JUSTIÇA, AINDA QUE TARDIA!
“O Brasil é uma nação de espertos
que reunidos, formam uma multidão de idiotas.”
( Gilberto Dimenstein)
O
país acordou essa segunda feira com um
fio de esperança na justiça reaceso. Na
última sexta feira, o Presidente do
Supremo Tribunal Federal e também relator do caso “mensalão”, Ministro Joaquim
Barbosa decretou a prisão de doze réus já condenados em ultima instância desse, que é considerado, o maior caso de desvio do erário já praticado por agentes públicos.
Lógico que três deles são mais conhecidos da opinião publica; os Ex- ministros
Jose Dirceu e Jose Genoíno, ainda o operador
do mensalão Marcos Valério. Pela
primeira vez eu vi a população estarrecida, mas desta vez pela coragem da Justiça em mandar pra cadeia,
de forma inédita, políticos de grande
calibre. Esse fato foi manchete nos principais jornais do mundo, sendo que o
francês Le Monde chegou a afirmar que
os brasileiros não conheciam justiça ate sexta-feira.
O
que me chamou muito a atenção em toda
essa celeuma, foi a cara de ”coitadinho” de ambos- Dirceu e Genoíno-, dizendo-se inocentes,
perseguidos, e até presos políticos entre outras baboseiras. Ora, esses senhores são perigosos,
dissimulados, cínicos, fazem parte do Staff dessa “quadrilha” denominada PT que juntos, instalaram um verdadeiro escritório do crime organizado em Brasília, responsável pelo desvio de mais de
300 milhões de reais dos erário publico. Alguém teria que pagar por isso, ou eles se
acham acima do bem e do mal?
Quando optamos pela República,
também optamos pela democracia com todas as virtudes e defeitos desse sistema
político considerado por Churchill como
“a pior forma de governo, com exceção de todas as outras”. Pois o
julgamento do mensalão, ainda que facções inconformadas tentem classificá-lo
como farsa, foi democrático e republicano.
O
desprezo pela democracia, precisamos
lembrar, é o próprio fio condutor do mensalão. Que respeito têm por um dos
principais pilares democráticos, a independência entre poderes, aqueles que
tramam um esquema de subordinação do Legislativo ao Executivo, por meio da
compra de apoio parlamentar? Deixemos que os ministros do STF respondam, em
frases que nunca poderão ser esquecidas. “Com a velha, matreira e renitente
inspiração patrimonialista, um projeto de poder foi arquitetado. (...) um
projeto de poder que vai muito além de um quadriênio quadruplicado, muito mais
de continuidade administrativa. É continuísmo governamental. Golpe, portanto,
nesse conteúdo da democracia, que é o republicanismo, que postula renovação dos
quadros de dirigentes”, disse Carlos Ayres Britto, ao condenar o núcleo
político do mensalão por corrupção ativa. Na mesma ocasião, Celso de Mello
disse que “os atos praticados por estes réus em particular [José Dirceu e José
Genoino] descaracterizaram por completo o modelo de democracia congressual” e
que “a conquista de adesões mediante, por exemplo, migrações partidárias
obtidas com estímulo de práticas criminosas representa atentado aos valores
estruturantes do Estado Democrático de Direito”
A prisão dessa quadrilha não indica que a sociedade brasileira já pode descansar tranquilamente.
Diversos ladrões do dinheiro público seguem à solta, talvez rindo do destino
dos mensaleiros. Os próprios deputados condenados pelo mensalão terão a
oportunidade de rir do Brasil se tiverem seus mandatos mantidos pelos colegas. Mas na última sexta-feira morreu um pouco do
ceticismo brasileiro, aquele que, acostumado às pizzas, começou pensando “estão
sendo investigados, mas nunca serão julgados”, passou para “estão sendo
julgados, mas não serão condenados” e terminou se perguntando “foram
condenados, mas serão presos?” Pois foram presos. Que esse dia seja um marco na
maneira como o Brasil lida com o desrespeito às instituições e ao cidadão.
Ai meu professor predileto, mandou bem- Marielly
ResponderExcluirSe reajirmos à contaminação da inércia e do silêncio, não seremos paralisados por este sistema que emburrece, escraviza, que nos nega o mínimo e ainda ironiza por saber que não sabemos direito como podemos sair dele. Tantos querem o ócio, mas ao mesmo tempo querem tudo pra si. E o fim é incerto, como qualquer argumento.
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