EDUCAÇÃO OU FINGIMENTO?
Ainda durante a minha graduação, nos idos de 1993, alguns colegas de cursos de Licenciatura em História, Sociologia e Filosofia da UFRGS falavam sobre situação que atravessava a educação brasileira naquele momento. Observações e colocações de profissionais que merecem análise como a que dá título deste artigo ou como a afirmativa abaixo:
"O professor finge que ensina, o aluno finge que aprende e o governo finge que paga para o educador existir."
A primeira menção para nossa reflexão é preocupante, demonstra que esse modelo educacional vigente está fracassado ou em processo de enfraquecimento. Uma vergonha para um país rico como o Brasil que pretende ser coadjuvante no cenário mundial. Com aproximadamente cento e noventa milhões de habitantes segundo o último levantamento feito pelo IBGE, e com quantias significativas de arrecadação de tributos, mas uma deficiente distribuição das riquezas produzidas e de promoção de políticas públicas eficazes que atendam a urgente demanda de seres capazes filosoficamente, preparados para o trabalho e sensíveis ao bem comum e ambiental.
A segunda menção implica diretamente sobre a educação; revelando uma irresponsabilidade praticada de maneira normal e consciente por todos os seus agentes. O que agrava ainda mais essa situação-problema é não ter a quem recorrer, pois os pais estão acuados entre a impotência em serem pais e ao mesmo tempo, amigos, educadores, anjos da guarda, paitrocinadores, no meio de outras aptidões menores ou ocultas.
Finalmente, a saída para esse dilema sofre com a disputa desonesta pelo poder em que o indivíduo foi sucumbido. E o individualismo retarda uma consciência mútua de que a coletividade, a organização social e a justiça, de fato, cega, nos faça enxergar um caminho mais promissor para a humanidade.
Aliado aos fatores já colocados atrelamos outro; a ganância dos chamados “empresários da educação” . Aqueles que vendem um produto intangível e impossível de ser mensurável; o conhecimento. A única preocupação desses “urubus” é com seus bolsos e saldos bancários. Insensíveis, não possuem qualquer comprometimento com aquilo que um dia Paulo Freire denominou de “Libertação”. Na verdade estamos todos imersos num vale de lagrimas, como dizia Schopenhauer, em que os principais vertedouros desse vale são as lagrimas dos pais que, acuados diante desse quadro, se vêem inertes nesse tabuleiro de interesses onde a educação publica esta falida e a privada alienante.
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