sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

TEMA QUE SERA EXPLORADO PELO ENEM 2014

Ucrânia: a cronologia de uma tragédia anunciada.
Alacir Arruda
Violência e gangsterismo marcam ação do governo e manifestantes ucranianos. Agora, todos os possíveis desfechos parecem negativos
Ainda não sabemos quem são os roteiristas, mas analisando o drama, podemos ver suas diferentes etapas:
1. Em 28 de novembro o presidente da Ucrânia, Vítor Yanukovich, decide postergar a assinatura do acordo de associação com a União Européia, pelas perdas econômicas que implicaria na relação com a Rússia.
2. A oposição convoca um protesto na Praça da Independência. Em 30 de novembro, a polícia reprime centenas de manifestantes e desocupa a praça. Fica um mal-estar e decepção na sociedade, mas não mais que isso.
3. Na noite de 30 de novembro, quando os protestos dos partidários da integração da Ucrânia à Comunidade Européia perdiam intensidade, as forças especiais da polícia, de forma surpreendente, atacam um grupo de estudantes, surrando-os selvagemente. A TV mostra as imagens a todo o país, a oposição imediatamente faz um chamado ao povo e no dia seguinte, para surpresa de todos, saem um milhão de pessoas à rua em Kiev, uma cidade de 3 milhões de habitantes.
4. No dia seguinte, 1º de dezembro, um grupo de radicais falando russo (a grande maioria dos ativistas fala ucraniano) ataca com paus e correntes um grupo de alunos da escola militar e da polícia antidistúrbios. Os atacantes tratam de enredar os civis que protestavam pacificamente nos seus atos de agressão. Os policiais presenciam a situação mais de uma hora e meia sem receber ordens para reprimir, e quando ela chega, reprimem brutalmente. A maioria das vítimas é de civis inocentes. Dezenas de outros inocentes são presos. A TV russa filma tudo e imediatamente as imagens vão ao ar nos canais controlados pela oposição ucraniana. Resultado: o povo chega à Praça da Independência, se instala em barracas e cerca os tribunais de justiça. As forças policiais já pareciam seguras de que todos os manifestantes eram extremistas, e atacam prontamente, enquanto os demais já não duvidam que os policiais antidistúrbios são carrascos sanguinários, provavelmente mercenários russos vestidos como policiais ucranianos.
5. Em 11 de dezembro, quando a tensão baixa gradativamente, organizam-se “mesas redondas”, chegam muitos emissários europeus oferecendo intermediação e parece que todos estão a ponto de chegar a um acordo. A polícia ucraniana, sem maior entusiasmo, realiza uma tentativa de desocupar a Praça da Independência, e o faz com bastante cautela e sem atacar ninguém. Em resposta, por toda a cidade tocam os sinos das igrejas e o povo sai de casa às duas horas de uma madrugada gelada para defender a praça. O transporte público já não funcionava, e os taxistas levam as pessoas ao centro gratuitamente. Ao final, o povo, que já estava perdendo o entusiasmo inicial, se anima novamente e constrói barricadas de três metros. Os chefes policiais ficam incomodados porque não receberam ordens para reprimir.
6: Passa quase um mês. O Presidente Yanukovich viaja a Moscou e recebe de Putin a promessa de um crédito de 15 bilhões de dólares. Passadas as festas de Ano Novo, o povo está cansado, e na Praça nota-se uma certa desilusão e esgotamento. De repente, em 16 de janeiro, o parlamento ucraniano, violando todas as normas, aprova as chamadas “Leis da Ditadura”, que proíbem de forma estrita todas as manifestações públicas. O povo recebe a notícia e não pode acreditar. Todos novamente se despejam nas praças e no centro da cidade. A oposição política se vê cada vez mais passiva e indecisa.
Em 19 de janeiro, os mesmos jovens que foram os provocadores do 1º de dezembro (a mesma idade, os mesmos refrões e os mesmos métodos) atacam absurdamente, num domingo, o Palácio do Governo vazio, e com muita violência agridem novamente a polícia e as tropas especiais. O povo, exausto com a passividade da oposição política, cai na provocação e também participa, lançando coquetéis molotov nos representantes do poder. Começam os combates de rua, o resultado: 40 policiais e militares e centenas de civis feridos. O governo determina o uso de carros lança-água contra a multidão, mesmo com uma temperatura de 5oC abaixo de zero. Um dos líderes da oposição, o boxeador Vitali Klichko, tenta se reunir com o Presidente, que trata de ganhar tempo e não o recebe. Os ódios de ambos os lados crescem.
7. A partir desse momento, aparecem maciçamente nas ruas jovens musculosos, muitos deles com passado delitivo, contratados pelo governo para amedrontar os manifestantes. Os ativistas radicais começam a caçá-los, levando alguns deles à Praça da Independência para surrá-los, ainda que sem maior selvageria, mostrando-os à imprensa. No dia 22 de janeiro, Dia da União da Ucrânia, novo feriado do país, franco-atiradores desconhecidos matam cinco pessoas. Todos os disparos foram feitos por profissionais, diretamente no coração ou na cabeça das vítimas. Carros sem placa começam a sequestrar ativistas e transeuntes casuais, suspeitos de simpatizar com Maidan. Torturam selvagemente dezenas destas pessoas, as desnudam e as atiram na neve. Também queimam os carros de muitos ativistas. Os canais de televisão controlados pela oposição mostram os mortos e a brutalidade policial. Pela Internet, todo o país vê um vídeo que começa a circular, em que policiais, depois de torturar, desnudam na neve um ativista e, em seguida, tiram fotos com ele. Matam um conhecido líder social, doutor em ciências…
-Uma frase escrita no muro da sede do governo em Kiev (capital da Ucrânia)  é a síntese desse conflito:

“Alguém invisível parece muito interessado em dividir-nos e enfrentar-nos…”


6 comentários:

  1. O q escrevo aqui não tem nada a ver com o post, mas lembrei de vc e sua paixão pelo violão.

    HABEAS PINHO
    Exmo. Sr.
    Dr. Artur Moura,
    Meritíssimo Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca,

    O instrumento do crime que se arrola
    Neste processo de contravenção
    Não é faca, revólver nem pistola.
    É simplesmente, Doutor, um violão!

    Um violão, Doutor, que, na verdade,
    Não matou nem feriu um cidadão.
    Feriu, sim, a sensibilidade
    De quem o ouviu vibrar na solidão.

    O violão é sempre uma ternura,
    Instrumento de amor e de saudade.
    Ao crime ele nunca se mistura.
    Inexiste, entre os dois, afinidade.

    O violão é próprio dos cantores,
    Dos menestréis de alma enternecida,
    Que cantam as mágoas e que povoam a vida,
    Sufocando, assim, suas próprias dores.

    O violão é música e é canção,
    É sentimento de vida e alegria,
    É pureza e néctar que extasia,
    É adorno espiritual do coração.

    Seu viver, como o nosso, é transitório,
    Porém, seu destino o perpetua:
    Ele nasceu para cantar, em plena rua,
    E não para ser arquivo de Cartório.

    Mande soltá-lo, pelo Amor da noite
    Que se sente vazia em suas horas,
    Para que volte a sentir o terno açoite
    De suas cordas leves e sonoras.
    Libere o violão, Dr. Juiz,
    Em nome da Justiça e do Direito!
    É crime, porventura, o infeliz,
    Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

    Será crime, e afinal, será pecado,
    Será delito de tão vis horrores,
    Perambular na rua um desgraçado,
    Derramando na rua as suas dores?

    É o apelo que aqui lhe dirigimos,
    Na certeza, já, do seu acolhimento.
    É somente liberdade, o que pedimos
    E, nestes temos, vem pedir deferimento!

    Assinado:
    Ronaldo Cunha Lima, advogado.

    O juiz por sua vez, despachou utilizando a mesma linguagem do poeta Ronaldo Cunha Lima: o verso popular.


    Recebo a petição escrita em verso
    E, despachando-a sem autuação,
    Verbero o ato vil, rude e perverso,
    Que prende, no Cartório, um violão.

    Emudecer a prima e o bordão,
    Nos confins de um arquivo, em sombra imerso,
    É desumana e vil destruição
    De tudo que há de belo no universo.

    Que seja Sol, ainda que a desoras,
    E volte á rua, em vida transviada,
    Num esbanjar de lágrimas sonoras.

    Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
    Noite de luz, plena madrugada,
    Venha tocar à porta do Juiz.

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    1. Realmente a minha paixão pelo violão é algo inexplicável...Alguns usam Lexotam, Rivotril etc..Meu ansiolítico, calmante ou droga é o violão...Obrigado lindo texto..

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  2. Estamos perdidos com tantos comentários nada a ver nesse blog, esse anonimo é homem ou mulher, parece mais um casal virtual, que se agride e se desculpa o tempo todo. Viram os comentários sobre os relacionamentos virtuais, em que ela ou ele critica o fato de ter sido esquecida ou esquecido por alguém na net, e vc professor o que diz a respeitode relacionamento liquido, não condiz com seu perfil, um homem publico, precisa de uma boa imagem e não dizer que sai com moças e toca violão e dança o tempo todo, agrarradinho. O Sr. não tem uma familia, uma esposa,como pode criticar um ou outro relacionamento, o moderno e o da sua época ? Os temas para a exploração do enem, até são válidos, mas os comentário desse blog, tanto de quem comenta como do próprio autor deixa a desejar.

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  3. Eu vi no post da Liquidez da vida moderna, achei estranho também, mas ele é meu professor e nada fala da vida pessoal. Mas já o vi nos pubs da cidade. Eu gosto de violão mas o post não tem a ver com o comentário realmente, está mais com cara de face e de twiter rsrsrs

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  4. Isso é uma plataforma livre...sintam se a vontade para expor aquilo que sentem. Abs

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  5. Mas então nos diga professor, mata nossa curiosidade, o sr. é casado ou solteiro ? A vida moderna também o transformou em um homem líquido ou ainda é sólido em convicções do coração. A razão nos deixa frios, algo de bom deve existir para que o ser humano não se transforme em uma máquina, um robô ou coisa parecida.

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