O NOVO ENEM EXIGE UMA NOVA POSTURA PEDAGÓGICA POR PARTE DA ESCOLA E A CAPACITAÇÃO DO CORPO DOCENTE.
Desde a sua implantação em 1998, o ENEM tem sido objeto de ásperas discussões no meio educacional. Para alguns a solução para um problema crônico em nosso país que era a total exclusão dos menos favorecidos aos banco acadêmicos, para outros uma forma de massificar o ensino superior utilizando critérios subjetivos e assistencialistas aliado a ideia de explorar o conhecimento adquirido em toda a vida escolar do aluno. Discussões acadêmicas a parte, o ENEM é uma realidade e hoje é considerado a maior avaliação em larga escala do Planeta. Somente em 2013 mais de 7 milhões de alunos se inscreveram para as mais de 140 mil vagas oferecidas pelas universidades que utilizam o ENEM como único critério e avaliação.
E evidente que uma avaliação desse porte exige, na mesma proporção, uma nova postura de nossas escolas. O que vem ocorrendo hoje, em mais de 85% dos Estados brasileiros, é que o aluno continua sendo preparado para pré-vestibular, que não existe mais, e será avaliado pelo ENEM que possuí uma sistemática totalmente diferente, o resultado disso tem sido um fracasso absoluto, segundo dados da Faculdade de Educação da USP.
Uma das explicações para esse fracasso é que durante muitos anos tivemos que conviver no Brasil com um câncer, denominado pré-vestibular. Cujo a único função era bitolar o aluno transformando-o em decoreba. A moda era você conhecer todas as fórmulas matemáticas, entre outras, professores usavam musiquinhas para facilitar a assimilação, as aulas eram um verdadeiro teatro e os professores chamados de “professores show”, lembro bem disso, pois fiz parte desse grupo de docentes. Mas juro, obedecendo Darwin, evolui. Os cursinhos pré-vestibulares, bom, esses por sua vez, faziam a festa. Salas abarrotadas de alunos, altos índices de aprovação e uma certeza; nada vai mudar. Porém, como nada dura para sempre, para surpresa geral, em 2009 chega o NOVO ENEM que de inicio já foi adotado por mais de 70% das Instituições Federais como única forma de acesso ao ensino superior, em 2010 já eram 84% e em 2013 esse numero deve chegar aos 97%.
E as Escolas? Bom, essas pararam no tempo e nos sistemas arcaicos, pautados na pedagogia do decoreba. É comum ainda hoje professores de matemática que utilizam expressões como: Determine, calcule, fatore etc, que jamais serão cobrados no ENEM, sem qualquer contextualização. Ou professores de História que insistem em tentar explicar aos alunos as fases do Império Romano datadas. Faz-se necessário uma requalificação desses Docentes utilizando como referência a Matriz Enem por disciplinas, dessa forma o aluno não se sentirá, em uma prova de ENEM, como um “bobo alegre” olhando para a sala e perguntando a si mesmo: “será que só eu que não sei nada aqui nesta sala?”.
O ENEM é diferente e essas diferenças em relação aos vestibulares tradicionais tornam mais difícil o estudo por parte dos alunos. Primeiramente porque os estudantes de hoje, ao longo da vida, acostumaram-se a uma rotina de preparação para provas baseada em estudos por disciplina. Boa parte, inclusive, costuma dar um foco maior nas matérias das etapas finais dos processos seletivos que, em geral, são decisivas para a classificação, como matemática, física química. Porém, o formato de questões interdisciplinares do Enem exige do candidato outra postura. Como elas abordam assuntos de mais de uma matéria, é essencial também trabalhar com esta perspectiva. E o diferencial nesse caso é o docente, que utilizando da Matriz de Referencia de sua disciplina consegue orientar o aluno de forma mais precisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário