excesso que gera o vazio existencial, aumenta as incertezas pela liberdade de escolhas e não é nunca suficientemente excessivo.

Em se tratando de liberdade, Bauman dizia que "os homens e as mulheres pós-modernos trocaram um quinhão de suas possibilidades de segurança por um quinhão de felicidade". Diverso do que pensava Freud (1997), que partiu de uma análise da crise da civilização moderna, que, pela falta do exercício da liberdade, porém com segurança, via-se tolhida da felicidade individual. Bauman se serve de uma ideia contrária, mas que cabe melhor nessa noção de uma modernidade líquida, diversa da modernidade sólida à qual Freud se referia.

Os mal-estares da modernidade provinham de uma espécie de segurança que tolerava uma liberdade pequena demais na busca da felicidade individual. Os mal-estares da pós-modernidade provêm de uma espécie de liberdade de procura do prazer que tolera uma segurança individual pequena demais. (BAUMAN, 1998, p.10).

Para Bauman, a sociedade de consumo tenta satisfazer os desejos humanos; no entanto, essa promessa só se manterá sedutora enquanto o desejo continuar irrealizado. Na verdade, a estratégia de mercados, da sociedade e da indústria de consumo é a

[...] não satisfação dos desejos e a crença firme e eterna de que cada ato que visa satisfazê-los deixa muito a desejar e pode ser aperfeiçoado – são esses os volantes da economia que tem por alvo o consumidor. (BAUMAN, 2007 p. 106).

Outra forma eficaz de manter o consumo é a satisfação de toda necessidade e a provocação de novas necessidades, desejos e vontades. Ou seja, o que começa como necessidade deve ser a tal ponto estimulado até que se transforme em compulsão ou vício. Para este autor, a "síndrome consumista é uma questão de velocidade, excesso e desperdício" (BAUMAN, 2007, p.111).

Aqui introduzo uma questão fundamental na sociedade de consumo, que é a lacuna entre os que possuem poder aquisitivo para satisfazer às suas necessidades/desejos e os que não possuem esse poder, mas foram seduzidos por esse mercado de consumo. Na verdade, a sedução do mercado é a grande igualadora da sociedade atual e, ao mesmo tempo, a divisora. Iguala porque os impulsos sedutores são dirigidos, indistintamente, a todos que ouvirão seus apelos. Há uns poucos que podem reagir em conformidade com a mensagem sedutora e muitos que não podem reagir aos desejos induzidos pela mídia.

Com efeito, a modernidade é globalizante e suas consequências são desestabilizadoras. O modo de vida do sujeito moderno, em tempos líquidos, não somente é afetado por grandes transformações, como também permeia a formação e a construção de identidades, de relações sociais e vínculos afetivos.

Giddens (1991) faz um alerta sobre as tendências globalizantes da modernidade que vinculam os indivíduos a sistemas de grande escala como parte da dialética de mudança nos polos local e global.  Considera que, no desenvolvimento inicial do indivíduo, a confiança básica e a segurança ontológica (própria do ser) derivam da confiança pessoal e estabelece uma necessidade de confiança nos outros, que resiste ao longo da vida. A confiança nas pessoas é construída sobre troca de respostas e envolvimento. Por exemplo: a fé na integridade do outro é fonte primordial de um sentimento de integridade e autenticidade do "eu". A confiança em sistemas abstratos contribui para a confiabilidade da segurança cotidiana, mas o sistema não pode oferecer nem a troca, nem a intimidade que as relações pessoais oferecem.

Por conseguinte, as relações de intimidade pessoal também são afetadas. Os sistemas abstratos associados à modernidade transformam a natureza de relações afetivas. Por exemplo: a amizade tem mais a ver com dependência a laços pessoais. O oposto de "amigo", já não é mais "inimigo", nem mesmo estranho; ao contrário disto é "conhecido", "colega", ou até "alguém" que não conheço. Acompanhando essa transição, a honra é substituída pela lealdade, que não tem apoio, apenas afeto pessoal. A sinceridade é substituída pela autenticidade (que o outro seja bem-intencionado). Um amigo não é alguém que sempre fala a verdade, mas alguém que protege o bem-estar emocional do outro. O "bom amigo" nos dias de hoje substitui o "honorável companheiro".

Com o desenvolvimento dos sistemas abstratos, a confiança em princípios impessoais tornou-se indispensável à existência social. "A confiança pessoal não pode ser controlada por códigos fixos, ela tem de ser ganha, e o meio de fazê-lo consiste em abertura e cordialidade demonstráveis" (GIDDENS, 1991, p. 123).

Os relacionamentos são laços baseados em confiança, nos quais a confiança não é pré-constituída, mas trabalhada e o trabalho torna-se um processo mútuo de autorrevelação.

A modernidade e os seus sistemas são capazes de alterar e/ou abalar e/ou destruir relações sociais, afetivas, emocionais, sem as quais os indivíduos se veem cerceados de sentir e perceber o mundo com maior clareza e concretude.

Essas transformações modificam a maneira das pessoas sentirem ou percebem com lucidez a realidade na qual estão inseridas, tornando-as vulneráveis às mazelas e aos defeitos do projeto moderno.

-AS CONSERVAS CULTURAIS

Apesar de todas as transformações ocorridas nos últimos séculos, o homem contemporâneo continua conectado a um modelo tradicional e conservador, que determina padrões de comportamento com relação aos modos de produção e consumo.

O homem, por medo do novo, aceita os comportamentos limitados e ditados pela sociedade que desumaniza as relações interpessoais tornando-as automatizadas e direcionadas.

Atualmente vivemos essa máxima da forma mais imperativa possível. O homem aprendeu a aceitar as ideias preconcebidas e, apesar de viver a era das transformações, da desconstrução de valores, da transformação da cultura e do fracasso de certas ideologias clássicas da sociedade, ainda assim, vive em conformidade com elas. No mundo moderno, cada vez menos se dá chance ao indivíduo para responder livre e adequadamente a novos estímulos.

Quase todas as respostas sociais estão condicionadas por normas e por regras, ocorrendo um bloqueio da espontaneidade, que restringe a capacidade de percepção e criação. O indivíduo passa a ser visto como simples peça de uma engrenagem, sem possibilidades de criar o próprio destino, deixando de ter verdadeira participação na sociedade.

Em um mundo onde as relações são cada vez mais superficiais, torna-se imprescindível o emprego de uma proposta. Em outras palavras, temos de romper com os padrões de comportamento, os valores e as formas estereotipadas de participação na vida social para não nos tornarmos seres automatizados.

Na verdade, pensamos no ser humano moderno como um ser gestado dentro de uma proposta que o emancipa de quaisquer entraves de pensamento e de sentimento, livre de religiões, de crenças e ideologias, de teorias explicativas e superficiais; ele seria o fruto da própria razão, autogerindo sua realidade, desde as primícias até as consequências de seus atos. Um sujeito pleno, capaz de vislumbrar a verdade e a razão como as únicas auxiliadoras necessárias para uma vida equitativa em sociedade.

Acabou ocorrendo que o homem moderno passou a buscar a felicidade incessantemente e a preços altos, muitas vezes como o seu objetivo último. O consumo passou a ser sua máxima. Se, para ser feliz, a necessidade é consumir tudo e todos ao mesmo tempo e ainda assim sentir-se insatisfeito, entra-se em um ciclo, em uma procura infindável de meios para suprir um vazio existencial, uma ausência de algo maior, de uma proposta que possa dar a todos segurança e esperança em projetos futuros.

O que se vê, por fim, é uma luta dos seres humanos para consumir o que seja e de qualquer jeito, desde que esse consumo seja capaz de gerar uma saciedade, mesmo que temporária. O desejo de consumir é natural da humanidade ou uma necessidade gerada sócio-historicamente?

Independentemente de seu poder aquisitivo, o sujeito contemporâneo é levado a sentir desejo e necessidade de possuir bens de consumo, de ter status, de usar roupas da moda, ver um bom filme, comer boa comida, dormir bem, enfim, necessita ter e ser tudo aquilo que é vendido pela mídia para se sentir feliz – "Vem ser Feliz" como veicula um comercial, ou "Aqui é lugar de gente Feliz" como veicula outro. E assim, em um eterno desejo/necessidade quer tudo aquilo que vê em outros sujeitos, mesmo que para isso, utilize-se de meios transgressores.

Essas transformações atingem também a criminalidade, que se organiza de acordo com o sistema capitalista. Grandes organizações com vínculos internacionais comandam a comercialização do tráfico de drogas, que se transformou em uma atividade altamente rentável, visando sempre o lucro fácil e a disseminação do seu produto.

Na atual conjuntura, é fundamental entender como o ilícito e o ilegal se enraízam no setor informal para comandar um exército de empregados e sócios menores. O tráfico de drogas traz questões como assaltos e roubos de automóveis, de cargas de caminhão, de joias, de dólares, de quadros e sequestros. Esses objetos entram na circulação de mercadorias, características do mundo capitalista e, apesar de seguirem canais clandestinos, vistos como em oposição ao sistema, servem ao mesmo fim que é o da acumulação e da obtenção de lucros desmesurados.

Essa situação fica clara nas imagens apresentadas pela mídia, nas quais aparecem meninos/garotos, subindo os morros e as favelas, com armas de última geração, nas mãos, representando um símbolo de poder. Esses garotos completam sua imagem com um boné, importado, inspirado no movimento negro da América do Norte, ouvem música Funk,black ou rap americanos, cheiram cocaína trazida da Colômbia, roubam ou compram, através do furto, um tênis Nike americano, último tipo. Quando filmados ou fotografados mostram dólares e armas importadas.

Na verdade, a globalização é um processo ainda em construção, com dimensões que se expandem muito além da esfera econômica, e o mercado mundial é o meio básico onde nasce, desenvolve-se e se reproduz o capitalismo. As novas formas do social produzidas pelo processo de globalização apresentam múltiplas dimensões, as quais podem ser assim sintetizadas:

• foram geradas, além das classes sociais, outras direções na produção da organização social;

• multiplicaram-se as formas de organização dos grupos sociais, para além dos interesses socioprofissionais;

• surgem diferentes formas de representação e mediação política, aquém e além dos partidos;

• o Estado cede espaço à sociedade, tanto em nível macro – pelas formas supraestatais – como em nível micro, pelo exercício de diversas redes de poder entre os agentes sociais;

• a crise do Estado desencadeia processos de formação e consolidação do tecido social, por grupos que organizam, de maneira conflituosa, seus interesses particulares e se articulam em variados contratos de sociabilidade.

Por fim, o que se configura, atualmente, é uma sociedade desorientada que, alijada do auxílio do Estado, com influências vorazes que a circundam diariamente, com questões sociais latentes, como violência, corrupção, criminalidade, pobreza, falta de acesso à educação, vê-se diante de um dilema produzido pelo projeto moderno, o qual previu suas qualidades, porém não deu conta de explicar ou solucionar os problemas e os desastres que causou. Sendo assim, este artigo se preocupa com a falha do projeto moderno, qual seja, como é construído o sujeito moderno em tempos de liquidez e efemeridades que privilegia o consumo, em detrimento de valores e compromissos sociais.

Diante de tantas mudanças, proponho uma discussão para entender de que forma o sujeito contemporâneo é influenciado por essas transformações e como se constitui através delas. Com isso,  suscitar debates sobre a sociedade contemporânea como geradora do mal-estar na civilização e sua contribuição em situações, potencialmente, de risco nos contextos individual, social, profissional e familiar.

Debater sobre os efeitos da modernidade sobre o sujeito adolescente; como este é afetado por situações que muitas vezes desconhece, mas que são consequências do tempo no qual existe. Tempos agressivos e impiedosos, que somente dão passagem para os que podem consumir e os que se encontram em situações ditas "normais" e "legais".

Sujeitos infratores, imperfeitos, desviantes de um caminho tido como único e correto, são marginais: vivem às margens de uma sociedade que é implacável com seus indivíduos não enquadrados em um perfil considerado exemplar. Infração, aqui entendida como a fuga de um padrão próprio: o que infringe padrões de beleza e peso, os que infringem leis e condutas, os que se utilizam de drogas e outros bálsamos ilegais são todos sujeitos marginais, que por não serem considerados perfeitos, também não são pacificamente aceitos pelos grupos sociais. A imagem do jovem bom, por assim dizer, é a daquele que estuda, usa e tem bens de consumo, não se droga, não é obeso e/ou doente e não possui nenhum tipo de deficiência. Tudo o que fugir desse estereótipo não merece ser modelo para a formação e a construção de uma identidade.

A vertiginosa globalização da sociedade torna-se, também, um fator adicional a esses conflitos de identidade. É importante para o adolescente encontrar no discurso social referências positivas que lhe permitam identificar-se e projetar-se no futuro, no entanto, como já dizia Arminda Aberastury (1992) "a sociedade em que vivemos não oferece garantias suficientes de sobrevivência às pessoas, criando ainda dificuldades para o desprendimento do adolescente, que busca modelos e figuras ideais para identificar-se encontrando, ao invés disso, a violência e o poder acentuado, chegando às raias da falta de ética e decoro".


Fontes de consultas: Obras de Zygmunt Bauman

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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

ENEM 2017 -Nacionalismo catalão

O NACIONALISMO CATALÃO TRÁS À TONA OS LIMITES DA BURRICE.

Por Alacir Arruda

Alguém se perguntou: "por que a Catalunha quer se separar da Espanha? O que ela ganharia com essa atitude insana?" Esse comportamento  descabido da Catalunha não encontra respaldo jurídico nem politico, uma vez que a própria União Europeia  declarou que uma possível ruptura isolaria a região. Empresas de grande porte estão retirando suas sedes de Barcelona  e várias nações fora do continente Europeu, como os Estados Unidos, afirmaram que a Catalunha não sera reconhecida enquanto nação soberana.  Logo, a pergunta que não quer calar: " o que o governo catalão tem na cabeça?"  Na verdade o comportamento dos homens que hoje governam essa região  é de um irracionalismo atroz seguido de uma burrice histórica.

É certo que a Espanha está vivendo o momento político mais complicado desde a queda, em 1975, da ditadura militar que governou o país durante 40 anos. O atrevimento dos nacionalistas catalães de convocar de forma unilateral um referendo popular de independência, antes declarado ilegal pela Justiça, causou um enorme racha com o resto da Espanha e dentro da própria Catalunha. O Governo espanhol enviou uma grande força policial à região, no canto nordeste do país, e prendeu vários dirigentes políticos que estavam por trás da organização do plebiscito. Apesar disso, as autoridades catalãs insistem na sua desobediência e tentarão realizar o referendo no domingo próximo, dia 1º de outubro. A tensão ainda e muito grande, com protestos diários nas ruas de Barcelona e outras cidades da região, enquanto no resto da Espanha a posição de força do Governo de Madri (Partido Popular, centro-direita) tem um amplo apoio político e social.

E importante destacar , sobretudo para aqueles que não conhecem a historia espanhola, de que a Catalunha nunca foi uma nação independente, mas tem há muito um Governo próprio, conhecido como Generalitat. Ela estava integrada dentro do reino de Aragão, cuja unificação com Castela, em 1492, deu origem ao nascimento da Espanha. Tem uma língua própria, falada pela maioria da população. A Catalunha, até em razão de sua localização litorânea,  sempre foi uma das regiões mais ricas do país e uma das primeiras a conseguir o desenvolvimento industrial. Ao longo do século XX, milhares de espanhóis de outras regiões emigraram para lá na procura de empregos. Sua economia soma hoje 19% do PIB da Espanha e seus 7,5 milhões de habitantes representam 12% da população espanhola.

O sentimento nacionalista catalão cresceu na segunda metade do século XIX e consolidou-se no início do século XX. Nos anos 30 a Catalunha conseguiu autonomia política dentro da República espanhola e os nacionalistas governaram a região. Após um golpe militar em 1936 e três anos da Guerra Civil, o general Franco tomou o poder e resistiu nele ao longo de 40 anos. A Catalunha, como o resto do país, viveu sob a repressão. O poder ficou totalmente centralizado em Madri e o uso oficial do idioma catalão foi proibido.

A morte de Franco trouxe a democracia. A nova Constituição deu à Catalunha uma grande autonomia política e reviveu a Generalitat. Desde então o partido majoritário foi quase sempre o nacionalista conservador Convergência e União (CiU) que, ainda que lutava por conseguir mais poder para a região, não defendia posições independentistas e até assinava frequentes acordos políticos em Madri com os grandes partidos espanhóis.

O atual enfrentamento começou em 2010, em um momento no que a Espanha estava vivendo uma profunda crise econômica que afetou com especial virulência a Catalunha. Quatro anos antes, os catalães aprovaram em referendo uma nova lei autônoma (Estatuto) que ampliava os poderes da Generalitat e definia a Catalunha como uma nação dentro da Espanha. O conservador Partido Popular fez uma barulhenta campanha em todo o pais contra a nova lei catalã e apresentou um recurso no Tribunal Constitucional espanhol, o qual cortou consideravelmente o Estatuto e não permitiu o uso da palavra nação. Após a sentença, dezenas de milhares de catalães saíram às ruas para protestar na maior manifestação na democracia em Barcelona. A partir desse momento, a escalada do conflito só aumentou.

Desde então, os independentistas se esforçaram para reunir multidões em manifestações convocadas sempre em 11 de setembro,o Dia da Catalunha. Em 2012, ainda em meio à crise econômica e com muitos protestos contra os cortes nas despesas públicas, o presidente regional, Artur Mas, da CiU, disse publicamente que era hora de ter estrutura própria de Estado. Artur Mas, alvo de fortes críticas por sua política de austeridade econômica, alegou que os catalães já estavam cansados de gastar dinheiro para contribuir com o caixa da Espanha. “Não existe batalha mais urgente do que a soberania fiscal de nosso país... Produzimos recursos e riqueza suficientes para vivermos melhor do que vivemos”, disse. Pela primeira vez, um movimento até então muito minoritário via seus anseios refletidos em um presidente que prometia “plenitude nacional”. E que culpava o Governo de Madri por todos os seus problemas.

Dias depois, Artur Mas levou ao Parlamento uma lei para convocar um referendo de independência, mas fracassou. Logo depois convocou eleições antecipadas. Perdeu 12 cadeiras no Parlamento regional que foram majoritariamente para o partido que sempre defendeu a independência, Esquerda Republicana de Catalunha (ERC). Assim a demanda nacionalista se radicalizou. Em 2013, CiU e ERC combinaram um referendo. A grande maioria dos partidos espanhóis e os catalães não nacionalistas recusaram apoiar esse plebiscito. O seu argumento sempre foi que a Constituição espanhola impede a uma região de votar para se separar da União. Mesmo assim o referendo foi realizado em 9 de novembro de 2014. Como a iniciativa havia sido denunciada diante da Justiça pelo Governo central, com o apoio dos partidos contra a independência, a Generalitat deixou de chamá-lo de referendo e passou a denominá-lo “processo participativo”. Para evitar se expor a uma inabilitação judicial, os governantes catalães deixaram que a consulta fosse organizada por voluntários. A votação ocorreu com urnas de papelão. Os partidos não independentistas boicotaram e pediram que suas bases não participassem. No final votaram 2,3 milhões de pessoas de um censo estimado de 5,4 milhões de catalães. Dentre eles 80,76% foram a favor da independência.

Paralelamente, foram descobertos casos de corrupção que minaram o partido de Artur Mas. A polícia e a Justiça desvendaram que a CiU costumava cobrar 3% de propina em obras públicas. Jordi Pujol, presidente durante duas décadas, padrinho político de Mas e a grande figura do nacionalismo catalão desde a queda da ditadura, teve que reconhecer que escondeu uma fortuna no paraíso fiscal de Andorra, e acabou sendo acusado de lavagem de dinheiro e crime fiscal.

Artur Mas voltou a convocar eleições em 2015 e formou uma grande coligação nacionalista com a ERC, chamada Juntos pelo Sim. O seu objetivo era fazer dessas eleições um plebiscito a favor da independência. Embora os partidarios da separação da Espanha nao tenham conseguido chegar a 50% dos votos, somaram a maioria dos deputados no parlamento regional, entre o Juntos pelo Sim e uma agremiação nova, a Candidatura de Unidade Popular (CUP). A CUP, anticapitalista e defensora de uma estratégia radical de ruptura com a Espanha, obrigou Artur Mas a abonddonar a presidencia em troca de seu aopio para poder governar. O dirigente nacionalista foi substituído por outro membro de Convergência mais claramente independentista, Carles Puigdemont.

Apesar dos protestos dos partidos na oposição e das advertências do Governo, advogados, juízes, empresários e instituições europeias, os partidos independentistas aprovaram no dia 7 de setembro deste ano uma lei para convocar um referendo em 1º de outubro. E o fizeram impedindo as emendas da oposição, que, por sua vez, acabou abandonando suas cadeiras no Parlamento.

No mesmo dia, o Tribunal Constitucional espanhol suspendeu em caráter de urgência essa lei. No dia seguinte, os independentistas aprovaram outra lei, chamada de desconexão, que contempla todos os passos para a proclamação da República da Catalunha. Também foi suspensa pelo Tribunal Constitucional.

As pesquisas de opinião mostram que a população catalã está muito dividida, sem uma maioria clara a favor da separação da Espanha. Segundo o último levantamento feito pelo próprio Governo catalão, há dois meses, 49% eram contra a independência, e 41% a favor. Mais uma pesquisa realizada na ultima semana pelo empresa Metroscopia salientou que 61% acham que o referendo realizado em 1º de outubro não foi válido legalmente. Porém 82% desejam que os governos de Madri e Barcelona negociassem um acordo para realizar um plebiscito dentro da legalidade. Para isso, seria preciso a abertura dum processo de diálogo. Mas faz muito tempo que as conversas entre as duas partes foram interrompidas.

Acredito que os catalães deveriam dar ouvidos ao que dizia Churcill: "Construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato impulsivo de um único dia. (Winston Churchill)


terça-feira, 10 de outubro de 2017

As coisas não são bem assim

CORRUPÇÃO: AS COISAS NÃO SÃO BEM ASSIM....


Por Alacir Arruda/Misses

As vezes nos perguntamos: por que determinadas coisas são assim, assado? O mais comum, nessas horas, é emitirmos juízos de valor muito próprios, grande parte deles, relacionados ao nível de conhecimento que possuímos. Porem, entretanto, todavia as coisas não são bem assim. Peguemos como exemplo a corrupção no Brasil: se eu perguntar o que você pensa sobre ela: as suas causas e até soluções, não tenho a menor duvida que me darás uma aula. Mas, faço outra pergunta: " de onde você tirou isso?" Garanto que terás dificuldade para me dar as fontes. Diante disso, e usando referenciais teóricos, descrevi abaixo alguns mitos sobre a corrupção. 

1. O maior problema do Brasil é a corrupção?

Não. 

Segundo a FIESP, o relatório da Brazil - Investiment And Business e as revistas Latin Trade e Forbes, o impacto da corrupção na economia brasileira varia entre R$ 70,7 e R$ 107,1 bilhões por ano; ou seja entre 2,08% e 2,93% do PIB (esses dados se referem a 2015). 

Segundo ainda um outro estudo da FGV, em consequência das descobertas da Operação Lava-Jato, a economia brasileira deixou de produzir R$ 90 Bilhões 2015, similar aos percentuais dos relatórios acima. A corrupção tem um efeito simbólico muito forte e toca a moralidade de todos nós, mas as boas análises são aquelas racionais, analíticas e científicas, e não as emotivas.

O renomado economista Samuel Pessoa pensa o mesmo: " O custo da corrupção é muito menor do que o que as pessoas imaginam. O combate à corrupção, embora melhore o país, não fará aparecer recursos vultosos do Tesouro nacional. O Estado brasileiro está mal dimensionado. Arrecada menos do que gasta. E não porque está crescendo menos. Arrecada menos do que gasta por um problema estrutural, que gerou expectativas ruins, que geraram crescimento econômico baixo. O nó brasileiro hoje é o Estado."

O famoso economista Gordon Tullock ajuda a explicar isso ao mostrar que geralmente se consegue um grande favor de um político/burocrata em troca de uma propina relativamente pequena. Ou seja, levando-se em conta a grande recompensa, a corrupção podia até ser maior. Mas não é maior porque 1) a concorrência entre os burocratas reduz o preço das propinas cobradas; 2) há uma falta de confiança entre corrupto e corruptor, os quais, obviamente, não podem processar a outra parte em caso de desrespeito do acordo; e 3) há a pressão da opinião pública.

-Mas o que são os 2,% do PIB perdidos pela corrupção? 

Apenas os repasses do Tesouro para o BNDES — operação essa que utiliza o dinheiro de impostos dos brasileiros para privilegiar os empresários favoritos do governo — chegam a 9% do PIB. Redistribuição regressiva, guerra às drogas, violência, intervencionismo, censura (politicamente correto, marco civil etc.), qualidade do ensino e da saúde estatal, saneamento básico, ineficiência do judiciário e exclusão comercial dos pobres (pelo protecionismo) são apenas alguns dentre problemas muito maiores que a corrupção. 

2. Furar a fila é corrupção? 

Não. 

Furar a fila é desonestidade, mas não é um ato de corrupção. Defensores de políticos gostam de dizer que o brasileiro não tem moral para reclamar, pois fura fila e cola nas provas. Vou tentar desenhar a eles as diferenças: 

-Furar a fila é desonestidade; pagar o burocrata do guichê para pular a fila é corrupção. 

-Colar na prova é desonestidade; pagar o professor para ter uma nota maior é corrupção. 

Ter de explicar a diferença entre desonestidade geral e corrupção é um indício de que a situação é muito grave. Esta comparação descabida interessa apenas aos grandes corruptos do sistema político. O objetivo é transmitir a ideia de que não somos melhores do que eles e, por isso, não podemos reclamar. Trata-se da desculpa perfeita para quem está no poder. 

3. É tudo culpa do jeitinho? 

Não. 

Os leigos, bem como um discurso popular já enraizado em nossa cultura, tendem a pensar que as causas da corrupção são antropológicas (cultura, honestidade, competência, gênero, nacionalidade, religião etc.). No entanto, a Ciência Política e a Economia são quase unânimes ao afirmar que as causas são sistêmicas (tipos de regras, sistema de incentivos/desincentivos, estado grande, intervencionismo, muita regulamentação, discricionariedade etc.). 

A corrupção é uma questão de incentivos: há regras e arranjos institucionais que incentivam comportamentos negativos. Havendo um sistema com essas características, isso já é o suficiente para atrair pessoas dispostas a tudo. Isso nada em nada tem a ver com jeitinho. O jeitinho é a consequência de um arranjo, e não a causa dele. 

Os ingênuos acreditam que "é só substituir o corrupto por um honesto". Só que é o carro que tem de ser trocado, e não o motorista. Eu usava um exemplo bem simples para meus alunos quando ministrava ciência politica: "Caros alunos, se problema do Brasil são os políticos que temos, imaginem então a seguinte hipótese; troquemos os 513 deputados e os 81 senadores pelas pessoas que nós mais confiamos, e pensamos ser honestas, nossos país. Coloquemos nossos país em substituição aos políticos, a pergunta que faço é simples: "MUDA ALGUMA COISA?". Em 23 anos dando aula,nunca houve um aluno que disse que mudaria. 

Alguns utopistas quiseram mudar a natureza do homem para criar o "homem novo" (como acreditava Lenin) e acabaram gerando apenas distopias. O necessário é construir um sistema que incentive e recompense comportamentos virtuosos, uma arquitetura compatível com a natureza humana. Se a avareza a luta pelo poder estão no nosso DNA, que o sistema crie condições de atendê-las dentro de normas e regras compatíveis. O problema do Brasil é que essas pontes são construídas levando em consideração a lei da gravidade. Quando as pontes caem, não adianta culpar a gravidade; o erro está na estrutura. 

O filósofo Karl Popper já dizia: Não precisamos de uma fortaleza feita por homens fortes; precisamos de uma boa fortaleza para evitar que homens fortes façam estragos. 

4. Aumentar as penas dos corruptos é a solução? 

Ajuda, mas não muito. 

Por si só, aumentar sanções e penas, apesar de satisfazer os ímpetos mais justiceiros, não resolve muito. O único efeito seria o de fazer com que menos pessoas estejam dispostas a correr o risco (maior) de recorrer à corrupção. Consequentemente, isso levaria a um oligopólio, em que só os grandes e experientes participariam, o que tenderia a fazer com que o valor das propinas e do dinheiro desviado aumente. 

5. A culpa é do poder econômico? 

De certa forma, sim; mas o real culpado é outro. 

Os grandes empresários tentam comprar políticos porque eles têm algo poderoso a ser vendido: leis e regulamentações que garantem privilégios a uns à custa do resto. Tire este poder de barganha, e o motivo para se comprar políticos acaba. 

Por isso, é imperativa a necessidade de se desburocratizar, desregulamentar e simplificar a legislação. Regras simples, claras, gerais e universais impedem que os agentes econômicos comprem políticos em troca de uma legislação específica que os beneficie em detrimento de seus concorrentes. Neste sentido, a atual legislação — que prevê "corrupção passiva" para os funcionários públicos e "corrupção ativa" para o agente econômico — está totalmente invertida. 

6. Limitar ou abolir o financiamento privado de campanhas resolverá tudo? 

Muito pelo contrário. 

Quando se proíbe (parcialmente ou totalmente) o financiamento eleitoral privado, o que inevitavelmente ocorre é o surgimento do mercado informal. Aquilo que ocorre na economia privada quando há proibições — pense no mercado informal de drogas e armas —, também ocorre na esfera política. Haverá ainda mais caixa dois. 

O único sistema moralmente aceitável é o financiamento exclusivamente voluntário — individual ou coletivo —, sem teto e sem limite. Tornando tudo totalmente legal e transparente, os doadores não têm motivos para fazê-lo ilegalmente (e arriscar a prisão). E os eleitores saberão quem financia quem. 

7. Tem como fiscalizar tudo? 

Doce ilusão. 

Trata-se de uma coisa óbvia " quem regula o regulador?" Sendo que o regulador, nesse caso, é o governo, justamente onde se encontra o cerne da corrupção.  Você quer controlar uma determinada transação econômica, uma licitação, um leilão, uma relação entre duas ou mais pessoas. Ato contínuo, você nomeia alguém para fiscalizar essa interação. Beleza. Mas quem irá fiscalizar o fiscal? 

O que vai acontecer é que a corrupção irá se deslocar para a relação entre o fiscal (governo) e os fiscalizados. Haverá agora uma pessoa a mais envolvida na interação — a qual não havia sido convidada —, o que fará com que o valor do dinheiro gasto nesse processo aumente. é uma questão meramente econômica. 

8. Prender os responsáveis acaba com o problema? 

Ajuda, mas nem de longe resolve. 

Quando se prende o chefe do tráfico, surge outro em para ocupar o seu lugar. É apenas uma questão de tempo. É perfeitamente justo punir os responsáveis e recuperar o dinheiro, mas isso é diferente. Isso seria agir nos sintomas, e não na raiz do problema. Sem atacar a raiz — explicitada nos itens 3 e 5 —, iremos recorrentemente cair nos mesmos erros. 

9. A corrupção é a causa da crise atual ou da pobreza? 

Isso faz sentido.

Todos os países mais corruptos são mais pobres (correlação), logo se pensa que a corrupção gera pobreza (causalidade). E, é fato, não deixa de ser verdade que a corrupção gera uma perda de bem-estar, desestimula os investimentos estrangeiros, e coloca o sistema em um círculo vicioso, do qual é difícil sair. 

Mas o oposto também é verdadeiro: a pobreza também gera corrupção. O economista Gymah-Brempong mostra que a corrupção afeta os mais pobres, pois os mais pobres — por causa de sua situação — estão mais sujeitos a se submeter a um ato corrupto. Um pobre, por exemplo, se chantageado por um funcionário público, é mais propenso a aceitar a extorsão, seja por ter menos opções para escapar, seja por talvez conhecer menos seus direitos, seja por conhecer menos pessoas poderosas (advogados, jornalistas, políticos) para defendê-lo etc. 

Se um candidato propõe uma venda de voto em troca de um emprego para seu filho, se você for relativamente rico, você pode não precisar e não aceitar; mas se você for pobre e tal barganha significar sua sobrevivência, então talvez você aceite, mesmo sabendo perfeitamente que se trata de corrupção e de um ato imoral. É por isso que a corrupção surge mais facilmente em um bairro pobre, em uma zona pobre, em um país pobre. É por isso que a pobreza gera corrupção. 

Em tempo: não  estou falando aqui que os pobres não entendam ou não tenham moral, muito pelo contrário. É só uma questão de necessidade material. 

10. A corrupção é uma doença? 

Não, ela é o sintoma. 

Como exposto acima, a corrupção é um dos sintomas da pobreza. O jurista peruano Enrique Ghersi mostra que a corrupção, mais do que ser a causa do baixo crescimento, da pobreza e de outras situações negativas, é o efeito, o resultado do protecionismo, do estado forte, e da hiper-regulamentação. 

Até mesmo Tácito,os historiador Romano há mais de dois mil anos sabia que "quanto mais corrupto o estado, maior o número de leis". A corrupção é o sintoma, o poder político é a doença. É o que, 2000 anos depois, os economistas Art Carden e Lisa Verdon demonstraram: protecionismo e intervencionismo, ao concederem mais poder coercitivo aos burocratas, aos "homens de sistema", geram mais corrupção. Sarney que odiga, ele e sesu asseclas estão bilionários por quê? 

O jornalista P.J. O'Rourke resume bem : "Quando comprar e vender se tornam atos controlados pela legislação, a primeira coisa a ser vendida e comprada são os legisladores". 

As pessoas comuns, aquelas que não tiveram oportunidade de um conhecimento mais profundo e formal do sistema, se surpreendem e se indignam com a corrupção porque, implicitamente, pensam que o dinheiro desviado deveria ir para a merenda escolar das criancinhas, para os hospitais dos doentes, ou para algum grande projeto de desenvolvimento nacional. Elas não imaginam que o dinheiro estava indo para o estádio de Manaus, para a festa de Carnaval, para Cabral comprar jóias para sua esposa, para alguma empresa amiga do alto escalão do governo, ou para uma ONG governista. 

Ou seja, parte-se da premissa de que a política visa pura e simplesmente o bem-comum, e que os políticos devem ser seres abnegados que pensam na coletividade. Consequentemente, quando se descobre que não é bem isso o que ocorre, ficam horrorizadas. E, ainda assim, continuam acreditando que tudo não passa de um ato perpetrado por apenas um ou dois políticos safados, e que a política em si é uma atividade boa e nobre. 

A pergunta então passa a ser: quantos "desvios" mais serão necessários para que essas pessoas finalmente entendam que talvez esta seja a tendência e a essência da política, e que tais atos não são um simples desvio de conduta, mas sim a regra geral? Considere esta possibilidade: a política é simplesmente uma atividade humana, a qual é empreendida por indivíduos racionais e com interesses próprios. Eles têm desejos e ambições. Irão persegui-los legalmente e, às vezes, ilegalmente. E, em alguns casos, serão descobertos. 

Isso é o que demonstram as melhores escolas do pensamento econômico: a Escola Austríaca, a Teoria da Escolha Pública, a Escola Elitista, o Realismo Europeu etc. Quem estudou ou conhece o básico destas escolas jamais se surpreende de forma infantil quando estoura algum escândalo de corrupção. Ao contrário, aliás: consegue enxergar atos similares à sua volta, porém tidos como perfeitamente legais. 

Após essa leitura, e mergulhado nos senso comum, com certeza você me perguntará:"Alacir, então não há saída?". E por que deveria haver..... 

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