O CASO DONADON E O CORPORATIVISMO
Por Alacir Arruda
A decisão da Câmara Federal de não cassar o mandato do Deputado Federal por
Rondônia, Natan Donadon, trás à luz das discussões a importância de se rever a
questão dos votos secretos. Um país que pretende, ou pleiteia, um assento
definitivo no Conselho de Segurança da
ONU, que se orgulha de ser considerado democrático e, onde os direitos individuais e coletivos, em
tese, são o norte nas relações sociais, não pode aceitar que uma Câmara eleita
pelo povo tenha a prerrogativa do voto secreto. Essa situação é inaceitável em
qualquer país, sobretudo, um democrático.
A história do voto secreto no
Brasil remonta ao Regime Militar (1964-1985) e representa os resquícios de um
regime de exceção algo ultrapassando nos dias atuais. Manter o mandato de um politico condenado pelo Supremo
a 13 anos de prisão por crimes como: desvios de verbas públicas, corrupção ativa e passiva
além e abuso de poder, é algo que seria cômico se não fosse trágico e mais uma vez
lança todo o legislativo brasileiro na “vala
comum”, justificando as criticas que vem
das ruas.
Recentemente, milhares de
brasileiros saíram às ruas para reivindicarem mais moralidade, probidade e
ética da classe politica, recado este, que parece não ter sido ouvido pelos parlamentares que resolveram
manter Donadon no cargo. Com certeza o Brasil amanheceu nessa quinta-feira com
vergonha da câmara que “os representa”, vergonha que só não é maior que a certeza de
que farão isso novamente, uma vez que a palavra de ordem entre eles é o “corporativismo”.
A coisa é mais ou menos assim, absolvemo-lo,
pois amanha poderá ser um de nós. Quero aqui externar meu desalento com a
dilapidação do patrimônio ético ao qual a câmara esta mergulhada e posso apenas
falar por mim; esses 513 deputados não me representam. Na
verdade, eles são a síntese de tudo de ruim que a politica brasileira já produziu e seus atos imorais, só vem corroborar para que a população novamente se
reúna para cobrar uma ação mais efetiva desses senhores quanto ao trato com a coisa publica, sobretudo o erário.
Dizer que todos os politicos são iguais seria prepotência
de minha parte, mas que sobram poucos verdadeiramente comprometidos com a causa
do povo e os interesses da nação, disso não tenho a menor duvida. Hoje foi
Donadon o absolvido, amanha será outro e
outro e outro, até que um dia você, que
agora esta lendo esse texto, será
questionado por seu filho nos seguintes
termos: “pai (mãe) quando o sr. (a) era jovem tinha políticos corruptos? E você com certeza ira dizer: “sim filho,
sempre houve”!. Então ele expressará:
“ e o que o sr. fez para, ao menos, minimizar isso?? E você??? Uma saída será
você dizer a ele que o lema que rege a politica brasileira desde 1500 é: ”Eu
sei que a farinha é pouca, então, meu pirão primeiro”
Essa decisão abre brechas para favorecer outros parlamentares corruptos. Esse é o BRASIL, onde a Corrupção impera.
ResponderExcluirOi Jose..Kibom vc por aqui..saudades.....
ExcluirOi Alacir...pois é, fazendo uma visitinha rápida, não pude deixar de comentar mais esse absurdo que aconteceu ontem na Câmara. Saudades de ti tbm.
ExcluirAbsurdo!
ResponderExcluirJá não bastasse o caso Donadon, agora, graças ao Min. Celso Mello, os condenados pelo mensalão terão novo julgamento e com certeza dessa vez vão ser absolvido. Uma podridão só, uma vergonha para a Corte Suprema.
ResponderExcluirComo disse o Min. Joaquim Barbosa: "somos o único caso de democracia no mundo em que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram. Somos o único caso de democracia no mundo em que as decisões do Supremo Tribunal podem ser mudadas por condenados. Somos o único caso de democracia no mundo em que deputados, após condenados, assumem cargos e afrontam o judiciário.Somos o único caso de democracia no mundo em que é possível que, condenados, façam seus habeas corpus, ou legislem para mudar a lei e serem libertos. Ministro Joaquim Barbosa.
E mais uma vez tudo acabando em pizza, no STF. Mais uma vergonha para o Brasil.
Parabens Josi....sua revolta e a revolta das pessoas de bem desse país..
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