domingo, 17 de novembro de 2013

MEDICINA EM PARTICULARES

Por Alacir Arruda

Muitos alunos tem cobrado o fato de  eu não escrever quase nada sobre as universidades privadas, sobretudo aquelas que oferecem o curso de medicina.Todos que me conhecem sabem que construí toda a  minha vida acadêmica: graduação, mestrado e doutorado  em federais, ate por necessidade mesmo, porém, eu  tive a oportunidade de  dar aulas em cursos de medicina de algumas faculdades particulares do Brasil como Unifoa-RJ e  Unitau-SP entre outras. O fato de eu escrever pouco sobre essas instituições deve-se, em parte, a pouca credibilidade que algumas delas demonstram em seus exames vestibulares. Todos sabem da desconfiança que existe quanto a lisura no processo, inclusive com um histórico de   denuncias de compras de vagas etc..., mas não vou entrar no mérito dessa questão uma vez que não tenho provas de absolutamente nada, estou apenas conjecturando.
É evidente que se o aluno tem condições financeiras de se manter numa instituição privada em um curso de medicina com valores que hoje oscilam entre 6 mil a 9 mil reais, ele deve tentar, daí a passar é outra história. Quanto ao conteúdo cobrado por essas Instituições, isso é uma verdadeira “caixa de pandora”, pode-se esperar de tudo, de questões estilo ENEM há questões que remontam aos velhos e ultrapassados vestibulares. A impressão que tenho, como educador com E maiúsculo que sou, é que não há - por parte de quem elabora  esses exames-  uma assertividade   quanto a cobrança do aprendizado verdadeiro do aluno. Desconfio que os   interesses são outros uma vez que não ha uma simetria pedagógica  ou um processo metodológico que fosse aplicado de forma  continua e que facilitasse o estudo por parte  de quem  tem interesse em prestar essas provas.  Comparo hoje,  o aluno quando vai prestar   uma prova de medicina em uma universidade (faculdade) privada,  a um  atirador com  os olhos vendado disparando para todas as direções sem qualquer  referencia.  Algumas disponibilizam em seus sites os últimos vestibulares, porém, há instituições que trocam de empresas elaboradoras da prova todos os anos, o que dificulta um entendimento daquilo que é contumaz  cobrado.
Que algumas dessas “empresas de educação” buscam auferir lucro, disso ninguém tem duvida, uma vez que muitas delas entendem a educação como comercio e o aluno como cliente, porém, deve haver um mínimo de critério quanto aos seus exames. O MEC, através de resoluções do CNE (Conselho Nacional de Educação) e a CES (Câmara de Educação Superior),  deixa claro a “autonomia das instituições em realizar seus processos seletivos”,  mas estabelece que esses processos precisam estar em consonância com o que prescreve a LDB -Lei 9394/96, no que tange ao ensino médio, bem como  as  questões cobradas devem estar articuladas com o estabelecido nos  PCNs – Plano Curriculares Nacionais- do Ensino Médio. O MEC tem sido omisso ao permitir essa avalanche de provas sem qualquer critério que acabam não avaliando  ninguém  fato que desencadeia uma serie de  desvios de conduta por parte de algumas instituições “imorais” travestidas de faculdades,  e quem acaba “pagando o pato” é o aluno, que mesmo possuindo condições financeiras de ingressar nesses cursos acaba sendo  a vitima de todo esse processo.

P.S. Quero deixar claro que reconheço a seriedade de algumas instituições privadas e não quero, sobremaneira, generalizar com esse artigo   visto que há intuições serias.

Um comentário:

  1. Alacir..penso como vc, acho que essas instituições não possuem um critério claro para esses vestibulares e cada ano eles criam um. Parabéns pelo belo artigo. Fernando

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