MEDICINA EM
PARTICULARES
Por Alacir Arruda
Muitos alunos tem cobrado o fato
de eu não escrever quase nada sobre as
universidades privadas, sobretudo aquelas que oferecem o curso de medicina.Todos
que me conhecem sabem que construí toda a
minha vida acadêmica: graduação, mestrado e doutorado em federais, ate por necessidade mesmo, porém,
eu tive a oportunidade de dar aulas em cursos de medicina de algumas
faculdades particulares do Brasil como Unifoa-RJ e Unitau-SP entre outras. O fato de eu escrever
pouco sobre essas instituições deve-se, em parte, a pouca credibilidade que
algumas delas demonstram em seus exames vestibulares. Todos sabem da
desconfiança que existe quanto a lisura no processo, inclusive com um histórico
de denuncias de compras de vagas etc..., mas não
vou entrar no mérito dessa questão uma vez que não tenho provas de
absolutamente nada, estou apenas conjecturando.
É evidente que se o aluno tem
condições financeiras de se manter numa instituição privada em um curso de
medicina com valores que hoje oscilam entre 6 mil a 9 mil reais, ele
deve tentar, daí a passar é outra história. Quanto ao conteúdo cobrado por essas Instituições, isso é uma verdadeira “caixa de pandora”, pode-se esperar de tudo, de questões
estilo ENEM há questões que remontam aos velhos e ultrapassados vestibulares. A
impressão que tenho, como educador com E maiúsculo que sou, é que não há - por
parte de quem elabora esses exames- uma assertividade quanto a
cobrança do aprendizado verdadeiro do aluno. Desconfio que os interesses são outros uma vez que não ha uma
simetria pedagógica ou um processo metodológico
que fosse aplicado de forma continua e
que facilitasse o estudo por parte de
quem tem interesse em prestar essas
provas. Comparo hoje, o aluno quando vai prestar uma prova de medicina em uma universidade
(faculdade) privada, a um atirador com os olhos vendado disparando para todas as
direções sem qualquer referencia. Algumas disponibilizam em seus sites os últimos
vestibulares, porém, há instituições que trocam de empresas elaboradoras da
prova todos os anos, o que dificulta um entendimento daquilo que é contumaz cobrado.
Que algumas dessas “empresas de
educação” buscam auferir lucro, disso ninguém tem duvida, uma vez que muitas
delas entendem a educação como comercio e o aluno como cliente, porém, deve
haver um mínimo de critério quanto aos seus exames. O MEC, através de
resoluções do CNE (Conselho Nacional de Educação) e a CES (Câmara de Educação Superior), deixa claro a “autonomia das
instituições em realizar seus processos seletivos”, mas estabelece que esses processos precisam
estar em consonância com o que prescreve a LDB -Lei 9394/96, no que tange ao
ensino médio, bem como as questões cobradas devem estar articuladas com
o estabelecido nos PCNs – Plano Curriculares
Nacionais- do Ensino Médio. O MEC tem sido omisso ao permitir essa avalanche de
provas sem qualquer critério que acabam não avaliando ninguém
fato que desencadeia uma serie de desvios de conduta por parte de algumas
instituições “imorais” travestidas de faculdades, e quem acaba “pagando o pato” é o aluno, que
mesmo possuindo condições financeiras de ingressar nesses cursos acaba sendo a vitima de todo esse processo.
Alacir..penso como vc, acho que essas instituições não possuem um critério claro para esses vestibulares e cada ano eles criam um. Parabéns pelo belo artigo. Fernando
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