segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Projeto de Poder

TROCARAM O "PROJETO BRASIL" POR UM PROJETO DE PODER. 

Por Alacir Arruda

Acredito que muitos brasileiros, assim como eu, constantemente se perguntam: "onde foi que erramos?" O que aconteceu com o nosso país que o levou a esse total descalabro politico, econômico e social? Onde estão as gêneses dessas incongruências? Ora, se tivéssemos a resposta com certeza estaríamos ricos. A desgraça de um país não ocorre do dia para noite, salvo nas catástrofes naturais, mas sim , é resultado de um processo histórico que envolve vários atores. Todos os países que hoje se encontram mergulhados em crises internas, sejam elas, econômicas, politicas ou sociais, possuem um passado que os condenam. 

Vejam o  caso da Venezuela, que durante muitos anos esteve nas mãos de um mentecapto chamado Hugo Chaves,  e após sua morte o poder passou para seu discípulo, o não menos doente, Nícolas Maduro. Quanto a  nossa vizinha Argentina, que há anos vive um desiquilíbrio econômico e social, por décadas foi governada por populistas como Juan Peróns  décadas de 40 e 50 do século passado, sofreu golpe militar em 1974, esteve  nas mãos do incompetente Carlos Menem na década de 90 e sofreu a ditadura dos Kirchner, marido e esposa mais recentemente. Enfim, hoje a Argentina, que já foi a segunda nação mais rica do mundo na década de 20 do seculo passado,  tenta se recuperar de anos de desmandos políticos,  sendo o único caso na historia mundial de um país que era rico e ficou pobre.

No Brasil a historia não e diferente, Getúlio Vargas ,  um "canalha" que governou esse país por quinze anos direto (1930-1945) depois mais quatro (1951-1954) totalizando 19 anos,  instituiu, nas terras  tupiniquins, a  politica do "assistencialismo barato," convencendo a grande massa brasileira de que o Estado é nosso "paizão";  Getúlio é o criador do "Estado Vaca Leiteira", onde , até hoje, todos buscam uma teta para mamar.  Passados mais de 60 anos de seu suicídio (24-08-1954),  CHEGOU a fatura om juros e correção monetária:  juros são:  PMDB, PSDB, PR,PPS, DEM,PDT, etc.. E a correção monetária; Aa  Dilma e Lula. 

Ainda sobre o Brasil, acredito que os partidos da chamada  "social democracia",  que nos dirigem há mais de três décadas, devem explicar nossa degeneração política e o medíocre desempenho econômico”. Eu acrescento: “a persistência da pobreza e da desigualdade, a desagregação social, a violência generalizada, o desencanto dos jovens com a política e a tolerância com a corrupção”.

Uma explicação: não nos sintonizamos com o “espírito do tempo”, perdemos o vigor transformador. Enquanto a realidade se transformava, continuamos com as ideias do passado. Não entendemos que hoje a divisão entre presente e futuro é mais importante que entre capitalistas e trabalhadores; nem que estes se dividiram entre modernos, com bons padrões de consumo, e tradicionais pobres e excluídos, com um “mediterrâneo invisível” separando-os. Tampouco aceitamos que os sindicatos representam o setor moderno. Preferimos defender direitos dos servidores estatais à qualidade dos serviços públicos; ignoramos que estatal não é sinônimo de público, sob falso conceito de igualdade, abandonamos o reconhecimento ao mérito de alguns profissionais.

Optando pela disputa entre corporações, de capitalistas ou de trabalhadores, governamos sem buscar coesão social e rumo histórico. Substituímos propostas de um mundo melhor para as futuras gerações, por promessas de maior consumo no presente; criamos consumidores, não cidadãos. Caímos no oportunismo eleitoral ao prometer que todos atravessariam o “mediterrâneo invisível” apenas com “bolsas” e “cotas” para pobres e isenções fiscais para empresários. Não percebemos que o esgotamento dos recursos fiscais e naturais exige austeridade nos gastos e eficiência na gestão. Aceitamos a irresponsabilidade populista sem ver os riscos de induzir soluções inflacionárias e autoritárias no futuro.

Não entendemos que a justiça social vem da aplicação correta e responsável dos resultados de economia eficiente; que no mundo global não há mais futuro para economias movidas por nacionalismos isolados; nem reconhecemos que o capital do século XXI está no conhecimento para inovar e usar as novas máquinas inteligentes. Faltou a compreensão de que a eficiência e a justiça não virão da ocupação do Estado para subordinar as economias sob controle dos partidos, mas da educação para todos, filhos de pobres e de ricos em escolas com a mesma qualidade. Não acreditamos que a igualdade educacional com qualidade teria sido nossa nova bandeira.

No lugar de gigante deitado em berço esplêndido, deixamos um Brasil amarrado em laços corporativos e antiquados. Nossos intelectuais ficaram acomodados em ideias antigas, filiações partidárias, fascínio por líderes. Substituímos ideias por slogans, filósofos por marqueteiros. Caímos em narrativas falsas e passamos a acreditar nas próprias mentiras. Prisioneiros de siglas partidárias sem ética e programas, trocamos princípios por preconceitos. Sem rumo, caímos no eleitoralismo populista e na corrupção, que mora ao seu lado. E ainda não fizemos uma autocritica, nem pedimos desculpas à história e ao povo.


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Um comentário:

  1. Que texto,parabens! E ainda discutem seu conhecimento? So me resta ler e me enriquecer com uma verdadeira obra de arte dessas.

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