O CORPORATIVISMO INFAME.
Temos assistido nos últimos dias demostrações infames de como os nossos políticos atuam nos bastidores para se manterem no poder. Temer tem vendido até a própria mãe para não perder o cargo de Presidente, liberando verbas a deputados, oferecendo cargos comissionados e até mudando Leis. Aécio Neves, a despeito do pedido vergonhoso propina exposto na mídia, conseguiu que o o Senado, composto em sua maioria por investigados, devolvesse seu mandato, não para lutar pelos interesses dos mais de 7 milhões de mineiros que lá o colocaram, mas para manter o tal de "foro privilegiado".
A salvação do mandato de Aécio Neves (PSDB/MG) por um placar elástico (44 a 26) demonstra mais uma vez que a cassação do mandato presidencial de Dilma Rousseff nunca se deu por causa do combate à corrupção mas sim, atendendo a interesses de quem queria roubar mais que ela.. É que evidências não faltam para implicar Aécio Neves em todo tipo de estripulias nada republicanas que justificam amplamente a retirada do seu mandato.
Quem ouviu as falas de seus defensores e até de parte dos que votaram pela cassação de seu mandato pode notar que, por detrás dos discursos de defesa da democracia se escondia o mais puro corporativismo, visto que boa parte dos senadores responde a uma série de processos criminais que igualmente justificam a perda do posto que ocupam.
Esse corporativismo, há que se notar, vai além dos limites do Senado Federal já que expressa a opção das elites brasileiras por legisladores que lhes permitam continuar por cima de uma pirâmide social marcada pela profunda desigualdade social e por práticas que remontam ao período colonial. Exemplo disso foi o abrandamento da definição de trabalho escravo pelo presidente “de facto” Michel Temer que sinaliza a facilitação da ação de patrões que desejem tornar seus empregados em escravos.
Tenho que dizer que nada disso me surpreende. Aliás, ainda fico surpreso com a surpresa de muitos que olham para essa situação toda com sincero pasmo frente à fome por mais medidas de retrocesso social. É que olhando a história brasileira, toda sinalização de modernização da nossa sociedade sempre foi acompanhada de forte reação por parte dos que de fato controlam o estado brasileiro.
Entretanto, não deixa de ser pedagógico notar o silêncio daqueles setores que foram Às ruas para adotar o pato amarelo. Para onde foi toda aquela massa indignada que protestava contra a corrupção e os riscos de bolivarizar o Brasil? Toda aquela gente deve estar agora recolhida em alegria e júbilo por ter servido bem à causa da perpetuação das abjetas condições em que vive a maioria dos brasileiros.
A questão é que toda essa alegria e júbilo expressa claramente as estruturas que ainda controlam a sociedade brasileira. E quem pensar que tudo isso será alterado por uma forma canhestra de republicanismo, que pense de novo. Aliás, pensar é pouco, há que se começar a agir e trabalhar pela construção de uma sociedade totalmente diferente. É que dos adoradores do pato amarelo, não há o que se esperar, a não ser a postura de servos obedientes de uma sociedade que teima em continuar sendo colonial.
Ah, sim, voltando a Aécio Neves, este está transformado numa espécie de fantasma da política brasileira, um zumbi, que teimará continuar arrastando suas pesadas correntes pelos corredores do Senado Federal. É que se há uma coisa que uma sociedade colonial tende a repudiar são aqueles personagens que não se mostram à altura da tarefa de perpetuar suas perversões. Essas atitudes de Aécio mancha a biografia de seu avô Tancredo Neves, esse sim um homem serio, que do tumulo deve estar dizendo: "esse muleque só faz merda"
Finalmente, alguém saberia dizer quem é o senador Eduardo Lopes (PRB/RJ) que votou pela absolvição de Aécio Neves? Pelo partido, já se pode inferir que seja bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e suplente de Marcelo Crivela. Mas do que isso, alguém saberia alguma coisa? Aliás, pensando bem, precisaria saber algo a mais? Só um detalhe, todos os senadores mato-grossenses votaram par salvar o mandado do"amiguinho" Aécio.
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